quarta-feira, 27 de abril de 2016

Olímpiadas fora de tempo e lugar

Com a aproximação dos Jogos Olímpicos está cada vez mais claro o grande erro que foi a escolha do Rio de Janeiro para sede do evento internacional. Bem, não faltaram avisos de que o Brasil não tinha capacidade para sediar uma competição de tal dimensão, que em todos os países em que ocorreu anteriormente deixou um legado pesado de gastos financeiros e de dificuldade para o uso posterior das instalações exigidas para os jogos e a acomodação dos atletas. A insistência de trazer os jogos para o Brasil, decisão que ocorreu em 2009, foi do então presidente Lula, que governava com uma euforia insensata. Como tentou fazer com a Copa do Mundo, o chefão petista tinha planos de projetar internacionalmente sua imagem com as Olimpíadas. A Copa, como vimos, acabou no fragoroso 7 a 1. Essas Olimpíadas podem ter um placar ainda pior.
Na época da opção pelo Rio já se sabia de muita coisa que desaconselhava a decisão, mas outros problemas apareceram depois, como a crise econômica, escândalos de corrupção, crise política, epidemia do vírus da zika, além da falência estrutural do Rio de Janeiro, que teve nos últimos dias uma demonstração trágica na queda da ciclovia, com duas mortes. A 100 dias de seu início, os Jogos Olímpicos só têm prejudicado a imagem do Brasil no exterior, chamando ainda mais a atenção aos graves problemas nacionais. Nesta quarta-feira o jornal britânico The Guardian traz uma reportagem dizendo que o país abrirá os jogos parecendo mais uma “república de bananas do que uma economia emergente moderna a ponto de assumir seu lugar entre as principais do mundo".
O tom não é diferente da cobertura de outras publicações do exterior, mas o fato do The Guardian fazer esta avaliação tem um significado mais forte da desastrosa situação do governo do PT. O The Guardian tem uma orientação editorial de esquerda e foi até agora uma das publicações que davam sustentação no exterior ao fraudulento projeto petista. Até pela afinidade ideológica, eles foram enganados com relativa facilidade por lideranças petistas, mas estão se recuperando do engodo com matérias reveladoras do estrago feito em nosso país. A mesma reação vem ocorrendo com outras publicações esquerdistas influentes, como o também britânico The Independent e os franceses Libération e Le Monde. Acabou para o PT também entre os estrangeiros.
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POR José Pires

Representatividade tarde demais para a esquerda

Petista costuma fazer descobertas tarde demais e no caso da política, sendo ela de caráter partidário, não costuma caber o jargão "antes tarde do que nunca". Para certas coisas o "tarde" vale mesmo como "nunca". Digo isso porque vejo que a militância governista começa a descobrir a precariedade da representatividade política no Congresso Nacional. É óbvio que não teriam a súbita revelação se a votação do processo de impeachment na Câmara desse um resultado a favor da presidente Dilma Rousseff. Neste caso, veriam com emoção até os votos dedicados à mamãezinha, ao gato de estimação ou ao cachorrinho, assim como não acharam nada de mal deputado exaltando Carlos Marighela e sua violência política.
A representatividade no Congresso Nacional é realmente um grave problema nacional, sendo origem inclusive das repetidas crises políticas e da péssima administração dos negócios públicos. Este Congresso não representa de fato o eleitor brasileiro porque surge de um sistema político montado para o benefício pessoal de poucos líderes que atuam como caciques. A demolição da representatividade política começa nos partidos e vai se entranhando com suas más intenções e ambições de ganho fácil em todas as instituições brasileiras, inclusive nos organismos privados. Não sou dos que acham os nossos políticos a cara do brasileiro. Não são. Todo mundo sabe que o domínio de caciques nos partidos impede a entrada na política de qualquer pessoa que tenha o interesse em fazer política dando uma parcela de contribuição para a qualidade na administração pública, atuando com honestidade e respeito ao bem comum.
Esta dificuldade de alçar os melhores ao comando na política é uma questão velha, que já era discutida até nas rodas que se formavam na Grécia antiga em torno de Sócrates. Evidentemente o assunto também não é novo entre nós. E diz muito da hipocrisia em que se afundou a esquerda brasileira quando agora ela vem com a descoberta do assunto, só depois de ver na TV mais de três centenas de deputados votando pelo impeachment de uma presidente da República que comanda um governo corrupto e incompetente. Foi vagarosa demais a revelação, até pelo fato dessa necessidade de melhorar a representatividade política ter sido uma razão importante para o voto do eleitor brasileiro no PT, ainda na primeira vez com Lula. E isso já vai para mais de uma década. Nesse longo tempo de poder, em vez de atacar o problema com seriedade o governo do PT se lambuzou com suas facilidades. Por isso, ficou tarde para qualquer palpite esquerdista num debate importante como este.
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POR José Pires

