segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Retrospectiva, parece que eu já vi esse filme

As retrospectivas de frases são a única coisa divertida na imprensa no final de ano, quando as redações se transformam em fábricas de encher lingüiça no afã de arrumar assunto para um mês vazio de fatos como dezembro. É interessante encontrar a similaridade na fala de cada personalidade no besteirol reunido – sim, porque a mídia seleciona mais as gafes do que as frases realmente de qualidade.

Pense como seria interessante se, na pressa da edição, um redator estafado trocasse os nomes dos autores das falas. Acredito que daria na mesma. Principalmente entre os políticos é difícil distinguir o autor de cada frase. Talvez pela natureza comum da atividade, que tem no logro sua matéria básica, as frases encaixam em qualquer um.

Até a fala do presidente Lula, um notório e presunçoso bestalhão, ao contrário do que se pode achar, não é tão singular assim em relação ao que falam seus pares. É apenas a notoriedade do cargo que o diferencia dos outros e empresta realce ao que ele fala. Tanto que antes de ser presidente, para o azar do Brasil, não se observava tanto as besteiras que saíam de sua boca – ou da “massa encefálica dentro do cérebro”, como ele disse.

Leiam as frases que colhi nas retrospectivas deste ano e tentem adivinhar o autor. Garanto que a opção "todas as respostas acima" vale para todas.


Quem disse a frase?

Pede para sair, zero um.
  1. Toda a torcida do Flamengo
  2. Capitão Nascimento
  3. A oposição venezuelana
  4. Lula, para vários de seus companheiros

O presidente [Lula] adora plagiar os outros. Seu primeiro mandato, por exemplo, foi um plágio do governo FHC.
  1. Heloisa Helena
  2. Roberto Jefferson
  3. Qualquer tucano
  4. O próprio FHC

Posso lhe fazer uma pergunta indiscreta? Já chegou a revista da Mônica Veloso?
  1. Renan Calheiros
  2. Eduardo Suplicy
  3. Ideli Salvatti
  4. A mulher do Renan Calheiros

Relaxa e goza!
  1. Capitão Nascimento
  2. Marta Suplicy
  3. Guido Mantega
  4. Mônica Veloso

Ô, arruma dois pau pra eu?
  1. Deputado da base aliada, para o governo
  2. Vavá, irmão do presidente Lula, para um chefão do bingo
  3. Mônica Veloso, para Renan Calheiros
  4. Renan Calheiros, para o amigo que pagava a Mônica

Eu sou o único líder democrata do mundo.
  1. Lula
  2. Hugo Chávez
  3. Vladimir Putin
  4. George Bush

Quando ouvi Fidel falar de seus princípios de solidariedade, tive vontade de chorar.
  1. José Dirceu
  2. Evo Morales
  3. Fernando Moraes
  4. Frei Betto


Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante.
  1. Lula
  2. Aécio Neves
  3. Raul Seixas
  4. Roberto Mangabeira Unger

Foi uma vitória de m..., e a nossa derrota, uma derrota de coragem.
  1. Lula
  2. Hugo Chávez
  3. Geraldo Alckmin
  4. A torcida do Coríntians

É necessário caminhar mais para que Brasil e Estados Unidos cheguem ‘ao ponto G’ das negociações.
  1. Lula
  2. Marta Suplicy
  3. Ideli Salvatti
  4. Marco Aurélio Garcia


Eu tenho medo de andar de avião. Ando porque sou obrigado. Se a pessoa já tem medo, chega no aeroporto, a tensão é elevada à quinta potência, por ter atraso dos vôos, por não ter as informações corretas, a pessoa fica à beira do infarto.
  1. Lula
  2. Nelson Jobim
  3. Waldir Pires
  4. O piloto

Sexo vende. Por isso aceito papéis que exploram a minha aparência. Mas vou mostrar ao mundo que sou boa atriz. Me aguardem!
  1. Sabrina Sato
  2. Jessica Alba
  3. Bruna Surfistinha
  4. Quase todas as atrizes da Globo
........................
POR José Pires

Carlos Heitor Cony e as trapaças do passado

Passando os olhos pela Folha de S. Paulo, naquela olhada que a gente dá na pilha de jornais que sobrou no fim de semana, encontro um texto de Carlos Heitor Cony, que escreve às sextas-feiras meia página na Ilustrada. Não sou um seguidor do autor, mas sempre que dou de encontro com algum texto seu na Folha tenho a impressão de que ele estava sem assunto na hora de escrever.

E aí ele parte para aquele manjado estilo da crônica em torno da falta de assunto. Rubem Braga era bom nisso. O Cony não é. Falta nele o desprendimento natural necessário para tanto.

Neste texto, seu assunto – ou falta de – são as retrospectivas de fim de ano, coisa chata de ser feita hoje e com certeza pior ainda em tempos anteriores ao computador. Disso ele vai para outra questão chata para qualquer um e ainda mais para os jornalistas, que é a obrigação de encontrar assunto no início do ano.

E conta sobre uma vez em que criou um vidente cego. Veja bem: ele era editor de uma revista e simplesmente criou um personagem para o qual deu nome – Allan Richard Way, segundo ele – e inventou as previsões.

