domingo, 30 de setembro de 2007

Jota e os EXEMPLOS DA VIDA

Troca de e-mails com a presidente da “TV Pública” do Lula

Na primeira semana de agosto, sapeando pela internet, dei de cara com uma nota no blog do Luís Nassif que me chamou atenção. Em um texto no qual fazia uma alusão aos boatos sobre a morte do jornalista Joel Silveira, Nassif lembrava que ele era um dos maiores repórteres da história do jornalismo brasileiro, afirmação com a qual concordo plenamente.

O que me deixou instigado foi que no final da nota, fazendo um paralelo com a grandeza de Joel Silveira, Nassif saudava, nas palavras dele, “duas referências do jornalismo brasileiro: Jânio de Freitas, da Folha, e Teresa Cruvinel, de O Globo”.

Bem, saí da minha posição de observador oculto e coloquei o seguinte comentário no blog do Nassif: “Juntou Cruvinel e Jânio de Freitas, Nassif? Vai desagradar aos admiradores dos dois jornalistas....”

Nada escrevo como anônimo na internet – aliás, em lugar algum. Nem uso pseudônimo. Assino com o meu nome e deixo o meu endereço eletrônico. Pois dois dias depois recebi um e-mail da própria Tereza Cruvinel.

“Legal seu comentário no blog do Nassif. Nestes tempos dificeis, de grande esforço para fazer jornalismo, todo reconhecimento conforta”, ela escreveu. E assinou o nome: Tereza.

Então respondi para ela o seguinte: “O comentário é claro. Acho que o reconhecimento do leitor, pelo menos do leitor, digamos assim, mais conhecedor de política, em relação aos dois, Jânio de Freitas e você, é diferente. Daí, que colocar os dois na mesma análise, naturalmente deve desagradar aos dois lados. Apesar de eu perceber ironia em sua resposta, de qualquer modo, cresce o meu respeito por você ter respondido a um simples comentário”.

A resposta de Tereza Cruvinel demonstra realmente uma postura diferente, talvez mais democrática e disposta a debater civilizadamente com pessoas que tem opiniões contrárias. E isso não é pouco. Jornalistas e blogueiros não dão a mínima atenção aos seus leitores. Alguns blogs, inclusive, nem publicam opiniões contrárias ao blogueiro.

O Mino Carta, por exemplo, é um desses blogueiros. Ele critica o tempo todo a falta de democracia da nossa mídia. Mas não publica em seu blog opiniões contrárias às dele. Reinaldo Azevendo, então, até se orgulha de cortar. O Luís Nassif, onde começou essa troca de e-mails com a Tereza Cruvinel, é uma exceção no caso: publica tudo. Até comentários mais abusados contra ele.

Pode-se discordar de muita coisa do Nassif. E eu discordo bastante. Mas é impossível não reconhecer a boa educação e a democracia que ele imprime em seu trabalho de blogueiro – sim senhores, já virou profissão. Isso, pelo menos, o Reinaldo Azevedo e o Mino Carta deveriam tentar aprender com ele.

Mas continuemos. Como na semana que passou foi confirmado que a Tereza Cruvinel irá presidir a “TV Pública” do Lula, eu resolvi dar continuidade à troca de e-mails com ela. Entendam, não é provocação. Foi ela quem começou.

Então mandei para ela um e-mail com a seguinte frase identificando o assunto: “O tempo cria suas próprias conclusões”. No e-mail escrevi o seguinte: “O tempo ajuda bastante para criar o conteúdo pleno que dá o sentido exato das nossas opiniões.
Quando fiz aquele comentário ao Luís Nassif de que juntar você e o Janio de Freitas em um elogio iria, com certeza, desagradar aos leitores dos dois, queria dizer exatamente isso que a realidade agora demonstra: Janio de Freitas continua fazendo bom jornalismo e você vai para a "TV Pública" do Lula que, segundo seu colega - ou quase colega, sei lá se ele volta... - Mangabeira Unger, comanda o governo "mais corrupto da história do Brasil".

E não é que a Tereza Cruvinel respondeu? Mandou-me uma resposta que diz o seguinte: “O tempo sempre me deu oportunidades de mostrar minha capacidade de trabalho, a correção das minhas posturas. Não fosse assim, não estaria deixando uma coluna de 20 anos sob tanto aplauso. Há de ser assim também com a TV Brasil”.

E acho que acabam aqui minhas trocas de e-mails com a Tereza Cruvinel. Vocês podem notar até um certo “esfriamento” da parte dela do primeiro e-mail para este último. No primeiro assinou, com intimidade, “Tereza”. E este nem se dignou a colocar, que fosse, pelo menos o sobrenome, com o cargo, talvez: presidente Cruvinel.

É o que o poder faz com as pessoas. Agora, para falar com a Tereza – desculpe, presidente Tereza Cruvinel – só passando por cima da assessoria.
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POR José Pires

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Jota e a GOVERNABILIDADE

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Chapa-branca de verdade
E então Helena Chagas será a diretora de jornalismo da “TV Pública”, do governo Lula. Chagas era chefe da sucursal de O Globo em Brasília – saiu, não sei por quê, depois do escândalo da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo.

Ela é aquela jornalista que contou para o então ministro Antonio Palocci que seu jardineiro lhe dissera algumas coisas sobre a movimentação bancária do Francenildo. Deu no que deu, todo mundo sabe. Helena Chagas devia ser uma jornalista meio desatenta: morava do lado da casa da “República de Ribeirão Preto”, onde aconteciam orgias e otras cositas e jamais atentou para a grande reportagem que aquilo daria. Daria um Fantástico inteiro.

Agora será nomeada chefe de jornalismo da “TV Pública” de Lula. Sei não, primeiro vai o Franklin Martins, que como comentarista da TV Globo tratava Lula com a maior, digamos assim, delicadeza. Depois vai a Tereza Cruvinel, jornalista também delicada com o lulismo. E agora a Helena Chagas.

São três jornalistas que saem da informalidade. Estavam desempregados? Não. Saem da informalidade apoiadora para a oficial. Isso está me parecendo promoção.
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POR José Pires

TV Pública de Lula já tem chefe
Tereza Cruvinel será a presidente da nova "TV Pública", do governo Lula. Cruvinel foi colunista política em O Globo por mais de 20 anos.

Será recompensa por serviços prestados? Convite para cargo no governo não é uma boa referência para uma jornalista. Se aceita, pior ainda. É sinal de duas coisas, péssimas para sua reputação: significa que os dois, jornalista e governo, se gostam muito.
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POR José Pires

E Mangabeira leva bilhete azul do Senado
Este Senado não toma mesmo nenhuma medida certa. Acabou com a Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, a “Sealopra”, do ministro Mangabeira Unger. Deram um pé na bunda do ministro de Lula que tinha a visão mais correta do governo.

Mangabeira era um entendido. Ele não dizia que Lula estava à frente do “governo mais corrupto da história nacional”? Dizia. Pois é: de governo Lula o Mangabeira entendia.
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POR José Pires

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

As fotos de Auschwitz: a festa em meio ao horror


O Museu do Holocausto dos EUA divulgou na semana passada um álbum de fotografias tiradas no campo de concentração nazista Auschwitz entre maio e dezembro de 1944. Auschwitz foi criado em 1940, como prisão para trabalhos forçados e eliminação de pessoas. Era um campo de quase 150.000 prisioneiros. As fotos foram reunidas no álbum por Karl Hoecker, adjunto do último comandante do campo, Richard Baer.

O Museu do Holocausto não pretende exibir as fotos, mas elas já estão disponíveis na internet, no formato de fac-símile do álbum de Hoecker, no endereço http://www.ushmm.org/research/collections/highlights/auschwitz/auschwitz_album/

O álbum foi doado recentemente ao museu por um oficial aposentado do serviço de inteligência norte-americano, que o encontrou abandonado num apartamento em Frankfurt, em 1946, um ano após ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Nas imagens, os oficiais nazistas parecem estar em uma colônia de férias. Aparecem tomando sol em uma varanda, divertindo-se ao som de uma sanfona e fazendo gracinhas com mulheres que também serviam no campo. Uma das mais estranhas é a de um grupo de cerca de 80 oficiais que cantam acompanhados por um sanfoneiro. O álbum também traz fotos dos nazistas se confraternizando em um jantar e até de Hoecker acendendo as luzes de uma grande árvore de natal. Nada faz aparentar que no mesmo local, a poucos metros de onde eles se divertiam, milhares de pessoas viviam os horrores que hoje tão bem conhecemos.

No álbum de Hoecker estão as únicas fotografias do médico Josej Mengele em Auschwitz. No campo, Mengele selecionava os prisioneiros, decidindo os que seriam mortos de imediato e os que iriam trabalhar. O médico nazista também usava prisioneiros como cobaias vivas para suas experiências macabras.
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POR José Pires

A banalidade do mal também está por aqui

Jornais e blogs brasileiros publicaram algumas fotos. Apareceu nos textos a velha expressão sobre a “a banalidade do mal”. Sempre há uma encenação aqui no Brasil em relação a atrocidades históricas ou mesmo contemporâneas ocorridas em outros países. Uma bomba no Iraque se destaca mais por aqui do que qualquer chacina em nossa periferia. O apresentador de TV com a cara compungida parece sofrer muito mais com as dores internacionais.

Na mesma semana em que era revelado o álbum dos oficiais de Auschwitz, oito pessoas foram mortas em uma chacina em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. Três homens entraram atirando em um bar. Depois de realizar os disparos, eles ainda atiraram na cabeça das vítimas. Desde janeiro foram mortas 88 pessoas em chacinas em São Paulo. Na capital foram dez casos, com 41 mortos e oito feridos. Em 2006, foram 39 chacinas com 136 mortos no estado.

