sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Herança

O que anda ocorrendo no país mostra que quando são flagradas em um comportamento alheio à ética as pessoas sempre encontram uma justificativa para seu ato. Pode ser na relação partidária, no descuido com as relações interpessoais, na pressão das circunstâncias ou até mesmo no “faço porque todos fazem”, como diz aquele presidente que em seu passado era supostamente inflexível quanto a comportamento aéticos.

Não acredite em nada disso. Existe uma porção de coisas na vida que de modo algum devemos fazer. Eu tenho muitas. Um bom bocado disso que não faço de jeito nenhum herdei do meu pai. Acrescentei outras coisas inaceitáveis, surgidas e ressurgidas neste contexto de uma época tão diferente daquela em que o meu velho viveu. São ações que não pratico e atitudes que não tomo, mesmo que seja afirmado que tais meios apontam para um futuro grandioso.

Se a maioria das pessoas se negasse a fazer o mal, sistemas autoritários e criminosos como o nazismo dificilmente teriam a chance de se sobrepor aos valores humanos. Amigos não atraiçoariam a amizade, irmãos não se matariam pelo lucro político ou financeiro.

Pretendo passar essas regras à frente, nas mãos limpas dos meus filhos. E espero que eles acrescentem algo e passem para os meus netos. Penso que é um bom modo para que eles sintam sempre a minha presença já que, certamente, pouca riqueza material terei para deixar. E também porque se a maioria agir assim, talvez um dia tenhamos um País melhor.
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POR José Pires

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O que mais fazem escondido?

Os petistas ficaram fulos com a relembrança dos supostos hábitos etílicos do presidente Lula.E então mandam e-mails malcriados para mim. Bem, o problema não é beber. Eu bebo, tenho muitos amigos que bebem. O problema é beber escondido. Calma, não estou dizendo que Lula bebe escondido. Não tenho provas.

Mas sei que o Lula fuma escondido. E quem segurava o cigarro para que ele pudesse fumar sem que o público percebesse era seu grande amigo Delúbio Soares, de tanta estima que até era hóspede na Granja do Torto. O amigão que segurava o cigarro para Lula fumar escondido hoje responde no STF pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.
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POR José Pires

Presidente do STF lança nota óbvia

Aquelas informações que a gente registra por mera formalidade. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie Northfleet, divulgou nota nesta quinta-feira em que afirma que o tribunal "não permite nem tolera que pressões externas interfiram em suas decisões". Mais além a ministra reafirma "a dignidade da Corte, a honorabilidade de seus ministros e a absoluta independência e transparência dos seus julgamentos”.

A nota oficial é uma resposta à uma conversa telefônica do ministro Ricardo Lewandowski, narrada pelo jornal Folha de S. Paulo (Veja abaixo). No bate-papo ao celular, falando alto para que todos ouvissem, Lewandowski disse que o STF julgou o “Mensalão” sob pressão da imprensa. E mais, falou que o STF votou “com a corda no pescoço”.

A nota é só isso mesmo. Tem que ser registrada pela imprensa apenas por obrigação. Estranho mesmo seria se não houvesse nota alguma depois de tudo que o ministro falou para a repórter ouvir e publicar. É muito óbvio que a presidente da Corte teria que reafirmar a independência do STF.

Mas não se fala nada sobre o que o STF pretende fazer em relação às denúncias – talvez involuntárias, o que duvido, mas denúncias – do ministro Lewandowski. E o que será feito em relação ao próprio Lewandowski? Ou um ministro do Supremo Tribunal Federal está acima do bem e do mal?


DIRCEU PEGA A DEIXA O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu já aparece em fotos na internet brandindo um exemplar da Folha de S. Paulo e colocando sob suspeição o julgamento do “Mensalão” pelo STF. Foi sua primeira entrevista depois de ter se tornado réu. E para colocar sob suspeita o julgamento, Dirceu usa exatamente as falas do ministro Lewandowski publicadas no jornal.

Bem, vamos lá. Se o jabuti está em cima da árvore, temos que analisar sua subida. Então o ministro Lewandoski está em um restaurante e sai de sua mesa e vai até bem próximo da mesa de um repórter de um grande jornal. E aí fica cerca de dez minutos falando alto em uma conversa pelo celular. Então sai a reportagem com suas falas em manchete. E aí ex-ministro acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa pega o mote para colocar seu próprio julgamento sob suspeição.
Olha lá o jabuti em cima da árvore, pessoal.
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POR José Pires

Bate-papos pela mídia

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) é mesmo uma pessoa dada a inconfidências em público. Primeiro foi a conversa pelo serviço interno do STF com a ministra Cármen Lúcia que acabou sendo flagrada pelas lentes de um fotógrafo do jornal O Globo.

Neste bate-papo pela internet Lewandowski fez uma alusão de que estaria havendo uma “troca” que envolvia a votação do “Mensalão” que acontecia naquele Tribunal enquanto os dois trocavam mensagens. Quando a ministra Cármen Lúcia disse que o ministro Eros Grau (identificado por ela como “O Cupido”) iria recusar na íntegra a denúncia do procurador-geral da República, Lewandowski respondeu: “Ah, agora sim. Isso só corrobora que houve uma troca. Isso quer dizer que o resultado desse julgamento era realmente importante”.
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POR José Pires

O ministro do STF fala alto, a imprensa escuta e publica

Hoje a imprensa publica outra inconfidência de Lewandowski flagrada em público. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo o ministro disse , em uma conversa telefônica na noite de anteontem, que “a imprensa acuou o Supremo”.

"Todo mundo votou com a faca no pescoço", ele disse, afirmando ainda que, entre os ministros do STF "a tendência era amaciar para o Dirceu".

O telefonema do ministro, de cerca de dez minutos, foi inteiramente testemunhado pela Folha de S. Paulo e rendeu uma boa matéria. Lewandowski é daquele tipo que gosta de falar alto ao celular.

Segundo a jornalista Vera Magalhães, “Apesar de ocupar uma mesa na parte interna do restaurante, o ministro preferiu falar ao celular caminhando pelo jardim externo, que fica na parte de trás do estabelecimento, onde existem algumas mesas.

Numa delas estava a repórter. Na conversa, Lewandowski afirmou que se não fosse a publicação dos diálogos que teve com a colega ministra, o resultado do julgamento do “Mensalão” seria diferente. “Você não tenha dúvida”, ele repetiu várias vezes durante a conversa.

Lewandowski foi o único ministro a divergir quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu.

Quanto a este ponto, foi o ministro que mais divergiu do voto do relator Joaquim Barbosa. Fez isso 12 vezes. Também não acolheu a denúncia contra Dirceu por formação de quadrilha e se opôs ao enquadramento do deputado José Genoino nesse crime. Nisso, foi acompanhado por Eros Grau, citado na conversa entre ele e a ministra Cármen Lúcia.

Na conversa flagrada pela Folha de S. Paulo, Lewandowski ainda disse que é comum a prática de trocar mensagens “com brincadeiras” pelos computadores entre os ministros durante as sessões.

O bate-papo ao celular em voz alta foi no Expand Wine Store by Piantellano, um misto de restaurante, loja de vinhos e bar inaugurado recentemente em Brasília. A nova casa é do mesmo grupo proprietário do Piantella, ponto de encontro de políticos na capital federal.

Logo após desligar o celular, Lewandowsi, segundo a reportagem, se deteve para cumprimentar o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos proprietários do restaurante. Kakay é amicíssimo de José Dirceu.

UM CASO EMBRIAGANTE O ministro Ricardo Lewandowski foi nomeado ao STF pelo presidente Lula. É um ministro de perfil técnico e sua indicação veio inclusive para a resolução de uma polêmica criada pelo governo. A nomeação foi feita um pouco antes da reeleição e Lula cogitara a indicação de um ministro de perfil político. Os nomes cotados eram de Tarso Genro (ex-ministro da Educação na época) e os então deputados federais petistas Sigmaringa Seixas (DF) e Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).

Isso fez irromper um movimento de repúdio, especialmente de entidades ligadas à magistratura. Então Lula teve que recuar.

Lewandowski foi nomeado em fevereiro de 2004 e ainda estava quente a polêmica em torno da suspeita de que Lula abusa do álcool. E o governo curtia a ressaca criada pela frustrada tentativa de expulsão do jornalista americano Larry Rohter, correspondente do New York Times, uma decisão pessoal e absurda de Lula. A tolice da expulsão de Rohter ocorreu no primeiro semestre de 2004.

E a nomeação do ministro com um sobrenome que possibilita um trocadilho com a palavra whisky e o verbo levar acabou sendo motivo de piada. Isso foi motivo de muita gozação com Lula que, segundo as piadas, teria se encantado com um sobrenome tão embriagante.

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POR José Pires
O QUE É ISSO CUMPANHÊRO?
Piada que navega velozmente pela internet: “O PT está mesmo
metido até o pescoço com rolo com bancos. Agora está no banco dos réus”.
(PS: Não fui eu, não fui eu!)

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POR José Pires

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O choro de Dirceu quando ele era ministro de Lula

Uma das fotos mais comoventes da política brasileira é a do ex-ministro José Dirceu chorando nos braços de Fidel Castro. O fato ocorreu no final de setembro de 2003. Ao ser abraçado por Fidel Castro no Palácio da Revolução, o então ministro-chefe da Casa Civil não resistiu e chorou.

Fidel é conhecido no mundo como o “comandante supremo” da ilha e isso se deve em parte, no aspecto formal, digamos, ao seu título de Comandante Supremo das Forças Armadas de Cuba.

Não caiamos em nenhuma arenga anticomunista, mas relatos de gente com credibilidade dão conta de que Fidel Castro é bem chato. Por que chorar então em seu ombro? Coisa de José Dirceu.

O dramaturgo americano Arthur Miller conta em um texto memorável sobre um jantar com Castro em Cuba. O encontro havia sido arranjado por Gabriel García Márquez. Participaram as pessoas da comitiva do americano. Com o “comandante supremo” não há bate-papo. O que se exige, segundo Miller, são “abordagens a diversas idéias que vinham à cabeça do Líder”.

Miller e seu grupo sentaram-se para o jantar com Castro por volta das 21h30. Por volta das 2h, Miller teve que pedir para que o jantar acabasse. Gárcia Márquez já cochilava e Castro falava, falava,falava, falava, e falava, em um monólogo interminável que alcançaria o nascer do sol se o dramaturgo não interviesse.

Mas por que estou falando dessa chateação em um jantar com o líder cubano? É que com o julgamento de “Mensalão”, José Dirceu já pode se orgulhar de ostentar um título semelhante ao de Fidel Castro. E não estou dizendo que o ex-ministro e deputado cassado é chato. É que o ministro-relator do caso no STF classificou Dirceu de “comandante supremo" da trama do "Mensalão".

Pois foi. E já é algo para se orgulhar na carreira política. Afinal, ser “comandante supremo” não é para qualquer um.

IMPRENSA EXEMPLAR Falando em Cuba, sempre dou uma espiada no Granma, diário mais importante da ilha. Agora, com o julgamento do “Mensalão”, tenho lido todos os dias o site do jornal na internet. Até o momento não saiu nada sobre o “Mensalão”.
Nem com a aceitação da denúncia, quando o STF juntou os quarenta acusados no banco dos réus, inclusive com a acusação de formação de quadrilha e corrupção ativa ao homem que chorou no ombro de Castro, o
Granma se dignou a dar sequer uma pequena nota sobre o assunto.
Bem, se Dirceu chorou (como ministro do governo Lula) no abraço com o outro “comandante supremo”, então seu governo deve ser referência para o de Lula.
Como petista anda reclamando muito da imprensa, então a referência só pode ser essa: a imprensa cubana. Com uma imprensa dessas Dirceu iria chorar de felicidade.

