sábado, 17 de novembro de 2018

Lula encontra a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro

O ex-presidente Lula deu um depoimento nesta quarta-feira à juíza Gabriela Hardt, no processo do sítio de Atibaia, o primeiro interrogatório dele depois da saída de Sergio Moro da Operação Lava Jato. Já deu para ver que os petistas não sentirão saudades do rigor que Moro imprimia no diálogo com os réus. A juíza enquadrou Lula logo no início do trabalho, quando o chefão petista quis dar início a seus discursos politiqueiros, na tentativa de criar um enfrentamento e politizar o julgamento. Gabriela Hardt interrompeu o nhem-nhem-nhem de forma muito clara. Disse a Lula que ele era o interrogado e não ela, alertando-o com firmeza: “Se começar com esse tom, a gente vai ter problema”.

Lula queria começar a discurseira com a conversa de que o sítio não é dele, no que foi prontamente interrompido pela juíza, que esclareceu que não é esse o motivo da ação. Neste ponto, atacada pelo advogado José Roberto Batochio, chamou sua atenção, perguntando o seguinte: “O senhor orientou o seu cliente sobre o processo ou precisa sair para explicar?”.

Esta postura rigorosa da juíza Gabriela Hardt vai evitar as enrolações da banca de advogados de Lula, além de que vai também nos poupar de chateações nos debates sobre o tema, impedindo afinal que petistas venham com a conversa de que Lula não é dono do sítio. Então, já está avisado pela juíza: a ação é por corrupção — pelo recebimento de vantagens indevidas das empreiteiras Odebrecht e OAS — e por lavagem de dinheiro. É só isso. Nada de posse do sítio, combinado?

Isso é tão fraudulento quando aquela mesma conversa que se ouve até hoje, na cantilena tola de que Lula não é dono do triplex do Guarujá. E daí, companheiro? Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Da mesma forma que na ação do triplex, quem repetir essa conversa de que Lula é injustiçado porque não é o dono do sítio de Atibaia estará fazendo um papelão: é idiota ou age de má-fé.

Ah, outra coisa, sobre uma ausência que notei no interrogatório do chefão do PT. Senti a falta daquele advogado dele, o Fernando Haddad, o cara que dizia que fazia parte da sua defesa jurídica e estava sempre em visita a ele em Curitiba, pelo menos até 28 de outubro, quando perdeu a eleição. Terá largado a causa? Neste interrogatório o bravo advogado Haddad não compareceu.
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POR José Pires

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