O primeiro-ministro britânico Boris Johnson chamou de “malucos” os oponentes das vacinas. O governo britânico está expandindo seu programa de vacinação contra a gripe, como uma das medidas preventivas no caso de uma nova onda de coronavírus e tem pela frente muita gente tomada por teorias conspiratórias em relação a qualquer vacina.
O Reino Unido teve até agora 45 mil mortes pelo coronavírus, estando atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil em número de óbitos, mas cabe apontar o tamanho do seu território em relação a estes dois países e fazer também uma relação com o número de habitantes, para avaliar melhor o trauma de tantas mortes entre os britânicos. O Reino Unido está com 66 milhões de habitantes.
Exatamente por um grave erro de avaliação do governo conservador, houve uma demora no combate ao coronavírus. A preocupação agora é com as complicações que opositores de vacinas podem trazer ao trabalho de prevenção para que os serviços de saúde não entrem em colapso com uma nova onda de contaminação. "Agora existem todos esses antivacinas. Eles são malucos", disse Johnson durante uma visita a um centro médico em Londres.
Uma pesquisa recente detectou prováveis encrencas futuras com os tais malucos. A pesquisa é do instituto Yougov. Segundo ela, 16% dos britânicos “provavelmente” ou “certamente” rejeitarão a vacina contra a Covid-19 quando ela surgir. Mais que a atitude de cada um desses doidos, certamente Johnson teme a confusão que pode vir nas redes sociais e nas ruas com a desinformação criada por uma estupidez que ele conhece muito bem.
O primeiro-ministro britânico é um célebre precursor da tal da "pós-verdade", que nada mais é que manipulação de informação e a criação de notícias falsas como ferramentas políticas. Foi dessa forma irresponsável e criminosa que Johnson conquistou o poder, com a imposição da ideia de que o Brexit era o melhor caminho para o Reino Unido. Foi com dados falsos e ataques agressivos e acusações aos adversários que ele convenceu os britânicos.
Agora, com responsabilidades de governo, Johnson está recebendo de seu próprio remédio. Aliás, o mundo todo sofre com a forma de fazer política que teve nele um pioneiro, para depois espalhar-se para outros países. É um vale-tudo em que cabem as mentiras mais absurdas, a criação de teorias conspiratórias muito idiotas, manipulação de notícias e o atiçamento de conflitos entre as pessoas, além, é claro, dos malucos antivacinas.
Como se vê, Boris Johnson está sentido o perigo da monstruosidade criada por ele e parceiros políticos da direita européia, além dos direitistas americanos liderados por Donald Trump e que tem seus laços nojentos também por aqui, no Brasil, onde provavelmente surgirão malucos antivacinas para atrapalhar, caso apareça uma vacina contra a Covid-19.
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POR José Pires
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