sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Lula lá... na Cantagalo

Os moradores da favela do Cantagalo, no Rio de Janeiro, estão pensando em convidar o presidente Lula para morar lá. Lula ficou menos de uma hora por lá e a segurança no lugar ficou de primeiro mundo.
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POR José Pires

Sensibilidade política

Vi um título de uma matéria no site de O Globo e achei que já tinha comissão estrangeira analisando a situação carcerária do país. Até pensei: agora pode dar alguma coisa.

A chamada dizia: “Vídeo que mostraria jovem sendo estuprada em delegacia do Pará choca deputados”. Deputado chocado com as condições carcerárias no Brasil, pensei, só pode ser deputado suíço, francês, talvez até um deputado dinamarquês de alguma comissão da Onu.

Mas não. Eram deputados brasileiros mesmo. Talvez sejam políticos pouco vividos, que ainda não sabem como é o Brasil.
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POR José Pires

Agora vai

Os administradores petistas estão pondo abaixo o que não deu certo. O governador petista Jaques Wagner vai demolir o estádio Ponte Nova, na Bahia. A governadora Ana Júlia Carepa, também do PT, vai demolir a cadeia onde a menina sofreu abusos, no Pará.

Oba, por esse caminho acho que a coisa vai: de demolição em demolição quem sabe eles não chegam no partido?
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POR José Pires

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O lulismo perde, a liberdade ganha

Há alguns meses o jornalista Diogo Mainardi faz um podcast no site da revista Veja. É um dos maiores sucessos da internet. Dali saem denúncias que arrepiam lulistas e o PT. É também um espaço muito criativo, com boas sacadas e o humor seco que Mainardi faz com sucesso.

Um podcast é um arquivo de áudio em mp3 que o internauta pode baixar e ouvir no momento em que quiser. Quem usa o podcast como veículo costuma falar pouco, com textos curtos e objetivos. Eu diria que é um rádio que não é chato: você ouve quando quer, ele não fica buzinando na sua cabeça.

Em seu podcast desta semana Diogo Mainardi fala do processo que sofre da parte de Paulo Henrique Amorim e que o juiz Manoel Luiz Ribeiro julgou improcedente.

Mainardi diz que o processo de Amorim é um dos dez (isso mesmo: dez) que respondeu por causa de apenas uma coluna. Já ganhou oito. E um fato interessante, destacado pelo colunista da Veja, é que o lulismo tentou usar os tribunais para sufocar a liberdade de expressão e seu deu mal. Os processos, que o lulismo perde em sua vasta maioria, estão criando uma base jurídida em garantia da liberdade de imprensa.

Para ler os trechos essenciais do podcast de Mainardi, clique aqui. E para ouvi-lo aqui.
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POR José Pires

TV Lula: você não vê, mas custa os olhos da cara

O governo Lula sempre surpreende a gente. Eu já achava muito os R$ 350 milhões anuais do Orçamento da União destinados à TV do Lula, que dizem ser “pública”, mas sabemos que não será.

Em um país com as necessidades que tem o Brasil, colocar toda essa dinheirama para fazer uma televisão para falar bem do governo chega a ser um insulto. Mas é assim, eles vão gastando dinheiro à toa, nos insultando dia-a-dia e perdendo de vez o pé da realidade.

Não vão gastar mais R$ 350 milhões anuais. O relator da medida, do PT, é claro, acha que é pouco e vai propor que saia mais grana do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). E notem que o que ele acha mixaria é o equivalente ao orçamento da TV Bandeirantes.

Não sei como eles farão para meter a mão no dinheiro do Fistel que, como o próprio nome diz, foi criado exclusivamente para a fiscalização das telecomunicações e não para o financiamento de televisão alguma. Não sei como será, mas eles arrumam um jeito, pode ter a certeza.

Walter Pinheiro, do PT da Bahia, é o nome da boa alma preocupada com o reforço da TV do Lula. Ele ainda não sabe quanto se deve colocar a mais no cofre da TV do Lula para que ela fique tinindo. A princípio ele acha que “com R$ 350 milhões não se faz uma boa TV”. E diz que “pode ser R$ 600 milhões, R$ 700 milhões... dizer um número agora seria um chute”.