Cony não revela o nome da revista onde fazia essa enganação, mas pode muito bem ser a Manchete, publicação semanal que competia com O Cruzeiro. Há um certo romantismo em torno das duas, mas não se engane: eram duas belas porcarias. Na Manchete, que foi publicada de 1952 a 2000 pela editora Bloch, ele tinha o maior prestígio. Chegou a ter inclusive coluna própria, duas ou três páginas onde escrevia o que quisesse, além de escrever os textos que eram assinados pelo dono da revista, Adolpho Bloch. Isso mesmo: Cony escrevia e o Bloch assinava.

Não sei se Cony inventou um “Estilo Bloch de Escrever” ou se fazia do jeito que viesse na hora, mas o fato é que durante anos viveu esta farsa. E até hoje ele é agradecido a Adolpho Bloch, por julgar que o editor o salvou do suposto desemprego ao qual seria forçado pelas pressões da ditadura militar. Pense em alguém vil, uma criatura sem escrúpulos como dono de jornal, revista ou mesmo de uma televisão qualquer. Pois o Bloch, que foi dono de revistas e de televisão, é pior que esse sujeito. E o Cony afirma que se salvou da ditadura na companhia desse tipo.

Mas o Cony contava sobre o texto que inventou para iludir os leitores da revista em que trabalhava. Criou uma reportagem em que o personagem – falso evidentemente – era até entrevistado. E ele discorre na Folha sobre este fato ocorrido há muitos anos com um ar ingênuo, tratando uma trapaça jornalística como acontecimento pitoresco, bacana até, um leve assunto de crônica para o desfrute do leitor.

Não é o que ele queria, mas acabou contando a história do início da formação da imprensa brasileira, quando a trapaça e o engodo ao leitor, assim como a bajulação dos poderosos, eram norma quase absoluta. E esse espúrio passado que Cony descreve como uma nostalgia inocente é em parte responsável pelo que somos hoje.
........................
POR José Pires

domingo, 30 de dezembro de 2007

Baixaria na internet

Não se espantem com o que vem a seguir – com aspas, é claro, pois é um comentário pessoal. Leiam que depois eu explico.

Enviado por: Euripedes Alcantara
turco ladrao, cara de rato, roubou o proprio cunhado e
tenta arrastar as pessoas honestas para sua vala de
bestas. cuidado comigo, turco ladrao, mascate, cara
de rato..tu nao me conheces cuidado...f**** da p****,
ladrtao de cunhado. influencia sobre mim ninguem tem...
seu rato. cuidado. conheco sua fuca. vou jogar uma taca de vinho( do bom) na sua cara....rato,mascate, ladrao, f*** da p ***,
ladrao de cunhado...!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!ladrao de cunhado !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
09/12/2007 22:11”

O comentário foi postado no blog do jornalista Luís Nassif. Os insultos evidentemente são para ele, que tem publicado denúncias bem graves contra o jornalista Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, que supostamente assina o comentário.

E faço a ressalva menos pela confiança no caráter de Alcântara e muito mais por achar inacreditável que um jornalista veterano faça a besteira de publicar um comentário desse nível no blog de um colega. Senão por civilidade, mas pelo menos pela atenção ao conteúdo da discussão é preciso sempre ter equilíbrio nessa hora.

Mas Nassif também tem alguns anos de chão e garante que certificou-se da procedência antes de publicar o comentário. Ele garante que tem provas de que é mesmo do diretor de redação da Veja. Reparem que a mensagem tem asteriscos em certas palavras. Foram colocados pelo Nassif, "higienizando" o texto, como ele diz. O comentário, portanto, é chulo mesmo, com as palavras realmente escritas como são.

A briga de Nassif com a Veja até agora envolvia duas figuras influentes da revista: Reinaldo de Azevedo e Diogo Mainardi. Com isso entra diretamente na briga Eurípides Alcântara perto de quem, a se fiar neste comentário, Diogo Mainardi é uma moça.
........................
POR José Pires

O que a Veja tem com Daniel Dantas?

Claramente Nassif acusa Alcântara de ter ligação direta com o banqueiro Daniel Dantas e defender seus interesses usando para isso a própria revista Veja em negócios que envolvem muito dinheiro e disputas comerciais acirradas. No meio está a dinheirama dos fundos de pensão, disputa pelo controle das teles e até espionagem feita por agência internacional, a famigerada Kroll. O rolo é grande e envolve também o publicitário Marcos Valério, chefe do esquema publicitário do “mensalão”. A CPI dos Correios identificou R$ 126 milhões em pagamentos das empresas de Dantas para a DNA, empresa de Valério.

Outro relacionamento de peso do jornalista da Veja, segundo Nassif, é com o publicitário Eduardo Fischer, presidente da Fischer América, que atende a Caixa Econômica Federal. E mais não disse. Mas segundo o próprio Nassif foi após falar da proximidade de Alcântara com Fischer que passou a ser atacado com mais fúria.

Para Nassif, “Veja foi instrumento ativo nas disputas empresariais e jurídicas” de Dantas, à revelia inclusive dos reais interesses da editora Abril. A revista teria se transformado em um “território livre, manobrado por Eurípedes [Alcântara] e Mário Sabino”. Em seu blog, ele diz que é importante que a Abril perceba esse jogo, que afeta a própria imagem da editora.

Alcântara, no caso, utilizaria a Veja para publicar matérias do interesse do banqueiro Dantas. Por outro lado, Nassif é acusado de servir aos interesses de concorrentes do banqueiro. Diogo Mainardi é quem fez esta acusação. Mainardi afirma que Luís Nassif faz parte de um grupo de defesa do governo Lula abrigado no provedor IG, que publica os blogs de Nassif, José Dirceu, Mino Carta, Paulo Henrique Amorim e onde Franklin Martins também tinha o seu até ser nomeado ministro da Comunicação Social.

Mainardi e Reinaldo Azevedo, um em sua coluna na Veja e em seu podcast na internet e outro em seu blog, atacam ferozmente Nassif, que em seu blog classifica os ataques como “encomendados”. Ou seja, a artilharia pesada dos dois seria alinhada com o propósito de desmoralizá-lo em razão, primeiro de suas críticas ao jornalismo praticado pela Veja e agora com a denúncia da relação suspeita entre o diretor de redação da revista e o banqueiro Daniel Dantas.
........................
POR José Pires

Afinal de quem é mesmo o comentário?

Em seu blog, Nassif diz que os últimos dois anos da Veja foram de “baixarias”, no qual a revista não se limitou a atacar o governo mas também “a injuriar qualquer analista que não fechasse com suas baixarias”.

A verdade é que na última semana a briga se intensificou. O comentário supostamente assinado por Eurípedes Alcântara é um dado novo e forte na questão. Não apenas pela grosseria, mas pelo que ele revela do desconforto de Alcântara com algum trunfo alcançado por Nassif.

Hoje em seu blog, Reinaldo Azevedo coloca em dúvida a procedência do comentário. “Vocês acham mesmo que alguém da VEJA, pouco importa o cargo, enviaria um comentário para o blog de Luis Nassifu (sic)?”, ele escreve, grafando o nome do desafeto desse modo chulo.

E a briga deve esquentar mais. Nassif promete aprofundar a discussão assim que passar esse período de festas. Talvez até apresente mais dados sobre o famoso comentário do diretor de redação da Veja que até agora – pelo menos pessoalmente, é claro – não deu as caras na discussão.

Porém, pelo nível da discussão até aqui é aconselhável tirar as crianças da frente do computador.
........................
POR José Pires

Por que o cunhado entrou no meio?

Quem não ficou curioso com o “ladrão de cunhado” escrito – ou seria melhor dizer xingado? – no comentário que Nassif afirma ser de Eurípedes Alcântara? Eu fiquei. Mas vamos ter que esperar mais um pouco para saber que negócio é esse. Perguntado por um leitor sobre o assunto, Nassif respondeu apenas “pergunte para ele”, referindo-se ao diretor de redação da Veja.
........................
POR José Pires

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Cortando o mal pela raiz

Vocês pensam que estou fazendo piada, mas o revolucionário método petista de demolir o objeto em vez de atacar o problema pegou mesmo. O método, todos devem se lembrar, começou com os governadores petistas da Bahia e do Pará. Um vai demolir o estádio, outro a cadeia.

Pois o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, quase perdeu seu vôo para a Bahia por má informação de horário pela própria Infraero. E seguindo o revolucionário método administrativo, a Infraero deixará de informar horários, que fica como obrigação só das empresas aéreas.

Está certo. Acabou o problema. Deixando de informar os horários a Infraero jamais informará um horário errado.
........................
POR José Pires

O orgulho de não fazer

Nesse caso do pedido de extradição de brasileiros acusados pela Justiça italiana de participação na Operação Condor, ocorrida durante o regime militar, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, falou grosso.

“Os brasileiros não estão sujeitos à Justiça italiana, e sim ao Judiciário brasileiro. A Itália não pode decidir sobre coisas que aconteceram no Brasil”, disse o ministro. Com se o Brasil decidisse alguma coisa sobre as barbaridades ocorridas aqui. E Jobim deve deve ter falado com aquele orgulho besta e típico do brasileiro que, quando é chamado às suas responsabilidades, arrota uma suposta independência exatamente para que fuga do problema seja feita com a menor humilhação possível.

E então fica mantida a impunidade e supostamente mantido o orgulho pátrio. Se o general Pinochet tivesse praticado seus terrores no Brasil é possível que tivesse morrido cercado de honras.
........................
POR José Pires

Deitado eternamente...

Aliás, o Brasil é um território estranho na América Latina. Até o Peru resolve seu problemas com o passado, com generais e o ex-presidente Alberto Fujimori na cadeia. O Chile, então, tem sido um exemplo em rever crimes do passado: até o maiorial do regime, general Augusto Pinochet, acabou seus dias respondendo à Justiça. E a Argentina, idem. O povo argentino discute a questão de seus regimes militares com franqueza e até já condenou muitos militares.

E nada é decidido por aqui. Alguns podem alegar que é o "sangue português" a origem dessa passividade, mas então as baratas podem ficar ofendidas pelo descaso genético com elas.

E a justiça fica sempre para as calendas. Está certo. Pelo menos enquanto outro país não “decidir sobre coisas que aconteceram no Brasil”.
........................
POR José Pires

Agora vai

E a agenda do presidente Lula? Hoje vai ser um dia estafante. Às nove e meia da manhã, despacho com o ministro da Previdência Social, Luiz Marinho. Á tarde, às quatro horas, encontro com o jogador de futebol Kaká. Isso já na Granja do Torto e com o carvão começando à arder na churrasqueira, que ninguém é de ferro.
........................
POR José Pires

Ética fica pra depois

E o caso do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, que acumula com a função o cargo de presidente do PDT? A Comissão de Ética Pública acredita, com razão, que é incompatível o exercício simultâneo das duas funções. E pediu a demissão do ministro.

Ah, esse negócio de ética pode muito bem ficar para o ano que vem.
........................
POR José Pires

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O cinema de cima

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ator norte-americano Jack Nicholson conta que não se distribuem mais filmes estrangeiros nos Estados Unidos como era habitual antigamente. Antes, diz ele, via-se “uma obra-prima por semana”. Bergman, Kurosawa, De Sica, Pasolini Bertolucci, Truffaut, Resnais, ele elenca esta série de nomes afirmando que cada semana tinha algo novo de fora para ser visto.

A indústria mudou. Foi tomada por conglomerados. Seria o fim do cinéfilo e a colocação do público de cinema no papel passivo de consumidor. A transformação seria efeito, segundo ele, do enorme crescimento da indústria cinematográfica em seu país e, claro, acrescento eu, o domínio cultural estabelecido pelo seu absurdo poder econômico que aplasta as outras culturas. “Uma empresa de filmes é, de certo modo, só um departamento de organizações maiores, mesmo para as pessoas que assistem aos filmes a sensação de sucesso fica distorcida por esses parâmetros, é difícil encaixar cinema de autor nesse conceito".

Curiosamente, uma demonstração desse brutal domínio, que inclusive impede os conterrâneos de Nicholson de ver obras estrangeiras, está na própria entrevista do ator. Um detalhe bastante definidor, talvez ignorado por ele. Abaixo da entrevista da Folha, em letras menores, bem pequenas mesmo, o jornal informa que o repórter viajou a convite da Warner Bros. E é por causa de expedientes assim que as nossas obras terminam não "viajando" para lá.
........................
POR José Pires

Escultor da mão pesada

Prolifera a besteira dita inicialmente sabe-se lá por quem de que Oscar Niemeyer, mais que um arquiteto, seria um escultor.

É a mania de querer colocar "poesia" fora do contexto que cria esse tipo de bobagem da grossa, tanto no aspecto técnico quanto da criação artística. Niemeyer é arquiteto. E ponto.

Além do mais, quando se aventurou na escultura o arquiteto cometeu coisas horrorosas como aquela mão espalmada com o mapa da América do Sul que está no Memorial da América Latina.

Como arquiteto, Niemeyer sai da fonte translúcida de Le Corbusier. Já o Niemeyer escultor nasce das águas pesadas de Zdhanov, o dirigente soviético que tentou enclausurar a arte em um esquema fechado e subserviente ao regime comunista.
.........................
POR José Pires

Inutilidade pública

Finalmente chegou na mesa do presidente Lula o processo que envolve a Comissão de Ética Pública e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A comissão pede a demissão de Lupi, já que ele acumula com a função de ministro o cargo de presidente do PDT.

É óbvio que o exercício simultâneo das funções é incompatível, mas o ministro Lupi não quer saber. Quer ficar com os pé nas duas canoas, aliás um comportamento bem típico deste governo. Para ele é normal atender ao interesse público e atender diretamente aos interesses de um partido.

Tudo bem, a gente sabe que na prática é assim mesmo. Mas ao menos mantenhamos as aparências, ministro!

Da decisão de Lula depende também a existência da Comissão de Ética Pública. Mantido o dúplice ministro a comissão deixa de ter sentido.

E acho que o mais sensato é mesmo caminho da dissolução da comissão, seguindo o sentido revolucionário apontado pelos governos petistas da Bahia e do Pará que em vez de consertar os erros mandaram demolir o estádio baiano e a cadeia paraense.

A Comissão de Ética Pública nunca funcionou mesmo. Manda demolir.
.........................
POR José Pires

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Em prol da Nação

Em sua sanha com os métodos da nossa mídia, o PT não está de todo errado. Jornalista se mete fazer a cada matéria que só pode trazer problemas para o país. O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje uma matéria sobre as ausências de senadores às sessões deliberativas do Senado.

Descobriram que o campeão em faltas é o impichado Fernando Collor (PTB-AL). Enquanto a média de faltas, que já é alta, foi de 16,05%, Collor teve uma média de 42,11% das sessões.

No primeiro caso, de cada 100 sessões nossos senadores faltaram a 16. Collor faltou a 32 sessões.

Muito bem, detectaram o relapso. Mas é aí que está o perigo. Collor sempre foi muito preocupado em expressar uma imagem, superficial, é claro, de laborioso. Alertado pela reportagem, ele pode passar a freqüentar a todas as sessões do Senado!

Acontece que é sempre melhor para a Nação ter Collor longe das sessões do Senado. É o melhor serviço que ele pode prestar ao País.
........................
POR José Pires

Agora vai

Mais um exemplo de operosidade. Agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para hoje: Às nove horas, reunião com Franklin Martins, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência e às nove e meia, reunião com Clara Ant, chefe de gabinete-adjunta de informações em apoio à decisão.
Depois, às dez e meia, ele cumprimenta funcionários do Governo Federal e acabou.

