A volta do companheiro Delúbio já era coisa certa. Hoje foi só a formalização, afinal o ex-tesoureiro é peça essencial na estrutura de poder de José Dirceu, Lula e a companheirada.
Não sei por que encrespam tanto com o pobre do Delúbio. Esses 15 que votaram contra sua reintegração, por exemplo, onde será que pensam que estão? Não acredito que lá dentro do partido não se saiba o que está escancarado para nós que somos de fora.
Teve até três petistas que falaram contra a volta. Partido democrático: três também defenderam o retorno do petista pródigo. Esses três últimos até entendo, mas os que se posicionaram contra estão lutando em vão e até com hipocrisia contra o destino. Qual seria o sentido de barrar Delúbio, se um José Dirceu, por exemplo, (e vamos ficar só com este senão o texto não acaba, já que a lista é longa) não só está dentro como também dita as regras do partido?
E não devemos esquecer que ele é o chefe, não é mesmo? Chefe do partido e "chefe da quadrilha", conforme está no inquérito do mensalão. E além de Dirceu, tem tantos outros companheiros metidos em tantas tretas e não só do mensalão. É de alto a baixo, como nunca se viu — e aí vale o chavão lulista — em nenhum partido nestipaís.
Pode parecer petulância deles, e é mesmo uma petulância, mas a volta do Delúbio parece ser inclusive um recado para o STF. Se o STF vai aceitar ou não, é outra história. Mas o simbolismo da volta é o de que a companheirada pergunta: "quem é que vai encarar?" Não à toa, o arquiteto maior da anistia petista foi o ex-capitão do Lula, um dos que mais se arriscam no julgamento do STF.
Todo petista devia receber o companheiro Delúbio de braços abertos, com tapete vermelho e tudo, sempre pensando também naquela famosa frase, a do "quem não errou que atire a primeira, e blá, blá, blá". Para entender isso no PT, basta olhar para o lado. Os 15 companheiros que não quiseram aceitar Delúbio estão com dificuldade para compreender a mudança do cenário político até dentro de seu partido, o que é uma bobagem e tanto tendo o companheiro José Dirceu do lado para explicar tudinho.
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POR José Pires