quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Repeteco

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Esqueceram d'eu, uai

Aécio Neves postou em sua página do Twitter uma mensagem aos internautas que, segundo ele, o teriam ajuda “a defender uma idéia”. Isso mesmo, o discurso é este. A idéia, conforme sua fala, é a de “um país novo, de um projeto novo”. Pegou a mensagem? Pois é, o governador de Minas Gerais está fazendo rádio na internet. Deve ser uma sacada nova de algum marqueteiro mineiro.

Seria importante para os políticos brasileiros saber quem é o marqueteiro de Aécio Neves. E ficar longe desse gênio do marketing.

O governador ainda não foi avisado que internet não tem interrupção. Nada daquele período entre as eleições quando todo político desaparece. A linguagem tem exigências que desconfio serem fora do universo do marqueteiro do governador ou até do próprio, que parece ser do tipo que liga o computador apenas para "saber das últimas", mas vou passar adiante assim mesmo: aqui o fluxo é contínuo, sem aquele tempo marcado por selos de comemoração, os intermezzos inventados para intercalar a vida.

Vixi, fui longe, vamos voltar ao governador. Não dá para falar neste veículo como se fosse uma rádio do interior mineiro, que é o que Aécio Neves faz. E para piorar, na mensagem ele fala como se tivesse acontecido uma derrota, uma perda política que exigiria uma palavra de consolo.

Enfim, ele dá a impressão de que perdeu uma eleição que sequer aconteceu. Não chega a chorar, felizmente, até porque pela cara de quem acordou há pouco, dá para o internauta perceber que a noitada foi boa.

A mensagem revolucionária de Aécio Neves tem uma abertura com uma colagem de fotografias nas quais ele aparece com algumas personalidades, como Pelé e Itamar Franco. Aparece até com aquele cara que ele teve que fazer um esforço danado para eleger prefeito de Belo Horizonte e que não lembro o nome. Deve ser conhecido na capital mineira, nacionalmente não se sabe quem é. Tem também uma foto de Juscelino Kubitscheck, é claro. E até uma foto em que o governador está abraçado a uma moça. Não me perguntem quem é ela.

Falta alguém nesta abertura, não? Pois é, não tem o Tancredo Neves. Ah, é preciso mesmo saber o nome desse marqueteiro. Quem tiver paciência, veja aqui.
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POR José Pires

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Agradecimentos aos lados errados

Isto é Lula. O cara não para. Agora foi no lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos, na entrega do prêmio Direitos Humanos 2009. Referindo-se à Inês Etienne Romeu, que foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária - grupo armado do qual Dilma Rousseff foi dirigente — o presidente inzoneiro soltou esta: “Minha querida Inês, eu só queria te dizer uma coisa: valeu a pena cada gesto que vocês fizeram. Cada choque que vocês tomaram, cada apertão que vocês tiveram, valeu a pena porque nós aprendemos”.

O mês tem sido quente verbalmente, até para um presidente como Lula que parece não ter comando sobre a própria língua. Esta já é a segunda grande bobagem do mês. Anteontem em um café da manhã com jornalistas, talvez como sempre esquecido de seu papel de presidente da República, ele soltou frases que desrespeitam o Supremo Tribunal Federal. Ele se referia à extradição do criminoso italiano Batistti, que a esquerda brasileira trata como herói na luta pela democracia na Itália, esquecendo-se, de forma oportunista como sempre, que ele cometia seus crimes numa Itália em plena democracia.

Numa retificação feita na última quarta-feira, o STF decidiu anular decisão anterior que concedia ao presidente da República o direito de decidir sobre a entrega de Batistti para cumprir pena por seus crimes na Itália. Agora Lula é obrigado a extraditar o italiano.

Sobre esta nova decisão, ele disse: “Não me importa o que o STF fez. Não dei palpite quando eles decidiram. Não falei nada...”, ele disse, para logo emendar, de bico: “...Agora, se a bola foi passada para mim, eu decido como vou chutar, se de três dedos, de trivela ou como a Marta fez no jogo de ontem".