Este homem é um exemplo para a Nação.
........................
POR José Pires

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Aprendizado prematuro

Alguém ainda agüenta autoridade petista se fazendo de idiota para compensar a incompetência do governo do qual faz parte? Eu não.

A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, é economista, foi secretária da Fazenda de Porto Alegre na prefeitura brizolista de Alceu Collares, de 1986 a 1988, foi também secretária de Energia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul de 1993 a 94, também com o pedetista Collares. Depois de ter se fartado no poder brizolista, abadonou o PDT e entrou no PT e, é claro, foi para o governo do petista Olívio Dutra, onde serviu de 1999 a 2002 até pular para o governo Lula.

Esta mulher está grudada no poder há 21 anos – isso mesmo: duas décadas no poder. É um terço de sua vida, já que ela tem 60 anos. E vejam o que ela disse hoje, justificando os atrasos no PAC, o tal do Plano de Aceleração do Crescimento: “"Não é fácil investir, mesmo com os recursos. Não se trata apenas de uma vontade, 'vamos investir ali', e pronto".

Com todos esses anos e cargos pelas costas, das duas uma: ou a ministra é idiota ou está se fazendo. Em qualquer um dos casos é uma peça perfeita neste governo.
........................
POR José Pires

Vale a pena não ver de novo

Uma camiseta que fiz para mostrar como é que não perco o meu tempo. Quem quiser piratear, que esteja à vontade.
...................
POR José Pires

Marta (Relaxa e Goza) Suplicy dá samba

A ministra do Turismo Marta Suplicy vai conseguir alguns minutos de fama neste carnaval. Ela foi escolhida como samba-enredo do bloco pré-carnavalesco “Nós Que Nos Amamos Tanto”, de Brasília. O bloco criou um samba-enredo bem oportuno de nome “De Congonhas e Brasília”, onde canta os dissabores aéreos dos brasileiros. O samba é feito com um humor que anda fazendo falta nos carnavais brasileiros.

O carnaval brasileiro parece que foi tomado pelo crioulo doido do Stanislaw Ponte e Preta. Os sambas vestiram uma casaca política e social. O humor desapareceu, restando apenas o humor involuntário das patacoadas lançadas pelas escolas de samba.

Em Brasília, apesar de uma aparente incompatibilidade, ainda sobrevive o velho espírito dos blocos de rua, que eram a alma dos carnavais brasileiros. É da capital federal um dos blocos mais famosos do país, o "Bloco do Pacotão", que nasceu durante o governo Geisel, em plena ditadura militar, e que ficou bastante conhecido pelos seus sambas-enredos que ironizavam o poder militar.

O samba do "Nós Que Nos Amamos Tanto" foi publicado em primeira mão pelo blog do Noblat e nós surrupiamos, também em primeira mão, para mostrar para vocês.


De Congonhas e Brasília
Samba-enredo do bloco Nós Que Nos Amamos Tanto
Autores: Alexandre Cidade, Cláudio Vacareza e Dilton do Cavaco


Vou viajar no carnaval
Dona ministra, não me leve a mal BIS
Não quero barra de cereal
Relaxa e goza neste carnaval

O Nós que Nos Amamos Tanto
Sacode sem parar
É muita humilhação
Chega de imposto pra população

O Brasil já está cansado de esperar
Tô passando um sufoco
Tô há 5 dias esperando um vôo
Que hora que eu vou voar?

Cadê a empresa?
Cadê o avião? BIS
É só desculpa no balcão de informação

O meu dinheiro
Quero ver quem vai pagar
CPMF, o governo ainda quer cobrar
Vamos viajar no avião do presidente
Na hora você vai chegar

.........................
POR José Pires

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O chavismo encurralado pela crítica

Desde a subida de Hugo Chávez ao poder, a Venezuela vive em seu dia-a-dia uma importante batalha entre a liberdade de expressão e o despotismo de um governo no qual a grosseria parece funcionar como compensação para a falta de uma doutrina lógica. O tosco rótulo de “socialismo do século XXI” não resiste à mínima indagação crítica. Daí a necessidade do governo chavista de manter sob controle a mídia.

Mas a mídia na Venezuela parece ser incontrolável. O que é muito bom para a Venezuela e péssimo para os nervos de Chávez e seus asseclas. Os dois vídeos que vou postar são bons exemplos sobre o comportamento do chavismo frente a jornalistas que agem com ousadia, colocando as questões certas frente ao populismo demagógico. É um tipo de jornalismo que faz falta aqui no Brasil.

No primeiro vídeo, Pedro Carreño, ministro venezuelano do Interior e Justiça, depois de uma tola arenga contra o capitalismo, termina ficando sem nenhum argumento quando uma repórter aponta a contradição entre sua defesa do socialismo e o fato de estar usando uma gravata da luxuosa marca Louis Vuitton e sapatos Gucci, marca também caríssima e ambas estrangeiras.

Carreño praticamente perde a fala. E depois de gaguejar bastante sai com uma resposta que deve ficar nos anais do besteirol político venezuelano. O ministro diz que gostaria que a Venezuela produzisse também os produtos Vuitton para que ele pudesse comprar, o que ele faria se 95 por cento do que se consome no país não tivesse que ser importado.

