João Pedro Stédile, da direção nacional do MST, revela cada vez mais seu papel como uma das figuras centrais do projeto de poder do PT. De uns tempos para cá, Stédile até vem abandonando as falsas aparências que o MST manteve sempre desde sua fundação. O chefão do movimento de ocupação de terras tem frequentado nesta eleição os palanques eleitorais do PT. Antes, o movimento atuava em separado, de forma que era encoberta a parceria com o esquema petista de poder nas ações contra os adversários, em movimentos de rua ou de ocupação de fazendas em momentos favoráveis a candidaturas petistas. A ligação partidária era às escondidas, mas agora o MST pulou de vez para o palanque.
Hoje Stédile ameaçou a candidata Marina Silva. Mas que ninguém veja nisso algo pessoal com a antiga companheira. O líder do MST está apenas fazendo seu serviço. Em maio, quando o alvo preferencial do PT era Aécio Neves ele atacava o candidato tucano. Na época, ele ameaçou, dizendo que se Aécio ganhasse "seria uma guerra". Agora o terrorismo é contra a candidata do PSB. Hoje num ato petista, em frente à sede da Petrobras, no Rio, ele disse que se Marina ganhar vai ter protestos diários do MST na frente da empresa.
Pois é, a Petrobras sofreu os diabos nos últimos tempos. O roubo foi pesado, com contratos superfaturados de altíssimo valor, dinheiro que jamais voltará aos cofres da empresa. Em delação premiada, o ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa, disse que deputados, senadores, ministros e governadores da base aliada do governo do PT recebiam propina de um caixa obrigatória de negócios da estatal contratados com empreiteiras. Toda essa roubalheira jogou a credibilidade da Petrobras nos mais baixos níveis de sua história. Ela levou um grande tombo inclusive em seu valor de mercado. De 12ª maior do planeta há cinco anos, acabou despencando para o 120º lugar.
E depois de tamanha demolição deste patrimônio nacional, vem o Stédile e ataca Marina Silva, depois de fazer a mesma coisa com Aécio Neves. O líder do MST joga tudo para ganhar esta eleição. Antes dissimulava e agora se expõe de forma vistosa no palanque. Se alguém ainda duvidava que com a eleição de Dilma o Brasil vai entrar em caminhos arriscadíssimos para a nossa democracia, aí temos o companheiro Stédile demonstrando claramente intenções que servem para reforçar o alerta.
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POR José Pires
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