quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Lição do 24 de janeiro para o PT

Esquerdista gosta muito de falar em “Lições da História”, pois desse 24 de janeiro em Porto Alegre os petistas podem tirar uma importante lição. Difamar juiz, fazer ameaças inclusive de confronto físico e tentar intimidar a Justiça não dá bom resultado em julgamento por corrupção.

Todo mundo sabe que esse pessoal é chegado num bandido de estimação, mas com Lula parece até paixão carnal. É evidente a escandalosa diferença entre o apoio a Lula e o que faltou para outros integrantes do PT e aliados antigos que também respondem a inquéritos da Lava Jato, além dos que já foram presos sem que o partido demonstrasse tanto apego e que até foram abandonados na prisão.

Isso inclusive invalida os argumentos do Partido do Lula contra os dois julgamentos. Em nenhum dos outros casos envolvendo corrupção de integrantes do partido e aliados teve a histérica emoção e a enfática indignação com a Justiça, como se viu contra o juiz federal Sergio Moro e agora no julgamento do TRF-4, em Porto Alegre.

Tudo bem, já se sabe da intenção política de má-fé dos petistas em torno desta condenação do chefão do partido, mas houve uma perda de tom na falseta, estridente demais para ser levada a sério. Foi feio o desequilíbrio, pendendo demais para o espetáculo midiático em detrimento da argumentação jurídica e do discurso político com certa lógica. Dessa forma, perderam com a condenação e também não conseguiram emplacar sua posição política perante a população.

Ficou claro o engodo, escancarando o oportunismo do PT. Para usar uma imagem futebolística, como Lula gostava tanto de fazer quando era presidente, ficou óbvio que os petistas deixariam imediatamente de confrontar a Justiça se em vez dos 3 a 0 o resultado fosse invertido no TRF-4, dando vitória a Lula. Nesta situação, em vez de berrar e xingar na beira do campo, eles estariam carregando nos ombros o juiz.
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POR José Pires

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