terça-feira, 26 de abril de 2016

José de Abreu e sua retórica do cuspe

Nesse domingo o fantástico veio mais cedo, na participação no "Programa do Faustão" do ator José de Abreu, que criou fama por suas atuações grosseiras na internet e agora também nos bares. O cara é mesmo fantástico. O medidor de audiência da Globo deve se mexido muito porque alongaram bastante o tempo da entrevista. Pena que não tenham acionado também o detector de mentiras. Aí é que o salto iria ser muito maior. José de Abreu é o tipo de mentiroso que é até engraçado, ainda que o humor involuntário dele seja também grotesco. Ele vai se animando com o que diz e se enrola cada vez mais, sem tomar nenhum cuidado com a veracidade do que fala. Suas justificativas são tão incoerentes que mesmo ele sendo atualmente um dos maiores canalhas nessa onda petista de patifarias, mesmo assim sua performance causa vergonha alheia. O que se pode dizer de alguém que cospe em uma mulher e depois vai para a televisão dizer que fez isso por que ela — a mulher! — foi machista?
No Faustão desse domingo pode-se dizer que José de Abreu cuspiu pro alto e ficou embaixo. Politicamente sua entrevista foi um desastre, mas é provável que ele nem tenha notado o estrago disso para o governo do PT, partido ao qual sua imagem é de imediato associada, numa relação que nem dá mais para saber qual o lado que sai mais prejudicado. Já faz tempo que suas intervenções vêm dando um resultado inverso ao que ele pensa que proporciona ao PT, ao Lula e para o governo Dilma. Na política, Abreu está igual a político com rejeição excessiva, aquele que o adversário faz questão de lembrar que está com o outro candidato.
O sujeito é tão grosseiro que às vezes parecem até falsas as coisas que ele escreve ou fala, como se fossem inventadas pelos adversários ou por humoristas que criam notícias em forma de piada. Recentemente ele comentou de forma tão desrespeitosa noTwitter sobre a morte do jornalista Sandro Vaia que cheguei até a pensar que fosse um perfil fake. Mas era ele mesmo. É o caso perfeito de "o estilo é o homem", daí ele acreditar que pode melhorar sua credibilidade fazendo dramalhão com coisa séria na emissora de maior audiência. Qualquer semelhança com as grosserias do partido que ele adora não é coisa de novela, não. É a vida real que vem se impondo às mentiras que esse pessoal tentou impor aos brasileiros.
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POR José Pires

Cada vice a seu tempo

O PSDB está evitando um apoio imediato a Michel Temer e por isso começa a tomar algumas cacetadas. Já surgem referências ao hábito do partido de ficar em cima do muro, mas desta vez não acho que seja este o caso. Uma parte dos tucanos vem agindo com sábia ponderação. Não se deve esquecer que o PSDB não apoiou a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara e foram também criticados por isso, até aparecerem as graves denúncias contra o deputado. Pode ser que também agora eles estejam sabendo de algo que no futuro colocar em risco a reputação de quem se aliar sem reservas a um provável governo de Temer. Porém, mesmo que nada de grave surja contra o vice, o mais sensato é mesmo acompanhar de forma crítica a dinâmica da política. Em razão do cuidado dos tucanos, jornalistas já andaram fazendo alusões ao papel do PT durante a formação do governo de Itamar Franco, após a traumática experiência do impeachment de Collor. Aliás, já ficou comum relacionar a situação da presidente Dilma Rousseff com as encrencas de Collor, em 1992. No entanto, as duas situações são muito diferentes, a começar pelo mais importante, que são as dois vices. Quando assumiu o cargo de presidente, Itamar Franco era um político inatacável, com uma longa carreira política sem nenhuma acusação de corrupção. Não é o que ocorre com Temer, que vem enfrentando acusações e sendo citado em delações premiadas da Operação Lava Jato.
Outra diferença muito importante é a posição de cada um nos governos em que formaram a chapa. Os escândalos que levaram a queda de Collor nada tinham a ver com Itamar Franco, que antes da eleição já havia se distanciado do presidente que sofreu impeachment e não teve nenhuma participação em seu governo. O mesmo não se pode dizer de Temer, com o agravante de que ele é vice de um segundo mandato de Dilma e teve participação ativa não só na formação dos dois governos dela como também nos dois mandatos anteriores de Lula. Temer teve oportunidade de acompanhar de perto tudo que levou ao desastre econômico e à impressionante roubalheira descoberta pelo Ministério Público por duas vezes, no mensalão e agora no petrolão. E da sua posição privilegiada ele nunca teve uma palavra de condenação a tais abusos. Se Lula nem Dilma podem dizer que nada sabiam, tampouco o vice-presidente pode alegar este desconhecimento. No mínimo, Temer prevaricou. E isso não é pouco, ainda mais para quem pode tornar-se presidente na grave situação em que está o país.
Até por esta grave crise que assola o país está havendo uma forçação de barra para criar em torno da figura de Temer um sentido de união nacional que não se sustenta em razão das implicações dele na origem desta crise, mesmo que seja de forma indireta. A própria personalidade de Temer não comporta a esperança de que ele possa vir a desempenhar uma liderança para transformações amplas no âmbito da política e da administração pública. É preciso lembrar que, apesar de já ter tido muitas oportunidades para isso antes mesmo de aliar-se ao PT no poder, ele nunca foi além da política tradicional. É muito óbvio que esta dedicação patriótica nunca esteve em seus planos. Mas eu estaria propondo então que se entre nessa nova onda petista de malhar o Temer? Nada disso. A menos que surja um fato que o desabone juridicamente, o impeachment dará a ele legalmente o comando do Governo Federal. Do que discordo é desse andamento político, que pode acabar superestimando seu papel político e de seu governo. Na minha visão, sua atuação já será muito boa se ele trabalhar para simplesmente arrumar a casa, fazendo a transição política até 2018, quando teremos a eleição de um governante com mais legitimidade para maiores transformações.
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POR José Pires