Chute? Deve ser uma nova gíria para assalto ao bolso do contribuinte.
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POR José Pires

Hay justicia? Soy a favor!

Uma juíza foi expulsa da carreira judicial na Espanha. O motivo foi ela ter mantido no cárcere um homem que já havia sido absolvido. Ele acabou ficando preso sem causa por 437 dias porque ela se esqueceu de enviar o alvará de soltura.

Fez-se justiça enfim, com o homem solto e a juíza colocada pra fora. Êpa! Está aí uma idéia: será que a Espanha aceita extradição de juiz brasileiro?
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POR José Pires

Ameaça

Bush promete que usará todo seu poder para conseguir a paz no Oriente Médio. Então é certeza que vem mais guerra por aí.
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POR José Pires

Virtual
Mulher mente a idade até em perfil de blog.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A agenda do Lula

Não é que eu não tenha o que fazer, mas agora dei pra ler a agenda do presidente Lula. Dá pra escrever sobre ela todo dia de tão estranha que é. O que se nota na primeira olhada é que para um presidente da República ele tem pouco o que fazer. A agenda de trabalho de Lula já foi muito bem analisada pelo professor de história Marco Antonio Villa e ele comprovou que o petista trabalha pouco e tem pouco interesse pelas atividades administrativas.

Mas na agenda de hoje tem algo bem interessante. Às 9h30 Lula tem uma reunião com o general Jorge Armando Félix, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Logo depois, às 9h45, Lula tem outra reunião.

O que será que o general Jorge Armando Félix foi fazer lá? Decerto foi dar um bom dia para o presidente. Mas tem que ser rápido, pois só tem 15 minutos.
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POR José Pires

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Justiça só mais tarde

Mais notícias sobre o planejamento brasileiro. O ministro da Justiça, Tarso Genro, aquele da “refundação do PT” que não houve, falou sobre o caso da menina que ficou presa em uma cela com cerca de 20 homens no Pará. O ministro disse o “abuso a presas não vai terminar”.

Viram como é bom viver em um país em que há planejamento? Isso pelo menos elimina a tensão da espera de soluções para mais este problema.
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POR José Pires

Agora vai

Outra pessoa que apareceu para falar sobre o caso da menina do Pará foi Nilcéia Freire. Quem é Nilcéia Freire? Bem, é mesmo difícil decorar os nomes de um governo com tantos ministérios (37 na última contagem), mas o cargo da Nilcéia Freire é de ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres. É, isso mesmo: um órgão especial para as mulheres. E tem o status de “assessoria direta” do presidente da República, seja lá o que for isso.

Foi no lançamento de uma campanha nacional pelo fim da violência contras as mulheres que Nilcéia Freire soltou a sua indignação. Nunca se viu neste país um governo com tantas autoridades indignadas. Parecem estar na oposição. Nada é com eles, estão sempre indignados.

A ministra disse que a situação dos presídios femininos já era uma preocupação do governo. E mais: disse que já havia sido criado um “grupo interministerial” para fazer uma revisão de todo o sistema prisional. Segundo Nilcéia Freire, eles chegaram à conclusão de que “a situação é lamentável em todos eles”. Ah, bom...
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POR José Pires

Caso do Pará atrapalha campanha

A campanha lançada por Nilcéia Freire é a “Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Parece coisa de marqueteiro. Vai do período de 25 de novembro a 10 de dezembro por “compreender quatro datas significativas na luta pela erradicação da violência contra as mulheres e garantia dos direitos humanos”.

Na entrevista à imprensa a ministra lamentou a “triste coincidência” do lançamento da campanha a favor das mulheres na semana em que se discute o caso da menina no Pará. Não riam. Não é piada, ela lamentou mesmo.

A campanha tem anúncio em jornal, em revista, no rádio e propaganda na televisão, inclusive no horário nobre. Muita propaganda. Tudo que esse governo finge que faz é cercado de propaganda.

