A imprensa errou demais desde o massacre de 7 de outubro, na invasão do Hamas ao território israelense, que levou ao contra-ataque de Israel, que segue até agora. Vergonhosamente, jornalistas caíram em engodos do grupo terrorista, sem encarar com o devido realismo — e desconfiança quanto à manipulações — o efeito colateral da violência sofrida por civis. Qualquer guerra contém esse risco, porém num embate com o Hamas é praticamente certo que civis sejam atingidos porque faz parte da estratégia dos terroristas o uso da população da Faixa de Gaza como escudos humanos.
Esta é uma forma de inibir contra-ataques, além do uso posterior da dor de inocentes, para sensibilizar a opinião pública, expondo os cadáveres e feridos, sem obviamente esclarecer que as pessoas são obrigadas por eles a servir de alvos. Não havia como não saber disso, pois é jogada antiga de propaganda política. E os próprios líderes falam disso sem nenhum escrúpulo. A imprensa, porém, calou sobre esta manipulação espúria, ajudando os terroristas a jogar parte da opinião pública contra as verdadeiras vítimas: os israelenses.
Não havia passado nem uma semana do horroroso massacre para diversos órgãos de imprensa praticamente esquecerem da mortandade provocada pelo Hamas, com o fuzilamento de jovens pelas costas, torturas, espancamentos, mulheres estupradas, um horror de tal tamanho que o governo de Israel só um mês depois foi mostrar as cenas, muitas delas captadas por câmeras dos próprios terroristas mortos ou presos pelas Forças de Defesa de Israel.
Foi uma forma de abrir os olhos dos jornalistas, que faziam o mundo esquecer que o contra-ataque de Israel tinha como origem o horror de 7 de outubro. As exibições foram privadas. Jornalistas veteranos chegaram a chorar durante a apresentação, teve gente que não conseguiu assistir até o fim.
Cheguei a ver algumas gravações do que fizeram com jovens no festival de música e os moradores de kibutizs que guardavam pacatamente um feriado religioso. Aparentemente as imagens foram espalhadas pelos próprios bandidos do Hamas na internet. Nunca imaginei que veria coisa pior do que já conhecia dos vídeos feitos pelas próprias facções criminosas do México para mostrar o que fazem com seus inimigos. Os terroristas islâmicos conseguiram suplantar o horror.
Havia outra opção para Israel que não fosse a de ir atrás dos assassinos e eliminar a capacidade militar do Hamas? Bem, só se fosse para entregar Israel como refém permanente do grupo terrorista que é bancado pelo Irã, uma ditadura teocrática atrasada e tremendamente feroz, que aboliu a liberdade dos iranianos e mata mulheres apenas porque uma mecha de cabelo aparece entre os panos do hijab obrigatório.
Ainda bem que as Forças de Defesa de Israel seguiram com a tarefa de pegar os terroristas e eliminar na fonte o perigo, uma missão que deveria ter sido encarada pela imprensa ao menos com realismo, sabendo fazer a separação moral, deixando visível as diferenças entre uma democracia e uma organização terrorista que está entre as mais cruéis do fundamentalismo islâmico.
Mas as coisas estão andando, pelo menos até aqui, com prejuízo total para o terror. Hoje o ministro da Defesa de Israel informou que a zona Oeste da cidade de Gaza foi liberada, depois da parte norte ter sido tomada pelos militares israelenses. As forças israelenses conquistaram e eliminaram todas as ameaças terroristas do lado ocidental da cidade, disse o ministro Yoav Gallant, na tarde desta quinta-feira. A notícia é do The Jerusalem Post.
Os combatentes de Israel estão fazendo uma limpeza geral nos túneis onde terroristas se escondem. O jornal conta que debaixo de um hospital evacuado no norte de Gaza, os engenheiros do exército israelita encheram a passagem com gel explosivo e dispararam o detonador, “que explodiu tudo o que estavam esperando por nós no túnel”, conforme disse um oficial do Exército a repórteres.
Isso parece mostrar que os militares já têm o conhecimento sobre o exato ponto em que os terroristas estão com reféns. Uma imagem simbólica disso que estou falando é a foto de militares israelenses posando no parlamento do Hamas. 237 reféns, inclusive de gente que não é de Israel, estão nas mãos dos bandidos. É outra coisa que ficou encoberta nas coberturas jornalísticas.
O bunker e antiga residência de Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, em Gaza, também foi destruído. O local era usado como “infraestrutura terrorista e ponto de encontro para os principais líderes do Hamas”. Haniyeh é bilionário e atualmente mora em Doha, no Catar. Em Gaza, dezenas de lideranças do Hamas já foram mortas. A organização criminosa foi desmantelada. Os terroristas estão encurralados nos túneis, à espera do ajuste final.
Certamente não haverá descanso, até que todos paguem pelo que fizeram, mesmo os que se escondem em países amigos do terror. Israel trouxe uma forma objetiva e determinada de lidar com o terrorismo. Esta é uma parte interessante do que está acontecendo, que certamente os terroristas não esperavam.
É total o controle das FDI sobre o território antes dominado pelos terroristas, que a imprensa alardeava como inexpugnável. Pelo menos até agora, esta foi outra avaliação errada de certos jornalistas. Combatentes israelenses aparecem em vídeos em vários lugares, inspecionando instalações que eram usadas pelos Hamas em hospitais, escolas e em outras edificações civis, o que mostra o controle militar sobre a cidade.
Israel entra agora na segunda fase do contra-ataque ao terror, numa guerra que devia ter sido apoiada por qualquer um com senso de humanidade e mesmo de bom senso. Afinal, o projeto de poder do Hamas, que só existe sob a chefia do governo do Irã, não se restringe à Faixa de Gaza. É um plano de longo prazo, de domínio global, com a imposição de uma religiosidade autoritária e retrógrada, contrária à liberdade do indivíduo, com um foco especial na submissão das mulheres.
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Por José Pires
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