Bem, é de se perguntar se havia apenas café para beber com os jornalistas. Primeiro, o presidente da República define o STF como “palpiteiro”. Pela sua fala, deve-se entender que os ministros passam seus dias dando palpites. E caberia ao presidente (e a qualquer outro cidadão, já que estamos numa democracia) aceitar ou não o palpite. Sobre a relação entre os Poderes, Lula tem também uma opinião original: esta relação se dá no mesmo nível de uma pelada de futebol.

Lula é renitente em suas bravatas. Ele terá que cumprir o que o STF determina. Se desrespeitar a lei, segue um caminho parecido com outro épico herói lulista, Manuel Zelaya, de Honduras. A única brecha legal manter Batistti por aqui é conceder-lhe o status de perseguido político. Mas aí seria confrontar o Estado italiano. E bravata, como o próprio Lula já externou como experiência pessoal, é apenas isso: bravata.

No caso de Inês Etienne Romeu, Lula trata a tortura como um fator didático. Haveria então um aprendizado naquelas pancadas. Bem, eu não acredito nisso. Nem palmada em criança resulta em aprendizado algum. A fala de Lula é um desrespeito aos que foram torturados no Brasil por motivos políticos e, mais ainda, afronta os brasileiros que sofrem torturas em seu governo como prisioneiros comuns. Pela lógica grotesca de Lula, os milhares de presos comuns que sofrem torturas nas prisões brasileiras estariam então tendo seu aprendizado.

A fala soa também como um agradecimento à ditadura militar. Ora, se aprendemos com a tortura, então foi para o nosso bem.

No embalo, veio outro equívoco, mas este é bem articulado e não é da lavra de Lula. Faz parte da estratégia para inserir a luta armada como um combate pela democracia no Brasil, o que é uma aberração: os grupos armados lutavam para instaurar ditaduras comunistas por aqui, regimes autoritários de variadas linhas ideológicas, mas todos como o mesmo sentido de destruição da democracia. Na verdade os programas revolucionários pretendiam derrubar os militares para instaurar suas próprias ditaduras, todas de alguma forma monitoradas do exterior por regimes comunistas de Cuba, da ex-União Soviética ou da China.

Lula falou o seguinte, ainda referindo-se ao grupo armado do qual fez parte também Dilma Rousseff: “E, na medida em que a gente aprende, a gente garante que não haverá mais retrocesso neste país e isso nós devemos a vocês que lutaram por nós”.

Não é que Lula seja apenas um mal-agradecido. Ele também não sabe a quem agradecer.

Bem, eu penso que o Brasil não deve nada a esta gente. Acho até que eles é que devem aos setores realmente democráticos da oposição o fato de não terem passado por situações piores. E até acredito que se eles fossem vitoriosos a situação seria bem pior do que a ditadura militar, que alguns anos depois entrou em um processo de abertura conduzido em parte por este mesmo setor democrático da oposição, liderado por políticos como Ulysses Guimarães, Severo Gomes, Marcos Freire e tantos outros, o pessoal que fez o antigo MDB, sem o qual, aí sim, não haveria democracia. Esses políticos, aliás, estiveram solidários com Lula até quando ele foi preso como sindicalista.

No entanto, o que Lula faz de forma constante é detratar o que representa essas pessoas que de fato lutavam pela democracia. Sei que ele não pode elogiá-los, pois prejudicaria a tentativa de reescrever a História com a caneta lulo-petista, mas então que ele pelo menos não agradeça às pessoas erradas.
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POR José Pires

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

As provas fotográficas da urucubaca de Lula


Colocamos nosso Departamento de Sapeamento na Internet (DSI) para agir e localizamos a prova fotográfica da ziquizira que a própria diretoria do Coritiba foi procurar para seu time. O encontro aconteceu numa das inúmeras viagens de Lula, quando ele deu uma rápida descida em Curitiba e nem foi ao saguão do aeroporto: recebeu os dirigentes numa sala vip do aeroporto Afonso Pena em 18 de setembro deste ano. Pela cara do presidente inzoneiro, ao contrário do que acontece hoje vôos comerciais, parece que os copos no Aerolula ainda tilintam com aquele líquido amarelo que serviam para a gente antes da crise.

