quarta-feira, 14 de junho de 2017

PSDB: a nau dos afogados

Muita gente vem falando em “abraço de afogado” na situação do PSDB com o governo de Michel Temer, mas na minha visão andam confundindo o afogado. Não é Michel Temer e sim Aécio Neves o afogado do abraço fatal para os tucanos neste mar de lama. É pela proteção política de Aécio que o partido se mantém no governo Temer, teimosamente, apesar de todas as evidências de que isso vai criar sérias complicações eleitorais no ano que vem.

O ex-governador mineiro e atualmente senador afastado já não tem futuro na política. Perdeu totalmente a credibilidade com as denúncias que apareceram contra ele. Todo mundo sabe que a única razão da sua prisão não ter sido decretada é sua condição de parlamentar. Daí sua desesperada aliança com Temer, de olho no poder político do PMDB para ajudá-lo a resguardar seu mandato. Com isso, a imagem de seu partido ficará totalmente desfigurada, criando sérios problemas na relação com os eleitores, mas com a lama pelo nariz, este problema não está interessando nem um pouco ao senador afastado.

Espertalhão do jeito que é, com certeza ele já sabe que daqui por diante sua carreira só terá trânsito na obscuridade da política de conchavos, sem que ele tenha a mínima possibilidade de manter a fachada de político ético, que até agora permitia que ele se destacasse nacionalmente, mas que foi pro ralo com as investigações da Lava Jato. Egoísta notório, não virá dele nenhuma preocupação com as dificuldades criadas para o partido, que na sua força eleitoral teve sempre como ponto substancial o discurso ético. A arriscada manutenção da relação com Michel Temer é realmente um abraço de afogados que pode acabar com o PSDB, porém isso é mera consequência do abraço no afogado mais importante, que é Aécio Neves.
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POR José Pires

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