E vamos torcer para que nenhuma outra violência contra a mulher ocorra nesse período para não atrapalhar mais esta campanha do governo Lula.
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POR José Pires

Fala, Marta

Outra voz que precisa ser ouvida sobre este caso é a da ministra Marta Suplicy, que fez carreira política em cima do feminismo. Para as vítimas da crise da aviação civil ela deu o famoso conselho: “Relaxa e goza”. Qual seria o conselho que ela daria para as presidiárias?
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POR José Pires

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Salve-se quem puder

Fala-se muito em plebiscito no Brasil, mas são os próprios políticos que terminam desmoralizando este tipo de resolução. Com o plebiscito do desarmamento muito se discutiu sobre o comércio de armas no país, o sim acabou perdendo, mas alcançou-se pelo menos um consenso: o de que leis reguladoras com um controle rigoroso da venda contribuiriam bastante para a diminuição da violência.

Mas os políticos não ajudam. Uma Medida Provisória sobre o assunto deve ser votada nesta terça-feira na Câmara dos Deputados. O relator é o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS).

A medida Provisória estende o prazo da atual campanha de recadastramento de armas, que acabou em 2 de junho, para 2 de julho de 2008 e também reduz de R$ 300,00 para R$ 60,00 o pagamento de taxa para quem queira comprar uma arma. O relatório do deputado deveria apenas propor a aprovação disso e nada mais.

Mas Pompeo de Mattos colocou umas “coisinhas” a mais no relatório. Vamos a algumas das 82 mudanças incluídas por ele.
  • Autoriza a compra de armas por quem estiver respondendo a inquérito criminal
  • Isenta de pagamento de taxa e de testes psicológicos e de capacidade técnica no uso de armas os proprietário de armas de calibre 22.
  • Libera o uso de arma em via pública. Hoje isso é proibido para 25 diferentes profissões, como políticos, advogados, caminhoneiros, militares reformados e taxistas.
Ah, sim, o deputado Pompeo de Mattos recebeu em sua última campanha eleitoral R$ 120 mil reais de duas grandes fábricas de armas, a Taurus e a CBC.
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POR José Pires

Amorim perde pra Mainardi e ainda tem coisas para explicar

Como lulistas, petistas e agregados soltam foguetes quando Diogo Mainardi perde um processo na justiça, é bom a gente informar quando ele ganha.

Desta vez foi Paulo Henrique Amorim que teve julgado como improcedente um processo movido contra o colunista da revista Veja. Amorim queria 1.500 salários mínimos e mais R$ 0,50 por exemplar vendido da Veja em que teve citado seu nome. Ele ainda pode recorrer.

A peça do juiz Manoel Luiz Ribeiro, da 3ª vara Cível de Pinheiros, é um belo texto em favor da liberdade de expressão e do debate público de questões que não podem – e não devem, digo eu – ser tratadas como negócios particulares.

Em sua coluna, Mainardi acusou Amorim de fazer o jogo do lulismo em seu blog na internet. Segundo ele, depois que os fundos de pensão passaram a influir no provedor IG criou-se um quadro de blogueiros, todos eles afinados com o que Mainardi chama de “DIP” (numa alusão ao organismo de inteligência e comunicação do governo Vargas) de Luiz Gushiken, então ministro responsável pela Secom, a Secretaria de Comunicação da presidência da República.

Para exemplificar, Mainardi lista uma série de blogueiros do IG. “De lá para cá, além de José Dirceu, foram contratados como comentaristas Franklin Martins, Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Todos eles na fase descendente de suas carreiras”, diz Mainardi, que ainda revela os salários da turma: “Quer saber quanto o iG paga a Franklin Martins? Entre 40 000 e 60.000 reais. Quer saber quanto ele paga pelo programa de Paulo Henrique Amorim? 80.000 reais”.

Amorim não gostou de Mainardi dizer que ele está em “fase descendente” de sua carreira. Mas o juiz não aceitou como ofensa a qualificação. “Sem dúvida o autor já foi jornalista da Rede Globo de Televisão, apresentando programas de elevadíssima audiência, de forma que a menção à “carreira descendente” visa apenas identificá-lo como estando hoje em veículo de menor expressão do que aquele outrora”, escreve no processo o juiz Ribeiro.