Francamente, a diretoria do Coritiba é totalmente amadora no campo dos sortilégios, setor de extrema importância no futebol. Além do cara pegar na camisa do time, ainda deixaram ele assinar. Chega a ser impressionante que a única desgraça do Coritiba tenha sido sua queda para a segunda divisão.

Mas ainda é cedo. No encontro, os imprevidentes dirigentes fizeram o lançamento de medalhas comemorativas do centenário que podem ser compradas como souvenir pelos torcedores. É óbvio que com o time na segunda divisão deve ter muita medalhinha no estoque à espera de compradores. E cá entre nós, você compraria uma medalhinha energizada pelo Lula?
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POR José Pires

Ziquizira de Lula pega mais um

Com o acidente do cineasta Fábio Barreto, autor desta monstruosidade cinematográfica chamada “Lula, o Filho do Brasil”, começaram a surgir comentários em notas que escrevi há meses sobre a fama de pé-frio do presidente da República.

Na última terça-feira o amigo Newton Moratto já havia me avisado que o Lula recebera o time do Coritiba antes dos chamados "coxas-brancas" caírem para a segunda divisão do futebol brasileiro. Bem, aí já é um vaticínio bem conhecido. Quando Lula recebe algum time a torcida imediatamente comemora. A tocida adversária, é claro.

Realmente, em setembro deste ano o presidente inzoneiro participou do pré-lançamento das quatro medalhas de metal confeccionadas pela Casa da Moeda para comemorar o centenário do time. Imediatamente a torcida coxa ficou ressabiada. No futebol a fama de pé-frio de Lula é mais unanimidade que os dribles de Pelé. Nunca na história deste país houve um presidente que dá tanto azar aos que confraternizam com ele. Vide a lista inteira de seus colegas de poder, que caíram na lama um a um.

Como era previsível, em poucos meses as apreensões dos coxas mostraram-se certas. No ano de seu centenário o Coritiba foi rebaixado para a segunda divisão. Como já disse o deputado cassado José Dirceu, “o cara é fogo”.

Abaixo, republico a lista que comprova a fama do seca-pimenteira do Planalto. É bom destacar que atualmente o boxeador Popó é até suspeito de envolvimento em assassinato e tentativa de homicídio. Ele está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Salvador.

Quem souber de novidades sobre a urucubaca lulista, me envie que adicionarei à lista. E para reler as notas em que trato deste assunto, clique aqui e aqui.


A lista que prova que Lula dá azar

Aí está a lista que consagra Lula como o presidente da República mais pé-frio deste país. Não é pouco para uma terra na situação do Brasil. Neste caso, Lula ganha até de José Sarney. Já vi o texto publicado em diversos blogs e trechos dele em comentários de leitores e notícias referentes ao tema. Com dizam os antigos, está ipsis literis.


A presença do pé frio é identificada em todos os momentos. O presidente Lula faz parte deste seleto grupo. Vamos aos exemplos:

1 – Guga presenteou o presidente com uma raquete e abandonou a carreira vitoriosa;

2 – Popó presenteou o presidente com um par de luvas e não ganhou de mais ninguém;

3 – O mega-star Lenny Kravitz presenteou o presidente Lula com uma guitarra e os shows começaram a rarear;

4 – Bebeto de Freitas, presidente do Botafogo, presenteou Lula com uma camisa do clube e foi eliminado - pelo Figueirense - da Copa do Brasil;

5 – Lula recebeu uma bandeira do Corinthians e o time foi para a segundona;

6 – Roberto Carlos - antes de viajar para a Alemanha com a Seleção - presenteou Lula com a camisa número seis da seleção. O Brasil foi um fiasco e Roberto Carlos também;

7 – Antes de decidir a Libertadores de 2008, o presidente do Fluminense ofereceu a camisa tricolor ao presidente Lula. Deu LDU.

8 – A poderosa Seleção Masculina de Vôlei visitou o presidente e perdeu o título da Liga Mundial;

9 – Diego Hipólito - o brasileiro mais favorito em Pequim - recebeu a bênção de Lula e deu no que deu;

10 - Paulo Odone levou a camisa do Grêmio para Lula e foi ultrapassado pelo São Paulo, que estava onze pontos atrás;

11- Fernando Carvalho entregou para Lula a camisa de campeão Mundial Fifa e só agora tenta outro título.