Falar em “banalidade do mal” é coisa para país civilizado. Não é o nosso caso. Os oficiais nazistas refestelados na varanda estão na mesma posição de boa parte da nossa elite: o que se passa às minhas costas não é comigo. Enquanto o horror domina as periferias, a festa corre nos terraços sem nenhuma preocupação com a desgraça que toma conta do País – Lula, além disso, tem a Granja do Torto, onde faz suas churrascadas; e não pensem que estou particularizando responsabilidades em um partido: os tucanos também ficaram um bom tempo nessa boa vida.

Também é óbvio que não estou nivelando as responsabilidades daqui com as de Auschwitz. O campo de concentração vivia uma desgraça deliberada, resultado direto de um projeto de Estado. Nossa tragédia social tem fatores determinadores mais variados. Auschwitz não é aqui. Mas é semelhante o descaso das elites brasileiras com o sofrimento humano vivido por uma grande parcela da população.

Aqui no Brasil temos até as imagens bizarras de edifícios caríssimos com seus imensos terraços com piscina debruçados sobre favelas paupérrimas.

E também quanto a genocídios, que ocorrem ainda hoje, a posição do Brasil é muito mal. No final de 2006 o governo Lula ajudou a rejeitar na ONU uma resolução exigindo que governo do Sudão investigue pessoas denunciadas por abusos e mortes em Darfur. O Brasil se absteve, voto que valeu pela rejeição. O conflito étnico em Darfur já deixou 200 mil mortos e mais de dois milhões de refugiados. O governo do Sudão pratica matanças generalizadas entre a população civil.
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POR José Pires

Período das fotos é um dos piores

No álbum que o Museu do Holocausto liberou ao público, o terraço onde os oficiais e ajudantes do corpo feminino aparecem refestelados tomando sol situa-se a pouca distância dos galpões dos prisioneiros. Chega a ser patética a confraternização em meio ao horror. E o período em que foram tiradas é um dos piores que houve no campo de concentração. A guerra já estava quase no fim. Os nazistas começaram a destruir provas que os pudessem incriminar. E passaram a acelerar as mortes em Auschwitz.

O jornalista norte-americano Otto Friedrich escreveu um ótimo livro sobre o tema. Friedrich tem um texto excelente. É autor de outros dois bons livros publicados no Brasil, um sobre Hollywood e sobre Paris no tempo dos impressionistas. Também escreveu uma excelente biografia do pianista Glenn Gould. Mas é em No fim do mundo que trata de Auschwitz. No livro, conta que na noite de agosto de 1944 cerca de quatro mil ciganos foram para a câmara de gás. Esta matança deve ter ocorrido no intervalo dessas alegres fotografias.

No mesmo período em que foram feitas as fotografias, em outubro, houve uma revolta de prisioneiros que acabou sendo dominada com violência pelos soldados da SS. Na repressão foram mortas cerca de 500 pessoas, a maior parte delas fuzilada depois de capturadas ou na câmara de gás. Alguns prisioneiros foram levados para o lado de fora do campo e queimados vivos por soldados da SS com lança-chamas.

É nesse clima que os alemães foram fotografados em Auschwitz. Caso não fosse bem conhecida a determinação dos nazistas em seu projeto de extermínio, a alienação pareceria próxima da loucura. É de se notar também a alienação deles em relação ao desenrolar da guerra, já em seu final. Já era sabido que, como bem lembra Friedrich, pouquíssimos líderes nazistas agiram de maneira racional nos últimos meses da guerra, mas, de qualquer modo, quem esperaria se deparar com as fotos comprovadoras deste bizarro irrealismo?
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POR José Pires

Auschwitz foi criado para ninguém sair vivo de lá

O chefe de Hoecker, Richard Baer, recebera o comando de Auschwitz de Rudolf Hoess em julho de 1944. Foi Hoess quem construiu o campo de concentração, por ordem de Heirinch Himmler, no sul da Polônia. Himmler era o chefe da SS, braço armado do regime e responsável pela política da “solução final” de Hitler: o extermínio de judeus, ciganos, homossexuais e comunistas, tidos pelos nazistas como sub-humanos.

Hoess cumpriu a ordem de seu chefe e erigiu o campo de concentração. Foi ele quem concebeu a famosa placa, com um tom zombeteiro, que dava as boas-vindas aos prisioneiros em Auschwitz. Nela, estava escrito “Arbeit macht frei”: ou “O trabalho liberta”.

Hoess era um militar perverso. Quando houve uma fuga no campo, ele fez todos os prisioneiros do campo ficar em pé do amanhecer até as nove horas da noite. Havia caído uma chuva pesada e neve. Soprava um vento forte. “A partir do meio-dia, homens congelados começaram a ser levados ou trazidos em carrinhos de mão (...) parcialmente conscientes, arrastando-se, cambaleado como bêbados, resmungando com dificuldade coisas incoerentes, cobertos de saliva e com a boca espumando, agonizando e dando seu último suspiro”, recordou-se depois uma das vítimas.

Não havia a obediência a nenhuma regra jurídica em Auschwitz. Os soldados da SS e os “kapos” – prisioneiros, geralmente criminosos comuns, que prestavam serviços aos nazistas – podiam surrar ou torturar ou assassinar os prisioneiros por qualquer razão que escolhessem. Ou sem razão nenhuma.
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POR José Pires

Quem não era morto pelo gás, perecia de outro modo

O responsável pelos campos de concentração do nazismo, Heinrich Himmler, chegou a visitar o Auschwitz. Inspecionou o campo, participou de jantares. Uma das câmaras de gás foi enchida de vítimas para que ele pudesse assistir a um envenenamento. Hoess o convidou para espiar pela vigia a massa humana no interior da câmara de gás. Durante alguns minutos Himmler olhou as pessoas sendo mortas pelo gás. “O que ele viu pareceu alegrá-lo”, contou uma testemunha.

Uma testemunha das cenas de envenenamento conta que, depois de abertas as câmaras, “os corpos não ficavam caídos aqui e ali por todo o aposento, mas empilhados numa massa que ia até o teto”. Otto Friedrich diz em seu livro que a razão disso era que o primeiro gás inundava as camadas inferiores de ar e só depois ia subindo. Isso obrigava às vítimas a treparem umas sobre as outras, no esforço desesperado de escapar do gás. “Reparei que os cadáveres das mulheres, crianças e idosos ficavam na parte inferior da pilha”, contou a testemunha. É este espetáculo que alegrou Himmler.

Quem não era morto nas câmaras gás, acabava morrendo pelos espancamentos, vítima de tortura, era assassinado ou simplesmente sucumbia à fome. Um homem de porte médio precisa de cerca de 4.800 calorias por dia para fazer trabalhos pesados. 3.600 para trabalhos comuns. O prisioneiro de Auschwitz recebia cerca de 1.500 calorias.
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POR José Pires

A responsabilidade de cada um

Um problema histórico do nazismo é relativo à responsabilidade do povo alemão na política de extermínio. Em seu polêmico livro Os carrascos voluntários de Hitler, Daniel Jonah Goldhagen defende que o cidadão comum alemão transformou-se voluntariamente em carrasco.

A questão é sobre o peso das responsabilidades pessoais, além das coletivas, na ascensão dos nazistas na Alemanha e na colocação em prática de seu programa criminoso. Ou seja, independente do sistema injusto e cruel estabelecido pelos nazistas, qual é o peso de cada pessoa no crime coletivo? Segundo Ella Lingens, uma médica vienense mandada para Auschwitz em 1943 por ajudar judeus a fugirem da Áustria, “todos podiam decidir por si mesmos se seriam bons ou maus em Auschwitz”.

Um juiz de Nuremberg, que ouvira muitos oficiais nazistas justificarem seus crimes como vindo de “ordens de cima” ainda pediu a Dra. Lingens que confirmasse se ela afirmava isso mesmo. E ela confirmou. Um problema grave na humanidade é o número muito pequeno de homens com a coragem de dizer não. Outro problema, não menos grave, é a imensa quantidade de pessoas que se aproveitam da ocasião para extravasar ódios pessoais, preconceitos, ressentimentos ou mesmo para extravasar sua má índole.

Auschwitz viveu um curto período que parece dar razão à Dra. Lingen. Muitos depoimentos confirmam que a situação do campo de concentração melhorou um pouco durante o ano de 1943 e o início de 1944. Em seu livro, Otto Friedrich diz que uma das razões da mudança talvez tenha sido o fato de que Rudolf Hoess foi chamado de volta a Berlim para se tornar o inspetor dos campos de concentração. Em seu lugar, como comandante de Auschwitz, ficou o tenente-coronel da SS Arthur Liebehenschel, que assim que assumiu ordenou que 56 presos fossem soltos das solitárias, aboliu as celas de castigo onde o preso apenas podia ficar de pé, acabou com a pena de morte por qualquer tentativa de fuga e reduziu o poder de criminosos profissionais que funcionavam como “kapos”, ou chefes internos do lugar.
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POR José Pires

A morte comandou até o final

Em maio de 1944, Rudolf Hoess reassumiu o comando do campo, mas no cargo de supervisor geral. O comando direto passou a ser de Richard Baer, superior de Karl Hoecker, que elaborou o álbum de fotos. A partir daí os nazistas intensificaram seu plano de aniquilação dos judeus. Com o avanço dos aliados, temiam ser impedidos de terminá-lo.

Outro serviço também urgente era a destruição das provas do crime. Com a guerra já perdida, os líderes queriam apagar os indícios de suas responsabilidades para não terem que enfrentar seu próprio carrasco.

Queimaram listas de prisioneiros. Tudo que fosse incriminador devia ser eliminado. Equipes de prisioneiros trabalharam durante todo o mês de dezembro para desmontar os fornos crematórios. As covas foram abertas, os ossos e cinzas retirados para serem atirados no rio Vístula.

Quando o Exército Vermelho já estava para chegar a Auschwitz, os nazistas evacuaram os campos levando cerca de 60.000 prisioneiros marchando na neve. Cada um tinha a ração de apenas um dia. A maioria não tinha casacos nem cobertores. O prêmio Nobel Elie Wiesel estava nessa leva de desgraçados.

Os primeiros soldados das tropas libertadoras russas chegaram a Auschwitz em 27 de janeiro de 1945. No campo encontraram uns 7.500 prisioneiros semimortos que a SS havia considerado fracos demais para a marcha. Na verdade, não se sabe exatamente quantos sobreviveram em Auschwitz. As estimativas giram em torno de 30.000. O número de mortos também é impreciso: fica em torno de 1 milhão de pessoas. O que se tem como certeza é que em Auschwitz menos de 1% dos prisioneiros sobreviveu.

As fotografias dos nazistas em alegres folguedos no campo de concentração são desse tempo terrível. Já vi muitas outras fotografias dessa época. Quem não viu? São cenas chocantes de prisioneiros maltratados, homens e mulheres ultrajados, famintos, adoecidos pelos maus-tratos. São bem conhecidas também as fotos dos assassinados, dos cadáveres empilhados.

Porém, essas fotos dos oficiais e suas ajudantes femininas em alegres festas ou descansando e tomando sol nos terraços enquanto o horror ocorre no mesmo espaço em que confraternizam alegres e zombeteiros, essas fotos chocam tanto quanto aquelas. Ou talvez devêssemos nos horrorizar mais. Afinal, se assemelham ao retrato contemporâneo da nossa elite, uma elite folgazona que se diverte nos terraços do Brasil.
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POR José Pires

"Tirem as crianças da sala. Daqui a pouco
publico um texto sobre Auschwitz.
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POR José Pires

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Mano Brown fala, Reinaldo Azevedo escuta e dá o plá pra gente

O jornalista Reinaldo Azevedo levanta muito assunto que, apesar de ser até fraco na origem, em suas mãos acaba ficando bom. É que em muitos casos o tema em si é até uma besteira. Mas ele tem uma capacidade incrível de transformá-lo em algo interessante e, após isso, fazer do assunto um veículo para suas análises e elucubrações, que sempre são muito bem elaboradas, com base teórica sólida. Mesmo quando não estão de acordo com o que penso.

O rapper Mano Brown deu uma entrevista no Roda Viva, da TV Cultura. O Roda Viva é aquele programa que coloca o entrevistado no meio de uma roda de entrevistadores. Às vezes dá coisa boa. O formato permite que haja mais debate com o entrevistado, o que raramente acontece em entrevistas com só um entrevistador. Mas também é um formato que exige sempre um entrevistador de qualidade e entrevistadores mais ainda. Não admite entrevista "morna".

Soube da entrevista com o rapper, mas cadê paciência para assistir? Mas o Reinaldo Azevedo viu e publicou boas análises no blog dele. De lá é possível ter uma boa idéia do ocorrido. Azevedo nunca tinha ouvido Mano Brown falar. Eu também não. Sorte que ele ouviu para nós. Apesar de revelador, parece ter sido um programa chato. E irritante. É sempre importuno ver fazerem jornalismo sem esclarecimento, sem o contraditório às bobagens expostas por um entrevistado.

O melhor trecho, que deve ter sido muito engraçado ao vivo no programa, é quando um dos entrevistadores lê uma das letras de Mano Brown e quer saber dele o que significava. O rapper responde que precisava rimar. Televisão sempre perde – ou oculta – grandes lances. Mas seria interessante ver a cara de tacho do entrevistador.

Já outra parte da entrevista é bem reveladora do conteúdo dos dois: do programa e do entrevistado. O nível foi baixo. Não é uma surpresa para mim. Mano Brown sempre me pareceu alguém muito desinformado. Mas é interessante saber que ele mesmo não procura criar uma ilusão de que tem um conhecimento profundo sobre o que está se passando no Brasil.

A revelação vem numa pergunta da psicanalista e petista Maria Rita Kehl, que pede a ele, Mano Brown, uma “reflexão sobre o MTST (o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e o MST”.

Brown – As outras organizações, talvez eu acompanhe de longe.
Kehl – De longe, o que você acha do MST?
Brown – O que eu acompanho de longe é que tem um cara preso, certo? Lutando por uma causa que não é só dele, certo?, que é de milhões. Pelo que eu tou vendo, ele vai pagar sozinho, é isso?
Kehl – Não sei, acho que não. Há muita gente presa.
Brown – Tão querendo botar o cara preso porque ele está lutando por uma causa que é de muitos. Eu acho que... É o José Rainha, é isso?
Kehl – Isso.
Brown – Eu tenho de dizer que eu sou um cara que leio pouco, né? Sou mal informado sobre muitas coisas. Mas as coisas que eu me interesso, eu me informo, entendeu?

Tudo errado. Nenhuma das respostas e nem das perguntas acima. José Rainha não está preso e nem é aceito pelo MST. Também não tem ninguém preso por invasão de terra.

E claro que dá para entender o Mano Brown. A esquerda está exigindo dele muito mais do que ele pode dar. O “rapper” é só um cara mal informado da periferia, um sujeito sem leitura alguma que faz algumas rimas.
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POR José Pires

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Jota e as VOCAÇÕES

Jornal: não dá pra não deixar de ler

Comprei jornais para o final-de-semana. A Folha de S. Paulo, o Estadão e o Valor Econômico. O Valor Econômico tem um bom suplemento cultural, que sai nas sextas-feiras. Compro o jornal só por causa disso, mas várias vezes o suplemento não vem, não encartam. O jornaleiro sabe do meu gosto e me avisa antes.

Talvez não precisem de leitores. Não deve ser pessoal, não vou alimentar a minha paranóia com a incompetência alheia. Os jornais estão em crise, para se acabar. Em boa parte pela internet, noutra por incapacidade desse tipo.

Sempre adorei jornais. Fui leitor diário de vários deles. E daquele tipo que, quando chega numa cidade, procura logo o jornal local para ler. De uns tempos para cá, me desinteressei. Está sendo difícil para eu ler jornais. É maçante e não permite a agilidade do computador. A internet terá me roubado deles também? Talvez.

Os jovens nem chegam a se interessar pelos jornais e eu, velho leitor, apaixonado por jornais, agora me desinteresso. Meu filho, de 22 anos, é inteligente, bem informado, e não lê jornal. Acho que nunca leu. Ele me diz que seus amigos também não lêem. Nem imagino meu outro filho, de cinco anos, lendo um jornal algum dia.

Talvez mais árvores sejam poupadas no futuro. É claro, se houver futuro. Os peixes estão se acabando, mas é provável que o jornal para embrulhá-los acabe antes.

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POR José Pires

Histórias de Seu Jorge, o cantor que se cansou

Seu Jorge, o cantor e compositor, dá uma entrevista à Folha de S. Paulo. Está lançando novo disco chamado “América Brasil”. Na adolescência o cantor morou na rua. Agora está rico. Diz que paga para a Receita, “em qualquer coisa que faça”, R$ 100 mil, R$ 300 mil. E tem três irmãos desempregados.

Cansou. Está no “Cansei”, o movimento de oposição ao governo Lula. Como faz para aturar a Ivete Sangalo, a Hebe Camargo e a Regina Duarte ele não contou à Folha. Ou o entrevistador não perguntou.

Eu perguntaria. Ele fez um disco com a cantora Ana Carolina. Um álbum com coisas boas. Mas os dois brigaram, não se falam mais. Então como ele faz para suportar dona Sangalo? E as senhoras Camargo e Duarte? Vão acabar brigando.

Seu Jorge é um cantor original. Voz forte, de timbre rouco, bem colocada, canta às vezes como se estivesse falando e a coisa soa bem. É um artista com identidade. E isso é o que vale em música. Mas como analista político, Seu Jorge é um bom músico.

Ele compara a administração do PT “baseada no improviso” a uma “jam session”. “É freestyle total”, disse. E exagerou. Lula gosta de Bruno e Marrone, que parecem uma paródia do pior que existe em música. Estarão gozando a platéia? Não acredito. São simplórios mesmo e encontraram o público certo, gente sem nenhuma exigência de qualidade, Lula entre eles.

Seu Jorge fez a análise política de ouvido e errou. A administração petista está mais para um estilo “breganejo”, ou mesmo para um pagode mal tocado. Se é que nesta última comparação não cometi um pleonasmo.
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POR José Pires

Lula e sua corte de assessores nomeados

O presidente Lula disse um dia que “acordou invocado” e ligou para o presidente Bush. Era uma das muitas bravatas dele. Imagino o medo de Bush ao atender o telefone do supremo mandatário do Brasil. Como diz o Dedé, dos Trapalhões, “que mêda!”.

Lula é papudo, todo mundo sabe disso, mas tem muitos mais assessores que o presidente norte-americano. Em quantidade, está mais bem assessorado. Terá alguma assessor para acordá-lo para ligar para Bush? Sabe-se lá.

O Jornal do Brasil deste domingo fala do assunto. Traz números que criariam indignação, se essas coisas já não estivessem dando nojo. Lula tem 109 assessores diretos. Eu e você pagamos R$ 7,3 milhões por ano só de salários. O custo é bem maior, porque a gente sabe como gastam esse tipo de funcionário.

