A
imprensa brasileira deixa os leitores brasileiros zonzos quando
acontece algo muito forte como foi o incêndio da boate Kiss em Santa
Maria, no Rio Grande do Sul. Alguns jornais sempre usaram este método de
dar a notícia apressadamente e ir compondo o fato conforme vão
aparecendo novidades. Na época do jornal impresso já não era fácil
seguir com equilíbrio os acontecimentos, mas uma questão técnica impedia
que a confusão fosse maior: saía apenas uma edição diária.
Hoje em dia, com a internet, a fragmentação que é feita de uma notícia torna difícil para o leitor juntar tudo que sai publicado para saber o que aconteceu de fato. Os jornais e revistas migraram para a internet e pegaram os defeitos da televisão. Parece briga por audiência. Até para quem é do ramo não é fácil seguir o ritmo que é imposto pelos sites e blogs. E para embaralhar ainda mais existem também as opiniões nas áreas de comentários e nas redes sociais.
Quando acontece algo importante no país, no final do dia o leitor tem que ter a habilidade de um editor (que até no jornalismo não é uma capacidade de todo profissional) para juntar tudo o que saiu na internet e ter uma visão do que se passou. E certos fatos importantes para esta conexão até desaparecem, apagados por descobertas sensacionais, alguma acusação nova mesmo que seja infundada ou até uma notícia falsa que demora às vezes para ser desmentida ou até permanece como verídica.
Além da desinformação que ocorre, um assunto difícil como este do incêndio de Santa Maria pode vitimar até pessoas que apesar de terem relação com a tragédia não são criminosas. E nem se tivessem alguma culpa grave seria justo que fossem expostas à raiva pública. Aliás, mesmo para quem tiver a culpa comprovada apenas a Justiça é que pode decidir qual será a pena e ainda assim só depois de um julgamento.
Costumo apontar como um defeito esta correria que foi criada na internet e que é muito forte entre nós, brasileiros. Isso já contaminou parte considerável dos leitores e hoje temos muita gente que não pensa duas vezes antes de acusar e até atacar os outros, na maioria das vezes sem nenhuma base de comprovação para sua opinião.
Essa pressa da imprensa tem afetado a todos. Mesmo autoridades que dominam áreas em que não é possível dar respostas rápidas passaram a agir e responder de forma artifical para atender ao desejo de notícias imediatas. É o que acontece com a polícia, que muitas vezes vaza opiniões antes até do início de qualquer investigação.
A menos que seja por prevenção urgente, como ter de correr de uma inundação ou fogo, ninguém precisa saber de imediato o que acontece. Por isso não é necessário dar a notícia rapidamente. Nem é preciso sair ligeiro opinando. O que as pessoas precisam é do fato bem fundamentado, com bases técnicas sólidas e apuração consistente. Essa falta de foco que resulta da fragmentação da informação acaba é criando uma confusão que no final ameniza culpas e principalmente as responsabilidades gerais sobre o fato. E é claro que a zorra dificulta e muitas vezes até impede irremediavelmente que sejam tomadas medidas para que o desastre não se repita.
Hoje em dia, com a internet, a fragmentação que é feita de uma notícia torna difícil para o leitor juntar tudo que sai publicado para saber o que aconteceu de fato. Os jornais e revistas migraram para a internet e pegaram os defeitos da televisão. Parece briga por audiência. Até para quem é do ramo não é fácil seguir o ritmo que é imposto pelos sites e blogs. E para embaralhar ainda mais existem também as opiniões nas áreas de comentários e nas redes sociais.
Quando acontece algo importante no país, no final do dia o leitor tem que ter a habilidade de um editor (que até no jornalismo não é uma capacidade de todo profissional) para juntar tudo o que saiu na internet e ter uma visão do que se passou. E certos fatos importantes para esta conexão até desaparecem, apagados por descobertas sensacionais, alguma acusação nova mesmo que seja infundada ou até uma notícia falsa que demora às vezes para ser desmentida ou até permanece como verídica.
Além da desinformação que ocorre, um assunto difícil como este do incêndio de Santa Maria pode vitimar até pessoas que apesar de terem relação com a tragédia não são criminosas. E nem se tivessem alguma culpa grave seria justo que fossem expostas à raiva pública. Aliás, mesmo para quem tiver a culpa comprovada apenas a Justiça é que pode decidir qual será a pena e ainda assim só depois de um julgamento.
Costumo apontar como um defeito esta correria que foi criada na internet e que é muito forte entre nós, brasileiros. Isso já contaminou parte considerável dos leitores e hoje temos muita gente que não pensa duas vezes antes de acusar e até atacar os outros, na maioria das vezes sem nenhuma base de comprovação para sua opinião.
Essa pressa da imprensa tem afetado a todos. Mesmo autoridades que dominam áreas em que não é possível dar respostas rápidas passaram a agir e responder de forma artifical para atender ao desejo de notícias imediatas. É o que acontece com a polícia, que muitas vezes vaza opiniões antes até do início de qualquer investigação.
A menos que seja por prevenção urgente, como ter de correr de uma inundação ou fogo, ninguém precisa saber de imediato o que acontece. Por isso não é necessário dar a notícia rapidamente. Nem é preciso sair ligeiro opinando. O que as pessoas precisam é do fato bem fundamentado, com bases técnicas sólidas e apuração consistente. Essa falta de foco que resulta da fragmentação da informação acaba é criando uma confusão que no final ameniza culpas e principalmente as responsabilidades gerais sobre o fato. E é claro que a zorra dificulta e muitas vezes até impede irremediavelmente que sejam tomadas medidas para que o desastre não se repita.
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POR José Pires
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