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POR José Pires

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Cesar o que é de Cesar, menos panetone

Já elogiei aqui a capacidade de análise politica do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, demonstrada por ele no correio eletrônico enviado todos os dias pela internet. Maia escreve textos de uma qualidade ímpar, ainda mais considerando que nesta área do pensamento os políticos brasileiros só pensam mesmo é em poder. É difícil encontrar algum com pensamento de qualidade, mais raro ainda achar aquele que saiba expressar bem em forma de texto o que lhe vai pela cabeça.

Cesar Maia faz isso muito bem. Algumas de suas análises, nas quais ele insere inclusive conteúdo extraído do que lê na imprensa ou em livros, o que abre um amplo leque de pesquisas, são de ir para o arquivo.

Pois é exatamente por tamanha qualidade que ando decepcionado. Ele poderia trazer muita informação e conhecimento ao debate instalado com a descoberta da corrupção do governador José Roberto Arruda, seu companheiro do DEM até há pouco, partido que o elegeu e lhe deu sustentação nacional até o escândalo conhecido pelo símbolo do panetone.

O assunto rende. Partido político é igual panetone. A imagem do produto é bastante importante, a textura da massa, sua cor. Até mesmo a embalagem de papelão pesa bastante no conceito público. Mas o importante mesmo é na hora de engolir. O que vale é o conteúdo.

O partido de Maia mudou de PFL para DEM, deu uma modernizada no leiaute, mas não meteu a mão na massa para melhorar o conteúdo. Deu no escândalo do Arruda, que é o do panetone. Então aí está o DEM. Parece um Bauducco, mas na hora de mastigar tem aquele gosto e a textura de pão dormido. Ou é igual comer o pão que o demo amassou, pois a gente não é de perder trocadilho.

Fico aqui de butuca e abro todo dia o e-mail do Cesar Maia esperando uma boa análise sobre isso e nada. O fato está até ficando para trás. É decepcionante ver um analista tão arguto perdendo um assuntão deste.

Aécio Neves desiste e o lulo-petismo persiste

O efeito da renúncia do governador Aécio Neves à disputa da presidência da República pode ser bem avaliado dando uma passada de olhos na blogosfera petista. Os blogueiros chapas-brancas não gostaram nada do acontecimento. O lulo-petismo perdeu ser melhor adversário. Sabem que será duro enfrentar o governador José Serra e, caso ele seja eleito, as dificuldades seriam ainda maiores para uma composição política para preservar cargos e privilégios. Será duro viver sem o Estado dando guarida para variados negócios, inclusive “negócios” d’além mares.

Certas renúncias revelam uma altivez construtiva. Esta com certeza é uma delas. Alguém certamente já deve ter pensado "eis aí mais um serrista", pois está enganado. Meu negócio com o lulo-petismo é na base do que disse Winston Churchill sobre Hitler: se for para desmontar esta máquina nefasta, me alio até com o Diabo.

Tem blog até torcendo para que ele esteja agindo como o mineiro da anedota, que faz que está indo viajar para que pensem que ele não está indo viajar e ele possa, enfim, viajar de fato sem que ninguém saiba de antemão. Bem, quando os negócios particulares estão em risco a imaginação voa até no auto-engano que supostamente preserva de dores psicológicas.

Serra só ganha esta eleição fazendo crescer o sentimento contrário à continuidade. É o que parece estabelecido no eleitorado, que não quer ver ver mais do mesmo na presidência da República. Lula acreditava que poderia eleger até um poste. Escolheu um poste e o poste está lá, parado.

Parece que os eleitores querem mudar. E talvez vejam em Serra sinais de que, com ele, a hipótese de não desmontar a máquina sugadora implantada pelo lulo-petismo no Estado brasileiro é infinitamente menor do que seria com Aécio Neves.

