quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Zoeira midiática

A imprensa brasileira deixa os leitores brasileiros zonzos quando acontece algo muito forte como foi o incêndio da boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Alguns jornais sempre usaram este método de dar a notícia apressadamente e ir compondo o fato conforme vão aparecendo novidades. Na época do jornal impresso já não era fácil seguir com equilíbrio os acontecimentos, mas uma questão técnica impedia que a confusão fosse maior: saía apenas uma edição diária.

Hoje em dia, com a internet, a fragmentação que é feita de uma notícia torna difícil para o leitor juntar tudo que sai publicado para saber o que aconteceu de fato. Os jornais e revistas migraram para a internet e pegaram os defeitos da televisão. Parece briga por audiência. Até para quem é do ramo não é fácil seguir o ritmo que é imposto pelos sites e blogs. E para embaralhar ainda mais existem também as opiniões nas áreas de comentários e nas redes sociais.

Quando acontece algo importante no país, no final do dia o leitor tem que ter a habilidade de um editor (que até no jornalismo não é uma capacidade de todo profissional) para juntar tudo o que saiu na internet e ter uma visão do que se passou. E certos fatos importantes para esta conexão até desaparecem, apagados por descobertas sensacionais, alguma acusação nova mesmo que seja infundada ou até uma notícia falsa que demora às vezes para ser desmentida ou até permanece como verídica.

Além da desinformação que ocorre, um assunto difícil como este do incêndio de Santa Maria pode vitimar até pessoas que apesar de terem relação com a tragédia não são criminosas. E nem se tivessem alguma culpa grave seria justo que fossem expostas à raiva pública. Aliás, mesmo para quem tiver a culpa comprovada apenas a Justiça é que pode decidir qual será a pena e ainda assim só depois de um julgamento.

Costumo apontar como um defeito esta correria que foi criada na internet e que é muito forte entre nós, brasileiros. Isso já contaminou parte considerável dos leitores e hoje temos muita gente que não pensa duas vezes antes de acusar e até atacar os outros, na maioria das vezes sem nenhuma base de comprovação para sua opinião.

Essa pressa da imprensa tem afetado a todos. Mesmo autoridades que dominam áreas em que não é possível dar respostas rápidas passaram a agir e responder de forma artifical para atender ao desejo de notícias imediatas. É o que acontece com a polícia, que muitas vezes vaza opiniões antes até do início de qualquer investigação.

A menos que seja por prevenção urgente, como ter de correr de uma inundação ou fogo, ninguém precisa saber de imediato o que acontece. Por isso não é necessário dar a notícia rapidamente. Nem é preciso sair ligeiro opinando. O que as pessoas precisam é do fato bem fundamentado, com bases técnicas sólidas e apuração consistente. Essa falta de foco que resulta da fragmentação da informação acaba é criando uma confusão que no final ameniza culpas e principalmente as responsabilidades gerais sobre o fato. E é claro que a zorra dificulta e muitas vezes até impede irremediavelmente que sejam tomadas medidas para que o desastre não se repita.
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POR José Pires

sábado, 26 de janeiro de 2013

Saudades do Brasil do Tom

Nelson Pereira dos Santos e Tom Jobim juntos é um prazer estético e um encontro humano que toca meu coração. O cineasta é um dos meus preferidos. E o Tom Jobim para mim é a completude do artista, porque não é fácil juntar o erudito com o popular, como ele fez com aquela tremenda habilidade musical que torna tudo muito límpido, com fluidez de água e brilho de sol.

Existe um documentário feito pelo Nelson Pereira sobre o Tom que é muito bom, especialmente porque traz para o primeiro plano sua irmã, Helena Jobim, que foi uma pessoa muito importante na sua vida e por quem ele tinha muito carinho. O filme é “A música segundo Tom Jobim”. Helena escreveu um ótimo livro sobre o irmão. Ela escreve sobre suas lembranças com uma rara combinação entre a intimidade do amor fraterno e a necessária ligação com a trajetória artística desse grande, imenso compositor brasileiro.

