segunda-feira, 17 de abril de 2017

Na planilha da Odebrecht, o mistério do apelido de Gleisi Hoffmann

Da famosa planilha com o controle de caixa das propinas da Construtora Odebrecht surgiu uma curiosa novidade na corrupção no Brasil. São os codinomes dos políticos envolvidos. Os apelidos criados no controle de caixa das propinas são muito interessantes, sendo que todos têm a ver com alguma particularidade do nominado, sempre de forma jocosa e alguns de tal forma explícitos que ficou muito fácil identificar várias figuras batizadas no cartório da corrupção da Odebrecht.

É fácil apontar quem é quem na lista da Odebrecht, mesmo quando alguém recebe dois apelidos diferentes. Lula já foi o “Brahma”, em citações do início da Lava Jato e depois ficou marcado como “Amigo”. O senador Lindbergh Farias é o “Lindinho”, apelido de gozação que ele recebeu nas redes sociais. O senador Romero Jucá é “Caju”, Antonio Palocci é “Italiano”, José Sarney é “Escritor”, o deputado Heráclito Fortes é “Boca Mole”, o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, é “Angorá”, e por aí vai. A lista é grande e nela aparecem inclusive políticos menos conhecidos, o que não impede que a partir da revelação cada apelido fique muito claro, fazendo todo sentido na relação com a pessoa apontada.

No entanto, na última leva de nomes da recheada planilha da Odebrecht apareceu um apelido que despertou muita curiosidade. Até agora permanece indecifrável. É o apelido da senadora Gleisi Hoffmann, poderosa no PT deste o primeiro mandato de Lula e que chegou a ocupar a chefia da Casa-Civil, durante o governo de Dilma Rousseff. Gleisi é casada com o Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e de Dilma. Pois na planilha ela é chamada de “Amante”, apelido com o qual teria recebido R$ 150 mil em 2008, R$ 450 mil em 2010 e R$ 3,5 milhões em 2014. O sentido desse codinome até agora não foi esclarecido. Anteriormente, a senadora petista já era conhecida como “Coxa”, que dá para entender, já que ela é de Curitiba. Mas o apelido de “Amante” ficou no ar, à espera de uma investigação da brava imprensa brasileira.
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POR José Pires

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