sábado, 23 de abril de 2016

Dilma Rousseff: muito pra aprender com Michel Temer

Em vez de falar mal do vice Michel Temer a presidente Dilma Rousseff devia ter observado com atenção o que fez nos últimos dias e talvez aprender alguma coisa. É tarde para salvar seu mandato, mas sempre pode ter serventia qualquer lição aprendida de quem sabe o riscado da área que escolheu para atuar. É certo que Dilma não estaria nessa encrenca se estivesse de olho em Temer desde que formaram dupla para a eleição no primeiro mandato. Desde então ele vinha trabalhando pela sustentação do governo do PT, o que fez também atuando diretamente na crise política no período inicial do segundo mandato, quando a coisa começou a ficar feia para o lado da presidente. Após muitas burradas dos petistas na articulação política ele assumiu o papel de coordenador político a pedido da própria presidente e teve bons resultados. Até conseguiu aprovar as principais medidas do ajuste fiscal.
No entanto logo houve uma ruptura, que teria sido causada por ciúmes da própria presidente das boas relações que ele começava a estabelecer com os parlamentares. Até ali era uma questão de sobrevivência também dele, Temer, mas logo os petistas demonstraram que não estavam dispostos a apoio mútuo se pudessem se salvar sozinhos. Depois foi aquilo que todo mundo sabe, com Temer passando a ser hostilizado de uma forma que o levou a buscar seu um espaço político fora da esfera do governo. É claro que foi pior para os petistas. E bem no feitio deles, acabaram engolindo eles mesmos o veneno criado para o adversário.
Pode-se dizer que Temer foi cuidar da própria carreira. E como o danado é bom de serviço. Pode acabar até sendo presidente da República. Como eu já disse, Dilma devia estar aprendendo algo sobre política e não atiçando contra ele a militância petista. E o curioso é que a presidente tinha que estar fazendo exatamente o que seu vice vem fazendo, principalmente nas últimas três semanas. Em menos de um mês ele tornou-se o centro do debate político brasileiro, com um foco produtivo para sua imagem nesta discussão. Dialoga com personalidades influentes da política, da economia e do meio acadêmico, dando a esses encontros um tom de liderança que isolou de vez o Palácio do Planalto. Não é isso que Dilma devia estar fazendo, tendo inclusive ao seu lado o vice?
Mas ela fez o contrário, apelando para a cultura de palanque de seu padrinho Lula, fazendo agitação e criando um clima de intimidação quando devia estar transmitindo equilíbrio e capacidade de diálogo com todas as correntes políticas. No final ela viu seu ministério esfarelar, junto com a debandada da base aliada, que foi gritar "sim" à sua saída. E Temer já está com um ministério praticamente montado, no que ele está certo, já que o impeachment torna-se inevitável com a aceitação do processo pelo Senado, decisão que deve vir em poucos dias. Não sei se Dilma vai entender um dia o que aconteceu, mas os lances foram de muita habilidade. Na sua preparação para governar ele foi montando um cenário positivo para que isso venha de fato a ocorrer. Tirando proveito da incapacidade da presidente, com lances bem planejados e bem executados, em pouco tempo o vice-presidente fez do poder da presidência da República um capital negociável apenas no mercado futuro.
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POR José Pires

