quarta-feira, 8 de junho de 2011

PT, um partido muito rico em dinheiro e bastante pobre em inteligência

Falei no post abaixo sobre o empobrecimento dos quadros do PT, do qual a ascenção da senadora paranaense Gleisi Hoffmann é um exemplo prático. Empobrecimento em qualidade humana, é bom ressaltar, porque grana esse pessoal tem muita. O fato é que a turma sobe rápido e por um caminho que não favorece quem gosta mesmo de trabalhar. Até mesmo a ligeira carreira do ministro das Comunicações é uma consequência da eliminação de gente competente dos quadros do partido.

E a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, cresceu à sombra de Bernardo, que é seu marido, sendo que ambos viveram nos últimos 20 ou 30 anos amparados na proteção material que, no Brasil, um partido político proporciona. Estou falando do PT, mas em outros partidos não é diferente. O PSDB e o DEM, o antigo PFL, até são exemplos mais longevos dessa depauperação de quadros.

Acontece que enquanto o PT foi subindo, passando por câmaras municipais, prefeituras e estados até alcançar o governo federal, foi também elevando esta relação de dependência material entre o indivíduo e o partido, até chegar a um nível que é de dar inveja até às nomenklaturas comunistas que dominaram vários países durante anos.

Este é um processo eficiente no fortalecimento de um partido em um certo período, mas com o tempo começa a apresentar graves problemas na qualidade em recursos humanos necessários para tocar os governos. É o que já estamos vendo acontecer com o Brasil, num processo que vem antes do PT.

Mas no PT a coisa é bem grave. Neste partido geralmente o sujeito começa a vida política sob a proteção de grupos em sindicatos, ali já começa bem cedo a abandonar qualquer aperfeiçoamento na profissão. Depois do sindicato, o militante vive sempre amparado materialmente pelo partido, que o socorre com verbas eleitorais e até bocas em governos ou estatais em caso de alguma derrota política. Nessa toada, quando chega a um cargo de destaque é sempre por meio da força política proporcionada exclusivamente pela atividade partidária. Bem, com uma trajetórias dessas é difícil que alguém alcance algum objetivo sabendo fazer algo que não seja política.

O problema é que o país é que sofre as consequências dessa falta de qualidade humana entre os escolhidos como dirigentes. E não se pense que isso só está acontecendo em atividades regidas diretamente pela política. Hoje o método de se elevar não pelo mérito mas pela prática da militância atinge variadas instituições como as universidades, escolas, já é comum entre o funcionalismo concursado e contamina até empresas privadas.

E falando em precariedade de recursos humanos, dentre as manifestações sobre a queda do multiplicador da própria fortuna, Antonio Palocci, destacou-se uma opinião que também revela o nível a que chegou o PT.

Falando sobre a demissão de Palocci, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), soltou esta: "Em time que está ganhando, não se mexe".

Este é outro problema quando um partido começa a ter quadros cada vez mais desqualificados. Suas altas lideranças começam a fazer como os políticos do PT, que agora seguem pensadores da estirpe do histórico dirigente esportivo Vicente Matheus, aquele que dizia que "quem sai na chuva é para se queimar".
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POR José Pires

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