O Tom é uma das figuras mais importantes na minha vida. Logo cedo, ali pelos 17 anos, me encantei com sua obra que falava de mato, passarinho, lama de beira de estrada. Todas essas coisas tratadas com uma alta qualidade artística deram respaldo à minha ligação com a natureza, que foi a base da minha infância. É claro que essa relação artística com minhas recordações de menino fortaleceu o entendimento em mim de como aprender e trabalhar com isso. Muitas pessoas que nem chegamos a conhecer pessoalmente nos dão tanta saudade como se fossem gente da família. E caso não tivessem aparecido em nossa vida é provável até que fossemos hoje muito diferente. O Tom é uma dessas figuras para mim. Vi o compositor só uma vez só no Rio, ele bebendo algo no antigo restaurante Plataforma e eu em outra mesa. Mas só o observei ligeiramente de longe. Eu não precisava conversar com ele porque já havia entendido tudo ouvindo suas músicas.

O livro de Helena Jobim eu comprei logo que saiu. Perdi um, que deve estar em boas mãos, mas logo comprei outro que é de releitura constante, tendo o cuidado de pular certas partes quando leio em viagem no ônibus, como é meu costume, senão os outros passageiros podem pensar que sou um doido derramando lágrimas em público. A longa descrição da sua doença e da morte repentina é muito triste. Morreu desesperado em 1994, com 67 anos, porque ainda não queria ir. E podia mesmo ter ficado mais um pouco, o que faria um bem danado para todos nós. Seu aniversário seria ontem, quando estaria com 85 anos.

Costuma sempre me vir à cabeça como seria bom saber do lançamento de um novo álbum seu ou ler uma entrevista nova, ele que era um ótimo conversador, de pensamento original e muito bem humorado, com suas divagações sobre urubu, planta, passarinho e tantas outras coisas boas de ouvir.

Ele e Nelson Pereira dos Santos, que ainda está aí com apenas um ano a menos do que o Tom teria hoje, são dois artistas essenciais para nós, brasileiros. Podíamos ter aproveitado muito mais do que eles fizeram, é claro, mas o que soubemos usar bem tem nos dado muita força.

Numa das cenas do documentário de que falei, sua irmã Helena lembra dele, tendo como cenário a Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Nelson Pereira explicou que seria impossível encontrar hoje no Rio de Janeiro um cenário de praia que lembrasse os tempos de sua juventude. Isso acaba reforçando o sentimento de que precisamos ter mais forte em nós o legado artístico e humano do Tom, até para talvez recuperarmos um dia aquele Brasil de suas canções.
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POR José Pires

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Barriga histórica

"Barriga" é um termo jornalístico brasileiro que significa dar uma notícia falsa. Não sei como é que se diz isso em espanhol, mas ontem o jornal El País cometeu uma barriga enorme e que deve marcar negativamente a história do jornal. Eles publicaram uma foto de um homem em uma cama de hospital como se fosse a imagem de Hugo Chávez hospitalizado em Cuba (veja na imagem).

A história desta tola publicação está toda mal contada, inclusive na nota publicada no site do jornal que a direção se apressou em postar logo que perceberam a besteira feita. O texto afirma que a imagem ficou apenas cerca de uma hora na internet e não foi para as ruas na edição impressa. Isso mesmo: chegaram a imprimir a foto com a notícia falsa, mas paralisaram logo a distribuição para substituir a edição.

A nota diz ainda que o diário “abriu uma investigação” para determinar como foi que isso aconteceu e os erros na identificação da fotografia. É nessa hora que a gente dizia nas antigas redações que ia sobrar para o office-boy. E também é aí que a história fica ainda mais estranha e nada exquisita (que é uma coisa “bonita”, em espanhol). A desculpa é feia. Quem conhece bem como funciona uma redação sabe que uma notícia dessas não vai para um site e muito menos para uma edição impressa sem o conhecimento dos que têm alto mando e responsabilidade sobre a publicação. É caso até para acordar o dono do jornal de madrugada. Além disso, o jornal informa que a foto veio da Gtres Online, uma agência desconhecida que tem um site na internet repleto de fofocas sobre celebridades.

