
A revelação está no depoimento do advogado Marcelo Maran, que firmou um acordo de delação com a Justiça. Ele contou ter sido responsável durante seis anos pelo controle dessa conta, criada por ordem de seu chefe, Guilherme Gonçalves, dono do escritório de advocacia usado para receber a parcela de propina de Gleisi e Bernardo, no esquema de propinas. Segundo Maran, no início o dinheiro foi usado apenas no financiamento da campanha de Gleisi ao Senado. Com a continuidade do esquema de propina depois da eleição, houve a determinação para o dinheiro ser usado nas despesas pessoais do casal.
No depoimento, Maran apresentou planilhas detalhadas dos gastos de Gleisi e Bernardo, que segundo a Operação Lava-Jato receberam 7 milhões de reais deste esquema. Nos quase quatro anos de duração da negociata, informa a Veja, o casal de petistas recebeu entre 150.000 e 200.000 reais por mês. Este esquema nada tem a ver com o julgamento de Gleisi Hoffmann que já está para acontecer no STF, no qual ela é acusada do recebimento de 1 milhão de reais desviados da Petrobras. Neste processo, outro delator conta como fazia para fazer chegar pacotes de dinheiro nas mãos da senadora. Ré nesta ação, Gleisi é acusada em outras três investigações, com um total de 23 milhões em propina.
O esquema da Consist é um dos mais indecentes crimes do governo do PT descobertos pela Lava-Jato. Referindo-se a este caso, a Veja conta que “a polícia já havia descoberto que Paulo Bernardo, quando era ministro do Planejamento, no governo Lula, tratou de planejar também a vida financeira da família”. O golpe é lamentável. O dinheiro da propina era retirado de créditos consignados, automaticamente descontados de aposentados e pensionistas. A Consist foi escolhida para administrar este crédito. O caso ficou conhecido como “Quadrilhão do PT”. Criaram uma taxa de administração superfaturada, de onde vinha a propina. Uma parte ia para o PT, segundo a revista, “e outra parte para figurões do partido, incluindo Gleisi e seu marido".
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POR José Pires