terça-feira, 23 de julho de 2013

PT, saudações


É possível fazer uma lista bem grande de defeitos graves que comprovam a falência do PT como partido. E nem é preciso arrolar a roubalheira que deu em uma diversidade de escândalos.  Podemos ficar só nos defeitos relativos à estrutura orgânica de um partido. E o pior defeito hoje do PT é sua carência de quadros e, pior ainda, de lideranças com votos.

Esta carência de quadros partidários pode ser vista nesta conversa de sempre sobre a terceira candidatura do ex-presidente Lula. O assunto voltou agora com a evidente queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, comprovada em pesquisas. O partido mostra que fracassou quando só tem Lula para apresentar como candidato forte. Nem Dilma serve mais.

O desmonte do PT vem sendo feito desde 1985 por duas figuras vistosas do partido: Lula e José Dirceu. O serviço começou eliminando quadros de extrema-esquerda no final dos anos 80 e avançou até a eleição de Lula, em 2002, calando ou botando fora quem não afinava com a transformação do partido numa máquina de ganhar eleições a qualquer custo.

Da eleição de Lula em diante os quadros foram se estreitando forçosamente em torno do projeto de poder da cúpula. Uma consequência desastrosa foi a perda gradativa de gente de qualidade, o que pode-se ver até na dificuldade de governar. Os desvios éticos cada vez mais graves foram também fazendo muitos irem embora por conta própria. Sei de militantes dedicados que na década de 90 fizeram questão de devolver as bandeiras vermelhas no diretório municipal do partido.

O PT sofreu uma depuração pesada, com a eliminação de gente que ao menos tinha capacidade técnica. Eram membros do partido com profissão definida e carreiras profissionais respeitáveis conquistadas com esforços próprio, sem os recursos da política e sem o uso da desonestidade dos tráficos de influência. Foi-se um capital humano de qualidade, matéria essencial na feitura de um partido..

Hoje as áreas de liderança do partido estão compostas de políticos profissionais, um defeito que se espalha pelo país afetando inclusive os diretórios municipais.  Muitos de seus membros não fazem há décadas outra coisa na vida que política. E uma grande parte dos que dominam hoje o partido só fez isso na vida. A própria presidente Dilma é um exemplo disso. Desde a década de 80 está pendurada em algum cargo, no início agregada ao poder do falecido Leonel Brizola e agora grudada em Lula, eterna ameaça de tomar seu lugar na eleição do ano que vem.

O PT faliu como partido. Não deve acabar, mas definitivamente não tem mais como acomodar qualquer projeto orgânico de renovação política e administrativa. Com Lula ou Dilma, disputará a próxima eleição na mesma categoria em que estão os demais partidos: uma agremiação de políticos profissionais que tem como pauta apenas seus interesses pessoais.
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Por José Pires

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