quarta-feira, 31 de dezembro de 2014


domingo, 28 de dezembro de 2014

Intrigas internacionais muito mixas


A tão falada decadência moral do Ocidente está lá embaixo com este conflito cibernético com a Coréia do Norte. A melhor expressão do nível do inimigo é a foto que corre pela internet mostrando o ditador Kim Jong-un fazendo testes militares num equipamento que parece uma daquelas centrais telefônicas da década de 50. E a guerra ainda por cima é virtual. O presidente americano Barack Obama e Kim Jong-un brigam pela internet. Ainda vamos ver um bloqueando o outro nas suas páginas de Facebook.

Assim fica difícil até para autores de ficção. A Guerra Fria serviu para produzir romances e filmes que marcaram época e figuras como James Bond até hoje dão bilheteria, mas o que é que pode sair disso que está aí? Onde estão os charmosos agentes secretos hospedando-se em hotéis de alto luxo, participando do jet-set internacional e vivendo aventuras pelas mais importantes capitais do mundo? E o mulherio de beleza estonteante e perigo ainda maior, onde entram nesta história? Vai ser difícil colocar uma Barbara Bach, Britt Ekland, Jill St John, Shirley Eaton e Ursula Andress num enredo em que o vilão teria de ser interpretado por alguém como o astro pop sul-coreano PSY.

O mundo já não é mais o mesmo. Quem diria que ainda teríamos saudades de um Stálin, um Mao Tsé-tung e até de um Fidel Castro? Isso sem falar no satânico Dr. No. Aquilo sim é que eram vilões internacionais. Hoje em dia a intriga internacional está num nível tão baixo que dá até uma nostalgia das encrencas daqueles dias em que o mundo estava sempre por um fio. Na comparação com estas cenas ridículas até que era uma época admirável. Bons tempos aqueles da Guerra Fria.
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POR José Pires

sábado, 27 de dezembro de 2014

Feliz Ano Laranja


Esse pessoal do PT parece que não bate bem da cabeça. Agora há pouco eu vi algo da senadora petista Gleisi Hoffman tão idiota que até me forçou a procurar confirmação. Ela elegeu o laranja como cor de 1015. Isso mesmo, a senadora que durante décadas foi amicíssima do deputado cassado André Vargas escolheu como a cor do ano que vem o laranja – vou repetir mais alto: o LARANJA.

Ora, isso é uma bobagem tão monumental que até parece invenção de adversários para fazer chacota. Gleisi Hoffmann é uma das figuras citadas pelo doleiro Alberto Yousseff em seu depoimento à Polícia Federal no acordo de delação premiada. Yousseff começou sua grande amizade com o ex-deputado Vargas exatamente em Londrina, no Paraná, terra onde a senadora tem uma forte base eleitoral. Lá ela fazia uma parceria até fraternal com Vargas, antes dele cair em desgraça com a revelação dos negócios com o doleiro. Pois Yousseff disse que Gleisi recebeu 1 milhão de reais do esquema que tem laranja para tudo quanto é lado.

Com todas essas tretas ainda aparece essa história do apreço da senadora petista exatamente pelo laranja. Parece coisa do inimigo. Mas não é não. Já confirmei. Para 2015 a cor de Gleisi Hoffmann é mesmo o laranja. Ela anunciou isso com toda alegria no Facebook. Confira no link, antes que a senadora resolva eliminar da página dela esta predileção que parece mais um ato falho.
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POR José Pires

Militância recolhida

Tudo tem seu lado bom. E não poderia ser diferente com o ministério mixuruca do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Uma consequência positiva do anúncio do ministério foi o sumiço da militância petista e de simpatizantes governistas na rede social. Cadê aquele pessoal que atazanava a paciência de todo mundo na internet com suas defesas extremadas do governo e o ataque pesado aos adversários? Desapareceram todos. Eles não estão fazendo mais nem o compartilhamento de posts bobinhos exaltando o governo Dilma e aquelas notícias falsas que envolviam até a vida pessoal de políticos da oposição. Também não aparecem mais nas áreas de comentários, onde estavam sempre atacando as opiniões divergentes do poder.

Essa militância azucrinadora teve uma turbinada no segundo turno, quando os bandos passaram a atuar feito doidos por causa do temor de uma derrota do governo do PT. Porém, já a partir do anúncio de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda o silêncio começou a baixar. Para quem passou meses chamando os tucanos de neoliberais não deve ter sido fácil engolir um ministro desses. E com o pacotão de 13 ministros, divulgado na semana passada, calaram-se de vez os aguerridos comandados da candidata do coração valente. Não faltou nem Kátia Rabelo de ministra da Agricultura, como um cala-boca bastante ecológico para os azucrinadores.

Dá para imaginar o barulho que essa corja estaria fazendo se um ministério de nível tão baixo (e estou apontando a baixa qualidade técnica mesmo, sem falar do nível político de sarjeta) estivesse sendo anunciado por um presidente da oposição. Mas sobre o ministério mequetreque da Dilma estão todos caladinhos. No entanto é melhor assim. Num efeito desmoralizador que deve durar um bom tempo, este ministério fará com que ninguém mais leve a sério nada do que essa turma vier a dizer sobre política. E as medidas que certamente Dilma tomará já no primeiro ano de seu segundo mandato prolongarão ainda mais o descrédito de quem passou os últimos tempos com a opinião engajada na defesa do governo do PT. O Brasil ainda sofrerá muito com este partido no poder, mas dentro da desgraça que teremos de enfrentar, essa limpeza na internet vale ao menos como uma compensação.
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POR José Pires

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Pacotão de mais do mesmo


Em um pacotão de estilo marqueteiro, a presidente Dilma Rousseff anunciou 13 ministros para seu próximo governo. Essa fixação dos petistas em conceitos bobinhos de propaganda já está até patética, mas se ficassem só em 13 até que estava bom. No entanto, Dilma não mostra nenhuma intenção de enxugar as três dezenas de ministérios. Aliás, acho que os companheiros até ficariam mais felizes se em vez do 13 o partido tivesse o número dos tucanos. Já pensou a farra que daria pra fazer com 45 ministérios? Mas eles ainda chegam lá.