É uma novidade nos planos do “socialismo bolivariano”: logo devem começar a produzir Louis Vuitton para as massas.

Mas como produto nacional genuíno, com sua fala o ministro chavista ajudou a produzir um dos vídeos mais vistos no site Youtube. Até o momento teve quase cem mil acessos.

O segundo vídeo é uma resposta do falastrão Hugo Chávez ao correspondente da BBC que pergunta porque o governo não investe na própria Venezuela o dinheiro que tem gasto com parceiros como Evo Morales. Só não se pode dizer que Chávez perde a compostura pelo fato de ser impossível perder-se o que não se tem, mas o falastrão fica bastante perturbado.

Veja os dois vídeos. Aqui, o primeiro, com o ministro de Chávez. E aqui o próprio Chávez, revelando os modos de seu governo.
........................
POR José Pires

sábado, 15 de dezembro de 2007

Nas asas da liberdade

O apresentador de TV e comediante mais popular de Cuba, Carlos Otero, fez ontem sua melhor performance contra a tirania: pediu asilo político aos Estados Unidos.

A importância artística de Otero em Cuba pode ser medida pelo anúncio que postei acima, extraído de seu site na internet. É sobre seu show em Toronto, Canadá. Observem que é patrocinado inclusive pela empresa estatal cubana de aviação.

Otero aproveitou a viagem ao Canadá, onde foi para gravar seu programa de fim de ano, para fugir do regime de Fidel Castro. “Passei dois meses meses esperando que me dessem permissão para viajar com meus filhos até que finalmente consegui”, ele disse para a BBC.

Segundo ele, está cada vez mais difícil trabalhar em Cuba devido à “censura e à vigilância institucional”.

Sua explicação sobre a fuga do regime cubano tem a simplicidade de qualquer apelo à liberdade: “Não quero pedir mais permissão a ninguém para me expressar, me deslocar ao redor do mundo e fazer o que tenho vontade”.

Também sobre a falta de liberdade em Cuba, lemos no Blog da Santa que três músicos cubanos (Miguel Angel Núnez Costafreda, Juan Alcides Díaz e Arodis Verdecia Pompa) em visita ao Recife desertaram e estão escondidos à espera de asilo políticos. O fato dos três estarem escondidos é uma vergonha para o Brasil. Eles têm medo de que o governo Lula faça o mesmo que fez com os atletas cubanos que desertaram durante os jogos Pan-americanos e os reconduza aos braços – ou garras – do regime cubano.

A Polícia Federal está atrás dos músicos cubanos, mas o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), precavido, já entrou com pedido de habeas corpus preventivo para os três.
........................
POR José Pires

A suspeita premiada

É sabido que no meio acadêmico proliferam as patotas – alimentadas por ligações políticas ou apenas pessoais – onde o compadrismo é eficiente moeda de troca, seja para o crescimento na carreira ou na auto-defesa do grupo. Neste caso, é bom lembrar, o espírito de corpo serve para o acobertamento de deslizes profissionais e ou até mesmo de crimes contra o patrimônio público. Serve também, é claro, para favorecimentos na área acadêmica, tudo feito com o comportamento bem parecido com o crime de formação de quadrilha previsto no Código Penal. Um ajuda o outro, no sistema do toma-lá-dá-cá, e no final perdem a capacidade profissional e a produtividade.

A premiação da biografia de José Genoíno pela Biblioteca Nacional parece uma dessas ações entre amigos, que acontecem muito no meio acadêmico. Simbólicamente, no entanto, é de valor bem maior já que se trata de um prêmio bacional destinado à valorizar o mérito e a capacidade intelectual.

O prêmio de R$ 12,500,00 naturalmente acendeu uma polêmica e não apenas pela natureza do biografado, mas também pela suspeição levantada pelas relações próximas entre a premiada e os jurados.

O livro sobre Genoíno, deputado federal e liderança petista denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento direto no escândalo do mensalão, foi escrito por Maria Francisca Pinheiro Coelho, professora da Universidade de Brasília e que já foi filiada ao PT.

A autora é velha companheira do deputado petista. Genoíno, que era presidente do Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Ceará, foi quem levou Maria Francisca Pinheiro Coelho, que era caloura, para o conhecido Congresso da UNE em 1968 em Ibiúna, em São Paulo.

O livro naturalmente foi bem usado como peça política para a defesa do deputado petista, que responde como réu no STF por formação de quadrilha, peculato (4 vezes) e corrupção ativa (9 vezes). O escândalo do mensalão não está presente no corpo da biografia. Aparece apenas em uma entrevista na qual ele se defende das acusações. A singela explicação da autora é de que a biografia já estava pronta quando ocorreu a descoberta dos crimes atribuídos ao petista.
.........................
POR José Pires

A vida como ficção

Qualquer autor sério e ético, até por uma questão de honestidade intelectual, adiaria a publicação da biografia até que estivesse esclarecido o papel de Genoíno em acontecimentos tão determinantes para a sua vida. Mas o que aconteceu foi o contrário: a publicação do livro pareceu atender às circuntâncias políticas do biografado.