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POR José Pires
LULA FALOU
Eu acho que em algum momento alguém cometeu um erro e nós estamos aqui dizendo que não dá mais para continuar no erro."

"Em algum momento da História, algum de nós cometeu um erro contra o caju. Um cajuzinho puro é muito bom no domingo à tarde ou próximo do almoço. Mas eu acho que o Brasil não tem o direito, nós não temos o direito de prescindir de uma riqueza como essa."

O “Mensalão” deu até no “New York Times”

A repercussão internacional da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no esquema do “Mensalão” fica cada vez mais forte. O julgamento terminou ontem com a aceitação de denúncias contra todos os 40 acusados pela Procuradoria-Geral da República.

O governo petista tem três ex-ministros no processo, sendo um deles José Dirceu, tido como o segundo homem do governo na época do escândalo e que mantém o PT sob o domínio de seu grupo político.

Dirceu e a cúpula do PT à época do escândalo responderão por crimes como formação de quadrilha e corrupção ativa.

O escândalo deu até no New York Times, um dos mais importantes diários do mundo. O site da BBC destacou que o diário norte-americano observa que “esta foi a primeira vez que o STF decidiu julgar acusações criminais contra políticos de alto escalão”.

O jornal diz também que “poucos políticos acusados de corrupção realmente cumprem pena de prisão no país”.

VÊM MAIS COISAS POR AÍ Por enquanto, tanto a mídia nacional quanto a estrangeira se ocupam em esclarecer as relações jurídicas e os danos sobre a imagem dos implicados nos crimes denunciados, além do inevitável desgaste do governo Lula. O que o governo Lula e o PT mais temem são as inevitáveis descobertas que a imprensa ainda há de fazer, agora que o "Mensalão" tornou-se pauta até internacional.

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POR José Pires

No auge do escândalo, Lula baqueou e a oposição bobeou

A decisão do STF foi também destacada no jornal britânico Financial Times, um dos mais importantes da área econômica. O diário diz que este é "o primeiro enfrentamento sério à impunidade tradicionalmente gozada pelas figuras públicas brasileiras".

A reportagem comenta que o “Mensalão”, em seu auge, afetou tanto a imagem de Lula que “muitos o consideravam um peso eleitoral para seu partido, o esquerdista PT”. Mas, continua o Financial Times, por dificuldades da oposição em capitalizar o escândalo, Lula acabou sendo reeleito.

Para o jornal espanhol El País a pressão da opinião pública foi determinante no resultado do julgamento pelo STF. “A opinião pública vem criticando a impunidade com a qual costumam gozar os políticos corruptos", diz a reportagem, que também comenta o fato da decisão do Supremo ter acabado "com a tese de que se tratou somente de uma manobra da oposição para atacar o governo Lula”.
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POR José Pires

Duda Mendonça faz... e “lo hizo” também na Argentina

Já o diário argentino Clarín aproveitou o fato de Duda Mendonça estar entre os 40 indiciados pelo STF para lembrar que o marqueteiro também fez muitas campanhas eleitorais na Argentina. O jornal informa que o publicitário foi acusado de "conspirar com ex-ministros, deputados e dirigentes políticos na trama de subornos tecida no Congresso nacional nos dois primeiros anos do governo Lula".

Duda Mendonça fez sete campanhas eleitorais na Argentina, todas de candidatos peronistas ligados ao ex-presidente Carlos Menem, que sempre esteve envolvido em denúncias de corrupção.

A falta de conteúdo político e a carga meramente publicitária que imprime às campanhas eleitorais, fica explícito em suas criações por lá. Numa das campanhas de Menem para presidente, o marqueteiro usou o mesmo slogan "Foi Maluf que fez", usado na campanha do ex-prefeito paulistano em 1998. Simplesmente passou para a língua de lá: "Menem lo hizo”.

O Clarín comenta o trabalho de Mendonça na campanha de Lula que "tirou dele qualquer conotação radical ao lançar na campanha de 2002 a famosa frase 'Lulinha paz e amor'".

Segundo reportagem da revista Veja de janeiro de 2006, o preço “mirabolante” das campanhas de Mendonça também chamavam bastante a atenção da Justiça na Argentina.

Para a fracassada campanha eleitoral do então candidato peronista à Presidência Eduardo Duhalde, por exemplo, Veja diz que “muito mistério ainda cerca o valor pago a Duda pelo grupo de Duhalde”. Dirigentes peronistas mencionaram a cifra de 15 milhões de dólares, mas Duda Mendonça só declarou 2 milhões de dólares.

A revista conclui dizendo que ou “os argentinos mentiram ou a diferença de 13 milhões de dólares foi depositada em algum lugar misterioso”. “Paraísos fiscais, talvez?, pergunta Veja.

BRAINSTORMING E já que estamos falando da área de criação – ou “núcleo publicitário” da quadrilha, como bem disse o procurador-geral da República – lembro que duda em espanhol significa dúvida. O que quer dizer isso? Quase nada. Façamos de conta que estamos em um brainstorming, que é como publicitário chama aquelas reuniões em que todos ficam falando besteiras que valem milhões.
Duda Mendonça, lá na Argentina, como aqui, é um homem cercado de dúvidas. Ou dudas.

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POR José Pires

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Duda Mendonça quis posar de mestre no dia em que virou réu

O marqueteiro Duda Mendonça deve estar precisando de um marqueteiro para cuidar da própria imagem. Na noite desta terça-feira, 28, o mestre que ensinou ao PT a lição do "Lulinha paz e amor" foi dar uma aula inaugural do curso de Comunicação da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), em São Paulo.

Antes, no final da tarde do mesmo dia, no julgamento do “Mensalão”, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia do procurador-geral da República contra o marqueteiro da primeira eleição presidencial de Lula. Ele vai responder a processo por crime de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo a denúncia, o publicitário e a sócia dele, Zilmar Fernandes, receberam R$ 10 milhões no esquema em uma conta no exterior. A decisão foi unânime.

Na aula da FMU, Duda Mendonça foi chamado de “ladrão” e “mensaleiro” por estudantes. O protesto foi organizado por alunos do curso de Direito da faculdade.

O tema da aula era “A pirâmide invertida, a descoberta das classes C e D”. Antes de começar, Duda Mendonça disse à imprensa o seguinte: “Aprendi uma lição, que é ficar de boca calada. Já paguei o que tinha que pagar. E o que eu recebi foi fruto do meu trabalho, agora falo de pirâmide invertida, que é o tema da minha palestra”.

O protesto dos estudantes deve ter propiciado ao marqueteiro mais um ensinamento, além desta lição malandrina de ficar de boca calada. Duda Mendonça agora já deve saber que tem que organizar melhor a agenda daqui por diante.


REFRESCANDO A MEMÓRIA A boa memória é bastante útil em política. Duda Mendonça tentou dar um golpe publicitário no dia em que tornou-se réu. Deu-se mal por causa da boa iniciativa de estudantes de direito da FMU. Mas de quem é a FMU? Ela pertence a Edevaldo Alves da Silva. Antigo malufista, só podia facilitar para o companheiro Duda Mendonça.
O dono da FMU foi secretário de governo do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, e também do sucessor, Celso Pitta.


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POR José Pires

Aceita a denúncia contra Dirceu e Delúbio por formação de quadrilha

Se o ex-ministro José Dirceu queria mesmo ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como vem bravateando nos últimos dias, já pode se dar por satisfeito. Por nove votos a um foi aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele por formação de quadrilha. A pena varia de 1 a 3 anos.

Agora são dois crimes. Ontem o STF já havia aceitado a denúncia contra Dirceu pelo crime de corrupção ativa.

O STF entendeu haver indícios suficientes para que Dirceu responda a processo criminal por, supostamente, exercer o papel de “chefe do organograma delituoso” do "Mensalão", como escreve na denúncia o procurador-geral da Republica, Antonio Fernando Souza.

O voto contrário foi do ministro Ricardo Lewandowski que afirmou não ver, na acusação do procurador-geral, tipificado o delito de formação de quadrilha.

O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) vai responder também pelo crime de formação de quadrilha. No caso de Delúbio, a decisão do STF foi por unanimidade. Ele já responde também por corrupção ativa.
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POR José Pires

Fama de quadrilheiro nenhum político quer

José Dirceu andou bravateando nos últimos dias sobre o julgamento do “Mensalão”, mas é difícil acreditar que ele desejaria o que já está acontecendo em torno de seu nome. Segundo informações da mídia, Dirceu ficou abatido com a aceitação da denúncia contra ele de corrupção ativa. O fato de a acusação ter sido aceita por unanimidade também o deixou desgostoso. Nesta terça-feira, 28, o STF decide se aceita a denúncia de formação de quadrilha.

O jornal “O Estado de S. Paulo” acentua em sua edição de hoje o que seria o maior temor do núcleo político do “Mensalão”: a tipificação de crime de quadrilha, a fama de quadrilheiro. O efeito político é terrível.

O CHEFE VAI SE MORDER Dirceu teme também, com certeza, as inúmeras vezes em que será lembrada a acusação a que terá que responder no banco dos réus: a de "chefe" da quadrilha e a de articulador de uma "organização criminosa". Qual será o efeito cumulativo disso para um político? Péssimo, com certeza. Maluf, agora da base aliada de Lula, que o diga.
O ex-ministro de Lula e deputado cassado é useiro e vezeiro de uma prática de que os maiorais petistas chegam até a abusar: a de processar seus críticos. Não aceitam o debate, processam.
Mas neste caso, Dirceu fica totalmente sem ação (literalmente) pois a citação dos crimes a que responde não configura delito nenhum de expressão.

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POR José Pires

Aceitação da denúncia já é assunto internacional

Um dos problemas que a aceitação da denúncia criará com certeza para Dirceu, Lula e o PT é desmistificar internacionalmente a imagem muito bem construída pelos petistas de seu partido como uma entidade progressista e ética.

Comentamos aqui assunto no início do julgamento do “Mensalão”, na última quarta-feira. Com a aceitação da denúncia pelo STF contra Dirceu e a cúpula do PT à época do escândalo, hoje vários jornais internacionais já noticiam o caso, com destaque para a proximidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os implicados no processo.

O jornal espanhol “El País” publicou reportagem com o título “ Brasil processará o ex-‘braço-direito’ do presidente Lula”. O jornal diz que “Dirceu deverá responder por corrupção ativa por sua responsabilidade em uma rede de subornos criada no parlamento pelo Partido dos Trabalhadores (PT), fundado por Lula em 1980”. O “El País” informa ainda que Dirceu foi acusado como o “jefe de la cuadrilla”.

O importante diário argentino “Clarín” publicou matéria com o título: “Processado por corrupção o homem forte de Lula”. O texto informa que Dirceu teve um papel central na gestão de Lula entre 2003 e 2005 quando ele teve que renunciar ao cargo por causa de “acusações que o denunciavam como cabeça de um esquema de subornos a parlamentares em 2003-2004”.

O jornal comenta que o caso de Dirceu era o de mais difícil decisão para o STF não só por tratar-se de um homem emblemático com forte influência no principal partido do governo.

“El Clarín” ainda informa que segundo contam “nos corredores do Palácio do Planalto, este dirigente [Dirceu] ainda mantém contatos com seu ex-chefe Lula”.

O jornal diz que "na lista figuram atuais deputados, ex-congressistas, outros ex-ministros de Lula e importantes dirigentes políticos, além de empresários".

Outro diário argentino, também de grande influência, o “Página 12”, afirma que o “Mensalão” é o maior escândalo no Brasil desde a década de 90, fez Lula cambalear há dois anos e ainda derrubou mais de 10 líderes de quatro partidos aliados do governo. Sobre Dirceu, o jornal comenta que “o homem mais forte de Luiz Inácio Lula da Silva será julgado e pode ser condenado a até 12 anos de prisão”.