No ministério está confirmado um belo tapa na cara da turma que defendia Dilma de forma encarniçada antes das eleições. E é só um dos tabefes. Desde que Dilma foi reeleita a militância ficou até mais vermelha de tanta mão na cara. Porém, eles darão sempre a outra face. E não é por humildade. É de sem-vergonhice mesmo.

A senadora Kátia Abreu será a ministra da Agricultura. Ela é uma das fazendeiras mais odiadas pelos petistas, que a acusaram até de defensora do trabalho escravo. O MST já saiu às ruas várias vezes tratando a senadora pelos piores nomes. A militância sempre lembrou também que ela já foi ganhadora do “Troféu Motosserra”, prêmio criado pelo Greenpeace. Enfim, a ministra nomeada é o pior que podia acontecer para entortar ainda mais a cabeça de um petista.

Mas entre a claque governista tudo muda quanto à opinião sobre caráter quando se trata de aliados, ainda mais quando o tipo é vira-casacas, como é o caso de Kátia Abreu. Não se ataca mais a senadora nos blogs governistas e a militância calou sobre seus defeitos. Tudo mudou com a grande amizade que ela adquiriu por Dilma, depois dela passar anos dizendo que o PT foi a pior coisa que aconteceu para o país. Ainda haverá o dia em que a nova ministra será alçada ao panteão dos heróis virtuosos do PT, ao lado dos mensaleiros José Dirceu. José Genoino e Delúbio Soares.

O pacotão de 13 ministros de Dilma traz também o irmão de Ciro Gomes, o ex-governador cearense Cid Gomes, que vai para a Educação. Esse tapa deve ter ardido também na cara dos companheiros, já que eles falam tanto na importância da educação. É também uma piada pronta, porque os Gomes não são educados coisa nenhuma. E tem também Gilberto Kassab, no ministério de Cidades. Quando ocupava a prefeitura de São Paulo ele era acusado por todos os petistas de ser um péssimo prefeito, mas logo veremos os companheiros tecendo elogios à sua admirável capacidade como administrador.

Teremos mais uma equipe de governo terrível de suportar. E o pior é que, pelo feitio propagandístico, esses parecem ser os melhores nomes. Mas na minha visão, a nomeação mais definidora do lamentável estado a que chegamos é a de Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho, do Pará. Ele vai para o Secretaria de Aquicultura e Pesca. Barbalhinho como ministro comprova o que venho falando sempre aqui, de que a política atual não é representativa coisa nenhuma do conjunto dos brasileiros. Embora tenha feito uma campanha muito cara e contado com apoio extremado do ex-presidente Lula, Barbalhinho perdeu a eleição de governador no Pará para Simão Jatene (PSDB). Ou seja, o povo paraense votou certo e anulou a jogada do clã chefiado por Jader Barbalho. E agora, como se vê com esse prêmio de consolação dado pelo governo do PT, mesmo quando o eleitor vota corretamente recusando candidato nefasto logo vem um reforço do poder para que eles permaneçam na política.
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POR José Pires

terça-feira, 23 de dezembro de 2014


Surpresa no surfe

O Brasil vive de espasmos na área esportiva, defeito ainda pior no plano internacional. De vez em quando aparece algum atleta ou equipe excepcional que faz o país brilhar por uns tempos, período em que essa figura ganhará muito dinheiro, para depois talvez manter-se em algum lugar honroso como alguém que foi especial. Porém, tudo fica mantido no aspecto do sucesso individual, que é o problema de um país sem planejamento e uma dificuldade danada de administrar suas qualidades e ainda mais de driblar dificuldades.

Nesta situação, o atleta da hora é Gabriel Medina, que nesta sexta-feira se consagrou campeão mundial do surfe. É um fato inédito. É a primeira vez que um brasileiro consegue esse feito e isso só não é um motivo de espanto porque nesta nossa terra a prática habitual é ficar só na exaltação, sempre deixando para lá a análise aprofundada. Essa vitória espetacular que aparece de supetão deveria ser tomada como um ponto para o crescimento desse esporte. Aí o prazer iria além da festa. Dessa forma, o Brasil sairia da idolatria pura por uma figura excepcional, partindo para um planejamento sério de qualidades potenciais, favorecidas até pela geografia do país.

Como é que só agora temos um campeão mundial de surfe num país com essa imensidão de mar e com tantos surfistas em praias belíssimas? Ora, a explicação óbvia está na incapacidade de planejamento na área do esporte, dominado hoje por dirigentes corruptos e incompetentes. A situação do esporte brasileiro é tão grave que dentre a cartolagem dinheirista que ocupa os cargos de direção esportiva estão inclusive os piores políticos brasileiros. É uma terrível dobradinha do prejuízo nacional.

Existe também um problema muito sério, que é o excesso do domínio do futebol em nossa imprensa esportiva. O único assunto cotidiano da imprensa é o futebol. O jornalismo brasileiro tem sido desatento a muita coisa neste país, no entanto em poucas áreas o descuido é tanto quanto acontece no esporte. Costumo dizer que no Brasil não existe jornalismo esportivo, mas sim jornalismo de futebol. E o pior é que é feito por jornalistas que são torcedores fanáticos, o rebaixa ainda mais a qualidade da cobertura do próprio futebol.

O resultado disso é que até mesmo o futebol está indo à breca, o que deu pra ver no sete a um tomado da Alemanha, uma marca que afetou gravemente tudo de bom que nossos jogadores já haviam feito antes. Apesar dos tantos talentos que temos, os dirigentes avacalharam até a Seleção Brasileira. E só quem não quer ver é que ignora que a derrocada até desta marca essencial no esporte brasileiro vem desta mania malandra de se apoiar apenas na explosão individual do atleta.

E o engraçado neste exemplo da goleada tomada da Alemanha é que ficou muito claro que a razão do sucesso do adversário do Brasil foi tomar medidas exatamente inversas às que dominam o nosso futebol. Todo mundo ficou sabendo que aquela espetacular vitória alemã foi fruto de mais de dez anos de planejamento. E o que foi que aconteceu depois disso? Deu no Dunga como técnico da Seleção Brasileira, com toda a casta dirigente altamente incompetente mantida em seus lugares.

E o Brasil segue nesta toada esportiva, com um espasmo aqui e outro ali, como acontece agora com o surfista campeão, que é óbvio que deve ter todos os aplausos (viva o Gabriel Medina). Ninguém está aqui pra desdenhar brasileiros geniais. O que é preciso é que o esforço individual tenha o reforço de boas práticas política e administrativas.

É preciso parar de ficar à espera de um Neymar, ou de um Ronaldinho, um Romário – um Gabriel Medina também –, e tantas outras figuras geniais, que dão tudo de si e conseguem muita coisa. Mas falta sempre o planejamento e a boa administração para construir vitórias que se sustentem além da exaltação eventual, com ganhos políticos e culturais mais amplos e lucros financeiros que não fiquem restritos à meia dúzia de corruptos.
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POR José Pires

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014


Bolsa petista

Os companheiros abusam da piada pronta. Agora tem esta do incentivo para que a militância compre ações da Petrobras. E isso num partido que num dia de sábado consegue levar apenas cerca de 70 gatos pingados para uma manifestação em favor de Dilma Rousseff. E a manifestação mixa ainda por cima foi em São Paulo, lugar de origem do partido. Se o pessoal não está indo mais nem pra rua, de tanta vergonha que esse governo já deu, como é que vão convencê-los a meter a mão no bolso para um esquema de marketing político?

A notícia é tão parecida com coisa de site de humor, que tive que ir conferir. E é mesmo verdade. O recorte é da Folha de S. Paulo, com matéria que diz que o movimento conta com o apoio de perfis na internet de colaboradores da campanha de Dilma à reeleição. Mas o exemplo que a Folha traz não é dos mais animadores. É o ator José de Abreu, petista dos mais amalucados (pleonasmo danado esse). O ator prega a compra de ações, mas ele mesmo diz que não vai comprar por estar “sem dinheiro”. Abreu é da Rede Globo, onde não se ganha sem trabalhar, mas nos blogs sujos que apoiam o governo esse problema da falta de numerário resolve-se fácil. É só acrescentar uma verba para compra de ações da Petrobras ao montante do dinheiro que sai dos cofres públicos para esse bando do falso jornalismo.
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POR José Pires

O esqueleto no armário do PT

Todo partido tem seus "esqueletos" no armário, mas nisso o PT não é um partido igual aos outros. Só o PT tem um de verdade, o caso de sequestro, tortura e assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, morte muito suspeita ocorrida há mais de dez anos e que nunca foi resolvida. Como já deve ser do conhecimento geral, nesta terça-feira o STF anulou o processo e agora a investigação do crime terá de ser refeita. O prefeito petista foi morto em 2002 e a causa do violento crime teria sido sua discordância com o desvio que estavam fazendo com propinas praticadas na sua administração, em Santo André. O dinheiro vinha sendo arrecadado de empresários para o caixa da campanha presidencial do PT, mas parte do suborno estava sendo embolsado por algumas pessoas. Daniel teria chiado sobre este desviou e daí virou arquivo apagado. Outras sete pessoas com relação com o crime foram assassinadas no decorrer da investigação policial. Até o garçom que serviu Celso Daniel no último jantar que ele teve com Sérgio Sombra, acusado de ser o mandante do crime, foi morto a tiros cerca de um anos depois.

A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) afirma que a cobrança de propina na prefeitura comandada pelo petista durou cerca de dois anos e era feita mensalmente. A deputada teve um conhecimento direto desta extorsão. Seu pai era um dos empresários forçados a pagar propina. Já está famoso um vídeo postado na internet, em que Gabrilli numa sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado acusa diretamente o ministro Gilberto Carvalho de recolher pessoalmente o dinheiro sujo.

As palavras dela: “O senhor sempre foi conhecido como o homem do carro preto. Era a pessoa que realmente pegava essa coleta de dinheiro extorquido de empresários e levava para o capo, como era conhecido o José Dirceu. Isso eu não li. Isso eu vivenciei”.

Agora, oficialmente está de volta o Caso Celso Daniel. Acompanho este crime desde que ele aconteceu e o que sempre me surpreendeu é que, sendo muito amigos do ex-prefeito assassinado, o normal seria que os dirigentes do PT se empenhassem para que o caso fosse investigado profundamente. Daniel era para ser o coordenador da campanha vitoriosa de Lula para presidente da República, sendo uma das figuras mais próximas do ex-presidente. Era amigo inclusive do ministro Gilberto Carvalho, que foi seu secretário municipal. Com essa ligação fraterna não era para eles exigirem o máximo rigor nas investigações?

Pois fizeram o contrário. Pressionaram o tempo todo para que as investigações da polícia fossem encerradas o mais rápido possível, fechando o inquérito como crime comum. As conversas telefônicas gravadas em grampo pela polícia são horripilantes. Até o ministro Carvalho, poderoso em todos os governos do PT, desde o primeiro mandato de Lula, aparece nessas conversações articulando formas de amenizar o conteúdo das investigações. O caso Celso Daniel tem essa contradição desde o começo. O partido mais exigente com os adversários em qualquer probleminha que aparece fez de tudo para evitar qualquer aprofundamento numa investigação exatamente sobre a morte violenta de um alto dirigente petista.
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POR José Pires

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014


Quando você ouvir falara em "cicloativista", desconfie. Um CICLOATIVISTA muitas vezes é de fato CICLOPETISTA, um militante que usa a bicicleta para defender o projeto partidário deste governo da perenização no poder. Eles usam qualquer coisa para isso, então porque não tentariam chegar lá também em duas rodas? Ora, para os companheiros os fins justificam os meios, que pode ser inclusive uma bicicleta.
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POR José Pires

Um partido em franco decrescimento

Logo depois da abertura política no país, quando os partidos políticos começaram a se formar – entre eles o PT –, o partido do Lula era tão minoritário que costumava-se fazer a piada de que uma reunião partidária deles podia ser feita dentro de uma kombi. Pois não acho difícil que num futuro, que pode ser muito breve, essa situação se repita. Como a kombi é cada vez mais rara, os petistas poderão se reunir numa van. O veículo é mais espaçoso, pode até sobrar lugar.

Os sinais do desgaste petista estão mais que visíveis. Ninguém aguenta mais esse partido. Aquele petista mala (com o perdão do pleonasmo) que há algum tempo atrás servia pelo menos como motivo de piada nos churrascos de fim de semana ou no boteco, nem para isso tem mais utilidade. Depois de tanta roubalheira é difícil tratar com complacência e bom humor alguém que defenda os gatunos vermelhos.

Mesmo com mais quatro anos de poder pela frente, o partido não anima ninguém. Neste sábado a militância petista fez uma manifestação de apoio a presidente reeleita Dilma Rousseff, em São Paulo. O ato foi promovido pelo diretório paulista do partido. Pois eles conseguiram juntar apenas cerca de 70 pessoas (isso mesmo: setenta!) no vão livre do Masp. A manifestação chinfrim teve até seu lado engraçado, pois o grupo não conseguiu fechar a Avenida Paulista, a azucrinação habitual de todo protesto naquele lugar.
A coisa está mesmo feia pro lado do PT. Eu acho bom o partido do Lula reservar desde já uma van para suas reuniões. Eles podem aproveitar para isso uns trocados do petrolão, enquanto ainda está entrando grana. Do jeito que a coisa está indo, logo mais nem empreiteiro corrupto vai querer mais ter relação com o partido.
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POR José Pires

Um debate que piora o problema

É muito bom ver que a maioria das mulheres não caiu nessa jogada irresponsável da esquerda de usar o quiproquó entre a deputada Maria do Rosário e o deputado Jair Bolsonaro para tentar desviar a opinião pública dos diversos malfeitos do governo do PT. Os parlamentares são dois boçais – um falando besteiras pela esquerda e outro pela direita. Se dependesse das ideias de ambos não teríamos liberdade nem para suportá-los. São duas personalidades tremendamente autoritárias, mas Bolsonaro pelo menos não tem o perigo de ser articulado o suficiente para ir gradativamente impondo sua visão de mundo muito tosca. Suas intenções não são nada boas, mas ele é isolado. Já a deputada Maria do Rosário tem suportes ideológicos muito mais perigosos, inclusive no plano internacional. Em todos os países onde assumiu o poder, a história do comunismo é horripilante. As ditaduras do tipo que a petista gosta são comprovadamente muito criminosas. Não dá para levar a sério e nem ser tolerante com esquerdistas como a deputada petista (e ex-PCdoB), que até hoje acredita na ditadura do proletariado como uma opção transformadora.

Qualquer violência contra o ser humano é condenável. E o estupro é uma violência das mais graves, até pela canalhice terrível do uso do sexo como humilhação e agressão. É um crime perigoso, que tem também o agravante de criar uma intimidação sobre todas as mulheres, o que não pode ser tolerado de forma alguma. Além disso, hoje em dia este crime está na escala mais alta das estatísticas. Ou seja, o perigo ronda todos nós. Num país sério a quantidade atual de estupros no Brasil levaria à queda de governos ou ao menos não permitiria a reeleição dos responsáveis pela dramática situação da segurança no país.

Por isso que é ainda mais necessário tratar deste assunto de forma mais elevada, em debates que envolvam toda a sociedade e resultem logo em medidas práticas para conter a violência que já existe e evitar que ela cresça. É óbvio que por mais grosseiro que o Bolsonaro seja, a pressão contra ele é mera politicagem. A responsabilidade direta deste assunto é da Presidência da República, seja quem estiver lá. Os governos estaduais também têm obrigação direta quanto ao problema e até as prefeituras podem colaborar ativamente para que deixemos de ser um país em que as mulheres não podem mais sair nas ruas em segurança.

A cassação de Bolsonaro ou ao menos uma advertência severa do Congresso Nacional não mudará um pingo a péssima situação da segurança no país e muito menos dos estupros. Ao contrário, essa discussão em torno desses dois lamentáveis parlamentares rebaixa o debate, sem acrescentar nada em punição, prevenção e nem mesmo conhecimento para lutarmos contra este odioso crime. E no nível que se vê de ambos os lados dessa briga grosseira, existe o risco até desse tolo quiproquó servir mais para atiçar a intolerância e dividir os homens e as mulheres do que estreitar laços humanos essenciais para que o respeito às mulheres seja uma normalidade em nossa vida.
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POR José Pires

sábado, 13 de dezembro de 2014


Insensatez

Já escrevi aqui que o PT tem que ser tirado do poder –- de forma democrática, companheiros; fiquem calmos –- ao menos para que o país deixe de ser tão chato. Este partido deseduca e torra a paciência dos brasileiros. A forma oportunista e irresponsável que esse governo usa o politicamente correto torna o nosso cotidiano muito difícil e nos obriga à explicações que dá até dá vergonha de ter de fazer nesta fase da vida.

Neste período lamentável que vivemos em nosso país, querem nos obrigar o tempo todo a nos defendermos do que nunca fomos e explicar que pensamos diferente do que nunca falamos.

É um jogo petista para evitar a discussão sobre o que realmente eles são. Eu nunca imaginaria que depois dos 50 anos, numa carreira jornalística que começou aos 17 anos na imprensa alternativa de oposição à ditadura militar, eu tivesse que me preocupar com acusações veladas de eu ser tolerante com o estupro. É muito idiota, mas não é uma situação que dá para rir sossegado. Estão estuprando o bom senso neste país.
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POR José Pires

Tirando a atenção do mais importante

O governo do PT está sempre procurando algum assunto bom que desvie a atenção de suas encrencas e no momento são muitas suas complicações. Para ficar apenas no caso petrolão, na sexta-feira a Justiça aceitou a denúncia contra Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e outras sete pessoas. E isso é só o começo. No dia anterior o Ministério Público Federal havia apresentado denúncia contra 36 pessoas, 22 delas ligadas a empreiteiras. Agora apareceu também Venina Velosa da Fonseca, que foi gerente da diretoria de Abastecimento comandada por Paulo Roberto Costa na estatal. E ela trouxe uma informação que agrava a situação do governo do PT. Tanto os diretores da gestão de Graça Foster quanto os da gestão anterior, de José Sérgio Gabrielli, foram alertados sobre as irregularidades. Eles foram avisados desde 2008 de que algo andava muito errado na Petrobras. Dilma continua fingindo que não sabia de nada, mas fica cada vez mais difícil sustentar esta farsa.

Diante de tanta encrenca, é claro que a máquina de comunicação do partido se movimenta, para criar em conjunto com a máquina política alguma balbúrdia que deixem ocupados os internautas nas redes sociais e também dê motivo para a classe política esquecer nossos problemas reais. Daí o esforço para dar um tom de grande debate nacional a um bate boca entre dois parlamentares grosseiros. É o que fazem com o bafafá entre a deputada petista Maria do Rosário e o deputado Jair Bolsonaro, uma confusão que deveria ser resolvida entre os dois (talvez indo cada um para seu canto cuidar do trabalho de fato, parando com essa relação política obscena). Mas acontece que os dois estão interessadíssimos há bastante tempo em explorar seus sopapos verbais no fortalecimento de suas imagens. Chega a ser espantosa a atenção a este caso ridículo, mas tudo está dentro da normalidade do projeto petista.

Já falei aqui que o PT deseduca. A concentração da máquina de comunicação petista neste quiproquó é outro exemplo desse hábito irresponsável de tentar todo tipo de manipulação, desde que atenda ao interesse do projeto partidário de poder. Desmoraliza-se um debate necessário e mais que urgente –- que é o da violência contra as mulheres –-, de um jeito que serve apenas para fortalecer a carreira de dois políticos de baixa qualidade e desviar a atenção dos malfeitos deste governo. E o PT não se importa nem um pouco com mais esta deseducação política. O que interessa para eles é unicamente evitar que a população fique atenta aos fatos que realmente importam no momento. E para isso qualquer coisa serve, mesmo que seja um Bolsonaro e uma Maria do Rosário.
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POR José Pires

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Opostos que se atraem


Ninguém de bom senso precisa de um bate-boca entre a deputada Maria do Rosário (PT-RS) e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para ter rejeição pelo deputado carioca. Bolsonaro é um político de discurso raso, com opiniões de cunho altamente violento e até desumanas. Já faz tempo que ele percebeu o potencial eleitoral de determinados assuntos, especialmente quando são armadas polêmicas que se replicam na internet. Seu discurso é tosco, mas ele sabe encontrar pontos que tocam diretamente no medo das pessoas e no preconceito, principalmente contra os homossexuais. O deputado também encontra em opositores um meio de cultura que favorece bastante na construção da sua popularidade. Bolsonaro bate uma bola legal com políticos esquerdistas e grupos de esquerda que fazem um jogo parecido ao dele, com a única diferença na posição política ao revés. Todos eles gerenciam de forma oportunista suas carreiras, criando polêmicas ao agrado de suas bases eleitorais. Os nomes do deputado Jean Wyllys (Psol), de Jandira Feghali (PCdoB) e da própria petista Maria do Rosário são referências desta estratégia de fazer da política um bafafá lucrativo.

O marketing do qüiproquó dá votos e poder. Bolsonaro foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, com 464.572 votos, número que o coloca entre os mais votados em todo o país. Além disso, o deputado é chefe de um próspero clã familiar, com um filho Assembleia Legislativa e outro na Câmara Municipal do Rio, ambos bem votados. Do outro lado, os políticos de esquerda também faturam com a encenação em conjunto com Bolsonaro. Jean Wyllys teve cerca de 13 mil votos na eleição de 2010, uma votação ridícula que não bastaria para que ele fosse para a Câmara Federal. Naquele ano, virou deputado graças à grande votação do colega Chico Alencar, cacique de extrema esquerda que manda no Psol. Jandira Feghali também usufrui do jogo. Foi entrando em polêmicas parecidas que fortaleceu sua carreira no plano nacional. É deputada federal pelo Rio e as discussões que arruma têm a dupla função de atrair o foco da imprensa para si e também a de desviar a atenção das tantas maracutaiais em que seu partido está sempre metido.

Já Maria do Rosário também leva o seu naco de votos com tantas encenações. Esta não é a primeira em que ele se envolveu. Atuando na área das minorias e no que deveria ser a defesa dos direitos civis, a deputada sempre está buscando uma controvérsia pública. Uma bandeira que ela agita freneticamente é a da defesa das mulheres. Ocorre que ela foi ministra dos Direitos Humanos no governo Dilma Rousseff, um período em que no Brasil cresceu de forma assustadora a violência no geral, com um efeito terrível diretamente sobre as mulheres. O último número que se sabe é o de mais de 50 mil estupros no ano. E estupro é só o ponto culminante do cotidiano de pressão que pesa sobre as mulheres em nosso país. Hoje em dia a população brasileira vive em regime oficioso de toque de recolher, provocado pelo medo da violência. E as mulheres e crianças são os que mais são tolhidos em seu direito de ir e vir. Nesta condição lamentável a que ela e seu partido conduziram o nosso país não é possível levar a sério nada que a deputada Rosário diga em defesa das mulheres.

Em razão do conteúdo tosco de suas falas e do oportunismo indecente de cada um, Rosário e Bolsonaro se merecem. Quem é que pode ser a favor da besteira dita por Bolsonaro no Congresso, quando condicionou a violência do estupro à beleza física de uma pessoa? Só se estiver no nível dele. Mas acontece que esta fala lamentável vem de uma briga anterior, provocada pela própria Rosário, que interrompeu uma entrevista do deputado, chamando-o de estuprador. Isso pode ser visto em vídeos na internet. Depois ela tentou fazer da confusão uma discussão de gênero, buscando dar à triste baixaria entre os dois a qualificação de luta feminista em que ela seria a grande combatente. Ainda bem que esse tipo de manipulação já se desmoralizou, depois de muito uso feito pelo PT. Bolsonaro é grosseiro e isso ele faz até questão de divulgar. Então, quem procura briga com ele da forma feita pela deputada petista não está querendo esclarecimento de nenhum assunto e muito menos buscar um resultado de qualidade em debate algum.
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POR José Pires

Violências seletivas

A deputada petista Maria do Rosário está tentando favorecer sua imagem política, explorando esta rixa dela com o deputado Jair Bolsonaro, do PP, mas sua história política prova que ela não tem sido contra "estupros" muito graves ao longo de sua carreira política. Já vi em alguns lugares que no estupro da Petrobras ela viu nenhum problema, mas existem muitas outras violências institucionais sobre as quais a deputada sempre se calou, isso quando não se acumpliciou e às vezes até tomou parte do estupro. Quanto ao mensalão, por exemplo, esquema de corrupção que estuprava com propinas a independência do Legislativo, ela nunca se colocou contra.

Até 1992, a deputada Rosário era integrante do Partido Comunista do Brasil, o notório PCdoB, partido que sempre quis fazer do Brasil um regime comunista. O PCdoB até pegou em armas – de 1967 a 1975 – organizando uma guerrilha no Pará, para a partir dali ir submetendo o nosso país a um comunismo do estilo chinês. Cabe lembrar que o PCdoB jamais aceitou a condenação dos crimes de Stalin, o que é um sinal do que eles fariam no Brasil caso alcançassem a vitória. Foi nesse ambiente político que Rosário fez sua cabeça.
Portanto, contra o estupro da Rússia e uma porção de países por Stalin, a Maria do Rosário não foi contra. Foi um estupro fenomenal da democracia, uma ação que seu partido de então, o PCdoB, tentou anos depois fazer também aqui no Brasil, inclusive matando gente. E como a deputada agitava junto aos companheiros comunistas antes de saltar para o PT, o que se entende é que ela é favorável ao estupro da democracia e da liberdade que seu antigo partido tentou fazer pelas armas.

A deputada também não é contra o estupro da liberdade de expressão, já que é uma entusiasta do projeto petista de controle da informação. E na questão muito grave da situação da economia brasileira, Rosário foi também favorável a um dos piores estupros já feitos neste país à responsabilidade fiscal. Na votação da PLN 36, o projeto de lei que permite ao governo do PT a fraude no superávit fiscal, ela deu o SIM, apoiando o estupro.
Esses são apenas alguns exemplos de estupros que nunca mereceram a indignação da deputada Maria do Rosário, mas com certeza ela ficou caladinha em relação a muitos outros, já que sua atuação na política vem sendo muito ativa em defesa do governo do PT, que costuma fazer muitas obscenidades revoltantes.
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POR José Pires

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Um cassado cheio de segredos

O PT lutou até o final para salvar o mandato do deputado André Vargas, mas ele acabou sendo cassado por falta de decoro na tarde desta quarta-feira. O deputado José Mentor (PT-SP) ainda tentou pela manhã adiar a votação e mandar o caso para a próxima semana, o que poderia salvar Vargas, mas a manobra foi desmontada pela oposição, que pressionou para que fosse feita durante a tarde a sessão que decidiu pela cassação.

André Vargas está cassado e inelegível pelos próximos oito anos. Agora ele deve desaparecer de circulação e irá com certeza lutar nos bastidores para que o partido não o desampare. E não será por compaixão que o PT lhe dará uma mão para manter-se nesses próximos oito anos, um período bastante longo numa carreira política. A sobrevida de Vargas dependerá de seu poder como arquivo vivo. E ele deve ter muitos segredos guardados, senão o partido não teria se esforçado tanto em sua defesa, até neste momento final.

Antes de cair em desgraça por causa da descoberta pela Polícia Federal da sua parceria com o doleiro Alberto Yousseff, o deputado cassado era um dos políticos de maior prestígio no PT. O nome de Vargas apareceu na investigação da Operação Lava Jato quando ele ocupava a primeira-vice-presidência da Câmara e certamente não estava neste cargo em razão de alguma alta capacidade política dele próprio. Sem a sustentação do grupo comandado pelo ministro Bernardo e que tem Lula como chefe, o deputado cassado seria mais um político do baixo clero. Isso se conseguisse ser eleito sem o poder econômico e político que vem de muito acima. Vargas nunca fez nada sozinho e isso nem seria possível, já que suas interferências políticas favoráveis aos negócios do doleiro exigiriam com certeza no mínimo o consentimento de poderes maiores.

Vargas é o tipo de político que sempre atuou obedecendo ordens de cima. Tem sido assim desde o início de sua carreira em Londrina, no Paraná. Ele teve uma ascensão bastante rápida, com sua eleição para deputado federal apoiada no poder do grupo chefiado pelo ministro Paulo Bernardo, hoje na pasta de Comunicação e ministro do Planejamento também nos dois mandatos anteriores de Lula. Bernardo é homem de confiança de Lula, assim como Vargas sempre foi muito chegado ao ministro. Elegeu-se ocupando o espaço político deixado por Bernardo no Paraná e quando foi acusado pela Polícia Federal de ser sócio em negócios ilícitos do doleiro Yousseff estava chefiando a campanha de Gleisi Hoffmann para o governo do Paraná. Além de eleger Gleisi, que é mulher do ministro, o grupo pretendia eleger Vargas para o Senado.

O ministro Gilberto Carvalho, também muito próximo de Lula, é outro maioral petista que sempre deu também a maior força para Vargas. Carvalho é de Londrina, por coincidência a mesma cidade em que há muitos anos o deputado cassado fez amizade como o doleiro preso, que agora está soltando muita informação para a polícia em sua delação premiada. É muita autoridade petista em volta de um deputado cassado não é mesmo? Com tão proveitosas relações, Vargas deve ter aprendido bastante nesses anos todos, enquanto subia na vida eixes raúdos do partido do Lula. Tudo indica que depois de saber de tanta coisa útil neste convívio tão tarimbados companheiros ele não vai morrer pela boca.
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POR José Pires

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Blogueiro governista kaixa alta

Mais uma decepção rola entre a militância na internet e também entre pessoas de boa fé que chegaram a acreditar nas boas intenções de Leonardo Sakamoto, o mais dissimulado dos blogueiros governistas. Sakamoto sabe fingir bem. Ele faz de conta que é independente e engana com isso muita gente, já que manipula com relativa habilidade os sentimentos de solidariedade das pessoas. Porém, Sakamoto não deixa de fazer o serviço para o governo do PT. Está sempre alimentando a rede governista com alguma cacetada na oposição e em qualquer um que não faça parte da claque governista. Sempre procurou fazer esse jogo de forma sutil e durante algum tempo seus ardis até deram certo, principalmente em período eleitoral, quando costuma entrar em cena dando caneladas na oposição como se tivesse uma posição neutra.

Ele é da ala dos politicamente corretos, sempre buscando assuntos ligados às minorias e fazendo análises pretensamente filosóficas sobre temas tocantes. Sakamoto cai como uma luva para o militante que está meio avexado de ter sido enganado durante tanto tempo pelo grupo de patifes que domina hoje o poder. Seus textos também ajudam bastante aquele simpatizante que é Dilma de coração, mas só no segundo turno. Todo mundo que está precisando de uma desculpa boa para atacar a oposição e apoiar o governo pode contar com o Sakamoto. Ele sempre está dando um jeitinho de arrumar um bom pretexto para quem morre de vergonha de ser governista, mas não pode tomar jeito na vida e abandonar os patifes porque se desestruturaria psicologicamente.

Mas agora esse pessoal foi surpreendido por mais uma vergonha, com documentação e tudo. São as contas da ONG do Sakamoto. Sua ONG “Repórter Brasil” recebe muita grana do governo. A ONG recebe mais de um milhão de reais por ano do Ministério dos Direitos Humanos. Tem gente se espantando, mas a notícia não é nova. Já se sabe faz tempo que Sakamoto é chefe de uma das ONGs de esquerda subsidiadas com dinheiro público por este governo. A documentação das contas recheadas de sua ONG, que vem sendo repassada pela internet, mostra que sua neutralidade de fachada é apenas uma questão de estilo. Está aí a motivação deste blogueiro de coração tão bonzinho: o Sakamoto também saka no kaixa.
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POR José Pires

sábado, 6 de dezembro de 2014

Crítica de dentro do PT

O ex-governador Olívio Dutra, do Rio Grande do Sul, é um dos fundadores históricos do PT, atuando junto com o ex-presidente Lula na formação do partido e na caracterização inicial do petismo como uma via ética para a política brasileira. Há muito para discordar de Dutra em sua carreira política, mas no entanto ele tem qualidades que fazem bastante falta entre nossas lideranças, inclusive dirigentes da iniciativa privada. Uma qualidade importante dele é a de não ter sido seduzido pelas pompas do poder. Leva uma vida compatível com os ganhos de uma pessoa de classe média e vive o cotidiano de Porto Alegre, da mesma forma que as demais pessoas, a maioria de nós que não somos protegidos pela redoma dos privilégios concedidos pelo poder ou por grandes empresas.

Olívio Dutra não abandonou nem o hábito de andar de ônibus, necessidade que vem dos tempos de sua atuação sindical honesta e da qual pelo visto não tomou nenhum ganho para elevar sua renda e patrimônio pessoal. A militância petista exalta de forma cínica a simplicidade do ex-presidente uruguaio José Mujica porque a distância até geográfica não exige que sigam seu exemplo de humildade. Por que não fazem o mesmo com Dutra, que teve sempre um padrão de vida simples? É que desta forma a voz discordante do companheiro gaúcho soaria mais forte, além do que no partido poderia ser estabelecida a exigência de ganhar o pão com o suor do próprio rosto, sem o uso da chave dos cofres públicos e os benefícios ganhos em trocas políticas. Tenho minhas divergências com o ex-governador gaúcho, assim como discordo de Mujica, mas ambos têm este valor pessoal de viverem próximos aos seus concidadãos, sem se elevarem em conforto e luxo, dispensando até mesmo a solenidade hipócrita dos poderosos.

Olívio Dutra deu uma boa entrevista na última quinta-feira ao diário gaúcho Zero Hora, quando fez afirmações que deveriam estar sendo replicadas na internet pelos próprios petistas, em razão da importância das suas palavras numa mais que urgente reforma de seu próprio partido. Mas ficarão caladinhos, é claro. Aliás, estranhamente até a imprensa não tem feito questão alguma de trazer as importantes opiniões do ex-governador gaúcho. À bem da verdade, o PT não tem nada do que se queixar desta nossa imprensa. Dutra fez críticas fortes ao partido. Ele afirmou na entrevista que o PT "caiu na vala comum dos demais partidos" e que, algumas condutas individuais de seu partido "pretenderam até superar a malandragem dos outros". Epa, Dutra pode acabar sendo tachado de "antipetista", que é o que fazem comigo e outros críticos do partido do Lula. Este rótulo sobre quem é independente é um juízo de valor desonesto ou tolo, é claro, já que minha opinião crítica contra o uso abusivo do poder serve inclusive como indignação contra os patifes que subjugam o partido.

Já faz um certo tempo que o ex-governador vem dizendo coisas parecidas com as da entrevista à Zero Hora. Foi a única liderança, entre os fundadores do PT que ainda permanecem no partido, que afirmou que era justa a condenação dos mensaleiros, algo que só um petista muito tolo ou cúmplice dos patifes poderia contestar – e milhares de petistas fazem isso pelo país afora. O problema de militantes como o Olívio Dutra é que agem pouco no âmbito partidário para livrar seu partido do domínio de lideranças nefastas, que têm seu ponto forte na presidência da República. Nesta eleição, por exemplo, ele saiu candidato a senador pelo PT do Rio Grande do Sul e abraçou a candidatura de Dilma Rousseff, algo que uma pessoa honesta e sensata deveria saber que é um abraço em que a prática política decente é que sucumbirá em caso de vitória. Foi o que se deu, como se vê pelos passos atuais de Dilma. Além de perder a eleição, ele diminuiu-se politicamente entre os gaúchos, por razões que não são de sua responsabilidade direta. Petistas como o Olívio Dutra só têm o ônus neste jogo sujo do grupo que domina seu partido. Mas eles parecem ter uma dificuldade danada de compreender isso e reagir de forma rigorosa para recuperar a dignidade de seu partido.
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POR José Pires

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O governo da irresponsabilidade fiscal

Tinha que ser na madrugada a aprovação da manobra do governo do PT para o descumprimento da meta do superávit primário. É bem simbólico que uma tremenda rasteira na responsabilidade com o dinheiro público aconteça enquanto dormia a maioria dos brasileiros. Foram dezoito horas de sessão, com a oposição mostrando um valor político memorável. Se a confrontação política com este governo tivesse sido sempre desse jeito é muito provável que não teríamos Dilma Rousseff reeleita mesmo com um histórico de tanta incompetência e ladroagem.

O trabalho da oposição carimbou a marca da indecência neste projeto de lei do Palácio do Planalto, que já chamei aqui de Lei de Irresponsabilidade Fiscal. Não deu pra fazer mais porque evidentemente falou mais alto o peso de um partido com as chaves do cofres públicos e, pelo que se vê, com cada vez menos escrúpulos para fazer uso disso. 240 deputados votaram a favor e apenas 60 tiveram a decência de ir contra. O projeto desavergonhado de Dilma recebeu o aval até dos dois deputados federais do Psol, os caciques de extrema-esquerda Ivan Valente (SP) e Chico Alencar. A orientação do partido era pela aprovação do projeto. O outro deputado, Jean Wyllis (RJ), está em Bruxelas, mas também é favorável ao projeto. Isso é apenas mais uma prova de que partidos como o Psol são mera linha auxiliar do governo do PT, juntando-se no final com toda corja que serve ao poder.

A batalha da oposição ao menos ameniza um estrago que para mim é mais problemático do que o desarranjo que a presidente Dilma deve fazer na economia brasileira no segundo mandato. A quebra da regra por conveniência de poder e ainda mais da forma que foi feita por Dilma destrói um conceito de responsabilidade que havia sido estabelecido com bastante esforço em todo o país, mesmo com as dificuldades de praxe que nossos dirigentes públicos sempre tiveram para lidar com as contas públicas. Do mais humilde vereador até o presidente da República, a maioria dos administradores públicos e quase todos os políticos lidam com o orçamento como se existisse uma máquina de imprimir dinheiro sempre sustentando suas vontades. E isso até agora estava mudando gradativamente.

Quem trouxe esse debate ao país foi Fernando Henrique Cardoso, em cujo governo implantou-se a Lei de Responsabilidade Fiscal, evidentemente com seu devido cumprimento. Estados e municípios também tiveram que se adequar ao respeito exigido em lei e isso com certeza salvou o Brasil de estar hoje numa situação ainda pior do que esta crise econômica que é de dar medo. Não é difícil imaginar o estrago que prefeitos e governadores teriam feito na economia brasileira nesses últimos anos se ainda estivessem podendo administrar sem nenhum controle sobre os gastos públicos, como sempre foi antigamente.

Quem acompanhou a dificuldade que foi a definição de uma nova visão a respeito das contas públicas sabe do perigo que traz ao país este desrespeito do PT ao cumprimento de regras que vinham dando ao menos um controle na eterna gastança, que sempre foi um dos maiores males causados por políticos irresponsáveis. Com todas as dificuldades dessa antiga deformação cultural, os brasileiros vinham tendo ao menos um respeito ao conceito de responsabilidade fiscal na administração pública do país. Agora, esta quebra de regra feita pelo governo do PT pode criar uma onda nacional, com os políticos dando também seu jeitinho pelo país afora para desorganizar as finanças também nos estados e municípios.
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POR José Pires