quinta-feira, 30 de abril de 2020

Bolsonaro, um presidente sem embaixador no país de Donald Trump

O problema do coronavírus serviu para revelar que o Brasil ainda não tem embaixador nos Estados Unidos. Como se sabe, o presidente Jair Bolsonaro queria nomear para a embaixada em Washington o seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro, conhecido como Eduardo Bananinha, mas teve que voltar atrás diante da dificuldade na aprovação no Senado.

Nesta quarta-feira apareceu no noticiário Nestor Foster, substituto no cargo que Bolsonaro sonhava para o filho. Foster surgiu com um pedido por carta ao governador da Flórida, Ron De Santis, para que não sejam suspensos os voos entre os Estados Unidos e o Brasil.

Foi uma tentativa de amenizar o desgaste do governo Bolsonaro depois que o presidente Donald Trump, em encontro com De Santis, disse que se houver um pedido do governador  o governo americano pode restringir os vôos para o país. Na ocasião, Trump disse que estava preocupado com o avanço do coronavírus no Brasil e a dificuldade do governo brasileiro no controle da contaminação.

Bolsonaro vivia se gabando das relações próximas com Trump e do presidente americano ter a maior simpatia pelo seu filho que, ainda segundo o presidente, “é amigo de familiares dele”. Pelo visto, faz tempo que ele e o deputado Bananinha não conversam com o poderoso amigão.

Na divulgação da carta da embaixada brasileira ao governador da Flórida, Foster aparece como “chefe da embaixada brasileira em Washington”. É que Foster foi aprovado para o cargo de embaixador, mas seu nome passou apenas pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, faltando ainda ser ratificado pelo plenário da Casa.

Isso mesmo: Jair Bolsonaro se gaba das relações especiais com Donald Trump, mas já com quase um ano e meio de mandato seu governo ainda não tem oficialmente um embaixador no país do amigão americano.
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POR‌ ‌José‌ ‌Pires‌

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Imagem- O deputado Bananinha em reunião com o presidente Donald Trump, em março do ano passado, quando ele esteve no Salão Oval da Casa Branca, ocupando o lugar do chanceler brasileiro Ernesto Araújo. Claro que Bananinha estava lá oficialmente como filho do presidente brasileiro.

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