O governador de Minas demonstra sempre que é um político de acordos, aberto inclusive à confrarias externas ao projeto tucano. Ou a qualquer projeto que tenha senso de equilíbrio, pois está até até com Ciro Gomes, o que em política é abraço de afogado. Quiça que ele tenha permanecido com índices menores na pesquisa exatamente por isso, por fazer concessões demais. É sempre uma esperança de que os brasileiros queiram desmontar esta patifaria que faz da política um instrumento de ajustes na preservação de privilégios o que faz mudar só o cabeça do sistema, que permanece exatamente o mesmo com seus PTs, PPs, PDTs, PTBs, PCdoBs dominados por caciques que só pensam em seus interesses.

Do episódio da renúncia de Aécio Neves ficam dois importantes textos, a carta dele e uma nota do governador José Serra, escrita como uma resposta ao gesto do colega e ao mesmo tempo um esclarecimento para a população sobre sua posição.

O governador de São Paulo é direto, bem claro como sempre. A nota é bem escrita e com certeza feita por ele. Serra irrita o lulo-petismo inclusive pela capacidade intelectual, por escrever bem. Epa, vão dizer novamente que sou "serrista". Mas não é nada disso. É apenas o reconhecimento de sua qualidade em uma área que me interessa muito.

Serra puxa da carta de Aécio Neves o alerta contra a semeadura da discórdia e do ressentimento, própria do lulo-petismo, uma corrente política perversa, instigadora e agressiva que faz o tempo todo o jogo de trabalhar com o drama econômico da nossa população, colocando brasileiros contra brasileiros e até “moradores de uma região contra moradores de outra região”, como lembra o governador paulista.

A carta de Aécio Neves parece ter sido feita a oito mãos, talvez mais, o que quase sempre dá mau resultado, independente da qualidade política ou intelectual do grupo. Juntem Hemingway, Faulkner e Saul Bellow para escreverem juntos e certamente teremos uma porcaria de texto.

Na carta do governador de Minas Gerais também soa mal, bem mal, um trecho que parece coisa da República Velha. É na finalização, quando ele escreve o seguinte: “E a Minas, sempre a Minas e aos mineiros, pela incomparável solidariedade”.

É interessante que os políticos mineiros não percebam que essa história de relacionarem seu estado como uma região política singular da Federação — com sua força unificada neste ou naquele projeto político — ao contrário do que eles parecem desejar acaba criando um efeito eleitoral ruim no resto do país.

Alguém pode imaginar um político paulista se referindo desse modo a seu estado? Nem pensar. Até porque o efeito eleitoral também não seria bom, pois brasileiro algum quer investir na idéia de que seu estado seja um simples vagão puxado por uma locomotiva. E isso me parece bom, pois por mais que nestes quase oito anos o projeto lulo-petista tenha se esforçado para esquartejar politicamente nosso território, no plano federal os brasileiros parecem seguir o rumo da unidade política. É algo para o grupo de Aécio neves pensar. Isso pode ser outro fator que impediu a candidatura avançar.

Mas temos aí dois documentos políticos importantes. Faço votos para que no conjunto eles sejam um reforço substancial para acabar com o domínio do lulo-petismo.

É claro que não poderíamos deixar de publicar em nosso Arquivo Implacável os dois documentos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Peixe fora d'água

Em uma situação normal a presença de um ministro-chefe da Casa Civil em Copenhague já seria estranha. Quando a ministra-chefe é candidata à presidência da República, como é o caso de Dilma Rousseff, a coisa já fica escandalosa. É óbvio que Dilma só passou por lá para aproveitar os holofotes da imprensa focados na conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.

Seria de se perguntar ser ela não tem o que fazer no Brasil, já que as atribuições de um ministro-chefe da Casa Civil exigiriam sua presença por aqui. Ou precisam anexar mais um item à competência da Casa Civil, já tão mudada pelo lulo-petismo para se adequar às conveniências da candidatura de Dilma Rousseff.

E em Copenhague, a ministra nostra que o meio ambiente é algo tão estranho para ela quanto... vejamos um exemplo, ah sim: como a democracia. Ela não compreende, não gosta, não respeita.
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POR José Pires

domingo, 13 de dezembro de 2009

Verger e Vitalino: o encontro de dois mestres no Nordeste


Percorrendo o Nordeste brasileiro em 1947 o fotógrafo francê Pierre Verger encontrou Mestre Viltalino e suas esculturas de barro e fez belíssimas fotografias documentando o trabalho do artista. O centenário de Vitalino Pereira dos Santos está sendo comemorado este ano.

