Sobre
isso o editor-chefe da publicação, Gérard Biard, deu uma boa definição
em entrevista para a imprensa após a polêmica. Ele respondeu a um
jornalista que questionou se a publicação do material sobre Maomé era
para exercer a liberdade de expressão ou provocar: “Nos
situamos no âmbito do nosso trabalho e da liberdade de expressão. No
caso de notícias com um potencial tão conflituoso, a saber, um filme
imbecil que gerou tumulto em quase todas as partes do mundo e que
resultou em mortos e embaixadas queimadas: se nós, jornalistas,
comentaristas da atualidade, não devemos comentar isso, o que então? Eu
rejeito o termo "provocação". Não se trata de jeito nenhum de
provocação, se trata de fazer nosso trabalho de jornalistas, de
comentaristas da atualidade”.
O
jornalista trouxe também uma outra questão muito importante em relação
ao clima de chantagem que o extremismo islâmico vem criando no mundo:
"Se começamos a questionar o direito de caricaturar ou não Maomé, se é
perigoso ou não fazê-lo, a questão seguinte será se poderemos
representar os muçulmanos no jornal. Depois vamos perguntar se podemos
mostrar seres humanos, etc, etc. E no final não mostraremos mais nada.
Neste caso, a minoria de extremistas que agitam o mundo e a França terão
ganhado".
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POR José Pires