Tecnicamente a justificativa é tosca. O escândalo do mensalão é parte indivisível da trajetória política de José Genoíno, tanto que transtornou todos seus planos políticos e, a menos que haja uma grande surpresa política, acabou com a possibilidade dele se alçar a um cargo maior.

O mensalão é agora um fato até mais importante na vida de Genoíno que sua participação na chamada Guerrilha do Araguaia, quando o Partido Comunista do Brasil projetou uma campanha militar para tornar o Brasil um país comunista.
.........................
POR José Pires

Suspeita de farsa política e intelectual

Já haveria um natural estranhamento com a premiação da biografia de José Genoíno pela Biblioteca Nacional, mas as relações entre integrantes do júri de premiação e Maria Francisca Pinheiro Coelho tornam a coisa parecida com uma farsa.

A autora premiada tem relações estreitas com pelo menos dois dos três integrantes do júri que premiou o livro. Ela é colega de Maria Angélica Madeira no departamento de sociologia da UnB e bem próxima de Bárbara Freitag com quem editou em 1993 o livro “Marx morreu: Viva Marx”. Freitag foi também orientadora da premiada. Sobre Freitag, Maria Francisca também organizou o livro “Itinerários de Bárbara”, Como entrega o título, trata-se de uma edição de ensaios elogiosos. Um dos ensaios do livro é assinado por Paulo Sérgio Rouanet, marido de Bárbara Freitag.

Uma rápida busca no Lattes (sistema que publica os currículos na área universitária) também flagra Maria Francisca publicando textos elogiosos à obra de Maria Angélica Madeira.
.........................
POR José Pires

Reincidência

Maria Francisca Pinheiro Coelho não é caloura em polêmicas que trazem em si suspeitas de favorecimento e que envolvem o uso do dinheiro público. No início de novembro ela já havia sido criticada pela sua contratação para prestar “"serviço de especialista em sociologia política" e editar um livro com os anais de um seminário sobre reforma política para o governo Lula. Falamos sobre o assunto aqui, neste Brasil Limpeza.

Por dois meses de trabalho ela recebeu 14 mil reais. Na ocasião, evidentemente o fato despertou suspeitas de favorecimento devido à biografia favorável escrita por ela sobre o petista José Genoíno, que ainda tem muito poder no governo Lula.
.........................
POR José Pires

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Nas bancas

O PT diz que vai lançar seu próprio jornal em 2008. Sugiro o nome de "Mensalão". Vejam as vantagens: é um nome com uma ligação histórica com o partido e já tem uma ótima inserção nos meios políticos.
..............
POR José Pires

Compañeros de infortunio

E Lula foi pra Caracas... Será que vai dizer ao falastrão de lá que aqui também a oposição teve uma vitória de merda?
........................
POR José Pires

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Talento incomum

Tucano é um animal político aguerrido. Não poupa nenhum esforço para ser a favor.
........................
POR José Pires

O Senado em boas mãos

Eu andava contrariado com a candidatura do senador Garibaldi Alves Filho à presidência do Senado. Garibaldi, que é do PMDB capixaba, acaba de ser eleito. Mas eu penso que a passagem de Renan Calheiros pelo cargo criou a exigência de um certo tipo de qualificação que, mesmo levando em conta o alto grau de profissionalismo dos nossos senadores, não é pra qualquer um.

Até agora eu não encontrava nele requisitos fundamentais, pelo menos no conjunto, que lhe dessem estatura moral para sentar na cadeira que as nádegas de Renan Calheiros esquentaram por tanto tempo.

Mas uma notícia de hoje traz um reforço considerável para o currículo do senador capixaba. Garibaldi teve gastos da sua campanha de 2002 cobertos por um suposto esquema de desvio de recursos públicos investigado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Conforme a denúncia feita por promotores públicos no mês passado, cerca de R$ 210 mil saíram dos cofres da Secretaria de Defesa Social. Vejam bem, da Defesa Social, o que denota uma elevada qualificação. Não foi de qualquer secretaria, mas de uma com a função de atender necessitados.

A grana acabou com 17 pessoas ligadas à campanha eleitoral feita pela Polis Propaganda e Publicidade. A empresa é do João Santana, ex-sócio do publicitário Duda Mendonça e amigo do senador Garibaldi. Santana fez também a campanha de reeleição de Lula em 2006.

Segundo os promotores o dinheiro foi usado na campanha para o governo de Fernando Freire (PMDB), ex-vice governador de Garibaldi, que foi então candidato ao Senado na chapa. Garibaldi já confessou que a campanha dos dois era única.

Está ai, a notícia me deixou mais aliviado. A presidência do Senado está bem preenchida. Garibaldi Alves Filho é o homem certo no lugar certo.
........................
POR José Pires

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

As semelhanças não enganam


A primeira encrespada com o novo logotipo da Companhia Vale do Rio Doce, rebatizada apenas como Vale, saiu no blog do Ancelmo Gois, no site Globo Online. Na segunda-feira noticiavam que profissionais do design estavam achando muito estranha a semelhança do novo logotipo com o símbolo do ABN AMRO, banco holandês que comprou o banco Real.

As cores realmente se parecem e a disposição do nome ao lado tornam mais assemelhados os dois logotipos, mas ao meu ver nada tão forte para haver mais que a suspeita de plágio. Na verdade, o que mais me chamou a atenção no logotipo da Vale foi que ele está mais para uma fábrica de filtro de café. Então deixei pra lá.

