Tomara que o eleitor brasileiro tenha juízo e dê um final neste domingo na situação grave em que o PT meteu o Brasil. Em 12 anos de poder o partido corroeu a moral na política de tal forma, que foi instituída até uma comissão obrigatória nas compras da maior empresa brasileira, a Petrobras. Na prática fizeram a oficialização da corrupção no Brasil. Esta demolição da ética vem também contaminando a cultura brasileira, tornando o nosso país um lugar onde ser honesto e cumpridor das leis vai gradativamente relegando o cidadão ao papel de um tolo que se dá bem na vida passando por cima dos outros.
O clima de mentira, de manipulação, de desrespeito ao próximo foi ao máximo nesta eleição. A candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, não aceitou de forma alguma a discussão dos problemas criados pelo seu governo, enquanto sua campanha colocava em campo tropas de militantes para apontar no adversário até o defeito de não arrumar a cama na juventude. A calúnia e a difamação foram espalhadas numa campanha odienta que já vinha do primeiro turno, com uma agressividade como nunca se viu em nosso país.
O ápice de tudo foi a censura à revista Veja, publicação que desde o primeiro governo do PT mantém-se numa linha editorial independente que desagrada tanto o Palácio do Planalto, que levou até um líder petista a publicar uma lista negra de jornalistas brasileiros, entre eles colunistas desta publicação apontados publicamente como inimigos do partido. A esquerda que vive falando do macartismo nos Estados Unidos — com as lista negras contra comunistas — quer fazer seu “macartismo” por aqui.
Com a perseguição à Veja, o PT teve seu primeiro ato explícito de censura à imprensa. O partido impediu até que a empresa faça publicidade desta edição, uma prática de qualquer revista. O programa eleitoral do PT atacou Veja e no dia seguinte a sede da editora Abril foi vandalizada por militantes petistas. A reação à absurda intolerância acabou ocorrendo nas ruas, como se vê na imagem. E não venha nenhum militante azucrinador dizer que foram pedidos do partido ao TSE. Todo mundo sabe disso. Mas a perseguição do governo petista é óbvia. Várias publicações governistas atacaram os adversários de Dilma e nenhum deles apelou para atitudes de censor. Folha de S. Paulo e Estadão publicaram o mesmo assunto da Veja, mas só a revista da Abril sofreu tamanha pressão. É dessa forma insidiosa que atitudes arbitrárias começam a se instalar num país. De início, na Venezuela o governo bolivariano de Hugo Chávez foi se impondo usando as leis que já existiam, tendo para isso evidentemente funcionários públicos e juízes favoráveis ao bolivarianismo. Depois, com o tempo o regime foi criando leis próprias e abolindo as que respeitavam a democracia.
Se Dilma for reeleita, o partido poderá compor o Supremo Tribunal Federal da forma que quiser. E aí está um grave perigo. Hoje em dia a nossa mais alta corte já não tem uma composição que permita independência de fato dos interesses do Executivo. O próximo presidente vai nomear 5 novos ministros do Supremo. E o governo do PT já mostrou como eles gostam de fazer essas nomeações.
Para dar uma ideia de da forma dos petistas se relacionarem com a tal da independência entre os poderes, o ministro do TSE, Admar Gonzaga, que concedeu direito de resposta ao PT no site da Veja, foi advogado de campanha do PT. Cabe lembrar também que antes de ser nomeado para o STF, o atual presidente do TSE, Dias Toffoli, trabalhou para o partido e foi advogado de José Dirceu, mensaleiro que está preso por corrupção.
A primeira censura a gente nunca esquece. E quem conviveu com a censura da ditadura militar, como aconteceu comigo e outros jornalistas, sabe como a intolerância acaba com um país. O PT grudou mais esta nódoa na sua história. É o primeiro partido brasileiro depois da ditadura a perseguir e censurar uma publicação. Vamos torcer para que esta triste experiência não avance.
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POR José Pires
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