O jornal mexicano “La Jornada” afirma que as denúncias são o maior escândalo do governo Lula. “La Jornada” lembra ainda que o PT “foi acusado de criar uma milionária contabilidade ilegal paralela para pagar partidos aliados por seu apoio político”.
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POR José Pires

STF aceita denúncia contra 37 dos 40 acusados pelo “Mensalão”

O Supremo Tribunal Federal (STF) já acolheu denúncias contra 37 dos 40 acusados pelo Ministério Público Federal de envolvimento com o esquema do “Mensalão”. Hoje já completou 4 dias do julgamento, que deve ser concluído nesta terça-feira, 28. Pela manhã os ministros se reunirão para analisar os dois últimos itens que faltam na denúncia.
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POR José Pires

José Dirceu, o "capitão" de Lula, vai para o banco dos réus

O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu já é réu por corrupção ativa no esquema do “Mensalão”. Dirceu é tido como peça fundamental para a vitória de Lula em 2002 e tinha tal ascendência sobre o presidente da República que era tratado como se fosse um “primeiro-ministro” do governo petista.

Dirceu também sempre teve grande poder no PT. Na denúncia é acusado de ser um dos articuladores do núcleo principal do esquema dentro do partido. Ou, conforme escreveu o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, em sua denúncia “o núcleo principal da quadrilha era composto pelo ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, o ex-secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, Sílvio Pereira, e o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno”. Os quatro já são réus no processo. Dirceu é citado como “chefe” da quadrilha.

Na justificativa de seu voto pela denúncia contra José Dirceu, Joaquim Barbosa, relator do “Mensalão”, leu trechos da acusação feita pela Procuradoria-Geral da República. Em certo trecho, Barbosa disse que “os elementos expostos estão a indicar crime de corrupção ativa".
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POR José Pires

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Caso da ex-esposa de Dirceu agora volta à tona

Agora no papel de réu, condição em que, apesar das bravatas recentes, certamente preferia não estar, Dirceu vai ter de enfrentar também o ressurgimento de um assunto que para o bem de sua carreira política seria melhor manter-se na gaveta.

É o caso de sua ex-mulher, Maria Ângela Saragoça, acusada de ter sido favorecida por Marcos Valério, o operador do “Mensalão”.

"Apesar das negativas de José Dirceu, há indícios de concessão de valores de Marcos Valério à sua ex-esposa", - disse Joaquim Barbosa. Sua ex-mulher Maria Ângela Saragoça teria recebido de Marcos Valério um empréstimo para a compra de um imóvel. O publicitário também teria conseguido um emprego no banco BMG para a ex-mulher do Dirceu.

A ex-mulher de Dirceu foi contratada em 2003 pelo BMG. Trabalhava meio expediente em uma agência em São Paulo e ganhava R$ 3.265,00. Ela também ganhou um empréstimo de R$ 42 mil no Banco Rural.

Segundo o livro “O Chefe”, de Ivo Patarra, o dinheiro foi usado para pagar uma parte do apartamento comprado por ela no bairro de Perdizes, em São Paulo. Antes de comprá-lo, porém, Maria Ângela teve de vender um antigo apartamento.

Foi o advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério quem comprou por R$ 115 mil o imóvel, que depois acabou sendo alugado para Ivan Guimarães, petista nomeado para a presidência do Banco Popular do Brasil. O apartamento novo da ex-mulher de Dirceu custou R$ 150 mil.

Segundo o livro, Maria Ângela chegou com dinheiro vivo, dentro de uma sacola. O livro de Ivo Patarra está disponível na internet e pode ser acessado pelo endereço http://www.escandalodomensalao.com.br

Outra informação interessante sobre o assunto é que a agência DNA, de Valério, fez, sem licitação, a campanha de lançamento do Banco Popular, um braço do Banco do Brasil. O custo da campanha foi de R$ 25 milhões.
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POR José Pires

José Janene é réu mais uma vez, desta vez no esquema do “Mensalão”

Também saem como réus do julgamento de hoje alguns maiorais do antigo Partido Popular Brasileiro, o PPB de José Janene, Paulo Maluf e Severino Cavalcanti, partido que, de tanto seus dirigentes se envolverem em escândalos políticos, teve que mudar o nome para PP para maquiar a imagem.

Do PP, responderão a processo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha os ex-deputados José Janene e Pedro Corrêa e o ex-assessor da liderança do partido João Claudio Genu, além do deputado Pedro Henry.

Janene é réu em várias ações civis públicas na Justiça paranaense. Até o momento o ex-deputado sempre se escudou no direito ao foro privilegiado.

Ele é um dos denunciados no esquema de corrupção na administração de Antonio Belinati, em Londrina, no norte do estado. O prefeito Belinati acabou tendo o mandato cassado em 2000.

Numa das ações em Londrina, Janene é acusado de receber R$ 21 mensais das empresas Principal e Tâmara, que faziam a roçagem e limpeza pública na cidade.
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POR José Pires

Borba fugiu da cassação, mas não escapou do STF

Também o ex-líder do PMDB, o paranaense José Borba, responderá por corrupção passiva. Borba renunciou ao mandato minutos antes de o Conselho de Ética instaurar os processos contra os acusados de envolvimento no esquema do “Mensalão”.

Segundo o relator, Borba participou de acordo com a cúpula petista chefiada por José Dirceu para receber R$ 2,1 milhões do esquema de Marcos Valério.

Borba tentou a reeleição mas teve sua candidatura impugnada porque seu partido não o incluiu na lista dos candidatos. Por isso, não teve os votos computados. Ele tentou eleger sua ex-chefe-de-gabinete, Doutora Sebastiana, pelo PRTB do Paraná, mas ela não teve nem mil votos.
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POR José Pires

Cúpula do PL, do vice de Lula, também não se safa

Do Partido Liberal (PL), sigla do vice-presidente da chapa petista no primeiro mandato e que serviu para a agregação na candidatura Lula de setores da política brasileira que sempre usaram a religiosidade popular como um instrumento eleitoral, saem como réus seu ex-presidente Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas, ex-tesoureiro.

Os dois são acusados por crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Costa Neto confessou ter recebido R$ 6,5 milhões do caixa dois do PT e renunciou para fugir do processo de cassação. Acabou sendo reeleito por São Paulo.

Antônio Lamas, irmão de Jacinto Lamas, responderá por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Bispo Rodrigues, ex-deputado federal, historicamente ligado á igreja de Edir Macedo, é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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POR José Pires

O denunciante também virou réu

O ex-deputado federal Roberto Jefferson também tornou-se réu no processo. Foi Jefferson quem denunciou o esquema em 2005. Na época ele admitiu ter recebido R$ 4 milhões do ‘Mensalão” para bancar despesas de campanha. O ex-deputado era então presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Foi cassado por falta de decoro.

Foi aceita por unanimidade a denúncia do procurador-geral da República Joaquim Barbosa contra Jefferson, do também ex-deputado petebista Romeu Queiroz e de Emerson Palmieri, primeiro-secretário e tesoureiro informal do partido.

O STF aceitou também a denúncia contra o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, atual prefeito de Uberaba (MG). Adauto foi ministro no primeiro mandato de Lula, indicado pelo PL. Hoje ele está no PMDB. Em entrevista à imprensa, Adauto afirmou que sempre fez campanha com caixa dois.

Jefferson, Romeu Queiroz e Palmieri foram indiciados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Anderson Adauto pelo crime de corrupção ativa.
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POR José Pires

Esquema com o PTB foi iniciado por Martinez

Segundo o relator Joaquim Barbosa o esquema de repasse de dinheiro do PT a parlamentares da base aliada, foi negociado primeiramente com o presidente do PTB à época, José Carlos Martinez, político paranaense que foi dono de uma emissora de televisão em Londrina. Após sua morte, em outubro de 2003, o esquema continuou sob a presidência de Roberto Jefferson.

Estavam envolvidos Anderson Adauto, na época deputado do Partido Liberal (PL) e o ex-deputado Romeu Queiroz, que contataram o publicitário Marcos Valério para a retomada do esquema criminoso para o PTB.

Conforme a denúncia, Emerson Palmieri foi quem recebeu a primeira parcela, de R$ 4 milhões, de um total de R$ 20 milhões acordado entre Roberto Jefferson, pelo PTB, e José Dirceu, pelo PT.

Na ação do procurador-geral da República este episódio é definido como “a execução do acordo estabelecido entre o núcleo central da quadrilha e o PTB, um dos Partidos que teve seu apoio político adquirido pela organização”.

O "Mensalão" foi denunciado pelo próprio Jefferson quando o então ministro José Dirceu disse estar sem dinheiro para saldar os restantes R$ 16 milhões.

O deputado federal Roberto Jefferson, então presidente do PTB, revelou em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” detalhes sobre a corrupção de parlamentares, do qual fazia parte. Jefferson denunciou que parlamentares da base aliada do governo Lula recebiam, periodicamente, recursos do PT para manter o apoio ao Governo Federal. Foi daí que surgiu o apelido de “Mensalão”, com o qual o esquema passou a ser conhecido.
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POR José Pires

Laptops se fecharam aos fotógrafos no STF

Até deve ter havido bons bate-papos entre ministros hoje no julgamento do “Mensalão”, mas desta vez a imprensa não conseguiu flagrar nenhum detalhe para apresentar aos leitores. Segundo relatos de jornalistas, o ministro Ricardo Lewandowski parecia estar teclando com alguém, mas desta vez ele tomou o cuidado de baixar a tela sempre que não utilizava o computador.

No primeiro dia do julgamento do “Mensalão” o jornal “O Globo” revelou conversas pela internet entre os ministros Lewandowski e Carmen Lúcia. O bate-papo entre os dois causou forte polêmica, pois em uma das falas Lewandowski insinuava que haveria um acordo que envolvia o julgamento e a sucessão do ministro Sepúlveda Pertence.
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POR José Pires

Janene e maiorais do PP já são réus no "Mensalão”

Os ministros do Supremo Tribuna Federal (STF) acabam de acatar as denúncias de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra a cúpula do Partido Progressista (PP).

As denúncias foram feitas pela Procuradoria- Geral da República no inquérito que lista 40 pessoas como participantes do esquema do 'Mensalão", de compra de parlamentares para o apoio ao governo Lula.

Responderão a processo penal o ex-presidente da sigla, Pedro Corrêa (PP-PE), o ex-líder do partido na Câmara, José Janene (PP-PR), o deputado Pedro Henry (PP-MT) e o assessor parlamentar, José Cláudio Genu.
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POR José Pires

Relator do “Mensalão” é favorável à abertura de processo contra cúpula do PP

No quarto dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dos 40 acusados do ‘Mensalão” o relator do inquérito, ministro Joaquim Barbosa, votou pela abertura de processo por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro contra políticos do PP.

Entre os acusados está o ex-deputado federal José Janene, político da região norte do Paraná muito ligado ao ex-prefeito Antonio Belinati, que teve o mandato cassado em 2000.

Janene, João Claudio Genu, ex-assessor de Janene, o deputado Pedro Henry (MT) e Pedro Corrêa, ex-deputado federal, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na leitura de seu relatório, Joaquim Barbosa disse que a própria defesa confirma que integrantes do partido receberam R$ 700 mil do PT para pagamentos de honorários de um advogado.

No julgamento de hoje pode ainda haver a decisão sobre a denúncia de “formação de quadrilha” contra o chamado “Núcleo político-partidário” do “Mensalão”. Este núcleo, segundo a denúncia do procurador-geral, era formado por José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno, e teria surgido com a vitória eleitoral de 2002 do PT.

