Muitos já escreveram no Brasil sobre os equívocos do governo de Jair Bolsonaro nas relações externas, área de extremo risco porque paga-se em curto prazo o custo de erros, com o prejuízo batendo direto nas contas do país e na sua segurança. Perde-se dinheiro e são atraídos perigos dos quais até agora estivemos livres, mas que aparentemente andam muito próximos. O Brasil já é citado até em carta de terrorista que mata 49 pessoas na Nova Zelândia.
E as más companhias agora são de responsabilidade e de Bolsonaro, sua equipe e sua família. Sem dúvida, nisso o ciclo de governos do PT errou demais, mas não faz sentido bolsonarista ficar justificando dificuldades absurdas de gestão apelando para a comparação com o desastre que o partido do Lula foi para o país .
Nas relações externas o governo Bolsonaro só vem dando bola fora. Uma demonstração do quanto eles estão errados veio de um alerta recebido no Estados Unidos, durante a viagem oficial para o encontro com Donald Trump. O tema foi o vínculo forte com Steve Bannon. O recado foi para Eduardo Bolsonaro, que atua internacionalmente com a desenvoltura de um chanceler, aproveitando-se da condição de ser filho do presidente da República.
A puxada de orelha não foi de nenhum esquerdista. O aviso em tom muito sério foi de Roger Noriega, influente anticastrista. Ele é embaixador e foi homem forte da diplomacia latino-americana no governo George W. Bush.
Ele disse o seguinte: “Suponho que ele saiba que Bannon entrou em desacordo com a Casa Branca e com a família do presidente. Obviamente ele é um adulto e pode escolher seus amigos. Mas eu acho que seria bom passar mais tempo ampliando seu círculo e encontrando mais aliados, trazendo mais amigos para a causa de uma boa relação bilateral”.
Novamente cabe dizer que isso já foi dito muitas vezes por aqui, em nosso pais, mas é claro que vale a correção feita por alguém de fora com muita experência no ramo, apesar de eu achar que ele também não será ouvido. A relação incondicional e até apaixonada da família Bolsonaro com Bannon é muito parecida com a extrema proximidade de Lula e Dilma Rousseff com Fidel Castro. Já escrevi sobre isso e expus minha suspeita de que existe uma pesada dívida que sempre manteve a esquerda de rabo preso com a ditadura cubana.
Também é de se desconfiar que o grude entre os Bolsonaro e Bannon — que envolve inclusive Olavo de Carvalho — tenha a ver igualmente com coisas que ficaram em haver. Não vou especular montantes sobre tais obrigações, mas com certeza é um compromisso que pode ficar pesado para o Brasil.
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POR José Pires
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