quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Joice Hasselmann, uma líder da pesada

Joice Hasselmann é a líder do governo no Congresso, escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro, o que demonstra sua capacidade como dirigente. A jornalista é deputada de primeiro mandato e não tem um histórico como articuladora, tarefa fundamental de um líder de governo. Joice tem dificuldade de trânsito até em seu próprio partido — o impagável PSL — e com certeza também não é bem acolhida em outros partidos. A deputada é do atrito e não do entendimento, o que pode ser uma qualidade para atingir determinados objetivos, como aliás demonstra o próprio sucesso dela na sua área profissional e na última eleição, quando teve uma espetacular votação na primeira vez que foi candidata na vida.

Como jornalista, ela fez carreira com uma linguagem agressiva, que parece vir de sua própria personalidade, pois quebrou o pau e teve que sair de dois veículos de imprensa que fizeram dela um nome nacional, o site da revista Veja e a rádio Jovem Pan. Faz bastante sucesso também com seu canal de vídeos no Youtube e nas outras plataformas das redes sociais, como o Facebook, sempre buscando o confronto, chegando até ao ataque pessoal. Foi dessa forma que vinculou-se a Jair Bolsonaro e formou uma legião enorme de seguidores nas redes sociais na onda direitista que elegeu Bolsonaro e fez dela uma deputada muito bem votada.

Creio que quase todo mundo sabe que ela é barra-pesada, mesmo para os padrões atuais da internet brasileira e tendo como referência o temperamento das tropas bolsonaristas. Imaginem a quantidade de pessoas que odeiam essa mulher. E não estou com isso fazendo nenhum juízo de valor. Tecnicamente foi por meio do atrito que ela procurou obter sucesso profissional. E com isso evidentemente conquistou grande rejeição em todo o conjunto da classe política que atua por detrás do voto final de cada deputado. Junto aos jornalistas, nem preciso falar da sua aceitação.

Como eu disse, Joice Hasselmann como líder do governo é a referência da qualidade de Bolsonaro como dirigente e de sua lucidez para montar equipe. Não me surpreenderá que ele volte atrás de mais esta decisão. A dimensão de suas complicações no Congresso ficam na dependência do tempo que levará para tomar consciência deste tremendo equívoco.
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POR José Pires

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