quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Eduardo Bolsonaro e suas encrencadas vitórias

Eduardo Bolsonaro foi oficializado líder do PSL na Câmara depois de conseguir uma nova lista de apoio com mais deputados que o grupo de Luciano Bivar, presidente nacional do partido. Só Bolsonaro mesmo, de braços dados com os filhos, poderia ter seu próprio partido dividido ao meio desse jeito e se matando numa briga. Também só Bolsonaro e seus filhos para não compreenderem que nem a vitória justifica certas guerras políticas.

Com Eduardo Bolsonaro como líder do PSL ele vai liderar exatamente o quê? Ademais, qual é exatamente a estratégia dessas figuras? Esse garoto prodígio não era aquele que ia ser embaixador nos Estados Unidos? Creio que mesmo alguém da família Bolsonaro pode ser capaz de reconhecer que a expectativa baixou um bom tanto com essa luta encarniçada pela liderança do PSL.

Bem, como critério de qualidade política só pode ser o mesmo nível da liderança de seu pai como presidente da República. Nem dá para dizer que Eduardo como líder do PSL seria uma “vitória de Pirro”. Esta mitologia não cabe em tamanha baixaria. Eduardo Bolsonaro e seus companheiros do PSL como missão está mais para outro mito, aquele do exército de Brancaleone, do filme genial e muito engraçado dirigido pelo italiano Mario Monicelli, com o grande Vittorio Gassman como ator principal.

Claro que lembro disso apenas pela estupidez do “exército” do filme e não pelo caráter dos malucos. Eram inocentes e lá também não tinha rachadinha. Nem milicianos, virtuais ou de mão armada dominando com crueldade bairros no Rio.

O “exército Brancaleone”, formado por Gassman no filme, virou sinônimo de ajuntamento de doidos depois do sucesso dessa obra no Brasil nos anos 70 e 80. O bando de incompetentes malucos bolsonaristas pode até usar o mesmo refrão cantado pelos alucinados e igualmente ineptos combatentes da cruzada medieval do filme italiano. Eles cantavam “Branca! Branca! Branca! Leone! Leone! Leone!”. Basta uma pequena mudança, para “Bolso! Bolso! Bolso! Naro! Naro! Naro!” e vai ficar perfeito.
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POR José Pires

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