quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Lula e suas eleições decididas pela grana

Os depoimentos do marqueteiro João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura, mereciam uma boa manchete: “Segunda eleição de Lula foi roubada”. As revelações do casal desmoralizam Lula e seu partido na eleição de 2006. A publicitária afirmou perante o juiz federal Sérgio Moro que dos 18 milhões de reais recebidos pela agência dela e do marido para fazer a campanha de Lula, 10 milhões vieram de caixa dois. É mais da metade do que foi pago. E ressalto que outros custos relacionados à campanha era de outra área. A própria Mônica Moura deixa isso claro no depoimento de delação premiada.

O caixa dois do marketing do candidato eleito do PT é também cinco vezes a arrecadação total dos candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugar naquela eleição, Heloisa Helena e Cristovam Buarque. A primeira arrecadou um total de R$ 377.529,79 e o segundo R$ 1.716.154,28. Estes valores desmontam o mito de Lula como fenômeno eleitoral espontâneo e imbatível, uma fraude alimentada por uma imprensa inepta ou conivente com o esquema liderado por Lula, que até ser arrebentado pela Lava Jato estendia seus braços corruptos e dominadores para as mais variadas instituições.

Lula nunca ganhou uma eleição no primeiro turno, mesmo gastando muito, inclusive comprando partidos, usando seu poder político e financeira para impedir candidaturas competitivas. É muito simples: com dinheiro e poder, Lula montava um quadro eleitoral favorável. Foi dessa forma que acertou a entrada de seu vice José Alencar, definindo a chapa que de duas eleições, com um acerto financeiro com o partido do empresário, já falecido.

Na eleição de 2006, Lula gastou em propaganda exatos R$ 64.484.145,04, computados nisso evidentemente o pagamento de João Santana. Tenho esses dados comigo. São números oficiais, mas como confiar na prestação de contas de um político que simplesmente manda seu marqueteiro pegar um milhão e meio de reais com um dos maiores empreiteiros brasileiros para ele resolver a eleição de um candidato a presidente de outro país? Foi o que ele fez na eleição de Mauricio Funes, em El Salvador, onde evidentemente não poderá pedir asilo político para fugir da cadeia.

A farsa do mito Lula deveria acabar aqui, pondo fim inclusive à lorota atual da mídia, que trata sua suposta influência eleitoral como fato comprovado e inevitável. Ninguém faz sequer um questionamento muito simples. Como o petista vai fazer desta vez, sem a ajudinha providencial de Emílio Odebrecht e outros empreiteiros? Seu marqueteiro vai telefonar para quem desta vez?

Na eleição que João Santana e Mônica Moura revelaram que foi roubada, Lula disputou com um político sem nenhum apelo pessoal, de tal forma que pegou o apelido de Chuchu. E mesmo com Geraldo Alckmin como rival, Lula teve que gastar uma dinheirama. No total (sempre oficial, é claro) foram gastos 91 milhões. O tucano gastou 81 milhões. Mesmo disputando com o Chuchu, o espetacular fenômeno popular inventado pela propaganda e com a complacente aceitação de mídia, teve que ir para o segundo turno. O mesmo ocorreu na eleição anterior, com José Serra, outro político sem apelo popular algum. Se Alckmin é o Chuchu, Serra é um giló. Mas lá foi o fenômeno para o segundo turno, mesmo com um custo de campanha de 34 milhões de reais, enquanto Serra gastou 21 milhões.

Uma das coisas que acho mais lamentáveis em nossa mídia é a exploração irresponsável desse mito fraudulento da força pessoal de Lula numa eleição. O engodo é apoiado em outra fraude, que é a do PT com a força orgânica de uma militância vigorosa. Depois de perder três eleições, o próprio Lula percebeu que essa teoria do PT não tinha fundamento. Tanto é que só aceitou disputar pela quarta vez com a condição de ter suporte profissional, com a máquina publicitária de Duda Mendonça, seu primeiro marqueteiro que também jogou a carreira na lama. Lula sempre resolveu a questão eleitoral comprando suas vitórias, o que fica claro no depoimento dos dois publicitários. Será esta a sua definitiva imagem histórica como político e também a de seu partido.
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POR José Pires

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