A Polícia Federal baixou logo cedo nesta segunda-feira na casa do governador do Piauí, o petista Wellington Dias, porém não era o governador o alvo da operação, e sim a sua esposa, a deputada Rejane Dias, também do PT.
Que baita encrenca, não? Em situações assim, governantes costumam rapidamente se desvencilhar dos implicados, com a demissão ou dando qualquer outro jeito de tirar de perto o alvo da polícia. Ninguém quer ter ao lado uma chave de cadeia. Mas o que se pode fazer quando a acusação de corrupção é contra a própria cara-metade?
A situação da governador do Piauí é de fato inusitada. Não dá para seguir o hábito do exaltado chefão de seu partido, o criminoso condenado Lula, que quando é pego em ilegalidade diz logo que não sabia de nada e não tem relação com o acusado. Como fazer algo assim com a patroa? Bem, Lula chegou até a tentar colocar a culpa de seus malfeitos na própria esposa, mas cabe lembrar que ele só buscou esta saída depois da morte de dona Mariza.
A investigação no Piauí vem desde o ano passado e envolve recursos desviados do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e do PNATE (Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar). Não foi possível precisar ainda o total dos desvios, por causa da variedade de contratos ainda executados pelo grupo de empresas com o governo do estado e prefeituras, mas a Polícia Federal adianta que o esquema causou prejuízo ao Piauí calculado em ao menos R$ 50 milhões.
Parece que o que temos à frente é aquela velha jogada de políticos aliados a uma iniciativa privada que finge executar obras e serviços, em esquemas que existem apenas para desviar o dinheiro da população. Isso tomou conta de tudo, em negociatas que arrasam com a capacidade econômica do país. A população fica sem o retorno de seus impostos e nem se tem a abertura para o crescimento de um empresariado moderno e de qualidade.
A primeira-dama do Piauí é deputada desde 2014, evidentemente se elegendo em dobradinha com o marido, que também é político profissional há décadas. Ela ocupou a Secretária de Educação no primeiro mandato do marido governador, reeleito em 2018. Os fatos investigados na operação desta segunda-feira são do tempo em que ela foi secretária de Educação. O esquema tinha contratos superfaturados em 40%.
Como se sabe, o Piauí é um dos estados mais pobres do Brasil, mantendo-se sempre em disputa com estados como o Maranhão para saber quem fica em primeiro na lista dos miseráveis, todos dominados por uma elite impiedosa, que não tem partido exclusivo, fazendo uso de qualquer ideologia ou projeto de governo para atingir o objetivo de se dar bem às custas dos cofres públicos.
Não importam bandeiras econômicas, se de direita ou esquerda, desenvolvimentistas e liberais — cabem até mesmo promessas socialistas, Deus acima de tudo, qualquer coisa. Vale tudo para manter o Estado sob o jugo de elites apodrecidas. E sempre temos políticos e partidos dispostos a sustentar este status quo que arrebenta com o Brasil, seja no PT de Lula e do governador do Piauí e de outros estados, além de poderem também se servir sempre do governo federal, por ora nas mãos atenciosas de Jair Bolsonaro.
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POR José Pires
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Imagem- A primeira-dama do Piauí, deputada Rejane Dias, e o governador Wellington Dias
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