sábado, 16 de abril de 2016

Os votos de Michel Temer

Dentre as argumentações indecentes dos governistas na tentativa desesperada para se manter no poder, uma das piores é a de que Michel Temer não teria legitimidade para ser empossado como presidente porque não teria sido eleito pelo voto. Lula veio com essa conversa novamente neste sábado, em Brasília, onde está todo serelepe na sua tarefa de comprar votos contra o impeachment. A mentira da falta de voto de um vice é um desrespeito à Constituição, mas isso é típico neles. Acontece que Temer foi eleito pelo voto. O eleitor vota na chapa inteira, sendo uma das funções do vice exatamente esta que pode caber ao peemedebista a partir de domingo. E além disso, é pra ganhar votos que o PT sempre precisou de um vice de outro partido. Sem um vice para compensar a notória intemperança petista, eles teriam muita dificuldade para conquistar a confiança do eleitor. O brasileiro jamais confiaria numa chapa pura do PT. Imaginem o fiasco que seria a campanha de Dilma Rousseff tendo como vice um petista, qualquer um deles. Só para constar, essa última eleição em que Dilma quase foi derrotada por Aécio Neves o PSDB disputou com chapa pura. O senador tucano Aloysio Nunes foi o vice.
Sempre houve essa necessidade do PT se escorar em outra legenda, devido à antiga desconfiança dos brasileiros com esse partido — com toda a razão, como já ficou provado. Já na primeira eleição eles tiveram que dar muito dinheiro ao PL (hoje PR) para ter José Alencar como vice de Lula. Era o começo do esquema do mensalão, que inclusive levou à prisão o presidente do PR/PL, Valdemar Costa Neto, que confessou ter levado dinheiro para fechar a chapa presidencial com os petistas. De lá pra cá, foi sempre do mesmo jeito. Sem um vice de outro partido, o eleitor não elegeria de forma alguma um político do PT para presidente da República. Era uma forma do PT dar ao leitor a segurança de que não aprontaria nada perigoso no poder. E esta confiabilidade escorada na figura do vice de um partido moderado foi sempre um dos temas de campanha. Então, nada mais justo que após as barbaridades econômicas, éticas e políticas cometidas pelos petistas o vice Michel Temer venha a substituir Dilma. Foi o trato feito com o eleitor, que votou em Temer exatamente para uma emergência como esta.
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POR José Pires

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O PT sem saída pro futuro

Nesta quinta-feira, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que seja anulado o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Mais um equívoco imenso e agora também de uma irresponsabilidade política sem par. Seguem na tentativa de judicializar uma questão que é política. Mas essa de agora é aquele tipo de coisa em que uma vitória pode até ser pior para o PT. A decisão sai ainda hoje. Tomara que haja no STF a sanidade para recusar uma ação dessas. Já imaginaram o STF anulando esse processo do Legislativo agora no final? Teremos outra crise, talvez mais delicada que o próprio impeachment. Mas tem sido assim há muito tempo, com o PT pouco se importando com consequências de alto risco nas coisas que faz. Em grande parte esta é uma causa da debandada no governo Dilma, que em menos de um mês teve desmontada sua base de sustentação — ou o que restava dela. Quem é que vai querer ficar próximo de figuras como essas, que só tocam fogo exatamente quando deveriam fazer o papel de bombeiros?
Que a decisão sobre um processo de impeachment é política não é dúvida para ninguém. Daí o grande erro do PT nessas manobras para tentar resolver no chamado “tapetão” questões que eles tinham a obrigação de enfrentar pela via política. O mesmo acontece com essa conversa de "Não vai ter golpe", outra forma errada de encarar as tremendas complicações em que eles se meteram com sua impressionante tendência de criar problemas para si próprios. Tinham que estar dialogando, mas tentam intimidar. O pedido de anulação confronta também o Poder Legislativo, quando deviam prestigiá-lo, pois afinal é nele que haverá decisão. Parece uma série de "mais idiota, impossível".
Mas o problema é deles se vão descobrir da pior maneira que não é assim que se faz. Não faltou aviso de que "é a política, idiota", além de que temos até um exemplo recente disso no país, do qual eles até participaram ativamente. No entanto, esses petistas parece que endoideceram mais do que já era o normal deles.
Esse é o tipo de coisa até que faz pensar que não contentes em encaminharem a queda do governo nesses últimos meses, eles resolveram acabar também com seu partido. Aproveitam o impeachment para provocar também um suicídio do próprio partido? Um Jim Jones nós sabemos que eles já têm. Os brasileiros até agradeceriam se fosse dada essa finalização a um projeto político tão nefasto. Porém, mesmo assim não deixa de ser uma imensa burrice esse enfrentamento de uma crise de uma forma que não cria perspectivas para a sobrevivência política posterior. A dinâmica petista não parece considerar o próprio futuro, a menos que eles acreditem que atrairão votos nas próximas eleições municipais e também na disputa em 2018 saindo por aí vestidos de vermelho e berrando pela ruas. Não foi desse jeito que eles tiveram vitórias eleitorais importantes, que só vieram depois de largarem a antiga cara amarrada e a sanha de brigar com o próximo, que é exatamente como o PT ficou agora. Quero ver como é que será o futuro do partido com a volta dessa velha cara feia.
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POR José Pires