Bush tem apenas 32 assistentes. Dá para entender. Suas preocupações são bem menores. De Lula, como soubemos de sua própria boca quando esteve na Dinamarca, dependem os trabalhadores do mundo todo. “"Torçam para que eu dê certo, porque tudo será mais fácil para vocês e para os trabalhadores de todo o mundo", disse para sindicalistas dinamarqueses.

Daí, talvez, a necessidade de tantos assessores diretamente nomeados. Sem concurso, como é natural. Fernando Henrique Cardoso, que também já exagerava, tinha 84 assessores. É mais uma "herança maldita" de que o PT gostou e aperfeiçoou. Lula tem 109. É um aumento de 77%.

Mas tem mais, além da corte particular lulista. O Brasil tem 24 mil cargos comissionados. Os EUA, 9 mil. A Alemanha e a França, 500 cada país. E o Reino Unido, apenas 300. Nem é preciso adjetivar para mostrar a pouca-vergonha que se passa por aqui. Estes números são um tapa na cara. E mostram que, de boas intenções, francamente, este governo não está cheio.
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POR José Pires

Sem CPMF seria difícil tanta nomeação

A matéria do JB, de Karla Correia, tem um trecho delicioso, onde está escrito que “o ritual em torno do presidente é de uma sofisticação digna da corte francesa nos tempos de Maria Antonieta. Quando Lula ganha um presente no Palácio do Planalto ou em viagem ao exterior, por exemplo, um funcionário da Ajudância-de-Ordens é encarregado de receber o objeto. Outro, da Diretoria de Documentação Histórica, se dedica a guardá-lo”.

Já que acredito no otimismo, vou ajudar. Como em tempos imperiais, Lula deveria ter um “provador de comida” para que não possam envenená-lo. É um risco sério para imperadores. Talvez ele precise também do provador da caninha, a água que passarinho não bebe, pois aí também pode ser colocado o veneno fatal que poria fim ao império petista.

O petista tem 12 assessores apenas para cuidar de sua agenda. E esta dúzia tem um nome”: Gabinete-Adjunto de Agenda”. É bacana. Imagino o crachá ou até mesmo o “carteiraço”: “Cê sabe com quem tá falando? Sou do Gabinete-Adjunto de Agenda”. Ah, bom.

Não é à toa que Lula faz de tudo para fazer passar a CPMF no Congresso Nacional. É muito gasto. Sem tributar o populacho a máquina teria que ser enxugada. E enxugar, falando em administração, o presidente não gosta. A carrada de gente com nomeação direta tem também outro propósito, nada republicano, apenas partidário.

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POR José Pires

Cargos nomeados dão excelente suporte partidário

É com esse pessoal que o partido ganha eleições. Tem também o “Mensalão” é verdade. Mas este é apenas um elemento dentro da estratégia de manutenção do poder. Conforme o procurador-geral Antonio Fernando Souza, o “Mensalão” visava “garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos” e o financiamento eleitoral fora das regras legais.

Não é pouco. E para azar do PT o procurador-geral foi no ponto certo da estratégia do partido para facilitar o jogo eleitoral para o grupo. O “Mensalão” desfavoreceria com êxito qualquer partido que não estivesse do lado do Governo Federal. O jogo democrático estaria totalmente fora de questão.

Mas dentro da estratégia de manutenção do poder outro ponto muito importante é o domínio da esfera federal com pessoal próprio e confiável. Veja bem: apenas ao lado de Lula, o partido tem mais de uma centena de pessoas, com uma imensa estrutura para servi-los. Quanto custaria ao PT para manter algo assim? E ainda tem muito mais pessoal para este trabalho, em várias instituições e poderes pelo País afora.

E imaginem o domínio dessa gente sobre os negócios de Estado. É uma máquina que, além do aspecto meramente eleitoral – que também interessa a eles – tem uma articulação imbatível, com um predomínio sobre a administração pública que estreita muito as chances da sociedade civil em ter eleições realmente livres, democráticas. Com este sistema também não pode haver a mínima abertura para transformações fora do grupo que está no poder.
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POR José Pires

domingo, 23 de setembro de 2007

Petistas usam com eficiência os cargos nomeados

Este é um trabalho que o PT tem feito há muito tempo. E com uma bruta eficiência. Os governos petistas podem até ser ruins, mas a máquina montada em prefeituras, governos estaduais, câmaras de vereadores, assembléias e no Congresso acaba funcionando muito bem para os interesses partidários. E cria um monopólio político que não é transformador. Não avança. Além, é claro, do risco totalitário criado por esta situação.

O abuso é grande. É muito cargo nomeado, do âmbito municipal ao federal. E seria por aí, no combate a esta prática, que fortaleceríamos a democracia e poderíamos fazer crescer a eficiência e a qualidade na administração pública. Nem é questão de avaliar capacidade técnica: essa gente não é colocada no governo para trabalhar. Mas quem quer isso? Tucanos e petistas, para falar de supostos antípodas, não mexem uma palha para acabar com isso.
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POR José Pires

sábado, 22 de setembro de 2007

Camille Paglia vem ao Brasil tocar fogo no rabo da esquerda

Camille Paglia vem ao Brasil em novembro. O suplemento “EUamp;”, do jornal Valor Econômico publicou uma interessante entrevista com ela. Polêmica, afiadíssima, a escritora americana sabe onde apontar sua língua para desencavar espaço na mídia. Caetano Veloso é um reles aprendiz de feiticeiro perto dela.

É uma grande ensaísta, com elegância no estilo e uma capacidade ímpar de focar assuntos do cotidiano de forma original e bastante polêmica. Você já pode ter lido por aí que ela é “uma das pensadoras mais importantes do século XX”. Uma pesquisa das revistas americanas Prospect e Foreign Policy deu isso. Menos, menos, o século XX tem muita coisa melhor que os escritos de Paglia. E, além disso, o que se pensou de mais importante foi na primeira metade dele. Paglia vem depois, talvez no final da fila de pensadores, que é bem grande. O que não tira a importância dela, é claro.

A escritora busca a polêmica sempre. Como diz o chorinho, ateia fogo ao fogo. Mas evidentemente não é nenhum doce de coco.

Paglia é autora de uma frase que causou furor entre as feministas e também deixou furibundos os adeptos do pensamento politicamente correto. É uma frase que a gente lembra de cabeça, o que não é pouco com a profusão de informação que a internet libera todos os dias.

Ela disse o seguinte: "Se a humanidade dependesse das mulheres ainda estaríamos na idade da pedra". Bateu e levou. Até hoje ela é atacada por feministas radicais e politicamente corretos , gente que, aliás, mesmo sendo homem, se enquadra com perfeição na frase. É gente que só ouve o que a ideologia manda.
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POR José Pires

Seminário no sul, toque de inteligência que o Brasil mal vê

Camille Paglia vem ao Brasil em outubro para colocar mais lenha numa fogueira que ela mantém sempre acesa. Ela vai participar do “Seminário Internacional Fronteiras do Pensamento”, organizado pela Copesul, em Porto Alegre. Vai falar sobre “A Mulher na Arte: da Idade da Pedra até Hollywood”.

Este seminário que está sendo realizado no sul do Brasil é um dos eventos culturais mais importantes que já se fez por aqui. Começou em março, com palestrantes como John Lee Anderson, Bernard-Henri Lévy , Guy Sorman , Carlos Alberto Montaner , Marshall Berman, Jorge Castañeda, Michel Houellebecq, Peter Greenaway, Pierre Lévy, Robert Darnton, além de brasileiros como Roberto Romano, Celso Lafer e Fernando Gabeira.

Não fui a nenhuma palestra pois não tenho dinheiro para o avião, mas o que consegui ler na internet é de alto nível. Você deve ter ouvido falar pouco no "Fronteiras do Pensamento”, se é que tem conhecimento de que ele estava sendo realizado. Não é culpa sua. O Brasil é assim: acontecimentos fora do eixo Rio-São Paulo dificilmente acontecem nacionalmente. Essa concentração torna o Brasil bem menor, para não falar mais burro. Mas já falei.
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POR José Pires

Noam Chomsky, o triste guru da esquerda

Voltando à entrevista ao suplemento do Valor Econômico, nela Camille Paglia, entre outras coisas bem interessantes, fala algo que vale destacar. É sobre Noam Chomsky, guru americano para quem a esquerda brasileira cai de quatro. Chomski, diz ela, “tem uma visão muito sombria e distorcida do mundo. Tudo é negativo no universo dele. Será que o cara nunca sente nenhum prazer? (...) A visão dele é uma má influência para as pessoas. Não tem uma visão alternativa. Não defende a nossa imaginação ou o nosso prazer. Só há um ódio rancoroso contra as figuras de autoridade, ódio contra isso, ódio contra aquilo... Por isso, a esquerda tem tanta dificuldade”.

Camille Paglia é assim. Note só o fogo que ela taca no rabo da esquerda. E ela tem razão, em boa parte, em sua opinião sobre Chomski. Comecei a desconfiar muito quanto às opiniões dele sobre situações geograficamente fora do nosso alcance, quando li algumas observações suas sobre o governo Lula, que conhecemos bem. Eram opiniões categóricas – Chomski é sempre assim – e bem levianas, lançadas apenas para marcar posição ideológica. Opinando sobre situações brasileiras, Chomski chuta alto. Nem teria tempo para estudar nossa realidade política, mas parece se sentir obrigado a emitir opiniões que agrade a seu público de esquerda.