É provável que a publicação da foto falsa seja resultado da pressa em dar primeiro uma notícia supostamente espetacular. Esta é uma atitude antiga da imprensa e que se agravou bastante com a invenção da internet. E digo “agravou” porque esta tola presunção de que é preciso saber rápido das coisas acaba dando ao leitor um monte de notícias fragmentadas, num conteúdo difícil de juntar para uma análise séria sobre o que acontece. Isso quando não resulta numa besteira como a publicação desta foto.

E o pior é que este fato mancha a história de um bom jornal, que faz uma ótima cobertura sobre a América Latina e tem noticiado de forma correta os acontecimentos na Venezuela desde antes da doença de Chávez. A notícia falsa deu também uma chance para os partidários do presidente venezuelano se vitimizarem, eles que comandam hoje um regime autoritário tão bem articulado que permite até que haja eleição para manter no poder sempre o mesmo ditador.
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POR José Pires

Prêmio merecido

Lula pode não ser candidato de novo à presidente em 2014, mas este ano ele já ganhou a primeira eleição importante: é o primeiro entre as personalidades mais corruptas de 2012. Ele ganhou de lavada o Troféu Algemas de Ouro. Lula ganhou com 65,69% dos 14.547 votos válidos. Em segundo lugar ficou o ex-senador Demóstenes Torres, seguido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB).

A eleição de Lula se completou simbolicamente com uma tentativa de fraude detectada pelos organizadores da premiação. E os petistas nem vão poder dizer que foi coisa do PIG, da oposição, conspiração da imprensa, essas lorotas deles que surgem sempre que seus líderes são flagrados metidos em encrenca. Os organizadores detectaram a utilização de um programa de votação automática com perfis falsos do Facebook. A fraude direcionava votos para candidatos ligados so PSDB e ao DEM, o que faz a suspeita da maracutaia eleitoral recair novamente sobre vocês sabem quem.

A tentativa de fraude no Troféu Algemas de Ouro foi pesada. Os perfis falsos criados perfaziam 38% do total de votos (23.557), o que tiraria da parada de forma injusta o Lula. Sua eleição é praticamente uma homenagem merecida ao que ele vem fazendo há muito tempo, especialmente desde que pegou o governo federal pela primeira vez.

Portanto, algemas de ouro no companheiro, numa eleição do maior corrupto de 2012 que ficou perfeita com a tentativa de fraude feita evidentemente por eleitores que queriam tirar do chefão petista este justo reconhecimento político.
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POR José Pires

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Precisa-se de gerente

De alto a baixo o Brasil é um país travado na questão administrativa. O impávido colosso se imobiliza e não é só por falta de dinheiro. Os números do final da metade deste terceiro mandato do PT mostram essa dificuldade danada na realização do básico. E isso quando temos na presidência da República alguém que entrou lá no embalo de uma propaganda política que a vendeu ao eleitor como pessoa de alta capacidade gerencial.

São vários os exemplos desta incapacidade administrativa. Estão na segurança, na habitação, na saúde, enfim em tudo quando é necessidade direta da população. Mas fiquemos em apenas um, aquele que foi também uma forte peça de propaganda eleitoral repetida muito antes até da campanha eleitoral começar: a transposição do Rio São Francisco. Números do próprio governo mostram que até final do mês passado só haviam conseguido gastar apenas 18% do orçamento de 2012 à disposição para aquelas obras no Nordeste. E a única coisa que fizeram foi pagar restos dos anos anteriores.