Ainda segundo o documento, o núcleo agiu para “garantir a compra de suporte político de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos e do financiamento das suas próprias campanhas eleitorais”.

Os quatro maiorais do PT são acusados de formação de quadrilha, peculato e corrupção ativa.

O julgamento coloca na ordem do dia José Dirceu, ex-ministro de Lula, e também será decisivo em relação à uma das justificativas em torno do “Mensalão”, a de que a prática estabelecida pelo PT estaria relacionada apenas ao uso de caixa dois.

Até mesmo o presidente Lula fez tal alegação em entrevista. O julgamento vai decidir se o STF aceita tal justificativa ou se o esquema para dar dinheiro para partidos aliados ao governo representou compra de apoio político.
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POR José Pires

Já se tornaram réus 19 da lista dos 40 do "Mensalão”

Dos 40 acusados no esquema do “Mensalão”, até agora 19 tiveram a denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Esses 19 passam a ser réus no processo. O esquema do “Mensalão” dava dinheiro a parlamentares do PT e da base aliada em troca de apoio político ao governo Lula.

A denúncia é do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. O julgamento começou na última quarta-feira, com a leitura do relatório do ministro Joaquim Barbosa. Os 19 tiveram a denúncia recebida na última sexta-feira.

Esta lista de 19 réus deve ser acrescida de outros nomes, a depender do resultado do julgamento que teve seu reinício hoje, 27, e está previsto para terminar amanhã.

O publicitário Marcos Valério é um dos que viraram réus. Valério é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ser o operador do esquema, o líder do “Núcleo publicitário” do esquema e ligado ao núcleo central da “engrenagem criminosa”, como diz o procurador-geral.

Marcos Valério é citado na acusação como o “pivô”, ou a base de sustentação da estrutura de corrupção e lavagem de dinheiro. O publicitário é acusado de corrupção ativa (2 vezes), peculato (6 vezes) e lavagem de dinheiro (65 vezes).

Entre os 19 que responderão a processo criminal está o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o petista Luiz Gushiken, que na época em que ocorreram os crimes (ele responde a quatro acusações de peculato) era uma das pessoas mais influentes do governo Lula.

Gushiken tem uma relação histórica com Lula, desde os tempos do sindicalismo. Era tido como um “guru” para Lula. Sempre foi também uma pessoa com grande influência no PT e no governo Lula.

Outro ex-ministro de Lula que responderá a processo criminal é Anderson Adauto, ministro dos Transportes no primeiro mandato petista. Adauto é acusado de lavagem de dinheiro, por 16 vezes.

Outro acusado é Henrique Pizzolato, na época diretor de Marketing do Banco do Brasil. Pizzolato envolveu-se também no esquema do dossiê falso contra os tucanos. Sob sua administração, a diretoria do banco liberou R$ 73,851 milhões para a agência DNA, de Marcos Valério. Em depoimento à “CPI dos Correios” Pizzolato afirmou que liberou adiantamentos para Valério a mando de Gushiken, passando inclusive sobre instâncias internas do banco estatal. Pizzolato é também conhecido como o “churrasqueiro de Lula”.

Entre os réus está também o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), que já foi cotado até para ser candidato ao governo de São Paulo pelo PT. Cunha foi presidente da Câmara com o apoio do governo Lula.

Da base política de Lula estão também incluídos o ex-deputado João Magno, o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), que foi líder do PT na Câmara, além do ex-deputado federal Professor Luizinho (PT-SP), que era líder do governo na época do escândalo.
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POR José Pires

Veja a lista dos 19 do “Mensalão”

Depois de concluído o julgamento da denúncia, essas 19 pessoas
deverão figurar como réus. Confira abaixo no resultado
parcial do julgamento a lista dos 19, com o número de vezes
que os réus são acusados em cada crime.

1 - Anderson Adauto Ex-ministro dos Transportes – lavagem de dinheiro (16 vezes)

2- Anita Leocádia Ex-assessora do deputado federal Paulo Rocha – lavagem de dinheiro (7 vezes)

3 - Ayana Tenório Ex-vice-presidente do Banco Rural – gestão fraudulenta de instituição financeira (1 vez), lavagem de dinheiro (65 vezes)

4 - Cristiano Paz Sócio de Marcos Valério – corrupção ativa (2 vezes), peculato (6 vezes), lavagem de dinheiro (65 vezes)

5 - Geiza Dias Auxiliava Simone, ex-diretora da SMP&B – lavagem de dinheiro (65 vezes)

6 - Henrique Pizzolato ex-diretor de marketing do Banco do Brasil – peculato (5 vezes), corrupção passiva (1 vez), lavagem de dinheiro (1 vez)

7 - João Magno ex-deputado federal petista – lavagem de dinheiro (4 vezes)

8 - João Paulo Cunha Deputado federal (PT-SP) – corrupção passiva (1 vezes), lavagem de dinheiro (1 vez), peculato (2 vezes)

9 - José Luiz Alves Ex-chefe de gabinete de Anderson Adauto no Ministério dos Transportes – lavagem de dinheiro (16 vezes)

10 - José Roberto Salgado Vice-presidente do Banco Rural – gestão fraudulenta de instituição financeira (1 vez), lavagem(65 vezes)

11 - Kátia Rabello Dona do Banco Rural – gestão fraudulenta de instituição financeira (1 vez), lavagem de dinheiro (65 vezes)

12 - Luiz Gushiken Ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República – peculato (4 vezes)

13 - Marcos Valério Publicitário, seria o operador do esquema – corrupção ativa (2 vezes), peculato (6 vezes), lavagem de dinheiro (65 vezes)

14 - Paulo Rocha Deputado federal (PT-PA) – lavagem de dinheiro (8 vezes)

15 - Professor Luizinho Ex-líder do governo na Câmara – lavagem de dinheiro (1 vez)

16 - Ramon Hollerbach Sócio de Marcos Valério – corrupção ativa (2 vezes), peculato (6 vezes), lavagem de dinheiro (65 vezes )

17 - Rogério Tolentino Sócio de Marcos Valério – lavagem de dinheiro (65 vezes)

18 - Simone Vasconcelos Ex-diretora da SMPB, e acusada de ser a principal operadora do esquema dirigido por Marcos Valério – lavagem de dinheiro (65 vezes)

19 - Vinicius Samarane Diretor do Banco Rural – gestão fraudulenta de instituição financeira (1 vez), lavagem de dinheiro (65 vezes)
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POR José Pires

domingo, 26 de agosto de 2007

Corrupção facilita a vida de megatraficantes no Brasil

As prisões dos colombianos Juan Carlos Abadía e Gustavo Durán Bautista no Brasil comprova que nosso país tornou-se um dos destinos preferidos pelos megatraficantes de cocaína. Aquela conhecida cena de filme americano em que o bandido acaba fugindo para o Brasil, torna-se realidade.

Segundo reportagem publicada pela “Folha de S. Paulo” neste domingo, a Polícia Federal e policiais dos Estados Unidos tem indicações de que companheiros de cartel de Abadía podem estar no Brasil. Um dos suspeitos está entre os cinco traficantes mais procurados pelos EUA. A matéria é chamada de capa do jornal.

Segundo especialistas da PF, juízes federais e procuradores, existe uma razão principal para explicar esta atração dos traficantes pelo Brasil. É a corrupção.

A facilidade da lavagem de dinheiro por aqui, o suborno de policiais e o uso de “laranjas”, testas-de-ferro que compram bens com dinheiro vivo, tornam fácil a vida dos megatraficantes no Brasil. O jornal informa que somente em imóveis Abadía teria aplicado cerca de R$ 8 milhões.

“É muito fácil lavar dinheiro no Brasil. O controle é muito precário”, disse ao jornal Luiz Roberto Ungaretti Godoy, delegado da PF que trabalha na Delegacia de Repressão a Entorpecentes e ajudou a investigar Duran Batista até sua prisão no Uruguai.

O Brasil se tornou mais seguro do que países como a Venezuela que, por causa do antiamericanismo de seu presidente Hugo Chávez, não tem escritório da poderosa DEA (Drug Enforcement Administration), a agência antidrogas dos EUA que é temida pelos narcotraficantes.

A reportagem da ‘Folha de S. Paulo” informa que Abadía estava na Venezuela antes de vir ao Brasil há quatro anos aparentemente em busca de refúgio por temer ataques de seus inimigos da Colômbia, que faz fronteira com a Venezuela.
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POR José Pires

Esquema do “Mensalão” também teria ligação com a máfia chinesa

As informações sobre as facilidades criadas pela corrupção ao narcotráfico corroboram as preocupações do Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil sobre a crescente interação entre o crime organizado e a corrupção.

O próprio esquema do “Mensalão”, denunciado pela Procuradoria-Geral da República como uma “complexa organização criminosa” infiltrada em instituições e usando a estrutura de um dos maiores partidos brasileiros, o PT, tem interligações preocupantes com o crime organizado.

‘Em setembro de 2005 o jornal “Correio Braziliense”, de Brasília, informou que de acordo com fontes da Receita Federal, parte do dinheiro lavado por doleiros a serviço do esquema teria origem nas operações de contrabando da máfia chinesa, em São Paulo.
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POR José Pires

Corrupção policial também ajuda o tráfico

Há duas semanas já havia surgido a notícia de que o colombiano Abadia tinha dito à Polícia Federal que pagou U$ 800 mil a policiais do Denarc, o Departamento de Investigação sobre Narcóticos da Polícia Civil de São Paulo.

Segundo matéria da “Folha de S. Paulo”, o traficante disse que o dinheiro foi usado para pagar o resgate de três pessoas do seu grupo que os policiais teriam seqüestrado, no final de 2006.

De acordo com as declarações de Abadía, os policiais civis primeiro cobraram US$ 1 milhão de resgate. Depois, baixaram a quantia para US$ 800 mil. O cativeiro usado pelos policiais teria sido a própria sede do Denarc em São Paulo.

Já se sabia que o traficante viveu dois anos em um condomínio de luxo em São Paulo. Sua revelação ajuda a explicar como possível um dos maiores traficantes ter vivido todo esse tempo no Brasil sem ser incomodado.

Abadia foi preso na "Operação Farrapos”, realizada pelo Polícia Federal. Na segunda fase da operação a PF prendeu o suboficial da Aeronáutica Ângelo Reinaldo Fernandes Cassol, responsável pela Agência Nacional de Aviação (Anac), em Foz de Iguaçu, no Paraná. Junto com Cassol foi preso Adilson Soares da Silva, policial federal da delegacia de Foz do Iguaçu.

De acordo com a polícia, Cassol fornecia passaportes e vistos falsos para a quadrilha de Abadia. O funcionário da Anac revalidava os vistos de entrada e saída do Brasil, sem que o traficante precisasse viajar. De acordo com a Justiça Federal de São Paulo, Cassol fornecia os passaportes falsificados para a organização criminosa, principalmente para Abadia, para isso supostamente contando com o policial federal.

O juiz federal Fausto Martin de Sanctis, que decretou a prisão dos dois disse que "tal fato revela que a organização criminosa teria se infiltrado em órgão da União, o que coloca em grave risco a ordem pública”.

A “Operação Farrapos” descobriu também que a quadrilha de Abadia teria ramificação forte em Curitiba. Na capital paranaense Abadia teria uma mansão avaliada em R$ 2 milhões, usada como refúgio quando para lá se deslocava. A quadrilha tem ainda outros imóveis na capital.
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POR José Pires

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Com a palavra, a defesa

A mais interessante defesa no caso do “Mensalão” até agora é a de Duda Mendonça, marqueteiro que fez a campanha de Lula em 2002. O advogado Tales Castelo Branco disse que culpa é do Partido dos Trabalhadores (PT).

