sexta-feira, 27 de março de 2020

Bolsonaro, um presidente isolado do mundo pelo deboche com o coronavírus

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson está infectado com o coronavírus. Ele e seu secretário de Saúde tiveram teste positivo. Johnson foi o último governante europeu a adotar medidas oficiais de isolamento social. Demorou para se convencer desse remédio e agora sente na própria pele que não há outra maneira de lidar com a epidemia. Com sintomas leves, ele ficará isolado na residência oficial de Downing Street. Bem, até o direitista britânico tomou jeito e ainda infectou-se com o coronavírus.

Até agora o presidente Jair Bolsonaro não se convenceu da necessidade do isolamento. Ele anda receitando a cura milagrosa do Covid-19 com a cloroquina, sem a conclusão de nenhum estudo. Também exalta a segurança contra o vírus com o uso de vidro blindado no atendimento no comércio.

Governadores e prefeitos trabalham para manter uma quarentena para evitar o contágio em massa, enquanto Bolsonaro atiça a população contra a prevenção, dizendo que isso é uma grande besteira que vai quebrar o país. O ex-capitão do Exército Brasileiro age como quinta-coluna contra a saúde de seu próprio povo, procurando desestabilizar uma guerra vital, na única maneira que existe até o momento para conter este vírus mortal.

Entre a opção de salvar vidas e a demagogia, Bolsonaro optou por criticar os esforços de dirigentes brasileiros que seguem o exemplo de países do mundo todo, tentando culpar adversários políticos pelas dificuldades em uma economia que sob seu comando já se esfolegava no chamado vôo de galinha. Seu primeiro ano de mandato terminou com um PIB mais lamentável que os pibinhos vergonhosos dos governos da petista Dilma Rousseff e de Michel Temer.

Quando passar o risco mortal do coronavírus será preciso lidar com outro grande problema do Brasil, deste sujeito sem noção que infelizmente foi eleito presidente da República. Cresce a consciência de que será impossível encontrar um rumo de progresso e equilíbrio enquanto Bolsonaro estiver no Palácio do Planalto, bagunçando a vida do país. É uma saúva política, que precisa acabar de forma democrática ou acabará com o país.

Com Bolsonaro como presidente, outro problema grave no pós-coronavírus será o isolamento do Brasil no plano internacional. A passagem deste vírus pelo mundo todo deixará um rastro de dor em países essenciais nas relações externas do Brasil. Teremos um presidente com dificuldade em ser recebido em qualquer país estrangeiro. Depois de suas piadinhas, quero ver Bolsonaro aparecer na Itália ou na França ou mesmo dar um alô para os colegas da direita da Espanha.

Creio que nem seus telefonemas terão retorno. Boris Johnson é que não querer ser fotografado ao lado de Bolsonaro, isso se depois dessa ele conseguir se manter como primeiro-ministro. Com o efeito dramático deste vírus nos Estados Unidos, se for reeleito, Trump mudará bastante sua relação com Bolsonaro e sua equipe de dezenas de contaminados.

E claro que o desavergonhado Bolsonaro querendo botar o pé em algum país estrangeiro terá da população de países atingidos pelo coronavírus uma recepção condizente com as suas piadas de mau gosto com o sofrimento dos outros. Qual é o povo que não se indignará com a presença de um governante desrespeitoso que faz piada com um vírus que vem matando tanta gente?

Com Bolsonaro no poder, os brasileiros ficarão isolados do mundo, em um país ridicularizado internacionalmente pelo presidente da “gripezinha”.
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POR José Pires

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