quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

A queda de Sergio Moro aos risos e abraços com Flávio Dino

Um dia ainda saberemos qual foi a razão de Sérgio Moro escolher a quarta-feira, 13, da aprovação de Flávio Dino como ministro do STF, para cometer um suicídio político em público. Como se sabe, antes do início da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador trocou risos e deu abraços apertados no ministro indicado por Lula. E logo com quem. Dino tratou Moro muito mal por várias vezes, inclusive em desrespeito ao cargo de parlamentar.


Claro que o ministro da Justiça e agora juiz no STF seguia uma pauta rígida ordenada por Lula desde sua passagem pela prisão, de ataque cerrado ao ex-juiz da Lava Jato, sobre quem o petista já havia revelado, com muito ódio, o que queria fazer, usando para isso um palavrão, coisa comum na sua linguagem fora dos microfones. 


Fico curioso de saber qual foi a estratégia política do ex-juiz da Lava Jato para expor-se em amabilidades até afetuosas com Dino, mas por enquanto Moro está calado. Se nega a responder até qual foi o seu voto na CCJ e depois em plenário, mas conseguiu espalhar em todas as redes sociais a desconfiança sobre sua posição, antes mesmo da sabatina ter início no Senado. Foi enorme a quantidade de internautas que o acusavam de ter feito um acordo para salvar seu mandato, cuja cassação pode acabar sendo decidida pelo STF.


Com a repercussão negativa nas redes sociais, durante a sessão Moro teve a assessoria de uma pessoa identificada como “Mestrão”, que o alertava em conversa de WhatsApp a não dizer qual seria seu voto. Mestrão informava que o “coro [sic] está comendo” nas redes sociais. Por isso, dizia o amigo oculto, “não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não [sic] isso vai ficar a vida inteira rodando”.


O especialista em comunicação acertou nesta última observação. A atitude vai mesmo ficar “a vida inteira rodando”. O comportamento de Moro na sessão que consagrou seus inimigos políticos acabou tendo um efeito negativo pesado, como se fosse a finalização política do que até agora a Lava Jato tem sido na vida do senador, com a impressionante ligação natural na sua imagem política. Até agora mantinha-se forte esta relação, que favoreceu o sucesso da sua entrada na política, mesmo com tantas burradas cometidas por ele, entre elas o apoio explícito a Jair Bolsonaro nesta última eleição, quando chegou a comparecer aos debates do candidato na televisão.


Na minha visão, esta forte associação teve um baque forte nesta quarta-feira, 13. E aqui volto à minha curiosidade sobre a estratégia que levou aos afagos com Dino. O comportamento de Moro tem que ser caracterizado de muito tolo, mesmo se ele tiver feito algum acordo com o agora ministro do STF. E se não existe nenhum acordo, os risos e abraços foram de uma estupenda burrice.


É impossível acreditar em boas chances para Moro se o processo da sua cassação chegar ao STF, sendo menor ainda a possibilidade de que Dino não vá influenciar seus colegas para evitar um corte brusco na sua carreira política. Moro se enfraqueceu perante o jogo sujo que armaram contra ele. Na excessiva amabilidade na sessão da CCJ ele jogou fora um trunfo político importante que deixava seus inimigos em dúvida sobre a cassação.


A perda do mandato faria de Moro uma vítima de perseguição política injusta. Isso poderia dar a ele um peso talvez definidor na eleição do ocupante da sua cadeira. Sem as cenas patéticas com Dino, eu arrisco a dizer que uma candidatura apoiada por Moro dificilmente seria derrotada no Paraná. Mais que isso, com a cassação vista praticamente como uma violência política, nas eleições do ano que vem seria ainda mais forte a influência pessoal de Moro.


Os fortes abraços em Dino abalaram bastante este prestígio político e por consequência diminuem os temores dos adversários do provável fortalecimento da imagem do senador paranaense. Este enfraquecimento fatalmente vai intensificar a movimentação pela sua cassação.