Mas são as idas e vindas de Amorim, com mudanças abruptas de opinião, que são assunto nas rodas jornalísticas e nos sites especializados em comunicação. O jornalista já esteve na linha de ataque a Lula quando Fernando Henrique Cardoso estava no poder. Na época, segundo o site Consultor Jurídico, Lula processou a TV Bandeirantes depois de ser acusado de desonesto por Amorim. Hoje Amorim faz o rumo inverso: defende o lulismo e ataca com virulência a oposição.

Ele mesmo definiu seu estilo em entrevista à Folha de S. Paulo: “Quando a gente senta no computador para escrever, é como se estivesse apertando aqueles botões que disparam mísseis. Cada vírgula minha tem um alvo. É um exercício de pancadaria verbal, de pancadaria ideológica".

Contraditoriamente para um homem que se define assim, ele opta via jurídica e não a jornalística defender suas posições profissionais ou políticas. Amorim também ameaçou o site Consultor Jurídico depois da divulgação de seu nome em uma lista de pessoas contratadas para afastar Daniel Dantas do comando da Brasil Telecom.

Entrevista pelo site, Luciane Araújo, testemunha em processo que corre na Itália, disse que Amorim era festejado na Itália. Segundo o Consultor Jurídico, o chefe de operações clandestinas da Telecom Italia, Marco Bernardini, costumava dizer que “quem tem o Paulo Henrique Amorim não precisa de mais ninguém”.

Segundo o Consultor Jurídico, Amorim ainda pode ter outros problemas “caso não explique porque ele nunca declarou no Brasil a propriedade de dois apartamentos em Nova York”. Conforme o site, ele admite a posse de três carros importados, uma moto e três apartamentos no valor de 800 mil reais cada um. “Um patrimônio incomum para quem vive de jornalismo no Brasil”, finaliza o Consultor Jurídico.

Para ler a crônica de Diogo Mainardi, clique aqui. E para ler a sentença do juiz, aqui.
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POR José Pires

A cara do regime de Chávez

Esta foto simboliza bem o governo venezuelano. O grande boneco de Hugo Chávez foi instalado sobre um prédio de um mercado de alimentos conveniado com o governo. O mercado está fechado por falta de alimentos.

O mau gosto e o culto à própria imagem são muito parecidos com uma história bem conhecida, a dos regimes comunistas que endeusavam seus líderes e submetiam a população ao totalitarismo.

E a esquerda brasileira venera e defende Hugo Chávez. Ainda que não fosse pelo autoritarismo do falastrão, o mau gosto e a falta de conteúdo já seriam bons motivos para não entrar numa barca furada ideológica como esta.

Mas pelo líder que eles seguem aqui na nossa terrinha, dá a impressão de que o mau gosto e a falta de conteúdo é que movem a esquerda.
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POR José Pires

Sofrimento em cadeia

Só quem está desatento às condições das cadeias no Brasil se impressiona com o caso da menina de 15 anos que ficou presa com mais de 30 anos no Pará. É uma violência revoltante, sem dúvida, mas é apenas mais uma entre a barbárie que reina no sistema carcerário brasileiro.

Situações degradantes como a vivida pela menina no Pará ocorre em nossas cadeias inclusive com homens. E esta realidade sórdida é aproveitada por policiais e delegados para ameaçar ou “punir” quem eles querem. Com peixe pequeno, é claro, pois também no sistema carcerário existe uma clara divisão de classes em que os maiorais do crime tem regalias e privilégios.

A Folha de S. Paulo tem coberto bem o caso do Pará. Fez boas reportagens nos últimos dias. Mas se um repórter desse jornal se deslocar até à delegacia mais próxima da sede do jornal, em São Paulo, provavelmente irá encontrar material tão revoltante quanto o que existe nas cadeias do Pará ou de qualquer outro estado brasileiro.

O que há de marcante neste caso em que uma mulher foi vítima de abuso durante quase um mês é que a responsabilidade pela indignidade está nas mãos de mulheres: o caso aconteceu em um estado governado por uma mulher, a prisão foi feita por uma delegada e a garota foi encarcerada por uma juíza.