Nascido em 1902 em Paris, Verger foi também etnólogo e um grande estudioso da diáspora africana. Em viagem ao Brasil apaixonou-se pela Bahia, onde morou até sua morte em 1996. Como era um ótimo fotógrafo, ele deixou um material impressionante ao documentar os objetos de seus estudos. São imagens com a qualidade muito além do aspecto documental, como suas fotos da população negra brasileira. E estas de Mestre Vitalino.

O olhar avançado de Verger está não só em suas belas fotografias, mas também na capacidade de perceber naquele final da metade do século passado a importância de Mestre Vitalino, que vendia suas pequenas esculturas na feira ainda sem o reconhecimento histórico que teve depois como grande artista brasileiro. Um dos maiores deste nosso tempo, nascido do chão pobre de Pernambuco e revelador da importância da arte popular.

O Estadão publica as fotos de Pierre Verger que mostram Mestre Vitalino em atividade. Veja aqui.
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POR José Pires

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lula e seu palavrório de sempre e de latrina

O trocadilho é irresistível: Lula andou falando merda novamente, desta vez literalmente. Foi no lugar apropriado, a São Luís do Maranhão de José Sarney. Também apropriadamente o senador estava ao se lado. O clã de Sarney domina o Maranhão há mais de quarenta anos, os últimos oito com uma boa ajuda de Lula. O resultado é que o Maranhão só não é o último estado brasileiro em todos os índices porque em desgraças o Piauí ainda é o primeiro.

Não que alguém grosseiro como o petista precise de algum estimulante para falar besteira, mas é óbvio que ele estava alterado. Não seguiu os conselhos de Brizola? Na época em que os dois fizeram campanha presidencial juntos, com o gaúcho de vice, ele aconselhou Lula a maneirar na pinga.

Ainda tem alguém que se espanta com as grosserias de Lula? Não acredito. O petista é um notório boca-suja. Lula está para a política brasileira como aquele tio chato e grosseiro que a família suporta porque não tem outra opção. Acho até que antes de ser importante políticamente Lula foi um desses chatos. O problema é que agora a história é bem diferente. Ao contrário do tio chato e do sindicalista chato que provavelmente ele foi, as besteiras de Lula têm feito muito mal para o país.

Onde anda aquele livro que dois jornalistas, um do jornal O Estado de S. Paulo, outro da Folha de S. Paulo, escreveram ainda no primeiro mandato? Leonencio Nossa e Eduardo Scolese publicaram “Viagens com o Presidente”, onde relataram a intimidade de Lula, contando inclusive sobre suas grosserias nos bastidores.

O livro não teve a repercussão merecida, aliás como acontece com muita coisa que revela de fato o caráter do presidente inzoneiro. Lula reclama da imprensa. Pois devia agradecer o que ela faz por ele, especialmente esquecendo suas barbaridades. Pois o petista não passou anos sendo tratado como vítima em situações em que comprovadamente agiu como um canalha, omo naquele episódio em que claramente escondia um de seus filhos?

Lula é vaidoso, tem ataques de fúria e trata mal os subordinados. Este Lula que o povo vê, cheio de delicadezas, este aí é para consumo popular.

Segundo o livro, Lula fala tanto palavrão que entre seus funcionários foi até criado um índice para aferir o grau de intimidade com o interlocutor. Quanto mais pesado o palavrão, maior a intimidade.

Até a reservada ministra Marina Silva, que ocupava a pasta do Meio Ambiente, teve que ouvir besteira. E da grossa. Numa audiência com a ministra Lula soltou essa: “Marina, essa coisa de meio ambiente é igual a um exame de próstata: não dá pra ficar virgem toda a vida. Uma hora eles vão ter que enfiar o dedo no c... da gente. Então, companheira, se é pra enfiar, é melhor que enfiem logo'”.