Então, quando Chomski opina sobre, digamos, o Iraque, nao se deve aceitar a informação sem a exigência imediata de um conteúdo que dê base ao pitaco, quase sempre meramente ideológico. Outro que é assim é Michael Moore, o autor de Fahrenheit 9/11 e Tiros em Columbine. Ele é um cascateiro. Em seu livro, “Cara, Cadê Meu país”, Moore escreve na introdução à edição brasileira um elogio descarado à Lula e seu governo. A introdução foi escrita antes do governo Lula começar e Moore fala de um governo esquerdista e triunfante sobre o liberalismo.

Deu azar na sua batatada. O governo Lula deu no que deu, o que não é supresa para quem o acompanha de perto desde sua primeira tentativa de ser presidente. O que ocorre é que Moore escreveu movido apenas por ideologia, um motor que exige que a realidade se amolde ao discurso, o que não ocorreu aqui. Vai mudar a introdução nas próximas edições? Não vi ainda, mas duvido que o faça. Para gente assim, vale falser a realidade, desde que isso dê um bom proveito para seus interesses.
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POR José Pires

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Jota e os INCONFORMADOS– Gostei mais do primeiro, quando o PT é que
era o protagonista...

Mãos à obra, Brasil

Nos jornais, a ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, diz que o Brasil vai se transformar num “canteiro de obras públicas e privadas” no próximo ano, período de eleições municipais.

Espera aí: mas alguém tinha alguma dúvida de que isso ia acontecer?
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POR José Pires

Os valiosos votos para a CPMF

“Não sabia de nada. Fui informado na véspera. Esta é uma forma sacana de fazer política”. O desabafo é do senador José Maranhão (PMDB-PB), que teve um apadrinhado seu demitido do BNB (Banco do Nordeste) esta semana.

A demissão veio no conjunto de "esforços" do governo Lula para apressar a votação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Lula andou bastante ativo. Abriu o cofre: em apenas três dias desta semana o governo pagou R$ 47,2 milhões em emendas. O valor corresponde a 27% do total pago até agora em 2007, que é de R$ 175,5 milhões.

E tem mais: entre segunda e quarta-feira, quando foi aprovado o projeto, o Palácio do Planalto liberou R$ 68,8 milhões do Orçamento de 2006 e 2007 e empenhou outros R$ 37,9 milhões referentes ao Orçamento deste ano. Somando tudo, para garantir a cobrança da CPMF o governo gastou mais de R$ 100 milhões.

O investimento é compensador. O valor projetado para as receitas com a CPMF neste ano é de R$ 35 bilhões. E caso ela não seja votada, será extinta no final deste mês.

O desabafo do senador Maranhão – que não é maranhense e sim paraibano, mas conhece bem o riscado – é muito interessante. Uma mudança de valores que não surpreende, mas preocupa. Ele se queixa de falta de ética do Governo Federal que tirou seu apadrinhado de uma boca estatal.

Não deixa de ser uma inovação. Temos um novo padrão ético, um comportamento moral bem ao estilo desta era Lula.

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POR José Pires

Ruralistas também querem o deles

Mas a conta da aprovação da CPMF deve ficar ainda mais salgada – para nós, contribuintes, é claro. Já entrou em cena a bancada ruralista do Congresso, políticos especialistas em barganhar votos com o governo pela anistia ou rolagem de dívidas de fazendeiros.

Os deputados ruralistas (cerca de 90, segundo analistas) ameaçam derrubar a CPMF. Mas é claro que podem mudar de idéia se a troca for boa.

Certas pessoas gostam muito de denunciar como escandaloso qualquer benefício financeiro que o governo dê para o MST, mas os fazendeiros tomam dos cofres públicos valores bem superiores. No entanto, neste caso a coisa não assume ares de "denúncia". Mamar no Estado independe de classe social. Todos mamam. Uns mais, outros menos, mas a teta é para qualquer classe.

No rolo com os ruralistas deve entrar a rolagem de dívidas. Os números são assustadores. Estima-se que a dívida agrícola esteja na casa dos R$ 70 bilhões, dos quais cerca de R$ 38 bilhões venceriam em 2007.
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POR José Pires

– E o pior é que ele nasceu em Passa Quatro. Para quarenta bastam quatro dezenas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Para los hermanos, tudo!

Aquelas coisas que a gente descobre lá no meio das reportagens. Alguém sabia que o irmão do Hugo Chávez é que é o ministro da Educação da Venezuela? Pois é. Nepotismo deve ser uma virtude no bolivarianismo.

Coincidência ou não, no Paraná temos um caso parecido. Nesse estado o secretário da Educação é o irmão do governador Roberto Requião que, falando nisso, adora o Chávez.

Adán Chávez, irmão do maioral venezuelano, foi nomeado por Hugo Chávez em janeiro deste ano, mas já deve ser com certeza o melhor ministro da Educação da América do Sul.

O irmão do governador Requião, nomeado por ele para secretário da Educação desde o início do primeiro mandato, é considerado o maior secretário do Brasil. Isto, é claro, na opinião insuspeita do irmãozão governador.
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POR José Pires

Hugo Chávez para vereador

Os esquerdistas que idolatram o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, deveriam meditar bastante sobre uma informação postada agora há pouco no blog do jornalista Ricardo Noblat.

Chávez e Lula estavam em Manaus, almoçando juntos e discutindo negócios entre os dois países.

Chávez mandou vir de Pacaraíma, município Roraima que faz fronteira com a Venezuela, cinco ônibus carregados de brasileiros que trabalham em plantações de arroz naquele município.

Pela manhã, os ônibus chegaram à Manaus com faixas saudando Chávez. As despesas foram pagas evidentemente por venezuelanos.

O projeto de ditador revela seu lado de vereador de interior, desses bem picaretas que lotam ônibus com gente simples para levar aos comícios e aparentar popularidade.E parte da esquerda brasileira ainda vê nele um grande estadista, um libertador sul-americano.

É bom pensar melhor no assunto, companheiros.

A dinheirama dos petrodólares ainda concede a Chávez um status privilegiado, mas interiormente o homem nada mais é que um vereador de interior. E da pior categoria. No más!
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POR José Pires

É O MENSALÃO DE VORTA, UAI!

– Moço, esse caminhão vai pra Minas?

Toma que o filho é teu

Com a história do “Mensalão” se dirigindo agora para sua origem, em Minas Gerais, os petistas estão querendo jogar nas costas tucanas a responsabilidade pelo crime.

E tucano facilita, faz muita besteira. Até o deputado petista gaúcho Paulo Pimenta andou tirando uma “casquinha”.

O Pimenta, para quem não se lembra, é aquele deputado que foi flagrado entrando de madrugada no carro de Marcos Valério, no estacionamento do Senado, em plena “CPI do Mensalão”.

O deputado estava pegando documentos com Valério para desviar do foco da CPI seus colegas petistas. Por causa disso ele tevê que renunciar ao cargo de vice-presidente na comissão da “CPI do Mensalão”. Pimenta não foi cassado por falta de decoro porque, como já está comprovado, o Congresso Nacional não tem vergonha.

Pois o deputado Pimenta disse que “agora está provado que o DNA do ‘Mensalão’ é tucano”. Ah é, mesmo? Então é mais uma “herança maldita” com a qual o PT se encantou. Gostou tanto, que aperfeiçoou.
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POR José Pires

CPMF, outro esteio da estabilidade

Foi Lula quem disse: "Nenhum governo, do PMDB, do PSDB, do PT ou do PFL [atual DEM] ou de qualquer outro partido conseguiria governar [o país] sem a CPMF". Ah, bom. Então isso significa que a CPMF é mais importante para a “governabilidade” até que a manutenção do mandato de Renan Calheiros.

Então o imposto devia também mudar de nome, de CPMF para CPMFMB: “Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira para a Manutenção da Governabilidade”.
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POR José Pires

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

ESTA EU ASSINO EMBAIXO
"O que ensinam a experiência e a história
é que as pessoas e os governos nunca
aprenderam nada com a história."

Hegel
(1770-1881)

Próxima parada: estação Paranóia

Uma reportagem publicada nesta quarta-feira, 19, na Folha de S. Paulo é demonstrativa do baixo nível a que chegou a execução de obras públicas pelas empreiteiras. O jornal descobriu que um erro nas obras da futura estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô de São Paulo provocou desencontro entre túneis escavados a partir de duas equipes de trabalho.

Foi também nas obras desta mesma linha que ocorreu o desabamento de um canteiro de obras que causou uma cratera de 80 metros de diâmetro. O acidente causou a interdição de ruas e casas próximas. Sete pessoas foram mortas.

Agora o problema é que os túneis não se encontram. De acordo com a reportagem, “no último dia 10, os túneis Caxingui/Três Poderes, na zona oeste, deveriam ter se encontrado. Porém, há um desalinhamento lateral de 80 cm entre eles”.

A responsabilidade sobre a obra é do Consórcio Via Amarela, que reúne as contrutoras Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Para eles, não há problema. “A correção geométrica ocorrerá na seqüência dos trabalhos” disseram para a Folha.

Especialistas consultados pelo jornal afirmam, no entanto, que parâmetros aceitáveis seriam, no máximo, de 10 cm. Isso mesmo: 10 cm. E o desalinhamento foi de 80 cm. E alguns especialistas só aceitam bem menos 10 cm.

Não sou uma pessoa das mais paranóicas, mas sempre tive um certo temor ao usar o metrô de São Paulo. Não faz muito bem para a cabeça entrar por aqueles túneis escuros em alta velocidade meditando sobre o estado das nossas obras públicas, a qualidade das licitações e, ainda por cima, lembrar que até Paulo Maluf andou construindo alguns daqueles túneis.

