quinta-feira, 18 de julho de 2019

A luta pela impunidade continua, companheiros

A esquerda reclamou bastante do caso que envolve o filho de Jair Bolsonaro, o atual senador Flávio Bolsonaro, com suas complicações com seu braço-direito Fabrício Queiróz, quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro. A suspeita de arrecadação de parte de salários de funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia fluminense vinha sendo investigada pelo Ministério Público do Rio e os políticos esquerdistas sabem disso muito bem.

No entanto, parlamentares de esquerda e a militância não só do PT como de puxadinhos como o Psol vinham procurando colar na imagem do ministro Sérgio Moro uma responsabilidade que nem é de seu ministério e de maneira vergonhosa também acusavam Moro de segurar a investigação, algo que, insisto, é fora da sua alçada e que também não estava ocorrendo.

E a investigação de Queiróz acabou sendo barrada não por Moro ou por ordem do odiado Jair Bolsonaro, mas por um antigo companheiro da esquerda, o ministro Dias Toffoli, que teve o começo de sua carreira de sucesso ao lado não só de petistas como os deputados Gleisi Hoffmann e Paulo Pimenta, como também de comunistas como Jandira Feghali e até mesmo de Marcelo Freixo, do Psol, porque todos têm origem em comum, ainda que aparentem uma certa independência de vez em quando, com táticas isoladas criadas para fingir que representam objetivos mais amplos do que o projeto autoritário trabalhado em conjunto.

A esquerda apontava o dedo para Moro e quem travou a investigação contra Flávio Bolsonaro e Queiróz foi Toffoli, que atuou no passado com Gleisi, Pimenta, Feghali e também Freixo, todos estabelecendo no início do governo do PT as bases para a implantação de um projeto autoritário de esquerda no país, sabe-se lá quando, mas o fato é que eles não descansam. Podem inclusive contar com Toffoli, caso este projeto vá se viabilizando, afinal, como eu já disse, o ministro não tem preferência: serve a qualquer poderoso.

Por sinal, Toffoli e a esquerda que agora o critica neste caso em particular atuam noutra parceria, em uma trama à parte com o mesmo sentido de alargar a impunidade e evitar que corruptos poderosos sejam alcançados pelo rigor implantado por Moro e a Lava Jato. Este plano consiste em desmoralizar a Lava Jato e libertar Lula, acabando com a prisão em segunda instância e com a delação premiada. A divergência entre a tigrada por causa do Queiróz não prejudica a associação no âmbito mais amplo do incremento da impunidade. Nisso está mantida a antiga parceria de Toffoli, Gleisi, Pimenta, Feghali, Freixo e demais companheiros, que vem desde os tempos em que levantavam juntos a bandeira do socialismo.
.........................
POR José Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário