domingo, 30 de julho de 2023


 

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Os sonhos de Lula com as magias de Marcio Pochmann com números no IBGE

Lula atropelou a autoridade da ministra Simone Tebet e nomeou o economista Marcio Pochmann para a presidência do IBGE. Foi uma humilhação pública para Tebet, como de hábito com Lula, que na chefia costuma ser cruel ao tratar com aliados mais fracos. Primeiro ele faz uma fritura lenta da vítima, em vazamentos e declarações maldosas, com certa ambiguidade. 


No caso de Tebet, o anúncio do nome de Pochmann veio de outro ministro — que nada faz sem o consentimento de Lula — cuja função no governo não está ligada diretamente ao IBGE. A confirmação no cargo foi dada por Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação. Na imprensa já aparecem várias vozes que apontam o procedimento como “um erro”, também amenizam a responsabilidade de Lula, mas na minha opinião isso tudo é de caso pensado.


Uma das melhores explicações sobre o risco de Pochmann no IBGE veio de Edmar Bacha, que tem um currículo que dá credibilidade à contestação, além de não ser uma “voz da direita”, ou “fascista”, “genocida”, como reagem atualmente os petistas no seu plano de criar um clima de intimidação. Economista respeitado, ex-presidente do órgão estatístico, Bacha é um dos formuladores do Plano Real que sustentou o governo petista até Lula resolver fazer as coisas do seu modo e estragar tudo.


Outras vozes de respeito levantaram-se contra, com um repúdio bastante forte ao novo nome no IBGE. Pochmann é apontado entre economistas como um “terraplanista econômico”, uma classificação de quem se guia por um anticientificismo grotesco e arriscado. A economista Elena Landau definiu a nomeação feita por Lula como “um dia de luto para a estatística brasileira”, afirmando que foi uma “posição partidária pura e absoluta”. 


A economista deu razões concretas para a rejeição, lembrando que foi “desastroso” o período de Pochmann à frente do Ipea. “Ele demitiu técnicos da maior qualidade, interferia nas pesquisas, por uma razão puramente ideológica”, disse Landau, questionando também sobre a garantia de que “ele não vai fazer isso no IBGE”. Ela também está blindada contra acusação de ser uma economista “de direita”. Foi a responsável pelo programa econômico de Simone Tebet à presidência e criticava o ex-ministro Paulo Guedes antes mesmo da eleição de Jair Bolsonaro.


Para sintetizar a capacidade de visão de Pochmann como economista, cabe lembrar que ele foi contra a criação do Pix, expressando sua contrariedade em outubro de 2020 com o característico antiamericanismo rastaquera da esquerda, afirmando que o Banco Central dava “mais um passo na via neocolonial”. Ora, levando em consideração o prestígio concedido a ele por Lula, não há exagero em pensar que não haveria Pix se o governo fosse do PT.


A impressão que tenho dessa nova etapa do PT no poder é que seus dirigentes não estão nem um pouco interessados em correção de rumo. A verdade é que nunca tiveram interesse numa discussão crítica sobre o que fizeram nos governos anteriores, de Lula e Dilma, que na verdade são um mesmo governo na extensão dos quatro mandatos. Faz tempo que acompanho de fora essa tigrada: seus seminários, encontros ou qualquer outra forma de debate partidário resulta apenas em aplausos ao que são.


O que dizer de um pensamento político que apoia-se no crescimento de ajuda assistencial aos mais pobres? Depois de quatro governos petistas, eles se gabam disso. Parece humor negro: quanto mais pedidos de socorro, melhor o governo. É isso? Ah, sim: as pessoas desesperadas por um prato de comida é culpa dos outros, a menos que esses “outros” apoiem o governo petista.


Não há como esperar uma produção de qualidade de um partido que não se renova, vivendo de apontar o dedo para governos anteriores, sem nenhuma consistência histórica e até fora de lógica. Com o tempo, a manipulação narrativa ficou até engraçada. O olhar para o passado fecha-se em períodos no salto do governo Temer para os de Lula, com preferência pelo primeiro mandato. Os governos de Dilma Rousseff só são vistos quando precisam usá-la como vítima de um golpe que nunca houve.


Nunca acreditei na regeneração petista, até porque o partido de Lula esteve sempre atrasado na necessidade de modernização, em debate na esquerda especialmente nessa nossa época de tantas transformações. Lula vive no passado, de braços dados com a ala ortodoxa do PT, que manda no debate interno do partido. Eles são bem bolivarianistas, com origem nos laços suspeitos com Cuba, como eu já sabia e pode-se ver na prática nas relações externas deste governo, que traz de volta as alianças com ditaduras, com a predileção do partido pela relação com governos criminosos da América Latina e de outros cantos do mundo, como se vê na estreita ligação com ditaduras da África, no apoio ao Irã dos aiatolás, a Vladimir Putin e ao governo chinês.


Para isso, é preciso ter o domínio da narrativa, como já disse Lula, em um conselho para ninguém menos que o ditador Nicolás Maduro. Elena Landau tem razão nas suas críticas. Pochmann entra no IBGE exatamente para fazer das estatísticas e números econômicos um instrumento de governo favorável ao PT.


Nisso, não há nada de novo. Desde o começo desse governo trabalham com uma estratégia de domínio da informação e da articulação política, apoiada na criação de um ambiente artificial. Isso vai contra as motivações criadas junto aos eleitores para a eleição de Lula, então o que temos agora é uma mudança de sentido na máquina de propaganda. A transformação é na narrativa e não na forma de lidar com a realidade. O interesse é pelo confronto, com a criação de ameaças que exigem um salvador, que é vocês sabem quem. O pacificador dos contrários, aquele amoroso inimigo da intolerância, imagem meramente de palanque, ah, isso ficou para trás.


Eu só estranho a atrapalhação na ordem do processo. Colocaram o pé no acelerador. A nomeação de Pochmann parece uma emergência para manobrar na área econômica, em que nada que tenha a cara do projeto petista foi apresentado. O que temos é mais do mesmo, com um peso em excesso do poder de bancadas clientelistas no Congresso, além da falta de uma interferência de qualidade da parte da bancada governista, que no geral é tão desagradável quanto os mais direitistas. Lula precisa gastar. Do modo que as coisas andam, não sobra dinheiro para isso. Então por que não resolver esta matemática  mexendo na forma de somar?


Reparem que esta nomeação, com Lula atravessando Tebet no ministério do Planejamento, desarruma a convivência que vinha sendo criada por Fernando Haddad, de razoável equilíbrio com o mercado econômico e forças políticas da sociedade civil e de partidos, colocadas à direita do PT. A decisão de Lula não foi bem recebida nem no Ministério da Fazenda e do jeito que veio apagou até a notícia positiva para o governo, que foi a elevação da nota de crédito do Brasil por parte da agência de classificação de risco Fitch.


A desmoralização direta foi de Simone Tebet, mas o tapa na cara atinge uma articulação delicada que vinha sendo feita. Neste ponto, a abertura essencial de diálogo e cooperação era dada pela participação de Simone Tebet, no Planejamento, em dupla com Haddad, na Fazenda. Tebet teve sua credibilidade esvaziada por Lula. A ministra não serve mais como intermediária para qualquer forma de diálogo fora do governo.

 

Na avaliação do que houve agora, vai estar certo quem quiser colocar nesta análise os ciúmes políticos de Lula e sua percepção do crescimento da imagem de Tebet, numa projeção eleitoral já a partir das eleições municipais do ano que vem. Que outra liderança nova com penetração política mais ampla neste ministério, nos seis meses deste governo cheio de complicações, a começar pelas asneiras retóricas do presidente? Só tem Simone Tebet. E Lula sabe muito bem disso. 


Outra razão importante para a pressa está na realidade temporal do próprio Lula. São coisas da vida. O chefão petista está numa idade em que o tempo é incluído obrigatoriamente em qualquer questão existencial ou do cotidiano, como sabe muito bem qualquer pessoa que esteja vivendo entre os cinquenta e sessenta anos. Nessa hora, autocratas costumam tentar acelerar os processos políticos. Lula tem pressa. E como ele nunca se preocupou a respeito do interesse dos outros mortais, que dane-se quem ficará por aqui.

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Por José Pires

quarta-feira, 19 de julho de 2023

João Donato e as dores da perda nos fingimentos no Twitter

Achei interessante as manifestações de alguns políticos no Twitter sobre a morte de João Donato. O músico morreu aos 88 anos nesta segunda-feira. Claro que no geral são protocolares essas mensagens de falecimento e também me parece que, sendo assim, deveriam se ater aos pêsames, sem que o político se alongasse em assuntos que não domina. 


Mas não foi assim com Donato, exatamente com ele, que, como sabe quem de fato conhece bem a música popular brasileira, é um músico de público selecionado, não só porque sua obra é de um nível elevado para os padrões da música daqui e do mundo, mas também pelo tradicional descuido que os brasileiros sempre tiveram com o que se faz de melhor na arte. 


Mas isso não tem que ser uma preocupação dessa maioria de brasileiros, que não tem interesse além do que lhes é enfiado pela goela por uma indústria cultural de má qualidade. A nossa música, que criou uma identidade especial para o Brasil no exterior, é um dos valores nacionais que, no ritmo dessa decadência avassaladora que toma conta do país, podem acabar logo mais. É grande a possibilidade de estar extinta muito antes de qualquer outra riqueza nossa, das tantas que andam numa pindaíba que parece irremediável.


Mas fiquei surpreso com a insuspeitada atenção que os políticos tinham com a música de João Donato. E eu que pensava ser um ouvinte especial. Até o vice de Lula, Geraldo Alckmin, veio a público informar a nação que Donato “projetou a Bossa Nova no mundo”. Seu parceiro na volta à cena do crime, o presidente, foi mais além, afirmando que o artista falecido foi “um dos gênios da música brasileira” e “um de nossos maiores e mais criativos compositores”.


Me surpreende bastante esse Lula de ouvidos atentos — ainda que numa linguagem de estagiário de caderno de entretenimento. Ele que, me lembro muito bem, dias depois de tomar posse no primeiro mandato, convidou dois músicos para festejar sua vitória na Granja do Torto, em Brasília, em um churrasco onde, com certeza deve ter tido muita cerveja e muita picanha. O problema é que os artistas eram Bruno e Marrone, mas, como costuma dizer quem aprecia coisa ruim, gosto não se discute.


Duvido que Lula, este presidente itinerante, tenha se aquietado uma vez que seja para ouvir alguma coisa de João Donato. Mais ainda, não acredito que ele seja capaz de identificar uma só música desse grande compositor. Alckmin também não tem cara de quem ouça João Donato ou qualquer outro compositor brasileiro deste nível, figuras geniais como Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, gente que elevou a música popular brasileira a patamares universais e talvez até por esta razão sejam ouvidos mais lá fora do que dentro de nossas fronteiras.


Outro que apareceu para louvar Donato foi o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ele mesmo, que costuma se dirigir aos brasileiros com um palavreado de advogado defendendo cliente salafrário no plenário de um tribunal. Estou falando de linguagem, nenhum juízo de valor. Neste caso, Pacheco mudou o discurso de forma polivalente e despejou chavões de caderno cultural. Para Pacheco, o músico foi “um artista versátil e talentoso, que explorou, com maestria, além da bossa nova, vertentes distintas de ritmos como poucos fizeram”.


Seria revelador e até muito engraçado se algum repórter perguntasse o que exatamente ele queria dizer ao escrever que Donato explorou “vertentes distintas de ritmos como poucos fizeram”. Claro que a explicação viria naquele jeitão doutoral de província, não só mineira como de tantos outros cantos do nosso interior, coalhado de conversas de bacharel. Imaginem este talento oratório focado numa discussão cultural sobre as “vertentes distintas” exploradas por Donato na sua alta potência criativa. O negócio iria viralizar.


Muitos falaram na genialidade desse músico e nisso acertaram, ainda que por acaso, pois qualquer um é tratado como gênio por aqui. No Brasil, esta terra mucho loca, o conceito de “gênio” é usado sem critério algum, aparecendo, às vezes, como mera ocupação de espaço no texto de quem não sabe do que fala ou para bajular artistas que na sua arte fazem no máximo um pouco mais do que a média. Na música popular, para ficarmos no tema, quem é gênio de fato raramente fica famoso. Hoje em dia, muitos estão com muita dificuldade de viver decentemente de seu trabalho. Este tal de “gênio” também será pouco escutado, até por ser fora do normal, o que incomoda ouvidos banais.


O gênio não é só quem domina tecnicamente seu ofício e faz muito bem o trabalho. Nada disso. Daí que um músico popular pode fazer coisas muito elogiáveis, mas que não merecem muito mais do que serem ouvidas com muito gosto. Gênio é quem ultrapassa a barreira do normal, sendo que, às vezes, sabe do ofício quase que o mesmo de muitos dos seus colegas. O que ele tem a mais é a capacidade do uso do conhecimento para dar um passo adiante. É isso que João Donato fez na vida, a dele e a nossa, uns poucos que estivemos por décadas e até agora na escuta.


Então, de fato Donato foi um gênio, como até o Lula escreveu. Mas o que será que o petista sabe disso na área musical ou em qualquer outra da cultura? Talvez ele tenha buscando informações com Valeska Popozuda, que teve ao seu lado no palanque, como parceira da salvação da democracia. Ou será que perguntou ao Bruno? Ou ao Marrone? O cara está cercado de gênios. Mas a verdade é que é tudo um baita palavrório, na ostentação de falso conhecimento e do uso equivocado do Twitter ou de qualquer outro meio de comunicação, mais pela manipulação do que no real diálogo com as pessoas. É um dos problemas ao fingir completamente, conforme dizia o poeta. Acontece também do sujeito achar que sabe algo além do que o próprio fingimento.


Lula é ruim de ouvido e tenho certeza de que a maioria dos políticos também são. Mas ainda mais, estão cercados por uma assessoria que tem dificuldade no equilíbrio entre o que deve ser protocolar numa nota de pêsames e a exposição do ponto de vista de quem assina a mensagem. Daí essa patacoada, com esse fingimento de conhecimento que causa até vergonha alheia.

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Por José Pires

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Lula e o PT na linha do tempo de ditadores dos quais eles não podem se desligar

E lá vai o Lula causar mais encrencas para o Brasil no exterior. Isso já serve como jargão para o presidente esquerdista que piorou a imagem do Brasil, em vez de consertar o estrago que foi a política externa de Jair Bolsonaro, manchando a imagem brasileira no exterior e tornando nosso país um pária. Em seis meses, Lula mudou apenas a forma ideológica do vexame: o Brasil, que era um pária à direita, agora é um pária à esquerda.


Nesse início de governo, Lula revelou sem nenhum pudor seu apreço aos piores ditadores atuais, a começar por Vladimir Putin, criminoso nuclear e agressor da Ucrânia. O petista também trouxe de volta afetos políticos antigos, recolocando na ordem do dia de seu governo ditadores como Nicolás Maduro e Daniel Ortega. É uma pauta até macabra, trazendo o fantasma bolivariano de Hugo Chávez e o espectro comunista de Fidel Castro, que dá ao Brasil a fama mundial de aliado de agressores da democracia e de inimigos do Ocidente. Além de parceiro, mesmo em negociações financeiras, de governos incompetentes e corruptos.


Nesta terça-feira, o presidente brasileiro assumiu a presidência do Mercosul. No encontro que reuniu os presidentes dos quatro países membros-plenos, ele foi o único a deixar de falar sobre a grave sanção política sofrida pela venezuelana María Corina Machado, inabilitada na semana passada para concorrer à presidência da Venezuela, justamente porque era a candidata com o maior potencial competitivo para tirar Maduro do poder pelas urnas.


A perseguição à candidata oposicionista não deixou de ser comentada nem pelo presidente da Argentina, o peronista Alberto Fernández, que disse que a questão tem que ser “considerada” pelo bloco de países. O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, disse que considera o ocorrido “uma violação dos direitos do povo venezuelano”. E o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que em todos os encontros do Mercosul vem demonstrando claramente sua divergência com Lula quanto ao respeito à democracia, foi firme na condenação ao regime de Maduro.


“Está claro que a Venezuela não vai sair para uma democracia saudável. Quando há um indício de possibilidade de uma eleição, uma candidata como María Corina Machado, que tem um enorme potencial, é desqualificada por motivos políticos, e não jurídicos”, disse o presidente uruguaio.


Já o presidente Lula apelou para a relativização hipócrita que costuma usar quando está em jogo o interesse político de seus amigos ditadores. O petista chegou a apontar “defeitos” na oposição venezuelana. Referindo-se à inabilitação de María Corina Machado, ele defendeu Maduro, dizendo o seguinte: “O que não pode é a gente isolar (a ditadura) e levar em conta que os defeitos estão apenas de um lado. Os defeitos são múltiplos”.


Quanto à pressão política sobre a candidata da oposição venezuelana, Lula foi cínico, como sempre. Ele alegou desconhecer “os pormenores do problema de uma candidata na Venezuela”. Bem, como se costuma dizer hoje em dia, para se informar sobre mais este golpe da ditadura chavista, basta “dar um google”. Aliás, mesmo em questões mais complexas, como é o caso da agressão russa à Ucrânia, Lula poderia se informar também pela internet. Mas é claro que é preciso dar-se ao trabalho de ler bastante e estudar o caso com atenção, coisas que ele já confessou que não gosta de fazer.


Na pressão da ditadura venezuelana sobre a oposição, Lula relativizou outra vez a relação entre agressor e agredido, repetindo o que fez com a Ucrânia. Ele apelou novamente para avaliações ambíguas que falseiam a realidade. O presidente afirmou que é necessário falar dos “defeitos” dos dois lados, da oposição e do ditador. Essa conversa é antiga. Foi com hipocrisia parecida que, em entrevista ao jornal espanhol El País, ainda como candidato, ele defendeu Daniel Ortega, da Nicarágua, fazendo um paralelo absurdo entre o longo tempo do ditador nicaraguense no poder e permanência de Angela Merkel como chanceler da Alemanha, de 2005 até 2021.


Na época, Ortega matava manifestantes a tiros nas ruas, um massacre da oposição que já havia acontecido também na Venezuela. Ora, Angela Merkel já não é mais chanceler, enquanto Ortega segue prendendo, torturando e matando nicaraguenses para se manter no poder. Maduro idem, com seu povo. É muito suspeita essa repetida defesa que Lula faz de regimes ditatoriais, como já fez com ditadores perversos da África, até mesmo com criminosos cruéis, que durante seus dois primeiros mandatos. Ele chegava a se dirigir a homicidas perversos como “amigo e irmão”, como era sua relação com Muammar Kadafi, da Líbia, ou Fidel Castro, de Cuba.


Tamanho apreço de Lula com figuras que nem é preciso esperar para que a história revele como governantes asquerosos parece vir de compromissos históricos que podem ressurgir como cobranças perigosas, o que pode ser a razão do extremo zelo dele e de seu partido com figuras que hoje em dia são até estorvos políticos muito sérios, em um mundo bastante preocupado com danos na democracia ocidental. Lula nunca teve nenhum pudor em largar na estrada parceiros que já não são do seu interesse, mas é perceptível sua dificuldade de largar antigos companheiros, parcerias históricas que são mantidas firmes, como uma obrigação política e até mesmo pessoal, da qual é impossível desligar-se.

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Por José Pires