domingo, 15 de julho de 2018

2018, a Copa do Mundo em que Neymar saiu derrotado

Independente do resultado da decisão da Copa do Mundo de 2018, disputada entre Croácia e França, esta copa tem um derrotado na figura do jogador Neymar. É impressionante a antipatia criada pelo comportamento desse atleta. Com seus exageros para cavar faltas ele criou fama mundial, mas foi da pior forma, principalmente nesses tempos em que a maldade movimenta as redes sociais: virou piada. Mais impressionante ainda é que uma pessoa com uma carreira milionária para administrar não tenha uma equipe com capacidade para identificar riscos de desgaste na imagem e evitar o desastre que acabou acontecendo.

Já faz tempo que as encenações de Neymar e atitudes reprováveis em campo são assuntos quentes das redes sociais, com vídeos destacando seus ridículos fingimentos multiplicando por milhões as críticas e gozações ao jogador. Comentaristas de futebol, técnicos e especialistas no assunto também já vinham apontando os erros do jogador, que atingem essencialmente sua comunicação com o público, uma interação essencial para a qual ele deveria ter a assistência de profissionais qualificados.

No entanto, Neymar não parece ter a personalidade de quem ouve com atenção e acata conselhos profissionais de fora do que ele sabe fazer, especialmente se a interferência for como crítica ao seu comportamento. O jogador parece que sofre desde muito jovem de uma autossuficiência comum em quem faz sucesso muito cedo. Para esse tipo de astro, em qualquer situação o alarido que cerca a fama virá sempre com muita adulação e aplausos entusiásticos, abafando vozes críticas e impedindo que sejam ouvidas e atendidas. Não é só entre artistas e atletas que isso ocorre. O fenômeno destrutivo é ainda mais comum na política.

Mas, quanto a Neymar, sua carreira tem defeitos muito parecidos ao de empresas familiares que crescem bastante, criando exigências que vão além da capacidade do talento doméstico. O jogador tem inclusive seu pai como dono da empresa, uma figura que também há bastante tempo demonstra pouca habilidade em comunicação. Um gestor de uma carreira internacional que sai batendo boca com comentaristas de futebol e até com a torcida não é exatamente a pessoa certa para decidir sobre os riscos da relação com a opinião pública, principalmente no ambiente terrível da comunicação no esporte brasileiro e na confusão cotidiana das redes sociais.

Felizmente para Neymar, parece que para ele não existe o problema do destino apontado por especialistas em administração, com a sina do “pai rico, filho pobre”. Porém, o jogador milionário está com problemas sérios para administrar, com uma falência problemática para quem tem sua lucratividade baseada na credibilidade pessoal. Este capital já está em risco grave para ele. Como se costuma dizer na linguagem exótica do futebol, Neymar precisa correr logo atrás do prejuízo. E que baita prejuízo.
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POR José Pires

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