Castelo Branco disse que Duda Mendonça foi obrigado pelo PT a abrir uma conta no exterior para receber o dinheiro que o partido lhe devia. O advogado disse que seu cliente abriu uma conta nas Bahamas por orientação de Delúbio Soares, à época tesoureiro do PT.

Em depoimento à CPI dos Correios, o publicitário confessou ter recebido do partido R$ 10 milhões no exterior.

A linha de defesa dos advogados dos acusado na lista dos 40 tem sido a de tentar desqualificar a denúncia do procurador-geral da República. Foi isso que se viu na defesa de João Magno, Professor Luizinho, Anita Leocádia, Anderson Adauto, Jacinto Lamas e Antonio Lamas.

Já o advogado que defende o deputado Valdemar Costa, então presidente do PL, e o ex-deputado Bispo Rodrigues, também do PL, adotou a linha de atribuir à denúncia intenções políticas. “Foi uma opção política. Houve fatos que causaram clamor popular, indignação. Mas a opção da procuradoria foi a partir de aquilo que, no imaginário popular, deveria ser a punição”, ele disse.
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POR José Pires

Mais um escândalo no julgamento do “Mensalão”, desta vez produzido pelo STF

Um diálogo pela internet entre dois ministros do Supremo Tribunal Federal durante o julgamento do "Mensalão" vai agitar bastante a cena política. A conversa, entre os ministros Carmen Lúcia e Ricardo Lewandoski, sugere um acordo entre um ministro e o Palácio do Planalto, em que estaria envolvido a rejeição por este ministro do processo do “Mensalão”.

A conversa foi fotografada por Ricardo Stuckert Filho, jornalista de “O Globo” que cobre o julgamento. Ele fotografou o vídeo do laptop de um dos ministros que participava do diálogo enquanto a sessão transcorria.

Depois do ocorrido, a Secretaria de Comunicação Social do STF chegou a publicar no site do STF uma nota informando que a partir de quinta-feira seria proibido a entrada de fotógrafos durante o julgamento. No entanto, por decisão da presidente Ellen Gracie, a proibição foi desautorizada. Será livre o acesso de fotógrafos.

Na conversa, mantida pelo serviço interno de internet do STF, Carmen informa a Lewandowski que o ministro Eros Grau lhe havia dito que rejeitaria integralmente a denúncia do mensalão. Eros Grau foi nomeado recentemente por Lula.

Na resposta à colega, Lewandoski sugere que isso indicaria “uma troca” com o governo Lula para a nomeação do sucessor de Sepúlveda Pertence no STF.
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POR José Pires

Conversa sugere que houve troca para nomeação futura

Na conversa, que durou horas, os ministros também dão indícios de que pretendem rejeitar parte da denúncia do “Mensalão”. Durante o bate-papo, os dois desqualificaram crimes apresentados pela Procuradoria a alguns dos acusados.

Veja parte do diálogo entre os ministros Carmen Lúcia e Ricardo Lewandoski.
Lewandowiski fala da nomeação do substituto de Pertence para o STF.

Então Carmem diz: “Lewandowiski, uma pessoa do STJ (depois lhe nomeio) ligou e disse [...] para me dar a notícia do nomeado (não em nome dele, como é obvio) [...] mas a resposta foi que lá estão dizendo que os atos sairiam casados (aposent. e nom.) [aposentadoria e nomeação] e que haveria uma [...] de posse na sala da professora e, depois, uma festa formal por causa [...] Ela (a que telefonou) é casada com alguém influente...”.

Em seguida, Carmem conta: “[...] O Cupido (sentado ao lado da ministra estava Eros Grau, que recentemente publicou um polêmico livro erótico) acaba de afirmar aqui do lado que não vai aceitar nada (ilegível)”.

Lewandowisk diz: “Desculpe, mas estou na mesma, será que estamos falando da mesma coisa[?]”, pergunta ele.

Então Carmem escreve: “Vou repetir: me foi dito pelo Cupido que vai votar pelo não recebimento da den. [denúncia], entendeu?”

Lewandowisk responde e comenta: “Ah. Agora, sim. Isso só corrobora que houve uma troca. Isso quer dizer que o resultado desse julgamento era realmente importante ”.

Carmem diz que o alertara antecipadamente e recebeu o comentário de Lewandowiski: “Interessante, não foi a impressão que tive na semana passada. Sabia que a coisa era importante, mas não que valia tanto”.

O ministro Lewandowiski, que afirma que houve uma troca em torno de um assunto importante do STF, foi nomeado por Lula. O diálogo entre os dois ministros lança uma grave suspeição sobre o mais alto tribuna da República. Haverá algum esclarecimento sério? Este é mais um problema para STF, um tribunal que já tem a imagem bastante desgastada.
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POR José Pires

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Começa o julgamento sobre a “quadrilha do Mensalão”

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta manhã de quarta-feira, 22, o julgamento do pedido de abertura do processo contra os 40 acusados no escândalo do “Mensalão”. Os ministros do STF vão decidir se aceitam ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Em seu discurso, no início da sessão, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, afirmou que o "mensalão não existiria se não tivesse integrantes do governo". Souza disse também que "é fato público que Dirceu sempre teve e ainda tem grande importância das decisões do PT". O procurador-geral da República falou diversas vezes que todos os acusados de integrar o “Mensalão” participavam de uma organização criminosa.

A denúncia cita 40 pessoas, entre elas três ex-ministros do governo Lula que, à época do escândalo, estavam no poder. É acusada também a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) no período em que o esquema funcionava.

O procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza denuncia a existência de “uma sofisticada organização criminosa” no Governo Federal. A organização era dividida em grupos que atuavam de forma sintonizada. Nestes grupos estariam os chefes da organização.

Havia o “Núcleo político-partidário” que definia diretrizes políticas e financeiras de atuação do esquema como um todo e abria o acesso à máquina governamental. Neste grupos estavam José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Silvio Pereira.

O “Núcleo publicitário” recebia as vantagens indevidas de integrantes do governo federal. Na denúncia o então ministro da Secretaria de Comunicação de Lula, Luiz Gushiken é acusado em depoimento do diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, de ter ordenado o adiantamento de milhões de reais do governo para empresas de Marcos Valério, passando por cima de instâncias legais do banco estatal. Participavam do "Núcleo publicitário" Marcos Valério e os integrantes de suas empresas publicitárias, entre eles sua mulher, Simone Vasconcelos.

Já o “Núcleo financeiro” facilitava as operações de lavagem de dinheiro, além da abertura de canais financeiros para as operações. Neste núcleo era forte a atuação do banco Rural, tendo à frente sua presidente Kátia Rabello. Atuavam também Roje Roberto Salgado, Ayanna Tenório de Jesus e Vinícius Samarane, todos altos executivos do banco Rural.
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POR José Pires

Janene dava uma mãozinha para o núcleo financeiro

O “Núcleo financeiro” da “quadrilha” teve também o auxílio do então deputado federal José Janene, da executiva nacional do PP que, segundo o documento, assumiu “postura ativa no recebimento da propina”. Conforme a denúncia, Janene “foi o responsável pela aproximação do núcleo publicitário-financeiro com a parceira Bônus Banval”.

Em março de 2006, em entrevista à “Folha de S. Paulo” o advogado Roberto Bertholdo , ex-assessor parlamentar do PMDB e ex-conselheiro da Itaipu Binacional, disse que “o deputado José Janene (PP-PR) e o doleiro Alberto Youssef eram um braço da operação” do “Mensalão”.

O advogado Bertholdo, que foi advogado tributarista de Janene, afirmou que o ex-deputado e Youssef são os verdadeiros donos da corretora Bônus-Banval, "de onde mais de 80% dos recursos adquiridos via corrupção eram transformados em dinheiro vivo".

Segundo a reportagem da “Folha de S. Paulo”, Bertholdo diz “ter visto mais de uma vez Youssef levando sacolas com dinheiro ao apartamento funcional de Janene, em Brasília”. Do ‘mensalão”, José Janene, o então presidente do PP, Pedro Corrêa e o deputado Pedro Henry teriam recebido R$ 4,1 milhões. Pedro Corrêa foi cassado por falta de decoro e Janane sequer foi candidato pois mantinha-se afastado como tática para escapar à cassação, mas os dois ainda são maiorais no PP.
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POR José Pires

Duda Mendonça faz... parte da lista dos 40

A lista dos 40 acusados de formar uma "quadrilha" para se perpetuar no poder inclui ainda o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro da campanha presidencial de Lula em 2002 e pessoa de grande influência sobre a imagem de Lula e do PT desde então. Mendonça sempre foi consultado por Lula sobre a identidade política do governo.

Com o PT, Duda Mendonça tem uma relação antiga. Ainda na época em que era responsável pela imagem de Paulo Maluf e cuidava de suas campanhas eleitorais mais importantes, o marqueteiro já cultivava relações com petistas influentes. Ele fazia, por exemplo, gratuitamente, as campanhas para deputado federal José Genoíno.

Duda Mendonça chegou a confessar em depoimento na CPI dos Correios que recebeu R$ 10 milhões em pagamentos feitos pelo PT de forma ilegal no exterior.
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POR José Pires

Dirceu faz bravatas, mas torce para que o STF não aceite

Apesar das bravatas do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, a verdade é que a aceitação da denúncia pelo STF preocupa-o demais demais. Na mesma proporção que ao Palácio do Planalto. A decisão terá bastante peso no futuro político de Dirceu e na imagem do governo Lula, que deve sentir os efeitos do julgamento do “Mensalão” até no exterior.

Dirceu tem mostrado nos últimos dias que continua intacta a capacidade dele e de seu grupo de “plantar” notícias favoráveis na mídia. Em várias notícias apareceu como quase uma verdade a avaliação do Palácio do Planalto sobre as chances de Dirceu se salvar. A argumentação seria de que não haveria provas contra o amigo e ex-ministro de Lula.

Ocorre que a interpretação jurídica do STF pode ser a de considerar que indícios de provas sejam o suficiente para a aceitação da denúncia. E o procurador-geral da República, Antonio Fernandes de Souza, garante que, além dos indícios “plenamente suficientes” de prática de crime para que seja aberto o processo pelo STF, ele apresentará novas provas se isso acontecer.

É óbvio que a abertura do processo criminal não equivale a uma condenação. E a vagareza do STF também é bem conhecida: o processo contra Jader Barbalho já vai para quatro anos.

Mas o que se teme aqui não é a condenação, mas o debate público sobre a ética que a aceitação do STF vai criar no Brasil.
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POR José Pires

Com o julgamento devem surgir novas provas

O Planalto teme a repercussão do caso em andamento, fato que merecerá atenção até internacional. Mas o temor maior é pelo possível surgimento de novas provas e até mesmo do estímulo que a aceitação pelo STF pode criar em testemunhas que até o momento temiam se apresentar.

Também causa inquietação o resultado das investigações que a mídia naturalmente irá fazer, com o assunto destacado na pauta política com a aceitação pelo STF. Caso isso ocorra, a espera da revista “Veja” da semana trará ainda mais ansiedade à classe política.

Um julgamento dos 40 acusados pelo “Mensalão” deve também afetar Lula. O assunto trará para a mídia a memória da influência de José Dirceu sobre o PT, seu poder de mando no governo e até mesmo sobre o próprio Lula. Uma discussão ética de tamanha importância para a República certamente será incômoda para aqueles que planejavam se perpetuar no poder.
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POR José Pires

Dirceu e Lula: unha e carne no poder

Quando era chefe da Casa Civil, Dirceu afirmou que tudo o que fazia era “por ordem do presidente". Disse ainda que nada fazia sem informar Lula. A desconfortável lembrança da relação de Lula com o “Mensalão” também deve voltar e, com ela, a suspeita sobre o comprometimento do presidente da República com a corrupção.