Sobra também para países estrangeiros. Lembram daquela história do “acordei invocado e liguei para o Bush”? É só conversa. Mas Lula xinga autoridades estrangeiras.

Na época do lançamento do livro as grosserias tiveram até uma certa repercussão internacional. “Há momentos em que tenho vontade mandar os Kirchner para a puta que os pariu”, foi o que falou de Nestor Kirchner e sua mulher, Cristina, hoje presidente da Argentina. Na época em que foram xingados, o marido era presidente e aliado de Lula.

O Chile também foi xingado. Lula tem uma birra histórica com aquele país, que sempre se manteve fora do círculo criado pelo Brasil juntamente com a Venezuela e a Bolívia. Não à toa, o Chile dispara em todos os índices positivos, deixando todos países sul-americanos, inclusive o Brasil, bem para trás.

“O Chile é uma merda”, disse Lula criticando a política externa do país vizinho. “Eles fazem acordo com os americanos. Querem que a gente se foda. Eles cagam em nós”.

Seria interessante saber o que ele anda falando de Barack Obama. Terá soltado muitos palavrões quando o presidente dos Estados Unidos ganhou o prêmio Nobel? Outra reação que deve ter sido bem alterada foi agora quando Obama deu um chega pra lá no Brasil na questão de Honduras.

Enfim, são muitos os fatos sobre a grosseria de Lula. Passaríamos tempo demais se fossemos relatar todos os conhecidos. E se não são defensáveis nem os de bastidores, aqueles que acontecem em público são bem piores. Isso que aconteceu em São Luís deveria ser tomado como um escândalo. Mas infelizmente os brasileiros deixam passar.

O problema é o efeito social de atitudes como esta de Lula. Se o presidente da República é um boca-suja desequilibrado, como fazer para estabelecer um mínimo de educação e respeito ao próximo em um país onde já se tira o revólver até para resolver problema de trânsito?

Esta é mais uma herança, das tantas malditas que o lulo-petismo está criando e que deixará para serem resolvidas. Nunca na história da República um político vulgarizou o cargo de presidente como Lula. Comparando com ele, há o risco de até Fernando Collor parecer um gentleman.

Selecionei alguns trechos do livro "Viagens com o Presidente". Veja aqui. Dá para ter uma idéia do troglodita que foi colocado na presidência. O preço que devemos pagar por tamanho equívoco político veremos logo. Mas infelzmente não deve ser pouco.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Panetone agregador

O escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal já serviu para uma coisa: tirou o deputado e presidente do DEM, Rodrigo Maia, do pé do governador José Serra. O filho do ex-prefeito César Maia andava rigoroso com Serra, de quem exigia mais atitude, assumindo de vez a candidatura a presidente. Há dias que o deputado não palpita na eleição presidencial.

O governador de Brasília, José Roberto Arruda, acusado de ser chefe da quadrilha e flagrado recebendo um pacote de dinheiro, inseriu uma palavra nova ao vocabulário político. Deve servir pelo menos para tornar mais galhofeiro o Natal deste ano. Panetone já não é mais só para comer nesta época. Hoje é uma desculpa para escapar de flagrante.

E vem daí o silêncio de Maia no debate sobre a candidatura tucana. Engasgou com panetone. O governador José Roberto Arruda, chefe do esquema de Brasília, tem muito de "agregador", qualidade que Maia lamentava não ser mais forte em Serra.

Os vídeos da corrupção, que correm a internet e já batem recordes de exibição no Youtube mostram como é forte o fator de agregação no governo brasiliense. Até Arruda aparece embolsando um maço notas de cem reais.

O presidente do DEM é amigo de Arruda e fez indicações para seu governo. Ele também é amicíssimo do publicitário Paulo César Roxo Ramos, acusado de ser um dos operadores do esquema. Ramos é tão chegado de Maia que quando foi divulgado o primeiro vídeo sobre a corrupção correu para contar para ele.

Tão cedo Maia não terá tempo na agenda para discutir agenda de eleição presidencial. E com o caso de seu amigo Arruda, de Brasília, a palavra "agregador" até pode ser usada em eleições, mas existe sempre o risco do eleitor ligá-la à palavra panetone.
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POR José Pires