A gente acaba sendo obrigado a usar o metrô. Hoje é praticamente impossível viver sem ele em São Paulo.

Agora, quanto à estação Pinheiros, acho melhor evitar. Pelo andamento das obras ainda acho aconselhável usar ônibus ou táxi, mesmo quando a estação já estiver pronta.
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POR José Pires

Jota e os ABNEGADOS

Os gambás se cheiram

O presidente do Senado, Renan Calheiros, apresentou recibos falsos, notas fiscais frias e alegou negócios com gado que nada tinham a ver com os valores do mercado. Esses mesmo negócios com gado eram lorotas, desmentidas pela imprensa e também pela Polícia Federal.

Calheiros, enfim, mentiu o tempo todo. Mentiu a todos os brasileiros e mentiu diretamente a seus colegas. Mas mesmo assim foi absolvido da acusação de falta de decoro por 40 senadores. Mais que isso, foram 46 votos, pois nas circunstâncias os votos de abstenção serviriam apenas para esse fim e quem se absteve sabia disso.

Absolvido, ele mantém-se na presidência do Senado e usa esse poder para ser favorecido nos outros dois processos que correm contra ele na Comissão de Ética.

Acho que a maior parte das análises sobre esse escândalo, até o momento, partiram da premissa errada. Tudo indica que, na verdade, a presença de Renan Calheiros é uma honra para este Senado.
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POR José Pires

Jota e os HOMENS DE VALOR

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Nelson Rodrigues disse que “toda unanimidade é burra”. E a frase, citada por todos, tornou-se uma unanimidade.
E agora?

Jota

Extinção do Senado pode ser uma boa idéia

Se fosse feita uma análise de custo-benefício do Senado Federal, dificilmente aquela Casa escaparia de ser fechada. O Senado é caro, ineficiente e, além disso, tem sido um criadouro de crises periódicas que afetam negativamente a democracia. Virou uma vergonha nacional.

Apenas para ficarmos na crise mais recente, que envolve o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o custo político desta crise para o País já justificaria o fechamento. Os problemas criados pelo senador alagoano aumentaram o descrédito na política chega e também afetam negativamente a administração pública.

E tudo isso apenas por causa de um pequeno mentiroso. Espanta também a extrema incapacidade dos demais senadores resolverem a questão. 80 senadores ficam na mão de apenas um, que usa a Casa como se fosse uma fazenda de sua propriedade. É isso o nosso Senado? Mais uma fazenda de Renan Calheiros? Desse modo, se for extinto não fará falta.
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POR José Pires

Custo alto, benefício nem tanto

Vamos aos custos dos nossos senadores. Apenas os diretos, mas sem esquecer que os custos indiretos, além de serem produzidos por debaixo dos panos, são ainda maiores do que os gastos que estão no papel.

Mantendo-se ainda no caso do senador Renan Calheiros, são incalculáveis os custos para a sua absolvição, gastos que devem ser encaixados no quesito de custos indiretos.

Um desse dispêndios, que acabou sendo descoberto pela imprensa, mostra como a absolvição do ex-amor de Mônica Veloso vai acabar ficando caro ao Estado. O senador Edison Lobão (DEM-MA), que votou a favor de Calheiros, recebeu um belo presente do Planalto: seu filho, Marcio, foi indicado pelo Banco do Brasil para presidir a Brasilcap, empresa de títulos de capitalização.

O mimo vai ficar duplamente caro. Pelos salários e mordomia do moço e também pela perda de produtividade que o Banco do Brasil acaba tendo em função de cargos nomeados preenchidos com este critério.

Já no custo direto, cada um dos 81 senadores custa ao contribuinte R$ 33,1 milhões por ano. O orçamento do Senado para este ano é de R$ 2,6 bilhões. É bastante dinheiro. Os políticos brasileiros não valem nada, mas são os mais caros de todo o mundo.

E além de custar caro, não trabalham. Este ano o Senado só votou dois assuntos considerados de grande interesse público: o projeto de lei que ampliou o Supersimples e a Medida Provisória que elevou o salário mínimo de R$ 350 para R$ 380 em 1º de abril.

Neste mês não houve sequer uma sessão deliberativa. E em agosto apenas um projeto de lei foi enviado para sanção presidencial. Enredado na crise política, o Senado parou de trabalhar para se ater ao escândalo de Renan Calheiros. E o pior, é que não resolvem o problema.

Um Senado que custa tanto e produz tão pouco não faria falta se fosse extinto. E além da economia de R$ 2,6 bilhões, ainda poderíamos obter algum ganho com o uso das amplas instalações daquela Casa, que estariam finalmente esvaziadas de escândalos e corrupção e prontas para finalmente dar algum lucro ao Estado.
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POR José Pires

O que fazer com as instalações do Senado

Com a extinção do Senado, além da economia com o fim dos enormes gastos, o Governo Federal ainda poderia ganhar algum dinheiro com as enormes instalações da Casa. Qual deve ser o uso que pode ser dado ao prédio?

1) Alugar para a empresária de lazer, Jeane Mary Córner. O aluguel teria dois benefícios. Além da senhora Córner ter um bom espaço para seus serviços, sua meninas estariam bem próximas de sua clientela. Como adicional de qualidade, poderia ser utilizada a TV Senado para os filmes excitante e outras taras.
2) Fazer daquilo um grande centro de eventos, apropriado para feiras agropecuárias ou exposição de laranjas.
3) Decretar como zona franca o Distrito Federal e fazer do Senado um grande cassino. Poucos perceberão a diferença.
4) Alugar para o pessoal do Cansei fazer sua sede em Brasília. Tem um bom espaço para os shows da militante incansável Ivete Sangalo ou para programas da cansativa Hebe Camargo.
5) Privatizar aquilo de vez.
6) Fazer um grande estádio de futebol. Ideal para os planos do Brasil em ter aqui uma Copa do Mundo.
7) Tirar o teto da cuia e fazem uma imensa piscina para amenizar o calor do pobre brasiliense.
8) Fazer um grande museu da corrupção. Com entrada paga. Estudante paga meia e político paga duas. Vai ser um sucesso. Finalmente o Estado vai lucrar alguma coisa com a corrupção.
9) Alugar para o Duda Mendonça e o Marcos Valério fazerem uma agência de publicidade: a DM40. Vai facilitar a vida dos dois: a clientela está ao lado e a agência fica a poucos passos do Planalto.
10) Fazer uma penitenciária especial para crimes de corrupção. Veja a vantagem para a polícia: os elementos estão todos ao lado.
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POR José Pires

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Jota e os ABNEGADOS

“Principismos” éticos

De Lula, diretamente de Madri, buscando legitimar a mudança que se deu com ele, de agressivo oposicionista a presidente conservador na economia e na administração: "Você não governa com principismo. Quando você está no governo, você governa".
“Principismo”? Nos meus dicionários não existe esta palavra.
A ansiedade em se justificar faz Lula criar neologismos na política.
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POR José Pires

domingo, 16 de setembro de 2007

Renan Calheiros, uma biografia de mentira

A página pessoal do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na internet tem informado que o presidente do Senado recebeu “milhares de mensagens de parabenizações” depois de ser absolvido no processo que pedia a sua cassação por falta de decoro.

Pode até ser, afinal tem louco pra tudo. Apesar de que acredito mais na necessidade da auto-promoção do senador, tão freqüente entre os políticos e ainda mais vital nessa hora amarga. Pode ser também mais uma mentira, ato tão inserido no cotidiano político que já se tornou hábito.

E o presidente do Senado mente bastante. Nesse aspecto é um fenômeno, mesmo em uma Casa em que a mentira parece fazer parte do regimento interno.

Calheiros mentiu em família, mentiu para seus colegas e mentiu para todo o País. Eu diria até que “nestpaís” nunca se mentiu tanto, se o useiro e vezeiro desta expressão não fosse páreo duro para o senador neste quesito.
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POR José Pires

O senador que a mentira engoliu

Calheiros mente até própria biografia. Na mesma página que seus assessores dizem estar recebendo “milhares” de e-mails de apoio. Além das várias lorotas já desmascaradas, a página de Calheiros na internet [veja aqui: http://www.senado.gov.br/web/senador/RenanCalheiros/bio.htm] é mais uma prova de que o Senado perdeu realmente uma boa chance de se livrar de um grande mentiroso.

A página de Renan Calheiros apaga de sua biografia fatos importantes da história recente do Brasil, ocultando a colaboração estreita que teve com Fernando Collor, no lançamento de sua candidatura a presidente e, posteriormente, na participação ativa naquele governo.

Calheiros é uma das mais importantes figuras da triste “Era Collor” e, no entanto, quer esconder tal passado. Por que será? Vergonha? Nojo? Vi uma fotos dele e de Collor, instantâneo recente em que apareciam abraçados. Não pareciam envergonhados ou enojados. Estavam até olhando-se nos olhos.
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POR José Pires

Participação na vida de Collor foi intensa

Renan era um dos participantes do jantar em Pequim que teve a idéia louca de lançar um rapaz bem-apessoado para presidente da República. Para a infelicidade do País a loucura deu certo. O rapaz era Fernando Collor.

Anteriormente, como deputado estadual em Alagoas, ele fizera agressiva oposição ao então governador Collor. Apelidou Collor de “príncipe herdeiro a corrupção”.

Quando em 1989, já estava filiado ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e na assessoria de Collor candidato à presidência da República, ele amenizou o discurso. Mais que isso, a proximidade do poder adoçou-lhe o verbo. Dizia então ser amigo do candidato, a quem se unira para “derrotar as oligarquias”. "Apesar de adversários no passado”, afirmou, “sempre fora amigo de Collor”.