O que significa isso? Significa que quando uma sociedade está gravemente doente como a nossa, solução alguma virá de sensibilidades particulares: a da mulher, a do negro ou a de qualquer minoria ou segmento “especial”. O remédio tem que ser universal. E bem forte.
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POR José Pires

sábado, 24 de novembro de 2007

O italiano Gilberto Gil

O ministro Gilberto Gil apregoa pelos quatro cantos – na falta de mais canto – sua “afrodescendência”, mas bobo não é. Gil vai pedir cidadania italiana por causa da ascendência da mulher, Flora.

O que todo mundo já pergunta é se Gilberto Gil já pediu cidadania nigeriana ou de qualquer outro país africano. Cadê o orgulho da raça?
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POR José Pires

Apedeutismo na mira

Espera aí. Vamos ao dicionário. Preconceito é um conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos. É uma idéia preconcebida sem que haja um fato concreto que a comprove.

Então dizer que Lula despreza a própria educação não é preconceito. Pode-se até discutir a conveniência política para que isso seja dito, mas preconceito absolutamente não é.

Lula teve tempo e dinheiro para adquirir mais conhecimento: durante mais de duas décadas, inclusive, foi o único político brasileiro que recebeu um salário mensal de seu partido. Podia ter lido mais, feito alguns cursos, viajado não para "comer um leitãozinho" ou ficar vagabundeando na praia mas para adquirir cultura. Mas não fez nada disso. Leitõezinhos, percebe-se pela silhueta, comeu bastante. E hoje até se gaba de não ter estudado, o que, na sua posição, é um péssimo exemplo para os jovens.

E não estou falando do estudo formal, da falta de um diploma qualquer. Lula, isso é sabido e acaba sendo transmitido nas suas falas, não gosta de se aprofundar em qualquer assunto. Vai levando na superfície. E como eleitoralmente deu certo nos últimos 5 anos, ele parece até se orgulhar da própria ignorância. E trata com desprezo e leviandade temas pelos quais deveria ter respeito.
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POR José Pires

Facilitando o futuro

Mas a ignorância do Lula tem sua compensação. Quando for for fazer fazer seu "memorial" após sair da presidência da República, vai economizar bastante espaço. Sua biblioteca cabe na estante da televisão.
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POR José Pires

Cuidando da imagem

Tucano é um bicho complicado, mas não se sabia até agora que até em marketing o bicho fazia besteira. Colocar no ar uma propaganda política dizendo que o PT copia tudo do PSDB exatamente no momento em que a Procuradoria-geral da República denuncia no STF o “mensalão mineiro” e no mês em que vai se votada a CPMF é mesmo coisa de... de tucano.
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POR José Pires

Brasil-sil-sil!

Essa não há Dunga que estrague: o Brasil é campeão mundial na quantidade de horas gastas para que uma empresa pague todos os impostos e tributos. Segundo análise da consultoria PriceWaterhouseCoopers, com base nos dados reunidos pelo Banco Mundial, são necessárias 2.600 horas (352 dias) para que uma empresa cumpra todas as obrigações fiscais. E o Brasil é o primeirão entre 178 países.

Ninguém segura este país. Mas todos pagam um dinheirão.
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POR José Pires

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A culpa é do cofre
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, também hipoteca solidariedade ao senador Eduardo Azeredo. Os petistas riem de orelha a orelha, o caso do “mensalão mineiro” vem a calhar para consolidar a tese petista do “somos todos iguais”.

“Se não houver uma reforma política que crie o financiamento público de campanha esse risco vai continuar existindo na política brasileira”, ele disse. É perfeito. Os políticos roubam, fazem caixa dois, subornam, lavam dinheiro e o problema é do sistema de financiamento eleitoral.

Se o raciocínio valesse para os outros tipos de crimes, então em vez de botar na cadeia os ladrões comuns teríamos que arrumar um novo sistema para que eles possam se apossar do nosso dinheiro sem transgredir a lei.
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POR José Pires

Inocência desprotegida
Berzoini também reclamou de gente malvada que tira os políticos do bom caminho. Vejam o que ele disse: "O financiamento privado envolve muitas vezes a ação de pessoas que estão mal intencionadas e que acabam se aproximando dos políticos com outros interesses e oferecendo mecanismos de financiamento nem sempre transparentes."

