sexta-feira, 22 de junho de 2018

CPI da Lava Jato: deputados caíram no conto do PT

O caso da CPI da Lava Jato está tendo continuidade no clima confuso de costume da Câmara Federal. A última informação que apareceu nesta quinta-feira é que o parecer da abertura da comissão será questionado no Supremo Tribunal Federal. Deputados reclamam da falta de fato determinado. Isso seria um impedimento para a presidência da Câmara aceitar a CPI. Não é nada bom um assunto do Legislativo acabar no STF, mas pode ser que a vigarice petista só tenha esse remédio.

Logo que pegou fogo a polêmica da CPI, vários parlamentares passaram a renegar a assinatura do documento. O deputado Rubens Bueno gravou um vídeo, onde afirma que foram enganados pelo PT. Em plenário, Bueno apresentou uma questão de ordem e desabafou, dizendo que vários signatários foram “induzidos a erro”. A reclamação é de que “a justificativa que não condizia com a ementa”. Deputados afirmam que “caíram numa armadilha” do PT e apontam que por trás do engodo está o deputado Paulo Pimenta. Chegou a haver a acusação de que posteriormente às assinaturas o parlamentar petista mexeu no texto.

Ocorre que a ementa é clara na alusão a investigações que envolvem delação à Lava Jato. É possível que algum político em Brasília poderia acreditar que um pedido de CPI com este assunto, vindo de parlamentares do PT, teria a intenção de investigar com seriedade possíveis desvios, com a função de aprimorar o instituto das colaborações com a Justiça? É claro que houve manipulação de petistas, mas a verdade é que os parlamentares foram enganados em razão da política de compadrio que faz com que assinem qualquer pedido de colegas. Poderia até se dizer que tomara que esta experiência mude procedimentos desse tipo, que faz da Câmara um mero clube, mas nem nisso cabe alguma esperança.

Chega a ser engraçado pensar nesses parlamentares ingênuos colocando o jamegão no documento oferecido pelo deputado Paulo Pimenta, entre uma viagem e outra à Curitiba, onde comparece para dar bom dia a Lula. Vejamos por exemplo o deputado Rubens Bueno, que pode ser visto como porta-voz dos descontentes que deram aval errado a uma CPI. Bueno tem 70 anos e já foi prefeito, duas vezes deputado estadual, está no quarto mandato como deputado federal. Como é que pode, repito, um político com tal experiência assinar um pedido de CPI das mãos de petistas para tratar de delação relacionadas à Lava Jato? Em época de Copa do Mundo é como levantar a bola na área para o adversário. Desde que Lula foi acuado pela Lava Jato, pelos crimes que levaram à sua prisão, o PT vem tentando levantar qualquer assunto que possa servir como ataque à operação. Talvez não estejam sabendo disso no prédio de duas cuias em Brasília.

Com a repercussão negativa, que percorreu rapidamente as redes sociais, vários deputados passaram a renegar suas assinaturas. Diante dos pedidos de anulação do requerimento da CPI coube ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, alertar que o regimento não permite a retirada de assinaturas. Entre deputados com anos de mandato ninguém sabia disso antes de assinar? Pois é, parece que é desse jeito. O que se tentou durante a quarta-feira, por sugestão do próprio Maia, foi organizar um requerimento pela retirada do anterior. Exige-se para isso metade mais um dos deputados que assinaram o pedido de CPI. No entanto, o movimento não alcançou as 96 assinaturas. Mas a batalha para anular a vigarice tramada pelo PT tem sua continuidade, agora com a divulgação de que deputados vão ao STF contra a CPI.
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POR José Pires

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