Os petistas estão para perder um de seus ídolos recentes, desses que eles costumam tornar objeto de afeição conforme a oportunidade. Quem vai embora do coração da militância é o ministro Gilmar Mendes, depois de ficar em alta numa das ondas momentâneas de carinho, a ponto do deputado federal Wadih Damous mandar um recado explícito aos companheiros para tratar bem o novo aliado.
Com o PT não é preciso muito para que alguém passe de rival para guerreiro do povo brasileiro. E do mesmo modo também é muito rápido a transformação em alvo das maiores grosserias. Pelo que Gilmar Mendes andou falando nesta quinta-feira, vai vir chumbo grosso para ele.
Nesta quinta-feira, em entrevista à Blomberg, o ministro disse que a prisão de Lula é “assunto encerrado” e que para ele o petista não tem condições de ser candidato neste ano. Para o ministro, esta questão “é aritmética”, porque o ex-presidente “está condenado em segundo grau por crime contra a administração pública”.
Quanto à prisão, Gilmar foi muito claro. “O colegiado já disse que a prisão era legítima, não nos cabe mais discutir nesse caso específico do Lula”, ele disse. O ministro parecia mesmo disposto a firmar posição nesta entrevista. Segundo ele, “o pleno do STF já decidiu a matéria com relação ao caso Lula”. Ele afirmou ainda que esta questão do habeas corpus foi discutida pelos ministros do Supremo, com a matéria “em relação ao caso Lula” já decidida pelo tribunal.
Até agora a animação dos petistas com o ministro era porque ele agia como se fizesse parte de um acordão para amaciar para o lado dos corruptos, começando pelo caso do Lula, a partir do qual poderiam ser encaminhadas facilidades jurídicas para outros salafrários. Mas pelo jeito a proposta não pegou. Com suas novas opiniões, Gilmar deixa de ser querido pelos petistas. Vai ter que desembarcar dos ombros da militância vermelha, ele que recentemente teve até seu nome exaltado pelo público em evento de apoio político ao Lula. Os companheiros perdem um valoroso bandido de estimação.
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POR José Pires
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