Era sua habilidade em se grudar ao poder, em franca gestação, se manifestando. Depois de Collor, pulou para Itamar Franco, daí para Fernando Henrique Cardoso – onde foi até ministro da Justiça – e agora está com Lula. E estará com qualquer um que tenha o poder. Tudo pela “governabilidade”.
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POR José Pires

Apagando fatos da história brasileira

Assumir o relacionamento depois, é outra história. Renan Calheiros não assume as relações com ninguém. Só aproveita. E não estou falando de Mônica Veloso. Estou falando da história do Brasil. Caso tivesse mais poder, talvez ele fizesse como Stálin – ídolo de seu partido de juventude, o PCdoB –, apagando os desafetos nas fotos históricas.

É a bela relação com Collor, esta convivência até fraterna, que Renan Calheiros esconde em sua página pessoal na internet. A única menção a este período está em uma frase: “Em 1990, Renan Calheiros foi Líder do Governo na Câmara dos Deputados”. E só isso. Não informa de qual “governo” o senador foi líder. Pois foi de Collor.

De 1990, a biografia salta para 1992, apagando todo este importante trecho da nossa história. Em 1992, o senador já aparece como vice-presidente executivo da Petrobrás Química (Petroquisa), sinecura obtida com Itamar Franco, o vice que assumiu no lugar do presidente que sofrera o impeachment. O mesmo presidente que Calheiros, o amigo Collor, o companheiro que ajudou a eleger e que sumiu da sua biografia.
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POR José Pires

O líder do governo que saqueou a caderneta poupança da população

E além da amizade com Collor, o senador também prestou-lhe relevantes serviços. Foi líder do seu governo no Congresso. Era da tropa de choque collorida, uma das facções políticas mais agressivas que já houve no Brasil.

Já em seus primeiros dias como líder do governo Collor no Congresso, em 16 de março de 1990, Renan Calheiros divulgou o notório “pacote” de medidas econômicas que determinava o confisco das aplicações financeiras. Era o “Plano Collor”, que apropriou-se até mesmo dos recursos da caderneta de poupança.

No aspecto econômico o plano foi um fracasso: desencadeou uma recessão e não conseguiu dominar a inflação. Mas fez a infelicidade de uma imensa parcela de brasileiros que tiveram suas economias tomadas pelo governo. A infelicidade da classe média – e até dos mais pobres, pois também aposentados tiveram tomadas suas economias – foi proporcional à satisfação dos maiorais beneficiados com informações privilegiadas. Estes ficaram bem, como sempre. Fortunas cresceram de um dia para o outro.

São fatos que a nossa história jamais esquecerá, mas que Renan Calheiros deseja que sejam apagados de qualquer modo de sua biografia. A mentira, quando torna-se hábito, começa também a reger a vida do mentiroso. E o espelho do passado sempre é constrangedor para o mentiroso.

E o Senado perdeu a chance de livrar o Brasil deste mentiroso. Por temor, conivência, cumplicidade, ou simplesmente porque aquela Casa é governada pela mentira.
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POR José Pires

sábado, 15 de setembro de 2007

Na política, quem não vale
nada consegue sempre o melhor preço
.

Jota

Jota e as GRANDES HOMENAGENS

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Cheiro de mais pizza de carne de vaca no ar

Os pizzaiolos do Senado são incansáveis. Nem bem foi servida a pizza de 40 pedaços do primeiro processo por quebra de decoro contra Renan Calheiros (PMDB-AL) e eles já preparam outra. Esta, talvez nem vá para o forno. Talvez o brasileiro tenha que engolir crua.

O relator do segundo processo contra Calheiros, o senador João Pedro (PT-AM) já indicou que deverá arquivar as denúncias. Desta vez, Calheiros teria que responder sobre irregularidades em negociações com a empresa Schincariol, que teriam beneficiado sua família. O senador é denunciado por ter influenciado o INSS e a Receita Federal em benefício da Schincariol.

Mas quem é o senador amazonense João Pedro? A pergunta tem procede. Quem é João Pedro? Nem os amazonenses sabiam até que ele assumisse o mandato. O senador é mais um dos suplentes, esta categoria que é pau pra toda obra nas encrencas do Senado.

É um senador na mão de Lula. Está sentado na cadeira por obra e graça do presidente da República. João Pedro é suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, aquele que ainda na semana passada estava encrencado com o TRE do Amazonas. Ele já se safou, dessa pelo menos.

A presença de João Pedro no Senado depende de uma canetada de Lula. É assim aqui no Brasil: o presidente da República contempla a base aliada com o cargo de ministro e ainda ganha um senador.

É um sistema fenomenal para a produção de pizzas.
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POR José Pires

Paulo Henrique Amorim na tropa de choque de Renan Calheiros

Dentre as inúmeras revelações da mais baixa desfaçatez no pós-absolvição de Renan Calheiros, atitudes que apesar de não causar surpresa não deixam de chocar pelo que envolvem em dissimulação e falta com a verdade dos fatos, destaca-se a posição do jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog na internet.

Já havíamos tomado conhecimento de coisas como os senadores do PT Serys Slhessarenko (MT), João Pedro (AM) e Ideli Salvatti (SC), Fátima Cleide (RO) e Mercadante, de São Paulo), em confraternização em um canto da sala da sessão, dizendo em voz alta que são a “bancada da abstenção”. Faltou apenas um bailado à moda da notória “dança do Mensalão” da ex-deputada Ângela Guadagnin.

A auto-exposição da “bancada da abstenção” já parecia muito ofensiva para o bom senso, mas Paulo Henrique Amorim foi além. Aparentemente o jornalista resolveu carimbar de vez e em público a carteirinha de jornalista chapa-branca. E conseguiu.
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POR José Pires

Jornalista até se excede na missão

Em defesa de Renan Calheiros, Amorim vem com uma lorota bem conhecida, aquela da “conspiração” da imprensa. O coro é bem afinado: tem o deputado cassado José Dirceu, Wanderley Guilherme dos Santos (este, buscando dar o tom acadêmico, mas na mesma toada) e também Mino Carta. E outros mais: apesar de não ser grandioso, é um coral grande.

Amorim fez um arrazoado com ar partidário, comprometido com apenas um dos lados da questão e totalmente desprovido de razão. Pode ser que até mesmo aos setores que deseja agradar com seu jornalismo chapa-branca fique claro que Amorim exagerou. Devem chamar-lhe a atenção, pois desse modo o discurso não cola.

O jornalista coloca toda a imprensa – que categoriza, em várias partes do texto, como “mídia conservadora (e golpista !) – em uma inacreditável conspiração contra Renan Calheiros. Amorim não revela como se faz para conciliar os interesses de todos esses veículos para fixarem-se nesse objetivo. Deve ser uma dificuldade, afinal disputam inclusive o mesmo mercado.

Mas ele não se detém neste aspecto. E parte para um amontoado de desqualificações. Amorim é um ser estranho. Acusa a imprensa de agir politicamente e para isso usa um “estilo” próprio que é todo político, até mesmo partidário. E faz isso o tempo todo, de modo repetido e agressivo.

Amorim afirma que a mídia – “conservadora (e golpista!)”, como ele diz – ataca Calheiros “porque ele é nordestino”. Que a “elite branca” não gosta da base aliada de Lula “e muito menos se for nordestino”. Não sei como ele fará para aplicar esta bobagem, que recolheu de uma fala de Cláudio Lembo, no ministro Joaquim Barbosa, relator do ‘Mensalão”, que é negro.

Mas, na defesa de Calheiros, ele junta mais um punhado de teorias conspirativas sem nexo. Amorim chega a argumentar, de modo até ridículo, parecendo um militante adolescente de extrema-esquerda, que a sessão que absolveu Renan Calheiros foi um ato de independência do Senado.

O jornalista traz argumentos que não convenceriam nem o próprio Calheiros. Aquela que foi uma das sessões plenárias mais desmoralizadoras para a imagem do parlamento brasileiro é classificada por ele como um admirável ato no qual os parlamentares demonstraram que não se prestariam a serem conduzidos por pressões da, no dizer de Amorim, “mídia conservadora (e golpista!)”. Menos, Amorim, menos, diria Calheiros.

“O Senado mostrou que a mídia conservadora (e golpista !) pode enfiar a faca no pescoço do Supremo, mas não enfia a faca no pescoço do Senado”, ele escreveu. Amorim já é um jornalista de certa idade, passou por vários veículos de comunicação, mas escreve como se estivesse ditando manifestos em um grupo estudantil de extrema-esquerda.

O jornalista conclui dizendo que o “Procon tem a obrigação de interpelar a Veja, a Globo, O Globo, a Folha e o Estadão”. A estranha afirmação, que aparentemente se pretende engraçada, quer dar a entender que tais veículos teriam enganado seus consumidores.

Amorim que se cuide. Se o Procon decidir intervir nesta quizila criada por ele, é provável que apareça primeiro em sua porta.

O HOMEM DA RECORD Já faz algum tempo que Paulo Henrique Amorim tem encarnado, até com um esquisito prazer, o papel de defensor do governo Lula. Para ele, toda crítica ao governo provém de alguma conspiração articulada nas sombras. Agora, até o senador Renan Calheiros, contra quem até a Polícia Federal encontrou provas, também é um inocente perseguido por uma imprensa malvada.

