O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse há poucos dias ao jornal britânico "The Guardian" que a Olimpíada se tornou uma "oportunidade perdida". E não demorou para sua declaração surtir efeito. Vinte mil ingressos da Olimpíada foram devolvidos, com a maioria das desistências sendo do público americano. Não há como não concordar com Paes, no entanto ele é um hipócrita. E isso não é de agora. O prefeito carioca é um dos responsáveis pela escolha do Rio como cidade-sede dos jogos olímpicos. E isso nunca foi uma "oportunidade". Foi sempre uma temeridade em todos os aspectos e prejuízo certo para o país, perigos sobre os quais muita gente já alertava lá atrás, entre 2007 e 2009, quando ele e o governo petista faziam de tudo para que o escolhido fosse o Brasil. Éramos então chamados de catastróficos, para dizer o mínimo. Teve acusação até de falta de patriotismo a quem alertava para questões muito evidentes, como a falta de estrutura geral em todo o país, do problema grave da falta de segurança no Rio, além da dificuldade habitual do poder público no Brasil de planejar e executar com qualidade projetos em grande escala, como é exigido pelo Comitê Olímpico Internacional.
Eduardo Paes sabe como são essas coisas, afinal a primeira tragédia dessa Olimpíada foi com a ciclovia construída por ele à beira-mar, que desabou logo depois de inaugurada porque não estava preparada para suportar ondas do mar. Morreram duas pessoas. O prefeito do Rio é um dos culpados por esta arriscada aventura, que colocou nosso país numa situação de risco jamais enfrentada em sua história. O Brasil pode ter sua imagem arruinada e ainda por cima fomos jogados frente a um perigo para o qual é óbvio que não estamos preparados. Foi por uma jogada eleitoral de Lula, então na presidência da República, que acabou sendo armada esta encrenca, que em razão do clima internacional criado pelo terrorismo islâmico vai obrigar o Governo Federal a gastar uma fortuna em segurança, o que é até uma piada de mau gosto com uma cidade que sofre no cotidiano violências para as quais há muito tempo nenhum governante aplica políticas públicas que enfrentem seriamente o problema.
A Olimpíada do Rio se encaminha para ser um imbatível mico mundial. A ameaça do terrorismo já existia quando o governo do PT e Paes andavam abraçados festejando a escolha da cidade. E agora a coisa piorou. Depois do que aconteceu em Nice, nem dá para imaginar que desportista estrangeiro será doido o suficiente para ir ao Rio assistir aos jogos. Pode-se esperar estádios vazios e muita preocupação com as barbaridades que esses terroristas doidos costumam aprontar. Ainda mais com aquele Cristo enorme de braços abertos sobre a cidade-sede, que simbolicamente faz desses jogos um alvo perfeito para bandos que usam a religião como justificativa para seus instintos criminosos.
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POR José Pires
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