As mudanças na imagem da Vale foram cercadas do maior sigilo, ao ponto da África, agência do muito bem pago marqueteiro Nizan Guanaes, ter feito a campanha da nova marca sem saber os novos nome e logotipo. O custo da mudança foi de 50 milhões de dólares. A mudança visual foi coordenada pela empresa norte-americana Lippincott Mercer e pela brasileira Cauduro Martini.

Mais eis que agora surge mais uma desconfiança quanto ao logotipo da Vale e desta vez com muito mais propriedade. Agora a coisa parece mesmo plágio. O logotipo da Vale é praticamente o mesmo da empresa de calçados Vitelli, de Franca, São Paulo. Confira ao lado como as marcas são mesmo uma a fuça da outra. A notícia corre na internet e em sites especializados ou não a unanimidade é que desta vez só o plágio explica a impressionante semelhança.

No caso do paralelo com o logotipo do banco ABN AMRO, a polêmica se estenderia bastante provavelmente sem chegar à comprovação de fato sobre o plágio. Mas quanto ao logotipo da Vitelli, os milionários designers do logotipo da Vale não vão encontrar justificativa. É a mesma marca. A única diferença clara entre as duas é o preço cobrado do cliente
.........................
POR José Pires

Culpando o passado

Lula foi fazer uma visitinha ao Pará e já resolveu o caso da menina que foi mantida presa com vários homens e que sofreu abusos. A culpa é do governo anterior.

“Teve gente que governou este Estado por 12 anos. Agora que ela está há um ano tentam jogar nas costas dela todas as desgraças que acontecem no Estado. Tentam jogar nas costas dela a responsabilidade”, ele disse.

Pelo menos inovou. Até o momento todos os envolvidos no caso culpavam a garota, ou seja, culpam a vítima. Então o Pará já está tão desenvolvido que tem até herança maldita. Precisam avisar às vítimas.
........................
POR José Pires

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Volta, volta, volta!

E o Senado continua indo bem na trilha ética traçada em conjunto com Lula. O PMDB está com quatro candidatos à presidência: Garibaldi Alves (RN), Neuto De Conto (SC), Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO). E ainda tem José Sarney, como sempre, corre por por fora.

Mas os cinco candidatos ainda não são representativos do estado atual do Senado. Não que eles não tenham se esforçado em suas carreiras para estar à altura do gabarito ético da Casa. Nada disso. Sarney, por exemplo, tem todos os requisitos para isso.

Mas ninguém é mais talhado para o cargo do que o próprio Renan Calheiros. O Senado devia reconduzi-lo à presidência. É uma questão de justiça histórica.
.........................
POR José Pires

Dilemas existenciais

Grande dúvida ética brasileira: qual é a motivação do Senado que torna imprescindível a renúncia de Renan Calheiros à presidência da Casa, mas não vê problema que ele continue senador?

.........................
POR José Pires

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRÕES

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

E Chávez queimou a cara


Chávez perdeu o plebiscito na Venezuela e a democracia ganha um fôlego novo por lá. E uma nova força que se impõe contra as tiranias e os “candidatos” a tiranos são as novas tecnologias de informação. A derrota de Chávez tem naturalmente várias razões – e desconhecemos a maioria, pois a nossa mídia informa muito mal sobre os acontecimentos em países grudados em nossas fronteiras –, mas uma importante barreira para os propósitos chavistas foi a liberdade e a facilidade de expressão criada pela internet. Um meio rápido, eficiente e livre de dispor da informação. Chávez empalmou a mídia local venezuelana criando obstáculos à liberdade de expressão, mas como abarcar toda a internet?

É muito difícil fazer as coisas às escondidas hoje em dia. Subjugar a liberdade de expressão também é mais complicado em um mundo em que qualquer um pode fazer em casa seu próprio blog ou até mesmo um site na internet. Graças às novas tecnologias de informação, até as muralhas poderosas da prisão norte-americana de Guantánamo foram rompidas e pudemos saber das torturas e humilhações ali ocorridas.

Durante todos os preparativos para o plebiscito na Venezuela pude me informar por meio de blogs e e-mails sobre o que acontecia naquele país. No plano mundial, a internet foi fundamental para o trabalho dos que são contra as propostas tirânicas chavistas, especialmente para os jovens venezuelanos que, aparentemente, formam o setor mais progressista da oposição.

Um exemplo disso é esta foto que extraí do Flickr, site que disponibiliza fotos na internet. É de uma entre as várias páginas criadas por estudantes venezuelanos e que você pode ver aqui. O título da foto em espanhol é “quemando la cara de chavez”. Nem precisa traduzir.

Abaixo da foto, a legenda diz: “Como que yo no era el único con el cel a todo momento (aunque yo no tomé esta foto -pero sí fue con mi cel- xD)”. Também não preciso traduzir. E muito menos comentar a foto, que fala por si: as novas tecnologias e a internet já se estabeleceram como uma importante ferramenta contra tiranos. Não é só o rei espanhol que pode mandar Chávez se calar.
........................
POR José Pires

sábado, 1 de dezembro de 2007

Tenho dito

Aldir Blanc é o grande pensador brasileiro da última metade do século XX.
........................
Por José Pires