A carreira dele vai bem. o jornalista será o apresentador do principal telejornal da Record News, o canal de notícias da
Rede Record, a emissora da Igreja Universal, de Edir Macedo. Amorim, o “boi preto”, segundo expressão do deputado Clodovil Hernandes, é peça inestimável nos planos, digamos assim, midiáticos da emissora da Universal.

A emissora de Edir Macedo tem boas relações com o governo Lula. Bóris Casoy, que foi âncora do jornal mais importante da casa e que criticava o governo, acabou sendo demitido por pressões do governo Lula.

O grupo tem comprado várias emissoras, em uma estratégia de domínio da comunicação que, evidentemente, não preocupa nem Amorim e nem aos petistas. No início deste ano a televisão gaúcha
Guaíba e as rádios AM e FM do mesmo nome foram compradas pelo grupo de Edir Macedo.

O capital para isso é vem do dízimo dos fiéis da
Universal. Nesta semana a igreja lançou boletos de arrecadação com este fim exclusivo. Amorim, evidentemente, não toca neste assunto. E deve atacar com presteza, acusando de conspiradores, quem ousar fazer a crítica aos avanços do grupo de Macedo na comunicação.
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POR José Pires

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A coisa está tão feia no Congresso que
dizem que alguns parlamentares nem sequer emprestam mais a palavra. Alugam ou vendem. E só a dinheiro.

Jota

Jota e os BONS EXEMPLOS

Pro Renan, nada ?

Domingo que vem é o aniversário de Renan Calheiros. Já estou fazendo uma lista de presentes. Afinal, ele merece.
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POR José Pires

ESTA EU ASSINO EMBAIXO
"Para alguns políticos, a vida pública
é a continuação da privada
"
Barão de Itararé
(1895-1971)

Palavra de honra

Certas enquetes dizem muito mais que as porcentagens numéricas que trazem. A Folha de S.Paulo realizou uma logo após a votação secreta no plenário do Senado que trouxe um resultado muito interessante.

O jornal ouviu 75 senadores e 43 deles disseram ter votado pela cassação do mandato de Renan Calheiros. Ocorre que a cassação teve o apoio de apenas 35 parlamentares. Então 8 desses senadores mentiram para o jornal sobre o voto que já haviam dado.

Uma enquete do mesmo jornal, feita na véspera da votação, também deu um resultado que não conferiu com a decisão. Nesta pesquisa, feita também diretamente com os senadores, 41 deles disseram que votariam pela cassação.

Como devemos então interpretar a enquete da Folha de S. Paulo? É simples, não confie em um senador nem antes e nem depois da decisão.
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POR José Pires

E surge mais uma panacéia: a extinção do Senado

Uma idéia que começa a surgir depois da rasteira na cidadania é a da extinção do Senado, com a criação de um sistema unicameral. A idéia não é nova. Já foi objeto de discussão no Conselho Federal da OAB, no debate sobre a proposta de reforma política formulada por aquela instituição. A OAB acabou optando pela redução do mandato de Senador para quatro anos.

A absolvição de Renan Calheiros tende a estimular o apoio à idéia da extinção do Senado. Em períodos de crise no Brasil sempre surge esse tipo de solução rápida, colocados para a opinião pública como panacéias fáceis e indolores.

Um dos maiores problemas da proposta é que ela traz em seu bojo uma grande imperfeição: o presidente do PT, Ricardo Berzoini, é a favor. Isso, por si, já desqualifica bastante a idéia.

Outra coisa, se for para extinguir o Senado pela inoperância e o envolvimento com corrupção, o que devemos fazer com o PT de Berzoini, o partido que mais se envolveu em corrupção nos últimos tempos?

E um debate sobre este assunto – da extinção do Senado e não do PT – exige um clima melhor que este criado pela votação da cassação. Neste estado de elevada emoção essa discussão não deve dar nenhum bom resultado.

Por mais que a opinião pública tenha o Senado como uma casa de canalhas, não é o ressentimento a melhor base para que surja uma solução política para esse imenso problema, que os senadores só fizeram aumentar com a absolvição de Renan Calheiros.

Colocado agora, a possibilidade é que o debate tenha como referência menos a questão essencial – mais ligada a uma reforma política de verdade – e seja alimentado mais pela circunstância de uma votação viciada e os ódios originados na figura deletéria do presidente do Senado.

E extinguir o Senado pelo fato de ele não funcionar adequadamente pode trazer também um problema suplementar para um país como o Brasil, onde também não funcionam nossas mais importantes instituições. Sendo assim, como fazemos? Extinguimos o Brasil?
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POR José Pires

Abstenção de ocasião

O senador petista Aloísio Mercadante continua com uma boa performance na rasteira que o Senado Federal deu na cidadania. Ele diz que foi um dos votos de “abstenção” na votação da cassação de Renan Calheiros.

Mercadante passou o dia de ontem cabalando votos para a absolvição do presidente do Senado e agora diz que se absteve na votação. Este é o verdadeiro PT de resultados.
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POR José Pires

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Renan Calheiros, o pilar da república lulista

Triste papel o do senador Aloísio Mercadante (PT-SP). Passou o dia de hoje cabalando votos pela absolvição de Renan Calheiros. Não que seja uma surpresa, mas, de qualquer modo, o senador petista inscreve seu nome em nossa história política de modo deletério, além de reforçar o papel do governo a que serve como mata-borrão da sujeira política.

A argumentação de Mercadante para livrar o senador Calheiros da cassação demonstra bem o estado a que chegou o governo Lula. Ele dizia aos colegas que a permanência de Calheiros é importante para a estabilidade do governo.

Então Renan Calheiros é um importante pilar deste governo. Belo pilar. E não há meios de acreditarmos que sua sustentação seja movida pelo simples dever de servir ao povo. Mas é pelo apoio mútuo que se mede o grau de cumplicidade entre aliados.

Tal cumplicidade parece ainda mais suspeita quando o acusado é presenteado com tamanho esforço depois de ter feito graves ameaças aos seus pares e também a Lula.
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POR José Pires

Com quem anda o governo Lula

A estabilidade do governo Lula depende de um político acusado de pagar contas pessoais com dinheiro de uma empreiteira. E não será a sua absolvição pelos 40 do Senado que inocentará o senador perante a opinião pública. Além disso, Calheiros tem ainda dois processos para responder.

Um em que ele é acusado de ter usado sua influência junto ao INSS para isentar de dívidas a cervejaria Schincariol, tendo em troca a compra pela cervejaria por R$ 27 milhões de uma fábrica de refrigerantes falida de sua família.

O outro processo é relacionado a compra de um jornal e duas emissoras de rádio em Maceió. O senador é acusado de ter usado testas-de-ferro na operação. Além de usar “laranjas”, Calheiros pagou tudo em dinheiro vivo.

E pode vir ainda mais processos contra o presidente do Senado. Tem também a acusação de Bruno Lins, seu afilhado de casamento, que afirma que o senador é chefe de um esquema de arrecadação ilícita de dinheiro.

E essas são apenas as denúncias que vieram à tona, pois sobre Renan Calheiros não se pergunta mais no País o que ele fez, mas sim o que ele ainda não fez.

E o governo Lula depende desse tipo de político, além de fazer um estupendo esforço para fortalecê-lo frente a todo o tipo de acusação. E ainda tem petista que reclama quando alguém insinua que o Ali Babá despacha no Palácio do Planalto.

MERCADEJANDO DOSSIÊ Foi em meio á candidatura de Mercadante ao governo de São Paulo em 2006 que estourou o escândalo do dossiê falso contra os tucanos. Os petistas foram flagrados em pleno compra, mercadejando um dossiê falso que beneficiaria Mercadante e Lula.

Hamilton Lacerda, coordenador da campanha de Aloizio Mercadante estava envolvido na divulgação do dossiê. Jorge Lorenzetti, conhecido como “churrasqueiro de Lula” foi apontado como o mentor da operação.

Quando o escândalo foi descoberto, Mercadante fingiu-se de aéreo como Lula e disse que não sabia de nada.
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POR José Pires

Na República do Ali Babá, 40 senadores absolvem Renan Calheiros

Vergonha para o Senado Federal. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acaba de ser absolvido. Foram 40 votos pela absolvição – olha aí o número simbólico novamente; só falta mesmo o Ali Babá –, 34 pela condenação e 6 abstenções.

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POR José Pires

É HOJE! Ou cassam esse cara ou
a República está avacalhada de vez.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Incidente internacional no Senado


Você sabia que existe uma Polícia do Senado Federal? Pois existe. Foi criada em dezembro de 2002 e inclusive já teve questionada sua constitucionalidade. Mas está aí, pronta para entrar em ação.

E não é que entrou? Pois a tal Polícia do Senado Federal – ah, conta outra, vai... – mandou um ofício a todos os servidores do Senado proibindo a visitação neste 12 de setembro, dia em que o país todo torce para que o presidente da Casa, Renan Calheiros, seja cassado.

A Polícia do Senado Federal – ah, não inventa... – também exige que neste dia todos os servidores utilizem o crachá em local visível. O servidor que não tem crachá também é alertado para se virar, correr atrás de um, enfim, que o elemento não apareça sem crachá.

O ofício da Polícia do Senado Federal – ah, não tô acreditando... – não esclarece se pretendem chamar observadores internacionais, o Jimmy Carter ou a ONU. Também não dizem nada sobre a possiblidade de George W. Bush mandar os marines para o lago Paranoá.
PEGA! O distintivo da Polícia do Senado Federal – ah, pára com isso... – roubei do site deles. Mas tô limpo, o Noblat roubou primeiro. Eu vi no blog dele, quando afanei lá esta informação.
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POR José Pires

Jota e os FADOS DO DESTINO