terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Marcia Tiburi versus Kim Kataguiri: a fuga da musa dos petistas

Veio em boa hora o desnudamento da hipocrisia ocorrido neste episódio da professora de filosofia e escritora Marcia Tiburi, fugindo a um debate com Kim Kataguiri, um dos líderes do Movimento Brasil Livre, o MBL. A cena é cômica. Tiburi chega a receber um beijo de Kataguiri e logo depois reclama com o apresentador Juremir Machado pela aparição repentina dele no estúdio. Ela não sabia que debateria com o líder ativista. O outro debatedor convidado foi o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, que chegou bem depois da despirocada dar o pira.

Apesar de exibir no debate com Kataguiri a arrogância costumeira, o senador Requião recebeu a surpresa com relativo bom humor. O apresentador Juremir Machado — jornalista e escritor gaúcho que vem fazendo bons debates na rádio Guaíba sobre a conjuntura atual na cultura e na política — esclareceu que de fato nenhum dos três convidados foi informado sobre os outros participantes do programa, no que ele classificou como uma “rateada” da produção.

Mas nos interessa mais a rateada de Marcia Tiburi, no seu strip-tease psicológico ao vivo. Ela é a atual musa desse petismo de gatos pingados em torno de um líder populista e gatuno, já condenado em segunda instância. Até publicou um livro com a palavra de ordem mais usada pela esquerda para xingar os adversários, com o título bravateiro e contraditório de “Como conversar com um fascista”. Sobre a qualidade da obra, basta dizer que o prefácio é do deputado Jean Wyllis, adepto, como todo mundo sabe, não do diálogo, mas da filosofia do cuspe no adversário. E os fascistas são os outros. O vexame de Tiburi na rádio Guaíba desmonta o modo de ser dos companheiros, sempre na linha de acusar os outros daquilo que na verdade são eles que fazem.

Não vou acusá-la de ter agido como fascista, pois não sou petista. Foi apenas um ato falho que revelou sua real personalidade e a tremenda incompetência de uma esquerda que levanta a bola o tempo todo para o adversário e ainda assim acha que levou vantagem. Já faz um tempo que esse pessoal se faz de valente em situações em que não corre risco físico algum, como essa coisa idiota de chamar qualquer um de fascista. Bem, para começo de papo, fascista não conversa. De tudo que se conhece do fascismo, na teoria e na prática, algo indiscutível é que os fascistas são extremamente violentos fisicamente. Kim Kataguiri tem seus defeitos, mas nenhum comporta a violência física. Kataguiri não é fascista nem uma “pessoa perigosa”. O que a professora disse antes de sair correndo do estúdio e apenas um insulto tolo.

Do ponto de vista jornalístico Juremir Machado pode ter errado em não avisar nenhum dos convidados de que haveria um debate, mas o próprio Kataguiri também não sabia quem iria encontrar no estúdio e nem teve um piti de petista. Até deu uma beijoca no rosto da musa do petismo. E o líder do MBL é quem teria mais razão em reclamar dos inesperados encontros. Encarar Requião e a senhora Tiburi no mesmo dia não é para qualquer estômago. Mas a vida tem esses lances inesperados, o que por sinal é o que pode dar qualidade e até alguma animação a atividades no geral muito chatas, como a política. Ao menos em teoria, a professora de psicologia deveria saber disso muito bem. Além de que, na posição dela, os últimos tempos foram de reviravoltas de muita emoção, que aliás ainda vão prosseguir: Tiburi terá a chance de fazer muita "filosofia" quando finalmente o chefão idolatrado por ela estiver sendo preso.
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POR José Pires


Veja aqui o vídeo de Marcia Tiburi fugindo do debate com Kim Kataguiri

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