Seu comportamento nesta quarta-feira, 13, eliminou a tolerância até dos que já haviam se distanciado de Moro, mas que apesar de tudo ainda tinham alguma confiança na sua honestidade política. É muito forte também a decepção entre as pessoas que o apoiavam, em grande parte devido à associação natural de que já falei, no vínculo histórico da sua imagem política com o combate à corrupção feito pela Lava Jato. 


Com os setores políticos mais à direita foi de arrasar as cenas da doce doce confraternização com Dino, que tinha como atividade preferida a de bater nos políticos bolsonaristas nos encontros nas comissões do Congresso. Moro definitivamente se desligou dessa militância, podendo esperar fogo pesado dos bandos direitistas que só tem os petistas como equivalentes em crueldade política e grosseria nas redes sociais. 


Como em política importa bastante a avaliação por projeção, o “Mestrão” podia passar ao Moro  recados preocupantes para seu futuro político, com essas encrencas que provavelmente ficarão mesmo “a vida inteira rodando”. Entre seus adversários, os temores sobre sua cassação praticamente zeraram. Ele deixou seu prestígio nos abraços calorosos com Dino. E para seus eleitores e admiradores ficou a vergonha dos afagos que são muito difíceis de explicar e muito mais ainda para defender.

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Por José Pires

A quarta-feira, 13, da aprovação de Flávio Dino e da desmoralização do Senado

A aprovação na CCJ do nome do ministro Flávio Dino para o STF revela a completa degeneração de mais esta tarefa constitucional do Senado. As sabatinas são inúteis, mesmo como referência do cumprimento das negociações de bastidores. Para garantir publicamente o apoio bastaria que dessem tiros para cima, apontassem o dedo do meio para os brasileiros, coisas assim. Ficaria muito claro que foi o acordo cumprido, sem ter que encenar uma sabatina.


O símbolo do terror e da desesperança ficou marcado pela lembrança fixada pelo cinema como a sexta-feira, 13. Ontem tivemos algo pior: a quarta-feira, 13. Não vai faltar nem a motosserra, que já vem decepando a liberdade de expressão, o direito à manifestação política e outras questões fundamentais de uma democracia e até mesmo do direito mais simples de viver sem que um togado resolva colocar alguém na cadeia com uma simples canetada só porque não gostou de ler algo nas redes sociais.


Já ficou cansativo raciocinar sobre o buraco em que o nosso Brasil foi enfiado, nessa enrascada histórica que teve seu ponto básico com a soltura de Lula da cadeia, praticamente uma anistia em que o STF teve que voltar atrás em uma decisão que já havia firmado e que é seguida em todos os países do mundo: a de que é na segunda instância que criminoso deve ser trancafiado. Por isso, vou dar um exemplo simples do estado a que chegamos: pense no respeito que você teria por um país em que o presidente, seguidamente em menos de seis meses colocou no Supremo primeiro um advogado pessoal e depois seu ministro da Justiça.


É difícil não ver com desagrado e até rir desse grotesco país imaginário, não é mesmo? Lembra uma Venezuela, uma Nicarágua ou uma dessas ditaduras africanas onde Lula costuma fazer suas empreitadas, só que num estilo bem brasileiro, na cordialidade do estamento burocrático costurado sem violência explícita. Nem se Raymundo Faoro ou Sérgio Buarque de Holanda fossem ficcionistas poderiam pensar que o enredo histórico chegaria a um ponto tão doloroso.


A dura realidade é que no exterior é desse modo que observam o nosso país. Dá até vergonha de ser brasileiro, mas a ressaca moral resulta também em prejuízo material, porque esta imagem é determinante para que investimentos venham de fora, sem os quais não haverá o conserto necessário em nossa economia. 