Retprnarão também as lembranças sobre antigas amizades do ex-ministro de Lula, como a relação com Waldomiro Diniz, flagrado cobrando propina de um bicheiro. Diniz foi assessor de Dirceu quando ele era deputado. Os dois eram tão próximos que chegaram a morar juntos em um apartamento em Brasília.
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POR José Pires

“Mensalão” para estrangeiro ver

Com o início do julgamento hoje no STF, a repercussão internacional do ‘Mensalão” já começou. O jornal argentino “Página 12” diz hoje em matéria sobre o assunto que o governo brasileiro enfrenta um julgamento em que “se julga também a credibilidade da justiça”.

O “Página 12”, diário muito influente na Argentina e em outros países do continente, disse que a justiça brasileira tem se mostrado ineficiente frente aos repetidos atos de corrupção. O interessante é que a matéria do “Página 12” foi destacada pela BBC, o que aumenta ainda mais a repercussão.

O jornal critica a falta de resposta do STF à sociedade ante a impunidade. E cita o estudo da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) que revela que o tribunal recebeu 130 processos de corrupção entre 1988 e 2007, julgou apenas seis e nunca condenou ninguém.

A reportagem ressalta também que o procurador-geral da República garantiu que acumulou novas provas. Diz também que a denúncia é sobre ''uma complexa organização criminosa destinada a assegurar a permanência do PT no poder".

O temor de Dirceu e do Palácio do Planalto é pela continuidade desse tipo de repercussão. O resultado do julgamento preocupa menos – afinal, isso pode só se dar depois do final deste governo. Isso abalaria com certeza o que ainda resta da imagem mítica do governo Lula e do PT como criadores de uma política progressista no Brasil.
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POR José Pires

Renan Calheiros ajuda Gim Argello se safar de processo

A Mesa Diretora do Senado arquivou nesta terça-feira, 21, a representação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que pedia a abertura de processo por quebra de decoro contra Gim Argello (PTB-DF).

Argello era suplente e assumiu na vaga aberta pela renúncia de Joaquim Roriz. Ele é suspeito de ter recebido parte do R$ 2,2 milhões que Roriz recebeu de Nenê Constantino, dono da GOL e de empresas de ônibus.

O senador Renan Calheiros votou pelo arquivamento. Isso mesmo: o presidente do Senado ainda vota numa questão como essa, mesmo estando sob processo por quebra de decoro.

Um caso como esse mostra como o funcionamento do Senado facilita bastante para que os acusados de cometer delitos fujam com facilidade até mesmo de um julgamento. Desse modo, punição então, é coisa difícil ainda mais difícil por ali.

É evidentemente que trata-se de uma mamata política. Argello será um dos parlamentares que decidirão o destino de Calheiros, caso seu processo vá para a votação de seus pares.

Efraim Moraes (DEM-PB) e Papaléo Paes (PSDB-AP) votaram também pelo arquivamento. Se abstiveram Magno Malta (PR-BA) e César Borges (DEM-BA).

Os dois votos a favor do acolhimento do processo foram de Álvaro Dias (PSDB-PR) e Tião Viana (PT-AC)
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POR José Pires

Senador sem voto, mas com ficha extensa

É extensa a ficha do senador Argello. Ele responde a processos ou inquéritos civis e criminais, foi citado em 2002 como beneficiário de propina, foi investigado por grilagem de terra e é acusado de ter participado de fraude na aprovação de leis de regularização fundiária enquanto presidia a Câmara Distrital do Distrito Federal.

Além disso, ele estaria envolvido na famosa história do terreno em Brasília que teve valorização de R$ 72 milhões graças à lei aprovada por seu grupo político. Segundo denúncias, a venda estaria relacionada ao famoso cheque que Roriz alegou ter emprestado de Constantino. Por ser muito fora da razão, a defesa apresentada por Roriz vai acabar ficando para o folclore político. O ex-senador disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Constantino, quantia descontada do cheque de R$ 2,2 milhões do empresário.

São muitas as histórias nas quais o senador Argello está envolvido. E todos sabem que, por muito menos, bem menos que isso, jamais estaria empregado em qualquer empresa comercial séria. Porém, como mais uma dessas coisas que afrontam o País, foi empossado como senador.
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POR José Pires

Dinheiro teria sido usado para subornar juiz

A denúncia que envolve Argello e Roriz tem outros elementos graves. A revista “Veja” afirma em reportagem recente que os R$ 2,2 milhões citados acima – fato flagrado em uma conversa telefônica de Roriz – teriam sido utilizados para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Brasília.

A revista publicou trechos de conversas entre Roriz e Argello, onde os dois travam o seguinte diálogo:
Argello – O Agnelo (refere-se a Agnelo Queiroz, ex-ministro e candidato derrotado ao Senado) me disse que a decisão foi comprada. É isso mesmo?
Roriz – É isso mesmo. Achei que o processo não ia dar em nada, mas tivemos de resolver. Tivemos de comprar dois.

“Veja” informa que conseguiu acesso à conversa com um político próximo de Roriz. Segundo esta fonte, “comprar dois” significa subornar dois juízes do TRE de Brasília. E o fato é que Roriz teve mesmo uma condenação revertida naquele tribunal. Um dos juízes mudou o voto e rejeitou a acusação por uso da máquina pública e propaganda ilegal.

Algo que chama a atenção na conversa entre os dois políticos – e que revela o papel nocivo da figura do suplente na política brasileira – é quando Roriz lembra à Argello que o mandato de senador também lhe pertencia. “O mandato também é seu, você precisa me ajudar”, disse Roriz.

Aliás, o ex-senador Roriz montou uma chaopa barra-pesada. É a comprovação cabal da necessidade de se acabar com a figura do senador suplente. Em agosto o TSE vai julgar o caso novamente, atendendo a recurso feito pelo Ministério Público e o PC do B. Uma condenação atingirá Roriz e seus dois suplentes: Argelo, que assumiu o mandato, e o segundo suplente, o engenheiro Marcos de Almeida Castro.
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POR José Pires

Um senador que não tem voto mas é pau para toda obra

Outra história escabrosa que envolve o senador sem voto Gim Argelo foi contada pelo jornalista Ricardo Noblat em seu blog na internet. Segundo Noblat, na década de 90 Argello atuou como segurança do ex-deputado Sérgio Naya, o político e empreiteiro responsável edifício Palace II.

O edifício era construído com material de péssima qualidade. Desabou em 1998 matando oito pessoas. É mais um do vários episódios da vida brasileira em que a ganância destrói vidas.

Pois na década de 90 o atual senador Argello ajudou Naya a dar uma surra com bastão de beisebol em uma pessoa que enganou Naya. A vítima era sexagenária. Neste episódio os dois bateram também numa mulher, uma conhecida socialite brasiliense.

Você daria o seu cachorrinho Pitt bull para um cara desses levar pra passear? Pois o Senado Federal está garantindo para ele um mandato de oito anos.
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POR José Pires

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Se segura que vem aí PAC da Segurança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou ontem no Palácio do Planalto, em Brasília, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Atentem bem para a sigla bem publicitária do programa: “Pronasci”. Não parece coisa do Duda Mendonça?

O “PAC da Segurança”, ou “Pronasci”, como querem que o programa seja chamado, prevê (olha o verbo) investimentos de R$ 6,7 bilhões até 2012. O plano foi lançado com a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros. Lula e Calheiros apareceram rindo bastante em uma foto. Não me pergunte de quê.
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POR José Pires

Vem aí também a decisão do STF sobre a “quadrilha do Mensalão”

Falando em segurança, nesta semana o Supremo Tribunal Federal (STF) decide se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre a “quadrilha do “Mensalão”. Na denúncia são acusados três ex-ministros de Lula, dois deles, como José Dirceu e Luiz Gushiken, amigos de longa data de Lula. Eles estavam no poder à época do escândalo e foram derrubados pelo escândalo. De tão poderoso, seu então chefe da Casa Civil José Dirceu era chamado pela mídia de “primeiro-ministro”.

Logo depois de ser obrigado a sair do cargo em razão da crise política do "Mensalão", Dirceu foi cassado por falta de decoro.

A denúncia do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza acusa a alta cúpula do partido do presidente da República, o PT, de ter estabelecido um esquema ilegal liderado por José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno, para “garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos políticos”.

José Dirceu, Delúbio Soares, Silvio Pereira e José Genoíno são lideranças históricas do PT próximos de Lula. Os quatro são acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa e peculato. Dirceu é acusado de ser o chefe da "quadrilha".

Souza também afirma em sua denúncia que as provas colhidas no Inquérito demonstrou “a existência de uma complexa organização criminosa” infiltrada no governo presidido por Lula.
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POR José Pires

Segura essa: Renan Calheiros no lançamento do PAC da Segurança

A nossa segurança está mesmo em boas mãos. No lançamento do “PAC da Segurança” estava também o senador Renan Calheiros. Ele é formalmente o quarto na linha sucessória presidencial da República. Atualmente está sofrendo um processo por falta de decoro na Comissão de ética do Senado em que é acusado de pagar despesas pessoais com dinheiro de uma empreiteira que presta serviços ao Governo Federal.

Outro processo já está em andamento na Comissão de Ética. É sobre os testas-de-ferro que ele teria em Alagoas para tocar seus negócios. Deve ser processado também por negócios suspeitos de sua família com a cervejaria Schincariol.

Calheiros é acusado de uma variedade de ilicitudes, crimes que vêm sendo denunciados a cada semana. Após o escândalo em que se envolveu depois de denúncias de sua ex-amante, surge um escândalo atrás do outro. O brasileiro nem se escandaliza mais.

As denúncias vão desde o uso de notas fiscais adulteradas até o uso de “laranjas” como falsos proprietários de empresas de comunicação que, na realidade, seriam de Calheiros.
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POR José Pires

Lula lá (e sempre) no palanque eleitoral

No lançamento do programa, como é natural, Lula fez um discurso com falas fora do contexto da solenidade. Criticou “os pessimistas” e disse que no Brasil há uma mania de “torcer pela desgraça”.

Evidentemente, além de não indicar o nome das tais pessoas, Lula também deixou de esclarecer o que estaria por detrás das intenções desse suposto grupo que “torce pela desgraça”. Lula vive aéreo, nunca sabe de nada, mas como prestdente da República tem o dever de denunciar os nomes dessa gente de má-fé. É muito grave que alguém torça pela desgraça alheia.

Mas acredito que pelo menos 90% da população brasileira deve estar fora de suspeita de participação nesta torcida.É a parcela de brasileiros que não tem avião próprio e nem seguranças particulares ou pagos pelo Estado. Também não tem cartão de crédito pago pelos cofres públicos. E tampouco tem um salário-anistia mensal. Ah, sim, é gente que também jamais morou de graça em casa cedida por compadre.

É também a parcela da população que não tem possibilidade de conseguir um bom negócio na casa dos milhões para o filho, mesmo que este seja um craque nos “games”.
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POR José Pires

Quem torce pela desgraça?

Vivo próximo de pessoas que não apóiam o governo Lula. Mas, por meu lado, desconheço alguma que torça pela desgraça. E muito menos tomei conhecimento de alguém que torcesse pela queda de algum avião. O único sinal de euforia em relação a um caso trágico eu vi através dos janelões do Palácio do Planalto. Eu e milhões de brasileiros perplexos.