quarta-feira, 13 de abril de 2016

A conta de menos de Dilma Rousseff

A contagem do impeachment de Dilma Rousseff sofreu uma reviravolta. A equação agora é da subtração governista. A especulação sobre a soma dos votos favoráveis deu lugar à curiosidade sobre quem é que vai ficar com a presidente. Esta derradeira opção exigiria do parlamentar um estoicismo que não combina de jeito nenhum com a prática política instalada pelos governos do PT desde o primeiro mandato de Lula, quando o Palácio do Planalto tornou-se um balcão de negócios. Lula, é bom lembrar, para a primeira vitória teve que adquirir um vice. Agora o prazo é curto para mudança de hábito. Para alteração de caráter o tempo é ainda mais insuficiente.
Neste governo o suborno facilitava negociações políticas de tal forma que os petistas, sempre muito laboriosos, até tentaram sistematizar a prática com o mensalão. Pra sorte do país, foram pegos pelo Ministério Público, mas não é que nem assim tomaram vergonha na cara? O sistema corrupto teve continuidade com o petrolão, mesmo depois da cúpula do PT ter ido em cana pelo crime anterior. O esquema só destrambelhou de vez com a ação do MP, da Polícia Federal, e para o azar do partido do 13 desta vez teve também o trabalho árduo e rigoroso de um juiz honesto.
É uma ironia da história, como se diz, que para sua defesa num momento crucial de sua existência o PT tenha que atuar dentro da política de balcão de negócios sustentada por anos pelo próprio partido do Lula. A relação sempre foi do "quem dá mais". E nesta hora da verdade, Lula e seu partido nada tem pra dar. E muito menos a presidente. Na economia, por efeito da própria incompetência, só podem oferecer sangue, suor e lágrimas, uma oferta impossível de ser aceita por uma base política acostumada à sombra e água fresca, de preferência debaixo de um coqueiro que dê coco.
E nessa maneira de fazer política, todo lucro sofre sempre a avaliação de custo e benefício, na qual o voto popular tem um peso muito influente. Entre o benefício do presente e o custo no futuro a desproporção pode ser brutal. Pelo voto contra o impeachment o parlamentar terá depois que arcar com o desprezo do eleitor brasileiro, com sua imagem política exposta neste ano de eleições municipais, com um efeito negativo de validade até o ano de 2018, quando todos terão de renovar os mandatos. Quem será que vai aceitar este negocião com Lula e Dilma?
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POR José Pires

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O PT e seu mimimi de sempre

Sei que seria tolice querer que os petistas raciocinem sobre qualquer fato usando o bom senso, ainda mais na situação desesperadora em que estão, mas eles já deviam saber que nenhuma de suas tentativas de criar confusão para melar o impeachment vai funcionar. Agora, estão tentando criar um fuzuê com a gravação da fala do vice Michel Temer, em que ele trata o impeachment como fato consumado. E lá vem aquela conversa bobinha de "Não vai ter golpe!". Esse negócio já ficou chato.
A gravação foi vazada hoje pela imprensa. Ouvi tudo e não vi nada demais. Ora, nota-se que a gravação nada mais é que um ensaio de discurso no caso de ser aprovado o impeachment. Será que os petistas queriam que o Temer fizesse um discurso de improviso, falando com voz embargada da surpresa de receber a faixa presidencial dessa forma tão triste e inesperada? Ora, só se ele fosse o Lula.
Temer queria que o áudio fosse avaliado por assessores. É normal que isso seja feito em declarações importantes e os petistas sabem disso. Se Dilma fosse sensata já teria o discurso de despedida bem ensaiadinho, para não falar bobagem na hora da saída do cargo. O vice-presidente gravou o esboço do discurso no celular e mandou pelo WhatsApp para as pessoas erradas. Caiu em um grupo de parlamentares e dali houve o vazamento.
Sei como são essas coisas: é coisa de velho mexendo com tecnologia muito nova. Mas os petistas não se preocupem. É garantido que o discurso só será feito oficialmente se o impeachment de Dilma passar no Congresso. E quanto a essa inabilidade dele com o WhatsApp, se for presidente, Temer certamente terá ao lado alguém melhor que ele para cuidar disso.
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POR José Pires

Fim de trato

A situação política da presidente Dilma Rousseff, que vinha piorando gradativamente nos últimos meses, complicou-se ainda mais na semana que passou com a adesão pública ao impeachment de notórios praticantes de ilícitos federais e conhecidos também pelas safadezas políticas nas suas bases eleitorais. E para que ela chegasse a esta posição perigosa contribuiu bastante a afoiteza do ex-presidente Lula, que faz a defesa de seu mandato com aquela arrogância e indiscrição que os brasileiros já viram em seus telefonemas.
Dilma está agora num ponto crucial, que costuma ser um ponto sem volta para governos corruptos. Foi assim com Fernando Collor e houve algo parecido na queda desonrosa do presidente Richard Nixon. É quando o governante vai perdendo até seus mais leais patifes, o que já esta ocorrendo com a petista. Isso acontece quando o governo que os mantém passa a ser um risco até para eles próprios. Então entra em vigor uma regra tácita da bandidagem, que serve também aos políticos da mesma laia. É hora de afastar-se do antigo parceiro que virou chave de cadeia.
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POR José Pires

domingo, 10 de abril de 2016

Datafolha e a pesquisa que confere com o interesse do Lula

Calma, pessoal. Esse instituto Datafolha que diz que Lula está muito bem para as eleições de 2018 é o mesmo Datafolha que no dia 3 de outubro de 2014 dava em pesquisa que — em votos válidos — Dilma Roussef estava com 45%, Marina Silva com 27% e Aécio Neves com 24%. Me lembro que esses números animaram bastante o governo do PT e causaram prejuízo à oposição, mas no final o resultado foi muito diferente. E o Datafolha é propriedade da Folha de S. Paulo, aquele jornal que em maio de 2010 deu uma das manchetes mais absurdas que já se viu na imprensa brasileira. Veja a imagem. Eles diziam que o futuro de Lula poderia ser a secretaria-geral da ONU ou a presidência do Banco Mundial.
Pois é, o jornal publicou um negócios desses a sério e abrindo em manchete. O "furo jornalístico" vinha com a assinatura de Kennedy Alencar, jornalista que foi assessor de imprensa do PT. É claro que a ida de Lula para a ONU ou pro Banco Mundial teve republicação em toda a imprensa, pois já naquela época não se usava nem o bom senso antes de repassar notícia. E o esquema de comunicação e propaganda governista fez a festa. Era o ano da eleição de Dilma, apadrinhada pelo presidente que eles diziam que estava tão por cima que depois de terminado seu mandato poderia escolher entre a ONU e o Banco Mundial. Como se vê, ô turma ruim em previsão do futuro. Ocorre que, mesmo eles tendo errado no sucesso internacional do Lula, para a eleição de Dilma até que foi um acerto a manchete furada.
Nem vou discutir se hoje em dia Lula tem mesmo alguma chance em eleição, mas qual é o sentido de uma pesquisa para eleição de presidente da República que depende de tantos acontecimentos, como o impeachment e a eleição municipal deste ano? No entanto, independente de qualquer suspeita, no geral pesquisas eleitorais não costumam conferir com a realidade, muito menos as do Datafolha. Na eleição de 2014, como eu disse, o erro foi grande. Naquela disputa presidencial, o clima que o instituto da Folha de S. Paulo vinha criando com a proximidade da hora do voto era sempre desfavorável à oposição. Pesquisa pode servir para isso. Desestimulam o eleitor a votar em um ou outro candidato a acaba-se construindo uma realidade que serve a determinado interesse.
Naquele ano finalizaram com um balde de água fria sobre o eleitorado dos tucanos. Repito os números: Dilma Roussef com 45%, Marina Silva com 27% e Aécio Neves com 24%. Essa última pesquisa criou uma certa decepção entre os eleitores. A expectativa entre os tucanos não era esta que supostamente havia sido detectada. A pesquisa do Datafolha serviu também para dar uma animada na campanha de Dilma e deve ter influenciado uma última subida dela. Porém, os tucanos não caíram no desânimo, tendo o candidato Aécio Neves à frente na combatividade. E no final, ao contrário do que afirmava o Datafolha, deu segundo turno com números muito diferentes: Dilma 41,59%, Aécio 33,55%, Marina Silva 21,32%. Como se costuma dizer, a Folha errou e o Datafolha idem. Bem, se é que foi mesmo um erro.
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POR José Pires

Cala-boca petista

Foi demitido o zelador José Afonso Pinheiro, do Condomínio Solaris, onde fica o triplex que o ex-presidente Lula queria que acreditassem que não é dele. Pinheiro foi uma da testemunhas na investigação que apura corrupção envolvendo a propriedade do imóvel. O promotor Cássio Conserino, que investiga o chefão petista, disse que há “fortes indícios de represália” ao depoimento do zelador que, ainda segundo ele, foi "absolutamente esclarecedor”. O zelador demitido pensa a mesma coisa. "Depois de eu ter dado o depoimento, a engenheira da OAS disse que eu tinha falado demais. O síndico mesmo disse que eu tinha falado demais. O pessoal deixa esfriar um pouquinho e acaba sobrando para a gente que é menos favorecido", ele disse.
É desse jeito mesmo. Esse tipo de represália é bem próprio dos petistas.Fizeram algo parecido com o caseiro Francenildo, que teve até quebrado de forma criminosa seu sigilo bancário e sua conta na Caixa foi vazada. Foi no começo dessa onda de corrupção petista, entre 2005 e 2006, quando azeitavam o esquema que veio a dar no maremoto que quebrou o país moral e economicamente. Francenildo havia dito na época que o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, frequentava uma mansão de lobistas em Brasília, onde se dividia dinheiro de corrupção e também faziam animadas festas com prostitutas, ou "garotas de programa", como preferem os bacanas que costumam comprar de tudo, até o corpo das pessoas. Francenildo passou o diabo depois de também "falar demais", acusação que geralmente recebe no Brasil quem fala nada mais do que a verdade.
Esta é uma espécie de regra tácita que pune quem age com franqueza e honestidade. Faz parte do caráter nacional. Atinge a todos nós, nas mais diferentes situações, mas especialmente no trabalho. Nos escalões inferiores as pessoas naturalmente ficam obrigadas a calar até sobre questões que poderiam tornar mais eficiente o trabalho e melhorar a produção. Para subir na vida ou ao menos sobreviver é preciso ser dissimulado. É uma das razões da dificuldade das coisas darem certo no país. O que o PT fez no caso foi parecido com o que se deu com a corrupção na mão deles. Aproveitaram um sentimento que já existia e fizeram disso uma prática constante, criando até mesmo uma máquina de difamação e de intimidação contra os que “falam demais”. Não podia ser diferente na situação do zelador do edifício onde a empreiteira OAS fez reformas caríssimas e mobiliou o triplex com produtos do bom e do melhor, com Lula e família de olho nas obras e conferindo cada detalhe dos móveis que não foram pagos por eles.
O zelador Pinheiro falou só do que viu enquanto estava trabalhando. Ele disse aos promotores que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher de Lula, "chegou a frequentar o espaço comum do edifício indagando sobre o salão de festa, piscina, áreas comuns". E isso é “falar demais” no país dos planos do PT. Não se pode falar a verdade. O brasileiro que eles querem é o que finge que nada viu e diz só o que foi combinado. É preciso mudar essa condição hipócrita. E isso começa por tirar o PT do poder e anular o papel da esquerda em nosso país, que vem sendo nocivo no geral, em todas as instituições em que eles têm algum poder. Chega de país de mentirinha, mas para haver essa transformação é preciso mudar muita coisa além de tirar esse partido nefasto do poder.
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POR José Pires

quarta-feira, 6 de abril de 2016

A feirinha do ex-ministro Cardozo

Está a maior zoação com a defesa da presidente Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment, feita pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, atualmente na Advocacia-geral da União. Num trecho ele explica os decretos de Dilma usando um gráfico com verduras e legumes, chamado por ele de "feirinha do orçamento". É aquele tipo de coisa que a gente até suspeita ser invenção publicada na internet só para tirar sarro do adversário, mas o impressionante é que Cardozo fez isso mesmo.
Mas eu penso que é preciso considerar as razões do ilustre causídico da feirinha do orçamento. Cardozo passou os últimos anos ao lado de Dilma, como um dos ministros mais presentes ao trabalho cotidiano da presidente. Imaginem quantas vezes Cardozo não teve que criar um gráfico de feirinha para que Dilma pudesse entender o assunto. Pois então ele tomou gosto pela coisa e agora usa o método como importante ferramenta da sua profissão.
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POR José Pires

Os eleitores insatisfeitos de Temer

Os petistas pegaram uma birra hipócrita com o vice-presidente Michel Temer, daquela forma até bobinha de petista destratar absurdamente quem até há pouco estava com eles e que se cometeu algum malfeito só pode ter sido com o PT, já que nem houve tempo para nenhuma falcatrua depois do espertão passar pro lado do impeachment. Mas é preciso esclarecer muito bem que não votamos no Michel Temer. Quem fez isso foram os petistas. Aliás, não votamos no Temer exatamente porque ele estava muito mal acompanhado.
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POR José Pires

Impeachment ao estilo Dilma


Para haver um impeachment é preciso um motivo jurídico, no entanto, a partir disso o processo de impeachment passa a ter vida própria. A presidente Dilma Rousseff danou-se porque com cada atitude sua foi dando uma dimensão própria ao impeachment. Ficou a cara dela. É aquela história de "cada ato, uma consequência". No caso de Dilma, cada coisa que ela faz para se livrar do impeachment acaba por acrescentar mais um motivo para que o instrumento seja usado contra ela.
Dito isso, um governista cretino (com o perdão do pleonasmo) deve logo dizer: "Tá vendo? Qualquer coisa serve para tirar Dima!". Não é bem assim. Só um petista poderia pensar no uso irresponsável de um dos instrumentos mais rigorosos da Constituição. Mas é isso é bem deles. São irresponsáveis desde quando eram oposição, então estão sempre acusando os outros de irresponsabilidades que são só de suas cabeças.
O impeachment de Dilma tem um fundamento legal muito objetivo. Ponto. O que ocorre é que com o processo em andamento vai-se estabelecendo ou não um fortalecimento político da tese, independente dela ser um fato jurídico indiscutível, o que acontece neste impeachment. A opinião pública pode definir a votação no Congresso e o PT tanto sabe disso e aceita o fato que, para intimidar, logo colocou seus camisas vermelhas profissionais na rua. É neste aspecto, especificamente no andamento do processo, que o impeachment acaba sendo sempre um ato político, ainda que (tem que repetir tudo com esses cretinos patrulhando) esteja muito bem embasado na Constituição.
Na tentativa de salvar seu mandato, Dilma foi interpondo uma porção de razões suplementares para a necessidade de sua queda. Auxiliada pelo astutíssimo ex-presidente Lula no papel informal de bancada de defesa, essas razões para a queda tiveram um aumento impressionante. Notem que o apoio na opinião pública vem crescendo gradativamente. Cada vez que Lula junta seus camisas-vermelhas profissionais a sociedade civil entende um pouco mais que existe um perigo maior para o país além da confirmada incompetência administrativa e a desonestidade.
Assim, pode-se dizer que no Brasil pode passar a existir dois tipos de impeachment. O normal e o "impeachment da Dilma". Esta novidade política é de uso mais amplo, para coibir a incompetência criminosa, o desvario moral e para punir com a retirada imediata do poder qualquer governante ou partido que tenha como projeto político a reconstrução de muros ideológicos para barrar a democracia.
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POR José Pires

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Desonestidade pior que a de ladrões

Quem apoia o governo de Dilma Rousseff por dinheiro e poder está sendo mais honesto politicamente do que aqueles que fazem isso usando essa conversa fiada de "defesa da democracia". Os que levam grana e recebem benefícios políticos pelo menos agem obedecendo a uma lógica e se arriscam com isso, o que não dá para dizer sobre quem se apoia em discursos pretensamente éticos, falando em coisas como “defesa da democracia”. Tem muita gente se fazendo de besta com esta conversa, masno fundo sabe muito bem que se um negócio desses der certo o resultado posterior será o de abrir caminho para que maiorais da corrupção escapem de pagar por seus crimes. Um isentão desses que torram nossa paciência na internet tem menos caráter do que o aplicado petista Silvinho Land-rover, que até ser preso pela Lava Jato cumpria lá no ABC paulista com suas obrigações governistas e fazia isso sem fingir que era outra coisa.
Quem fica ao lado de Dilma e do PT por dinheiro e poder está agindo no final das contas com muito mais franqueza do que aqueles que usam hipocritamente discursos éticos, alguns até com alguma vergonha do jogo sujo que na verdade sabem que estão apoiando. É uma indecência usar uma falsa ameaça à democracia para defender um governo sabidamente corrupto e de uma incompetência criminosa, que vem destruindo empresas públicas e arruinando a economia brasileira. Mas esse pessoal que vem tentando engambelar a opinião pública que se cuide com o próprio futuro. Mesmo que não estejam levando grana, o que fazem hoje em dia é mais desonesto na essência, muito pior do que a atitude de seus companheiros gatunos. Estes apenas roubam, sem apelar falsamente para a ética e nem se aproveitar de uma fingida imparcialidade, usada na difamação aos brasileiros que trabalham de fato para salvar nossa Nação.
Existe o governista ladrão de dinheiro público e o governista que rouba para uso fajuto o discurso ético de uma época em que a ditadura esteve realmente sob ataque de forças autoritárias. Esta falsidade, típica de ladrões de consciências, ficará como uma marca na vida de cada uma dessas traíras que apoiam de forma ardilosa este governo nefasto. Num futuro que não está tão longe, quando essa corja petista estiver fora do poder e mais sujeiras forem aparecendo, somando-se às barbaridades de que já sabemos, então ficará difícil justificar este apoio, ainda mais da maneira hipócrita que está sendo dado. É provável até que os gatunos tenham mais facilidade para explicar-se quando vierem as cobranças. Os que hoje em dia posam de idealistas em defesa da democracia ficarão numa situação muito difícil. Como não levaram dinheiro nesta lambança condenada atualmente por quase a totalidade dos brasileiros, com tudo o que será revelado até lá só restará aos isentões de agora se confessarem como completos idiotas.
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POR José Pires