A questão não é apenas a disponibilidade de caixa. Nossos dirigentes públicos não têm capacidade para transformar o orçamento em bens e serviços. Este problema é generalizado e não atinge apenas o governo federal. Municípios e estados sofrem desse mesmo mal. E claro que parte essencial desse drama é também de responsabilidade da iniciativa privada, que no geral atua mal e porcamente na área pública. E a dificuldade também não é restrita à incompetência administrativa do PT, que nisso já vem fazendo história não é de hoje.

Em São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da USP era pra ser instalado no prédio do antigo Detran, que fica ao lado do Parque do Ibirapuera. A notícia é da Folha de S. Paulo de hoje. A inauguração até já foi feita há um ano, mas até agora só o térreo está aberto ao público, com a exposição de umas poucas esculturas.

O museu tem uma coleção que chega perto de 10 mil obras, mas nada pode ser exposto porque o prédio não tem sistema de segurança e vigilância interna. Tudo está parado em razão das licitações nesta área não darem certo. Já foram feitas quatro tentativas, a última delas está sendo questionada na Justiça. O governo estadual não consegue resolver este problema, mas a USP também tem feito pouca coisa para facilitar o andamento administrativo para ocupar o prédio. A universidade nem começou as licitações que são de sua responsabilidade, como é o caso do restaurante e do café que devem ser instalados no museu..

Ora, os tucanos já estão no poder em São Paulo há pelo menos vinte anos e a USP logo mais irá fazer 80 anos. Mas os dois mastodontes empacam porque estão metidos no atoleiro que no final é de todos nós: a ineficiência na administração do bem comum. Como eu disse no início, isso acontece de alto a baixo em todo o Brasil. Se podemos falar hoje em dia de uma unidade brasileira, infelizmente vamos encontrá-la nesta incompetência que junta todos os partidos e instituições nacionais. E todo mundo faz de conta que não é bem assim. Mas este é o grande nó que trava o Brasil. Enquanto esta deficiência não for encarada de frente nem adianta ter orçamento bom. Mesmo tendo dinheiro, um país só pode ir pra frente se tiver também uma classe dirigente capaz de gastá-lo com eficiência.
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POR José Pires

sábado, 19 de janeiro de 2013

Amigo é pra essas coisas

Os petistas entraram numa onda de fazer jantar para arrecadar dinheiro para ajudar a cúpula do PT na devolução exigida pela Justiça com a condenação de uns tantos deles no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal. Além de ir pra cadeia, tem liderança petista que terá de devolver dinheiro. E não está fácil juntar gente de bom coração em torno dos quadrilheiros. O jantar promovido pela Juventude do PT em Brasília teve vendidos apenas 150 convites e mesmo assim só compareceram 70 convivas. Os outros 80 que amoitaram os convites comprados devem ser amigos secretos. Faz muito sentido.

Mas já que os petistas estão nesta onda de solidariedade com macaco velho que foi pego com a mão na cumbuca creio que é justo que comecem a passar o chapéu também para ajudar outro companheiro da base governista, o deputado Paulo Maluf (PP). Penso até que Maluf merece promoções especiais de apoio, já que é de tal importância para os petistas que até o ex-presidente Lula correu para beijar-lhe a mão em sua mansão em São Paulo.

Acabou de sair a conta final da grana que o deputado aliado terá de devolver aos cofres públicos. Sentença divulgada nesta sexta-feira da Corte de Jersey definiu o total que Maluf terá de devolver à Prefeitura de São Paulo por desvios praticados por ele entre 1997 e 1998, quando foi prefeito da cidade. O montante é de US$ 28.344.453,84, que equivale a R$ 57.822.685,83 na atual cotação do dólar comercial. Ele terá de pagar ainda US$ 4,5 milhões em custos de advogados.