Foram as cenas flagradas pela Rede Globo que mostram Marco Aurélio Garcia, amigo e assessor-especial do presidente Lula, fazendo gestos zombeteiros e obscenos enquanto assistia uma reportagem na televisão sobre o acidente com o avião da TAM em São Paulo, que matou 195 pessoas.
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POR José Pires

domingo, 19 de agosto de 2007

"Quadrilha do Mensalão” pode ir para o banco dos réus

O Supremo Tribunal Federal vai decidir nos dias 22, 23 e 24 deste mês sobre o pedido de abertura de ação penal contra os 40 suspeitos de participar do esquema do “Mensalão”. Neste julgamento preliminar, os ministros dirão se aceitam ou não a denúncia.

Em abril de 2005 o Procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentou o resultado de suas investigações sobre o escândalo do “Mensalão”. O documento acusa, de modo contundente, o Partido do Trabalhadores (PT) de ter usado o esquema para garantir “continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos e do financiamento futuro e pretérito das suas próprias campanhas”.

Segundo o documento o ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu,é quem tinha “o domínio funcional de todos os crimes perpetrados, caracterizando-se, em arremate, como o chefe do organograma delituoso”. Dirceu é acusado de ser o chefe da chefe da quadrilha. Lula disse que nada sabia.
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POR José Pires

Um número muito significativo na política brasileira

A ação penal tem 40 acusados, número que jamais será esquecido na história política brasileira. A nata do governo petista e praticamente toda a cúpula do Partido dos Trabalhadores na época do escândalo está elencada entre os 40.

O número de denunciados foi motivo de desafogo para os brasileiros indignados com a corrupção. A piada óbvia, sobre a falta do “Ali Babá”, acabou sendo comum para quem era consciente de que um grau tão alto de corrupção jamais poderia ter passado desapercebido ao presidente Lula – ou qualquer outro que estivesse no Palácio do Planalto.

A denúncia escrita pelo procurador-geral da República chega a surpreender pela clareza e objetividade. É uma peça jurídica relativamente curta, com apenas 136 páginas e muito bem embasada. Traz também uma caracterização dos acusados feita com absoluta firmeza.Seja qual a decisão do STF, já é um texto inscrito na história do Brasil.
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POR José Pires

O escândalo que abalou o governo Lula

A denúncia atinge o núcleo histórico mais poderoso do PT, aquele que se apossou da imagem popular tão bem criada em torno de Lula e que nos anos recentes tomou conta do partido, inclusive expulsando correligionários que denunciaram abuso de poder na direção do partido e corrupção no governo Lula.

A Procuradoria-Geral da República deu o arremate em uma crise política que já vinha devastando o PT e o governo. O escândalo do “Mensalão” derrubou o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e abateu a cúpula do PT. O presidente Lula assistiu ao esfacelamento gradativo de seu círculo íntimo de assessores, de gente ligada à sua história pessoal e política.

Estão na denúncia os maiorais da “república petista”. Na esfera parlamentar, a lista tem os seguintes políticos: Deputado federal Luizinho, que era líder do governo na Câmara; João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara por influência do palácio do Planalto, cotado antes do escândalo para ser candidato ao governo de São Paulo pelo PT. Na lista está também o deputado federal mineiro Paulo Rocha, líder da bancada do PT na ocasião.

Um acusado com grande peso simbólico é o deputado federal João Magno, de Minas Gerais, cuja absolvição na Câmara foi o motivo da famosa “Dança da Pizza” realizada em Plenário por uma deputada petista.Na votação de sua cassação por falta de decoro a bancada aliada fez uma manobra para dar falta de quórum. A ordem veio do palácio do planalto. Apesar de muitos votos pela cassação faltou o suficiente para que houvesse a punição.

Da cúpula do PT à época, estão na lista dos 40 as seguintes pessoas: José Genoíno, presidente do partido, político ligado historicamente a Lula e com muita força nas diretrizes políticas do partido e do governo Lula. Chegou ao segundo turno na eleição para o governo de São Paulo, quando perdeu para o reeleito Alckmin.Genoíno renunciou ao cargo em razão do ‘Mensalão” e hoje é deputado federal pelo PT.

Outro graúdo petista é Silvio Pereira, secretário-geral do PT que ficou conhecido por ganhar um Land Rover de um empresário. Delúbio Soares, tesoureiro do PT e amigo de Lula desde os tempos do sindicalismo, tão íntimo que até segurava a cigarrilha acesa do presidente da República para que ele fumar escondido do público.
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POR José Pires

Ministério de Lula também não escapou

Do ministério de Lula a lista dos 40 traz o então ministro dos Transportes Anderson Adauto. O ex-ministro é um dos líderes do Partido Liberal (PL) e um dos articuladores da aliança com o PT para a eleição de Lula. O PL foi um braço político da Igreja Universal, de Edir Macedo, antes que fundassem seu próprio partido.

Adauto foi nomeado no primeiro mandato. Outro ministro, este mais importante na história de Lula, é Luiz Gushiken. Aliado de primeira hora desde os tempos de sindicalismo, é também um dos fundadores do PT, tendo sido deputado federal. Sempre teve uma ascendência sobre os rumos do governo Lula. Sempre foi tido como um dos "gurus" de Lula.

Outro petista denunciado no esquema é Henrique Pizzolato. Diretor de marketing do Banco do Brasil, tem duas marcas importantes em sua carreira: foi ele quem autorizou a compra com dinheiro do BB de R$ 70 mil em ingressos para o show de uma dupla sertaneja que fez campanha do PT. É também conhecido como o “churrasqueiro de Lula”.

Pizzolato é militante incansável. Depois do “mensalão” esteve envolvido também no falso dossiê conta os tucanos. Segundo ele, sempre obedeceu ordens de Gushiken. É citado no documento da Procuradoria-Geral da República como tendo adiantado verbas para Marcos Valério, passando por cima de instâncias internas do banco estatal.
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POR José Pires

Duda Mendonça (do Maluf Faz) confessou que o PT também faz

Outro acusado de peso no documento da Procuradoria-Geral da República é o publicitário Duda Mendonça, tido como uma das pessoas fundamentais na eleição de Lula em 2002. Antigo malufista, Duda Mendonça bandeou-se para o lado de Lula, trabalhou na campanha para sua eleição e desde então foi um dos definidores da mudança política do PT, da esquerda para o centro, com aliança com a direita política e também com setores da direita e de políticos que utilizam a religião como instrumento eleitoral.

Em depoimento à CPI dos Correios, Duda Mendonça confessou que o PT, um partido que cresceu na crítica agressiva aos outros partidos, lhe pagou em moeda estrangeira e num banco estrangeiro.
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POR José Pires

Lula confirmou que o PT fez o que todo muda fazia

No mesmo período de julho de 2005, o presidente Lula, em uma de sua inumeráveis viagens ao exterior, deu uma estranha entrevista em Paris, na qual transpareceu que a improvisação política tomava conta de seu governo. A entrevista foi feita por Melissa Monteiro, que sequer é repórter. Ela é produtora free-lancer na França. A gravação foi exibida pelo programa ‘Fantástico”, da TV Globo, que não costuma fazer as coisas desse modo. A entrevista tinha ares amadorísticos.

“O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente”, disse Lula na entrevista. E isso soou com uma confirmação de que ele sempre soube do uso de caixa dois pelo PT.
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POR José Pires

Partido cresceu na crítica política mas agora foge de qualquer debate

O Partido dos trabalhadores e o Palácio do Planalto fizeram de tudo até agora para evitar o debate sobre o tema. Mas também não cessaram os escândalos provocados por lideranças fortes do partido e com ligação com o governo. Depois do ‘Mensalão”, o PT e o governo Lula ainda se viram sacudidos pelo esquema do dossiê falso contra os tucanos, o escândalos dos chamados “aloprados”, como Lula qualificou de modo pejorativo seus companheiros envolvidos no problema.

A definição insultuosa foi parte da elaborada estratégia de colocar o presidente da República na redoma blindada conhecida como “Lula não sabia”.
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POR José Pires

“Mansão dos prazeres” da turma de Palocci veio logo após

Aconteceu também a pressão política governamental para encobrir os estranhos negócios e prazeres usufruídos na famosa mansão que um grupo ligado ao então ministro da Fazenda Antonio Palocci. A mansão teria sido alugada por Roberto Buratti, ex-assessor de Palocci quando ele foi prefeito de Ribeirão Preto.

Na mansão, segundo depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, eram distribuídos pacotes de dinheiro em espécie.

Palocci caiu do ministério da Fazenda por causa da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro, em uma das mais criminosas pressões já feitas pelo Governo Federal contra uma testemunha espontânea em uma comissão do Congresso Nacional.
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POR José Pires

Uma “prova de fogo” para a ética no PT

Desde o início do escândalo, há mais de dois anos, o partido abriu apenas uma única Comissão de Inquérito. O investigado foi Delúbio Soares, que acabou expulso, em uma decisão que para muitos analistas foi tomada apenas para dar a impressão para a opinião pública de alguma preocupação ética do partido quanto ao problema.

Mas será complicado fugir desta verdadeira prova de fogo que o debate sobre o “Mensalão” vai trazer para o partido. Com o tema sendo levado ao STF dificilmente a opinião pública deixará de julgar a posição dos petistas em relação à ética na política.
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POR José Pires

O “republicano” esquece da defesa da República

Até mesmo o ministro da Justiça, Tarso Genro, que faz parte de um grupo dentro do partido que já pregou maior rigor em relação ao assunto, já afrouxou o discurso em que falava em uma “refundação” do PT. Seu suposto “republicanismo” talvez não seja forte o suficiente para encaixar na agenda formal de seu ministério tema que agride de modo tão ofensivo a República.

Depois que Genro foi nomeado ministro, ele também não trouxe nenhuma novidade sobre o “Mensalão” no âmbito das obrigações formais de seu cargo. Ao contrário, desde sua posse o ministério da Justiça não imprimiu nenhum avanço nas investigações sobre este que é um dos maiores escândalos da história da República.
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POR José Pires

Para onde vai o PT?

A sessão do STF que decidirá se a “quadrilha” do “Mensalão” vai a julgamento terá uma boa coincidência histórica. O Congresso do PT –instância máxima de deliberação do partido – será realizado entre o último dia de agosto e 2 de setembro. Será um excelente teste democrático sobre os propósitos do partido em relação à ética.

Também deve servir para uma avaliação da opinião pública quanto aos verdadeiros propósitos dos setores supostamente éticos do PT. A verdade é que a sociedade civil recebe com estranhamento o silêncio público das tendências do partido que, ao menos até a ascensão do PT ao poder federal, eram vistas como democráticas e perseverantes no trabalho da construção de um partido orgânico e progressista.

A coincidência de datas cria uma inevitável relação entre a decisão do STF quanto ao “Mensalão” e a realização do Congresso do PT. E a proximidade das eleições municipais também reforça a expectativa de que o PT esteja vivendo um período que pode ser o divisor de águas entre o projeto primordial de um partido orgânico e progressista em oposição ao compromisso meramente eleitoral que o setor majoritário imprimiu ao partido.
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POR José Pires

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Mensalão no STF leva Mãos Limpas Pelo Brasil ao Calçadão

O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil traz ao Calçadão de Londrina, Paraná, neste sábado, 18 de agosto, o tema do “Mensalão”. Na próxima semana, nos dias 22, 23 e 24, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) irão decidir se abrem ou não ação criminosa contra as 40 pessoas denunciadas por atuar em organização criminosa que pagaria um “Mensalão” a deputados da base aliada do governo Lula em troca de apoio político ao governo.

Os 40 denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, comporiam uma organização criminosa que teria o objetivo de garantir a permanência do Partido dos Trabalhadores no poder com a compra de suporte político de outros partidos e com o financiamento irregular de campanhas.

