segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Um debate que piora o problema

É muito bom ver que a maioria das mulheres não caiu nessa jogada irresponsável da esquerda de usar o quiproquó entre a deputada Maria do Rosário e o deputado Jair Bolsonaro para tentar desviar a opinião pública dos diversos malfeitos do governo do PT. Os parlamentares são dois boçais – um falando besteiras pela esquerda e outro pela direita. Se dependesse das ideias de ambos não teríamos liberdade nem para suportá-los. São duas personalidades tremendamente autoritárias, mas Bolsonaro pelo menos não tem o perigo de ser articulado o suficiente para ir gradativamente impondo sua visão de mundo muito tosca. Suas intenções não são nada boas, mas ele é isolado. Já a deputada Maria do Rosário tem suportes ideológicos muito mais perigosos, inclusive no plano internacional. Em todos os países onde assumiu o poder, a história do comunismo é horripilante. As ditaduras do tipo que a petista gosta são comprovadamente muito criminosas. Não dá para levar a sério e nem ser tolerante com esquerdistas como a deputada petista (e ex-PCdoB), que até hoje acredita na ditadura do proletariado como uma opção transformadora.

Qualquer violência contra o ser humano é condenável. E o estupro é uma violência das mais graves, até pela canalhice terrível do uso do sexo como humilhação e agressão. É um crime perigoso, que tem também o agravante de criar uma intimidação sobre todas as mulheres, o que não pode ser tolerado de forma alguma. Além disso, hoje em dia este crime está na escala mais alta das estatísticas. Ou seja, o perigo ronda todos nós. Num país sério a quantidade atual de estupros no Brasil levaria à queda de governos ou ao menos não permitiria a reeleição dos responsáveis pela dramática situação da segurança no país.

Por isso que é ainda mais necessário tratar deste assunto de forma mais elevada, em debates que envolvam toda a sociedade e resultem logo em medidas práticas para conter a violência que já existe e evitar que ela cresça. É óbvio que por mais grosseiro que o Bolsonaro seja, a pressão contra ele é mera politicagem. A responsabilidade direta deste assunto é da Presidência da República, seja quem estiver lá. Os governos estaduais também têm obrigação direta quanto ao problema e até as prefeituras podem colaborar ativamente para que deixemos de ser um país em que as mulheres não podem mais sair nas ruas em segurança.

A cassação de Bolsonaro ou ao menos uma advertência severa do Congresso Nacional não mudará um pingo a péssima situação da segurança no país e muito menos dos estupros. Ao contrário, essa discussão em torno desses dois lamentáveis parlamentares rebaixa o debate, sem acrescentar nada em punição, prevenção e nem mesmo conhecimento para lutarmos contra este odioso crime. E no nível que se vê de ambos os lados dessa briga grosseira, existe o risco até desse tolo quiproquó servir mais para atiçar a intolerância e dividir os homens e as mulheres do que estreitar laços humanos essenciais para que o respeito às mulheres seja uma normalidade em nossa vida.
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POR José Pires

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