sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Cadê o caro amigo do PT?

Uma figura que não apareceu nesta eleição foi o Chico Buarque, o arroz de festa do PT em período eleitoral. O cantor não deu as caras para dar sua "palinha" bem rápida em cerimônias públicas, quando solta umas poucas frases insultuosas e injustas com uma grande parcela de brasileiros situados na oposição a este governo. Desta vez não teve filmagem pastoral dirigidas pelo Duda Mendonça com narração do Chico Buarque, como daquela vez em seu apoio na primeira eleição de Lula, quando grávidas passeavam em grupo pelo campo com aquela graça comovente de toda mulher que está para ter um filho. O artista serviu de locutor para um texto de propaganda política. Depois descobriu-se que muitas das mulheres portavam barrigas falsas de grávida, o que não poder ser relevado como licença poética. Aí já é outra coisa: é o universo fraudulento da propaganda política onde tolamente um artista da elevada categoria do Chico foi se meter.

Na campanha de Dilma em 2010 ele serviu de atração em aparição pública de apoio eleitoral, inclusive provocando na deslumbrada candidata petista aquela fascinação boboca criada pela sua figura de homem bonito, que diminui seu méritos como artista. Mas desta vez Chico deu o bolo na festa petista. Não deu as caras mesmo. Deve estar em Paris, que é onde ele passa ao menos meia dúzia de meses todos os anos. Chico Buarque tem lá um apartamento, onde se refugia nesses períodos para escrever e evidentemente ter a tranquilidade de um país onde as coisas funcionam e não existe o risco permanente de levar um tiro mortal em qualquer esquina, como acontece no Rio de Janeiro.

Esse negócio do Chico ter um apartamento em Paris e lá ficar durante meses serve muito bem como avaliação da sua forma de participação política. É interessante que em vez da França o cantor não tenha um apartamento em Cuba. Para deixar de viver tamanha contradição, ele deveria fazer longas estadias em Havana, onde teoricamente deve existir uma situação mais condizente com sua ideologia, para ele tirar inspiração do cotidiano dos cubanos para seus escritos. De lá, poderia inclusive falar grosso com os americanos, um tom de voz política que ele já confessou que admira. Mas não é em Cuba que o Chico se refugia para ativar sua sensibilidade. É na França capitalista.

O tom em que escrevo é de ironia e não podia ser de outra forma a minha manifestação, por consequência da contradição do Chico Buarque, mas é isso o que eu penso de verdade sobre as posições desse artista, que não junta à sua vida prática o que vem jogar na cara dos brasileiros nas suas falas políticas. Chico semeia ventos no Brasil e depois corre para seu apartamento em Paris. E nós que ficamos aqui nos afogamos com as tempestades. As crianças que estavam para nascer na fraudulenta propaganda do PT na primeira eleição de Lula estão hoje com cerca de 12 anos. Já passaram por uma educação de má qualidade. Alguns deles podem ter tido problemas sérios com atendimento de saúde. Correm os riscos de um país com um cotidiano de insegurança e o perigo das drogas. Toda elas vivem agora num país que está perdendo quase tudo que tinha de bom. A molecada não pode ir com tranquilidade para a escola e nem brincar em segurança na rua. E todas essas crianças tem seu futuro profissional comprometido pela má qualidade administrativa e a roubalheira de um governo para o qual o Chico fez propaganda. Alguém devia contar isso pro cantor quando ele estiver passando pelo Brasil.
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POR José Pires



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