Dentre os denunciados estão deputados, ex-ministros do governo Lula e membros da cúpula do PT na época do escândalo político. No documento produzido pelo Ministério Público o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado, José Dirceu, é definido como “chefe da quadrilha”.

Do Paraná, está entre os implicados o ex-deputado José Janene, que foi ativo colaborador do prefeito Belinati, cassado em julho de 2000 em Londrina após uma campanha cívica do movimento “Pés Vermelhos! Mãos Limpas”, cujos remanescentes são criadores deste movimento nacional surgido agora em nossa cidade.

No Calçadão da cidade, o Mãos Limpas Pelo Brasil vai fazer uma criativa performance com base na fortuna em dólares e reais que foi distribuída no “Mensalão”. Vai “chover” grana em Londrina.

Faremos ainda uma votação eletrônica e instantânea para saber o que o povo de Londrina pensa sobre o julgamento do “Mensalão”.

O Movimento vai também colocar à disposição da população volumes encadernados da denúncia da Procuradoria-Geral da República. O texto de Antonio Fernando de Souza é muito claro e traz elementos substanciais para que as pessoas compreendam como se articulou uma “sofisticada organização criminosa”, estruturada profissionalmente para crimes contra os cofres públicos.

Teremos também material informativo produzido pelo Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil sobre a história do “Mensalão”.

E não esqueceremos os escândalos que envolvem o Senado Federal e a figura cheia de histórias que é seu presidente, Renan Calheiros. Para este caso também temos surpresas que misturam laranjas com “laranjas”.
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POR José Pires

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

CPI das ONGs deve começar nesta quinta-feira

Está marcada para esta quinta-feira, 16, a instalação da CPI das Organizações não-governamentais (ONGs), no Senado. A autoria do requerimento que cria a CPI das ONGs é do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Além do exame dos recursos do governo destinados às organizações, também serão investigadas as transferências de recursos públicos e do exterior às ONGs e às Oscips no período de 2003 a 2006.

O PT e a base aliada do governo Lula buscaram por vários meios impedir a CPI. No final, numa derradeira tentativa para abafar os trabalhos da comisssão, a base governista aprovou um adendo ampliando o foco das apurações até 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso.

O PT, que gostava tanto de CPIs quando era oposição e apresenta a mesma afeição ao instrumento em estados onde não está no poder, não queria essa de modo nenhum. Mesmo após o senador Heráclito Fortes ter reunido assinaturas suficientes para o início da investigação os senadores governistas fizeram uma obstrução não declarada ordenada pelo governo Lula. O governo só cedeu depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ratificando o recurso às CPIs como um direito inalienável da minoria parlamentar.
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POR José Pires

Lula também não sabia e disse que estava cercado de “aloprados”

A oposição deve procurar focar a CPI nas relações entre o governo Lula e certas organizações. Umas das investigadas deve ser a ONG UniTrabalho que teria recebido R$ 18 milhões desde o início da primeira gestão Lula. A entidade tem entre seus colaboradores Jorge Lorenzetti, que chefiou a equipe envolvida na operação de compra do dossiê anti-tucano, na campanha presidencial de 2006. Lorenzetti ficou conhecido por ser o churrasqueiro de Lula.

Na época, a crise do dossiê, que teria inclusive conteúdo falso, derrubou Ricardo Berzoini, hoje presidente do PT, da coordenação geral da campanha à reeleição de Lula. Outro que caiu por causa do dossiê foi Hamilton Lacerda, coordenador de comunicação da campanha dom PT. O candidato era o senador Aloisio Mercadante, que foi líder do governo no Senado e tem ligacão histórica com o presidente Lula.

Também desta vez Lula declarou-se “aéreo” quanto ao assunto. E para desviar suspeitas de seu envolvimento foi até ofensivo com seus companheiros. Classificou-os como “aloprados”.
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POR José Pires

Governo deforma as ONGs fazendo delas braço político

Um levantamento do Tribunal de Contas da União indica que o repasse da União para as ONGs pode chegar a R$ 18 milhões por ano. É sabido que este financiamento governamental das atividades das organizações é utilizado pelo governo Lula para desviar suas atividades do principio básico de fiscalização e reivindicação para torná-las mero instrumento governamental.

Em julho o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou uma reportagem que denunciava que, dos R$ 3 bilhões reservados a ONGs e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) pelo governo federal, em 2006, quase metade tenha sido desviado da finalidade original dos convênios ou ido para outra função significativa de perda de dinheiro público.

Segundo dados do senador Fortes, existe muito que suspeitar em relação ao tema. Em 2002 o País tinha 22 mil ONGs, número que pulou para 260 mil e 2006 e novamente saltou em 2007 para a casa das 300 mil. Essa quantidade enorme de ONGs e Oscips é fiscalizada por apenas 12 funcionários da Justiça. Desse modo, não é possível acreditar que haja um controle efetivo das atividades delas.
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POR José Pires

Sem controle algum estrangeiros também usam as ONGs

Também parece haver motivos fortes para preocupação quanto à ingerência estrangeira no setor. Em maio, em depoimento prestado ao Congresso Nacional, o general Maynard Marques Santa Rosa, secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, informou que só na Amazônia atuam 100 mil ONGs, grande parte de origem estrangeira. Do total de 300 mil, somente 4,5 mil estão legalmente registradas no Ministério da Justiça.

A CPI das ONGs também pretende apurar a acusação de que a Petrobras teria repassado R$ 31 milhões para ONGs ligadas ao PT. Existe a suspeita de que esse dinheiro tenha sido desviado para campanhas eleitorais de candidatos petistas.
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POR José Pires

Dinheiro da Petrobras também teria ido para o ralo

Outro assunto que deve ser investigado pela nova CPI diz respeito à Operação Águas Profundas, realizada pela Polícia Federal e que revelou um esquema de fraudes em licitações da Petrobras praticadas por funcionários da estatal, em conluio com empresas que prestam serviços à estatal.

A PF verificou que funcionários de empresas que fraudavam contratos com a Petrobras teriam utilizado empresas fictícias e transações com ONGs para lavar o dinheiro amealhado ilicitamente. O prejuízo para a Petrobras estaria estimado em R$ 150 milhões.
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POR José Pires

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Agora vai

O ministro da Defesa, Nelson Jobim e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, estão com sérias divergências em relação à crise na aviação civil brasileira.

A desinteligência que divide os maiorais não é, por enquanto, nada sobre as questões de segurança dos aeroportos nacionais. É um problema mais urgente: o espaço entre as poltronas em aviões.

Jobim, que tem 1,90 m de altura, reclamou do desconforto das poltronas. Zuanazzi minimizou o problema e falou que um estudo que avaliou a questão chegou à conclusão de que apenas 5% dos passageiros não se sentem confortáveis nos avião.

O ministro ficou 100% fulo e respondeu, do alto de seus desconfortáveis 1,90 m e do seu cargo: “Não sei o que ele disse ou deixou de dizer, isso não importa. O que importa é saber o seguinte: temos um desconforto verificado por toda a população, pelos altos e baixos”. O ministro, é claro, fala pelos altos. Lula poderia falar pelos baixos, mas nem sabe do problema já que só voa de “Aerolula” e portanto é aéreo também sobre este assunto.

Mas como eu acho que a gente tem que ajudar, sugiro uma pesquisa entre os usuários deste novo meio de transporte, o avião, que ainda está sendo aperfeiçoado no Brasil : “Você prefere voar com toda a insegurança dos aeroportos brasileiros com o atual espaço entre as poltronas ou com um espaço maior?”.
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POR José Pires

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O homem que os petistas adoram odiar

Não é à toa que petista não gosta do Diogo Mainardi. O colunista da revista “Veja” é conhecido por sua marcação cerrada em cima do PT e de Lula. Mas Mainardi é mais que isso. Mainardi é o “Sombra” do PT. E não estou falando do "Sombra" de Santo André, aquele que era amigo do prefeito assassinado.

O “Sombra” que lembro agora, quem é mais velho sabe, é aquele personagem que tudo sabia, principalmente “sobre o mal que se esconde nos corações dos homens”. Isso: “o Sombra sabe”.

E como o Mainardi sabe das coisas ruins do partido de Lula. Muitas vezes antes de todos os colegas. Os jornais publicam hoje uma notícia quente sobre um fato do qual Mainardi já havia falado há três dias em seu “Podcast” no site da revista “Veja” na internet.

Os petistas odeiam Mainardi, mas são os primeiros a correr para ler na “Veja” da semana a sua coluna. Com avidez masoquista, lêem o colunista de caneta nas mãos, sublinhando com ódio cada palavra.
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POR José Pires

Mais um Silva na Polícia Federal

O filho do residente Lula vai ter de ser ouvido pela Polícia Federal. Fábio Luís da Silva, o “Lulinha” é aquele gênio dos “Games” que saltou do subemprego para a condição de feliz proprietário de uma empresa que recebeu, de uma tacada, um investimento de R$ 5 milhões da Telemar. A PF terá de ouvir também Antoninho Marmo Trevisan, amigo de Lula e intermediário da excelente transação que beneficiou “Lulinha”.

Primeiro foi o irmão Vavá, agora é o filho a ser investigado pela PF. Como diz Mainardi em seu "Podcast", “É muita PF para uma família só”.

O procurador da República Rodrigo Ramos Poerson afirma em sua requisição que teria havido "desproporcional aporte de recursos" à Gamecorp, empresa de “Lulinha”, "única e exclusivamente em razão de contar com a participação acionária do filho" de Lula. Isso poderia caracterizar tráfico de influência.

O problema do filho de um presidente da República receber uma fortuna em investimento da Telemar é que ela, apesar de privada, é uma empresa cuja boa parte do capital vem do setor público, via BNDES e fundos de pensão de estatais.

A desproporção citada pelo procurador está na grande diferença entre o capital da empresa do filho do Lula e o aporte de recursos da Telemar. A “Gamecorp”, com um capital de menos de R$ 500 mil, recebeu R$ 5 milhões da Telemar.

E o mais interessante é que o primeiro passo dessa grandiosa ascensão empresarial não custou um tostão para Lulinha ou para o seus sócios, Kalil Bittar e Fernando Bittar, filhos Jacó Bittar, outro velho amigo de Lula. Bittar foi um dos primeiros prefeitos eleitos pelo PT. Teve um mandato conturbado em Campinas até 1992, repleto de denúncias de corrupção. Hoje o amigo de Lula responde a oito processos na Justiça.

A empresa da rapaziada começou com um capital social inicial de 100.000 reais, ,mas sem a necessidade de um deles tirar dinheiro do bolso. Em uma reportagem da revista “Veja” de julho de 2005 Kalil Bittar disse que o capital “seria integralizado ao longo do ano".

"Veja" também perguntou sobre a função do sócio, Lulinha. Bittar respondeu de pronto: “O Fábio detona nos Games, conhece todos”.
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POR José Pires

Foi um cidadão que levantou a lebre

Se prevalecer a determinação do procurador da República, além do fato do filho de um Presidente ter que explicar um negócio suspeito para a PF, teremos também uma outra boa novidade na Justiça brasileira.

Foi a partir de um requerimento aprovado pela Câmara Municipal de Belém, no Pará, que Poerson determinou a investigação do contrato entre a Gamecorp e a Telemar. A iniciativa foi do vereador Iran Moraes (PSB) que apresentou a proposta com base em noticiário de jornal.

Mainardi divulgou o fato antes de todo mundo. E até brincou com a situação, dizendo em seu “Podcast”: “Como o assunto é delicado, porque envolve a PF, a Procuradoria da República e a intimidade do presidente, é melhor divulgar apenas os dados oficiais de que disponho, baseado em documentos, omitindo toda a fofocalhada de bastidores, por mais reveladora que ela seja.”
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POR José Pires