domingo, 29 de outubro de 2023

Israel e o Hamas: a reação do povo judeu contra os terroristas sanguinários

Em três semanas de reação aos massacres de 7 de outubro, Israel já causou um considerável estrago na estrutura da organização terrorista Hamas. Desde a invasão no sábado religioso de 7 de outubro, quando este agrupamento de criminosos bancado pelo Irã entrou de surpresa no território israelense e passou horas de horror torturando e matando mais de um milhar de inocentes, o mundo vem assistindo a queda literal das estruturas da organização, com edifícios inteiros sendo postos abaixo e a morte de seus chefes, localizados um por um e devidamente eliminados.

 

Neste sábado, as Forças de Defesa de Israel anunciaram a morte de Asem Abu Rakaba, que coordenou os membros do Hamas que invadiram o território israelense usando parapentes. Eles desceram atirando nas pessoas. Os terroristas invadiram o festival de música próximo à Faixa de Gaza atirando nos jovens, jogando bombas, sequestrando, estuprando mulheres. Vários comandantes do Hamas foram eliminados nos últimos dias.


Até este final de semana os bombardeios também já devem ter inviabilizado uma parte considerável dos túneis que tomam a Faixa de Gaza, muitos deles construídos estrategicamente embaixo de edificações civis, fazendo da população escudos humanos na proteção de terroristas. Israel procurou resolver em parte esta questão, avisando antecipadamente dos bombardeios e focando nas sedes mais importantes do aparato militar da organização. Porém, o Hamas não deixa a população se deslocar para longe do perigo.


Os edifícios que vimos caindo, um atrás do outro, são peças fundamentais do funcionamento do terror fundamentalista islâmico bancado pelo Irã com bilhões todo ano. Nos vídeos, no entanto, parecem ser apenas locais de moradia. As televisões e sites passaram a repetir as cenas durante todo o tempo, criando uma confusão sem nenhum sentido jornalístico, embaralhando aleatoriamente cenas de edifícios em queda, como se as Forças Armadas de Israel estivessem lançando mísseis sobre a cidade, sem objetivo militar mais claro.


Nas redes sociais, no Instagram ou no Twitter, é possível encontrar materiais informativos que destacam objetivos estratégicos de Israel alcançados até agora, inclusive postados pelas Forças de Defesa de Israel, que teve uma espantosa demora na entrada da batalha da informação, que é parte essencial numa guerra. Até agora Israel vinha perdendo do Hamas nesta batalha.


Já falei desse problema há alguns dias. Parece haver uma questão cultural nessa deficiência. Não houve nenhum escrúpulo do Hamas em expor mortos e feridos nos bombardeios a Gaza, de forma até sensacionalista, procurando chocar com cenas de hospitais e salvamento de gente soterrada. Esta exposição de horrores é obviamente um plano político do Hamas. Nada se faz em Gaza sem o consentimento da organização terrorista.


Também é evidente que Israel tem material de informação muito mais chocante do que Hamas dispõe na exploração do sofrimento dos palestinos. Foram mortas 1400 pessoas pelos terroristas do Hamas no primeiro dia desse drama. Mais de 200, até idosos e crianças, foram sequestradas com violência. Os israelenses sofreram uma invasão de tropas de assassinos, que tinham como meta não só agir de forma absolutamente monstruosa como a de documentar a crueldade. Parte das cenas filmadas, em poder das Forças de Defesa de Israel, veio de câmeras dos próprios terroristas presos ou abatidos por soldados israelenses.


Nesta semana foi feita uma exibição da edição de parte do que foi filmado pelos militares israelenses nos locais em que pessoas foram atacadas e também de trechos extraídos de câmeras de terroristas. A sessão foi exclusiva para a imprensa. Jornalistas veteranos chegaram a chorar ao ver as cenas. Teve profissional que não aguentou assistir até o final.


Cheguei a ver algumas cenas do que aconteceu no sábado fatídico. Realmente não é fácil de suportar. E cabe dizer que no ataque terrorista a Israel não se trata de vítimas de danos colaterais numa guerra, mas de torturas e humilhações feitas de propósito, com intenção não só de ferir mas de criar cenas chocantes com objetivo político. Esta diferença conta muito. E a cobertura da imprensa não vem dando a devida importância ao que não se iguala nesta guerra.


Mas é claro que Israel não poderia expor seu sofrimento do mesmo modo que o Hamas determinou que fosse feito em Gaza. Há nisso um fator cultural, na oposição entre o humanismo e o fanatismo fundamentalista de um grupo de assassinos que exerce um domínio cruel sobre seu próprio povo. Além disso, há um paradoxo, também advindo, em parte, desta questão moral: uma exposição desse tipo de cena seria recebida com severas críticas se fosse feita por Israel. 


Mas existem formas equilibradas de trabalhar a informação contra o inimigo e as Forças de Defesa de Israel recuperaram esta capacidade nesta semana. Passaram a explicar sobre a real função de prédios que aparecem sendo derrubados por mísseis. Foram exibidos áudios e vídeos de autoridades do Hamas, com a revelação do caráter manipulativo de chefes terroristas e a determinação cruel da exploração da violência, sem distinção, até com a deliberada exposição da população civil com este objetivo.


Sobre este uso do sofrimento e da morte de civis palestinos, chamou a atenção nesta semana uma entrevista de Ismail Haniyeh, líder do Hamas que vive longe de Gaza, no luxo, entre o Catar e a Turquia. Falando para o canal de televisão libanês do Hezbollah, ele disse o seguinte: “Nós precisamos desse sangue, para que ele desperte o espírito revolucionário entre nós”. 


Não é nada diferente do discurso histórico de muitas personalidades da esquerda na América Latina, de Perón a Fidel Castro, passando por Che Guevara, Daniel Ortega, Hugo Chávez, entre outros, inclusive de figuras políticas do Brasil, até hoje exaltadas pelos esquerdistas como heróis da pátria. Em parte, serve para explicar a ligação emocional absurda com grupos terroristas como o Hamas, que brota na esquerda brasileira, às vezes com a falsa alegação de que é um apoio à causa dos palestinos ou de qualquer outro povo injustiçado.

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Por José Pires

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