Fala-se bastante na intromissão dos poderes da República, um no outro, numa brigalhada que desestabiliza politicamente o país e faz desmoronar a confiança jurídica essencial para negócios de qualidade e o financiamentos fundamentais para a nossa economia. Pois o espetáculo desta quarta-feira mostrou que na verdade o que existe é apenas uma arrumação que envolve interesses deste ou daquele juiz ou político, com as articulações entre os Poderes baseadas especificamente em cargos e dinheiro.


O centro desse jogo de interesses é obviamente o STF, pelo que os onze podem oferecer como garantia da abertura o fechamento de grades de cela, se estendendo por todo o sistema jurídico do país ainda que tenha um comando firme neste poder mais acima. E tem também aqueles tais “contrapesos” de que falam tanto. Neste caso, o Executivo tem as verbas, cargos e o Legislativo atua com a chantagem de que os parlamentares podem cumprir suas obrigações, o que todo mundo sabe que não farão nunca, mas não deixa de ser uma moeda de troca que dá resultado.


Gilmar Mendes vem sendo explícito sobre como essas coisas acontecem. Escudado na confiança de um poder inatingível, há dois meses o ministro do STF disse em uma das viagens nababescas dos togados, desta vez em Paris, que muitos políticos, incluindo o presidente Lula, não estariam onde estão hoje se não fosse o STF. Ele já disse coisa parecida outras vezes, com um tom que é também de alerta, na precaução natural em um ambiente que entre uma diversidade de benefícios pode-se trombar com alguns riscos.


Claro que dessa maçaroca de interesses vem como consequência a desesperança quase total de que possamos ter um país com algo parecido com a normalidade, ao menos podendo viver e trabalhar com os requisitos básicos de uma sociedade como tantas que existem em outros lugares. Não se cultiva mais nenhuma utopia entre os brasileiros. Estamos atolados na anomia, na inexistência de leis e regras, quase aceitando que o que resta é aderir ao método de Copacabana, criando grupos de cidadãos para descer o porrete, como andam fazendo na ex-princesinha do mar.


A sabatina desta quarta-feira, 13, com a aclamação senatorial do ministro do Lula, de forma prática simboliza uma derrocada. A desmoralização é tanta que pode ser demonstrada mesmo em argumentações feitas nesta sessão, levantadas, ao menos em tese, como se fossem atitudes qualificadas. Eu poderia citar várias falas de bolsonaristas justificando a contrariedade à indicação de Dino, mas fiquemos num exemplo: tentando atacar a falta de lisura do Senado, o senador Flávio Bolsonaro revelou que ele mesmo poderia ter sido ministro da Justiça, mas declinou da honra. 


O cargo foi oferecido pelo pai dele, então na presidência da República, mas com seu conhecido caráter ilibado, Flávio recusou-se a participar dessa absurda jogada. E atentem para algo importante na exposição pública da imoralidade que seu pai lhe propôs. No juízo de valor do senador está em foco apenas sua suposta decência em negar a proposta. Não passou por sua cabeça que no autoelogio ele acusa mais uma vigarice de seu pai.

 

E quem pode duvidar que o Senado aprovaria a indicação do filho de Jair Bolsonaro? As evidências desta quarta-feira, 13, e de outros dias mostram que sim. E que ninguém duvide também de que o destino ainda reserva algo parecido, na transformação do STF em uma instituição familiar, pois no poço enlameado em que chafurdam os nossos políticos abrem-se muitos mais oportunidades de afundar cada vez mais este nosso pobre Brasil.

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Por José Pires

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

O Hamas e a esquerda complacente com o terror

Logo que o mundo assistiu estarrecido aos massacres do grupo terrorista Hamas, no 7 de outubro em Israel, falei aqui que se abriam alçapões, parecidos com os de túneis que escondem terroristas em Gaza, revelando absurdas manifestações de apoio aos bandidos que atacaram inocentes, matando, estuprando e praticando as mais cruéis violências contra crianças e mulheres, famílias inteiras sendo obrigadas a assistir cenas de horror, expondo crianças ao sofrimento causado a seus pais, raptando pessoas com a maior violência e estuprando, espancando e matando com tiros de fuzis dados pelas costas de jovens que fugiam com desespero da invasão traiçoeira do território israelense num sábado religioso.


Dois meses depois da invasão, completados nesta quinta-feira, o cenário é de devastação moral no campo da esquerda. Os terroristas islâmicos que derrubaram cercas de proteção e desceram de parapentes para matar e fazer sofrer pessoas inocentes acabaram fazendo um estrago pesado entre partidos de esquerda, intelectuais e jornalistas, feministas, acadêmicos, ativistas políticos e até mesmo lideranças de universidades de prestígio.


Com o avanço do contra-ataque das Forças de Defesa de Israel aos terroristas Hamas, muita coisa foi surgindo dos túneis em que os terroristas se escondem e nas suas bases de apoio, camufladas em Hospitais, escolas e outros lugares. Nas investigações da inteligência israelense, com materiais que eram do Hamas, além do interrogatórios de terroristas presos, é provável que surjam revelações que vão desmoralizar ainda mais quem até agora vem procurando criminalizar Israel e amenizar os crime do Hamas, tratado hipocritamente como representante dos palestinos.


A intensidade da adesão de progressistas a meros assassinos dominados pelo fanatismo islâmico agressivo e da mais baixa desumanidade surpreendeu até mesmo pessoas com anos de atividades no campo da esquerda. Mulheres que dedicaram suas vidas pela liberdade feminina também foram pegas de surpresa com o apoio do feminismo organizado, ainda que indireto, a assassinos que humilharam mulheres, estupraram, mataram e vilipendiaram cadáveres.


Foi com espanto que se viu também a quantidade de jovens sendo usados por lobbies islâmicos e mesmo terroristas em grande cidade da Europa. Nesta situação, claro que se pode ter à vista o resultado do aparelhamento permitido pela prevaricação de liberais quanto ao amolecimento mental de ideias precárias esquerdistas e da estratégia de islamitas em relação ao Ocidente. Estivemos tanto tempo falando das dificuldades que poderiam ser criadas pela forma que estava sendo tocada a educação em vários países do mundo. Pois aí estão as consequências, nessas cabeças ocas.

 

É a praga progressista, que favorece o anacronismo e o atraso político. No modo piada, de humor negro, aí estão jovens homossexuais em manifestações que favorecem matadores de gays. Na mesma militância suicida, ainda de cabelos soltos, protegidas pela “democracia burguesa”, jovens mulheres se expõem favoravelmente aos que defendem um sistema religioso que abole a liberdade das mulheres.


A pose dos ungidos pela virtude é sempre um risco. Precisam ser defendidos dos seus anseios equivocados. Alimentam o próprio fascismo enquanto gritam a palavra “fascista”. Sobre esse xingamento usado agora – o outro é o de “genocida”, que também serve pra tudo – até mesmo contra adversários que eles sabem que têm um nítido espírito democrata, cabe rir dos que são inocentes úteis. No entanto, são desprezíveis os que sabem que se hoje em dia existe algo realmente fascista é o fascismo islâmico, que tem o Hamas como servo atuante, com a chefia – e financiamento – com os aiatolás do Irã.


Uma consequência da confusão desse embaralhamento político planejado é que a direita vai crescendo eleitoralmente. Parece ser um paradoxo, mas é de fato um objetivo das ações terroristas, que têm como alvo a desmoralização do conceito de democracia. Este sucesso está no avanço da direita, inclusive com um forte crescimento dos extremistas, na Europa e nos Estados Unidos. É evidente a relação com a rejeição dos eleitores ao politicamente correto, ao identitarismo e à imigração descontrolada. O terror vem dar uma mãozinha.


O identitarismo e o politicamente correto abole o pensamento crítico e incute naturalmente nos mais jovens uma empatia com ideias ou atitudes pretensamente contrárias ao status quo. O clima de falsa inspiração idealista favorece a aceitação da violência e mesmo da crueldade, que movimentos organizados sabem muito bem mascarar como meras ferramentas de luta pela igualdade e contra opressões das mais variadas. 


Os mais jovens são especialmente fragilizados perante manipulações políticas de movimentos que trabalham com a ansiedade natural da idade. Sempre foi assim, em ações políticas da direita ou da esquerda. Na atualidade, psicologicamente essa manipulação ganhou impulso com a facilidade proporcionada pela internet no acesso às mentes. Até mesmo um fator psicológico grave dessa moderna tecnologia, na doentia ansiedade, reforça o domínio mental, ativando ainda mais o desassossego natural dos mais jovens.


Houve quem se escandalizasse com o avanço do conhecido relativismo da esquerda, desta vez abafando até o massacre dos jovens no festival de música na região em que os terroristas islâmicos arrebentaram cercas e chegaram de parapentes. Bem, aí é desconhecer ou talvez nem querer lembrar do histórico da esquerda nas passadas de pano em décadas de crimes terríveis contra a humanidade ou mesmo contra eles próprios, como em Cuba, na China ou no início do terror comunista, nos processos mortais na antiga União Soviética.


E quanto à condescendência ao terror islâmico, a esquerda amarga já amargava a vergonha de ter recebido a derrubada das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, como um justo levante histórico do Oriente Médio. É uma conversa parecida a esta de agora, quando tratam o terror do Hamas como parte de reivindicações justas dos palestinos. É uma forma de esconder no trololó ideológico a absoluta conivência com o crime.


Para situar melhor essa hipocrisia esquerdista vale lembrar dos argumentos de um ídolo da esquerda, o linguista americano Noam Chomsky, na época do ataque terrorista da Al Qaeda de Bin Laden em território americano. O velho Chomsky produziu uma vasta obra de passadas de pano para criminosos. Ele tem livros inteiros dedicados à complacência criminosa com ações violentas e de intimidação. Na derrubada das Torres Gêmeas – o 11 de setembro americano – o linguista não se indignou com o ataque terrorista islâmico ao seu próprio país. 


Chomsky se valeu do uso de falsas equivalências para justificar, em comparações históricas sem sentido, o crime pavoroso de Bin Laden. Mas não foi só com Bin Laden o passapanismo de Chomsky. Ele afirmava que eram mentirosas as denúncias de crimes de Pol Pot e chamava os bandos de criminosos do Khmer Vermelho de “revolucionários cambojanos”.


A relação do pensamento esquerdista com o terror islâmico, por sinal, vem de antes da Al Qaeda de Bin Laden. Os autocratas islâmicos são ardilosos. São parecidos com os autocratas comunistas, que se arranjam bem com certos adversários, até o momento adequado de matá-los. É bom sempre lembrar que no exílio na França, o aiatolá Khomeini Ruhollah tinha a maior deferência da parte da esquerda francesa, sendo tratado como sábio por intelectuais e jornalistas. Ainda fora do poder, o aiatolá adornava sua retórica com teorias de Jean-Paul Sartre e Frantz Fanon, um ídolo da velha esquerda com seu maoismo asqueroso e este outro, Fanon, um ídolo atual dos identitários.


Seguindo a velha mania de ocidentais, da reverência quase mística a qualquer um que tenha algo enrolado na cabeça ou tenha um pano laranja em volta do corpo, Khomeini foi tratado como um sábio de alta espiritualidade, destinado a reformar democraticamente seu país. Foi a mesma coisa que pensou a esquerda do Irã, quando o aiatolá voltou ao país em fevereiro de 1979, com a queda do Xá. Até a militância do  Partido Comunista iraniano animou-se com o religioso redentor. Mas a alegria foi fugaz: em poucos dias o regime comandado por Khomeini já estava prendendo, torturando e matando todo mundo.

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Por José Pires