Com a probabilidade do surgimento de um forte movimento de "Fora, Bolsonaro!" — podendo até haver a organização de amplas manifestações de rua depois de passar a crise do coronavírus —, bolsonaristas já acenam para um "Não vai ter golpe!". É sério, se é que se pode dizer assim. A direita fala neste tom ridículo nas redes sociais.
É real a possibilidade da queda de Bolsonaro, depois que ficou muito claro que sob seu comando fica muito difícil enfrentar seriamente qualquer problema nacional, dos inúmeros e muito complicados problemas atuais que impossibilitam que o país encontre um caminho de equilíbrio e prosperidade.
A gota d’água, como se costuma dizer, é a bagunça improdutiva que ele vem provocando nesta crise do coronavírus, na contramão do esforço de governadores e prefeitos, que estão tendo grande colaboração da população na tentativa de evitar o contágio em massa.
Para usar uma expressão popular, nessa e noutras questões Bolsonaro foi colocado para escanteio. Todos sabem que nem adianta levar qualquer solução ao Palácio do Planalto que com certeza ele dificultará a realização.
Quem trabalha diretamente com o presidente vive em constante tensão por causa de sua péssima personalidade, dificuldade agravada ainda mais pela sua total dificuldade de lidar de modo efetivo com qualquer questão da administração pública. A classe política e dirigentes ligados a iniciativa privada já não contam com Bolsonaro para nada. A conclusão geral é que com ele na presidência da República o país pode ir para o buraco.
Até nos meios militares já se fala em sua saída. Segundo a colunista Maria Cristina Fernandes, em texto publicado nesta quinta-feira no jornal Valor, entre os militares uma solução que vem sendo colocada é a renúncia de Bolsonaro.
A partir desse clima de rejeição, como eu disse, bolsonaristas que ainda persistem na ridícula idolatria deste criador de encrencas estão ensaiando nas redes sociais um “Não vai ter golpe!”, copiado do risível argumento da esquerda para chorar o impeachment de Dilma Rousseff.
A direita vai completando o círculo da grotesca semelhança com a esquerda. Que ninguém me mande pra Cuba, mas não vou achar ruim se um dia essa militância direitista tiver a oportunidade de apelar também para um "Bolsonaro livre!".
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POR José Pires
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