Em política existe uma máxima que funciona e para a qual é preciso ficar muito atento, que diz o seguinte: espaços vazios tendem a ser ocupados. Não é preciso ser um Maquiavel para saber disso, mas não são poucos os políticos mesmo experientes que costumam descuidar desta regra simples.
Mas tem também aqueles políticos cujo vacilo é ainda mais espantoso. Esses até criam os espaços para seus adversários ocuparem. É assim que funciona o governador Beto Richa, do Paraná. Como ele vinha de uma estupenda vitória ainda no primeiro turno sobre dois importantes grupos políticos de seu estado, a impressão que se tem de seus lances políticos neste segundo mandato é que seu objetivo é o de facilitar a vida dos adversários, criando para eles bons espaços de manobra.
Este serviço de Beto Richa foi perfeito nesse dias, até pela escolha do tema, que foi o de tropas militares do governo batendo em professores. Dizem que é "pecado mortal" bater na própria mãe. Em professor também não pega bem. O Paraná tem um histórico importante na área, coisa de outro tucano que foi governador e também com policiais contra professores e por coincidência beneficiando politicamente os mesmo grupos de agora, chefiados pelo ex-governador Roberto Requião e o ex-ministro Paulo Bernardo. O novo ataque policial, agora comandado por Beto Richa, vem inclusive em boa hora porque eleitoralmente o anterior já estava com o uso esgotado.
O governador do Paraná fez um belo trabalho. É sua melhor obra até agora, não que ele tenha muitas. Mas é que essa ficou perfeita. Em poucos dias ele criou um espaço amplo para os adversários, que permite não só manobras muito práticas como também abre ótimas oportunidades para atividades de profundo simbolismo, em razão do dia escolhido para a impressionante violência do governo estadual. As porretadas nos professores foram dadas bem próximo do Primeiro de Maio, o que é o único elemento que pode desagradar aos adversários, Roberto Requião e Paulo Bernardo. Eles é que gostariam de ter escolhido este período pro Beto Richa bater em trabalhador.
.........................
POR José Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário