segunda-feira, 23 de abril de 2018

A ditadura militar na nova versão de Dilma Rousseff

Esse pessoal que sobrou em torno de Lula precisa acertar o discurso atual com o que andaram falando até agora. Tem coisas importantes que não estão batendo. Depois da Justiça barrar sua tentativa de visitar Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que até na ditadura era possível visitar amigos na cadeia.

Suas palavras: “Eu tenho uma certa experiência com estar presa. Mesmo durante a ditadura, havia a possibilidade de receber parentes, amigos e advogados”.

Bem, até agora não era desse jeito a versão da esquerda sobre a ditadura militar de 1964. O que contavam era que o Brasil viveu uma terrível ditadura, dentre as piores do mundo. A versão era também de Dilma. Até ficavam indignados quando qualquer pessoa procurava avaliar de forma mais equilibrada esse período brasileiro, fazendo referência a países que viveram ditaduras muito piores, caso da Argentina e do Chile, não só em número de vítimas como também nas tristes consequências até os dias de hoje.

Eles gostavam menos ainda das comparações com ditaduras comunistas de suas relações, como a de Cuba de Fidel Castro, que em paralelo ao que ocorreu no Brasil ganha de longe, mas de muito longe mesmo do nosso regime militar, em desrespeito aos direitos humanos, repressão política, falta de liberdade de expressão ou qualquer outra limitação ou crueldade própria de regimes autoritários. E tem também o fato de Cuba permanecer sem liberdade até nos dias atuais, sem eleições democráticas, com presos políticos e o total domínio de uma casta comunista sobre uma população condenada a uma vida miserável em vários sentidos. A ditadura brasileira teve início quatro anos depois da dinastia dos Castro e já acabou há mais de trinta anos, de forma negociada, sem nenhuma tragédia nesta passagem para a democracia.

Mas com a esquerda nunca adiantou tentar argumentar. Jamais aceitaram um debate franco. Para eles, a ditadura brasileira foi um horror e fim de papo. Mas agora vem a Dilma magoada por não poder visitar o padrinho e diz que até parentes, amigos e advogados eles podiam receber na cadeia na época da ditadura. E ela não estava presa por fazer uma oposição democrática. Pegou em armas. Seu grupo político assaltou, sequestrou e matou. E mesmo assim ela recebia amigos e, bem, está viva até hoje para trazer essa novidade que contraria o que eles vinham dizendo. E até que a ditadura brasileira não é tão má assim nesta outra versão da história.
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POR José Pires

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