Haja jantares para arrecadar tamanho numerário surrupiado. Mas para esta benemerência entre companheiros o PT já tem um bom lugar: pode ser na própria mansão do deputado condenado, onde petistas e malufistas se juntaram naquele reunião histórica do ano passado.
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POR José Pires

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ética é coisa do passado

O ex-governador Olívio Dutra disse anteontem em entrevista à Rádio Guaíba que o mensaleiro José Genoíno não devia ter assumido o mandato de deputado e não demorou para vir um ataque pesado de dentro do próprio PT. Quem deu a bronca foi o deputado André Vargas, secretário de Comunicação do partido. O ataque foi feio e com certeza é coisa combinada com os de cima. A bordoada forte é para evitar que haja ecos internos no partido das críticas feitas por Dutra, que disse inclusive que sua saída do Ministério das Cidades ainda no primeiro mandato de Lula foi para o governo oferecer cargos em troca de apoio .

O deputado lembrou que Olívio Dutra recebeu o apoio dos companheiros de partido quando teve seu indiciamento pedido pelo Ministério Público, em 2002. Ele era então governador do Rio Grande do Sul e foi acusado de conivência com o jogo do bicho. O assunto foi tema de CPI na Assembléia estadual. E para deixar o recado ainda mais claro, Vargas ironizou a demissão dele do cargo de ministro. “Ele não superou a saída do Ministério das Cidades”, ele disse.

A fala do deputado André Vargas: “Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão de todo mundo. Para quem teve a compreensão do conjunto do partido em um momento difícil, ele está sendo pouco compreensivo. Ele já passou por muitos problemas, né?”

Olívio Dutra é figura histórica da maior importância no PT. Surgiu no sindicalismo gaúcho e foi o primeiro prefeito petista de Porto Alegre. É um dos primeiros fundadores do PT. Está nas fotos do dia da criação do partido, no Colégio Sion, em São Paulo. Aparece ao lado de Lula e do historiador Sérgio Buarque de Holanda. Em 1986 foi eleito deputado federal e dividiu apartamento em Brasília com o então colega constituinte Luiz Inácio Lula da Silva.

Estou situando o alvo do ataque do deputado petista para mostrar como estão as coisas no PT. Hoje é um outro tempo. Um partido que vive uma situação em que pode mover sua bancada de deputados para defender uma Rosemary Noronha (Rose, na intimidade) e chamar para isso até o ministro da Justiça não vai admitir de forma alguma que uma voz importante traga divergência ética e ainda mais pública sobre uma questão que parece até programática: a defesa incondicional da cúpula do partido condenada à prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

Vargas pegou pesado com o companheiro Olívio Dutra, o que é bem seu estilo. Ele é homem de José Dirceu no partido. O deputado já andou fazendo ataques grosseiros à oposição e à imprensa e também aos ministros do Supremo. Atua firme na defesa da trinca de quadrilheiros condenada à prisão pelo STF: José Dirceu, Genoíno e Delúbio Soares.

Jamais tive simpatia política por Olívio Dutra. Porém, numa comparação de valor histórico e capacidade política o deputado que o atacou perde longe, bem longe. Se ele não tivesse a guarida política de camaradas graúdos como Dirceu nem estaríamos falando hoje em dia de alguém como André Vargas. Mesmo se fosse eleito deputado, seria um dos mais obscuros do time do baixo clero, aqueles que saem no noticiário nacional apenas quando estão envolvidos com ladroagem.

Mas é um fato que na atualidade o deputado é uma das figuras mais importantes do PT e isso diz muito sobre os caminhos tortos do partido onde Olívio Dutra brilhou e hoje é uma figura menor. Daquela memorável noite no Colégio Sion para cá o PT amassou muita lama e a origem ética é só um rastro quase apagado lá atrás. Se a cerimônia fosse hoje, com certeza o companheiro Lula preferiria ter ao seu lado não o bigodudo sindicalista gaúcho. Talvez até pedisse pro Olívio dar seu lugar para a Rose.
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POR José Pires
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Imagem - Hoje a história é diferente: "Ô Olívio, sai daí para dar lugar para a companheira Rose..."