Lula está certo. A corrupção só acontece no Brasil porque os políticos são inocentes.
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POR José Pires

Cercado de inocentes
Lula lançou nota lamentando a saída do ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, que foi denunciado junto ao STF pela Procuradoria- Geral da República por peculato e lavagem de dinheiro. No texto ele afirma que “mantém integral confiança” em Mares Guia e também que está seguro de que ele será inocentado.

Desse modo, a lista de inocentes em torno do Lula vai aumentando. E então ele podia colocar na lista de seus inocentes o senador tucano Eduardo Azeredo e mais 13 (são 15 com Mares Guia) denunciados de envolvimento com o “mensalão mineiro”.

Mares Guia era vice-governador de Minas Gerais e trabalhava na campanha eleitoral de Azeredo como “arrecadador informal”. Se o ministro de Lula é inocente então os demais também são.
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POR José Pires

O xis do problema
Lula tem razão. Esse é o problema da política no Brasil: têm inocentes demais. Talvez seja por isso mesmo que eles se metem em tanta corrupção. Muita inocência.
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POR José Pires

Caluda compañero...
Mais um cala-boca em Chávez. O governo da Colômbia pôs fim à mediação do presidente venezuelano para a troca de guerrilheiros presos por reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

É que Chávez fala demais mesmo e não é só no momento em que Zapatero está se expressando. Desta vez, Chávez andou telefonando para o comandante do Exército da Colômbia sem a autorização do presidente colombiano Álvaro Uribe.

E também se vangloriava de seu papel de mediador. Em Caracas fez isso em um discurso para cerca de 50 mil manifestantes. E em Paris o falastrão vaidoso disse que em três meses conseguiu mais do que o governo colombiano em cinco anos.

E agora a Colômbia também não quer mais ouvi-lo. Se a coisa continua desse jeito, logo mais Chávez só terá o Lula e o Evo Morales para conversar. Aí parece que existe um vocabulário bem integrado.
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POR José Pires

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Um país onde o mal prevalece
Dois textos publicados hoje na imprensa brasileira se interpenetram, mesmo estando os dois autores distantes em estilo e posicionamento políticos. O encontro de ambos é na exposição de um drama que parece não comover os brasileiros e evidentemente pouco interessa aos políticos e autoridades do país. É a tragédia histórica e cotidiana que se abate sobre os indígenas.

Um deles é a coluna do excelente Janio de Freitas que fala sobre a triste situação dos xavantes, que vão começar a receber o Bolsa Família. Seu texto saiu na Folha de S. Paulo de hoje. Este povo, que o jornalista visitou para uma reportagem na década de 60 e que na época eram tão saudáveis que não tinham sequer uma cárie nos dentes, hoje precisa da esmola do governo federal para atenuar seu estado de fome e subnutrição.

Freitas traz à memória as Unidades Sanitárias Aéreas, projeto criado por Noel Nutels – que o jornalista com toda a razão qualifica de “especialíssima figura”. Era uma obra do governo JK em que uma equipe formada por clínico, dentista, oftalmologista e outras especialidades ia até as tribos indígenas estudar suas condições de saúde. Segundo o jornalista, os especialistas encontraram nos índios, entres eles os xavantes, uma saúde de “perfeições humanas muito mais completa e difundida do que se podia imaginar”.

A “civilização” acabou com suas florestas, seus rios e até empesteou o seu céu. E hoje eles estão em situação tão lastimável que até precisam do Bolsa Família para amenizar o estrago.

Outro veículo da mídia em que a situação dos índios surgiu hoje como má notícia nada surpreendente, mas de qualquer modo revoltante, foi em O Globo. Foi também uma colunista, a jornalista Miriam Leitão, que escreveu sobre o drama vivido pelos terena, os guarani e os caiuá no Mato Grosso do Sul. O texto da jornalista, que é uma profissional experimentada, tem um título que é um misto de ironia e também do desalento que abate a todos neste país sem conserto: “Por que é assim?”

Na usina Debrasa, no Mato Grosso do Sul, a fiscalização encontrou 820 indígenas trabalhando em situação degadante. Como a maior parte das usinas de cana-de-açucar do Brasil, a Debrasa está nas mãos de uma família. Este setor é dominado por dinastias. O usineiro atual, José Pessoa de Queiroz Bisneto, é da quarta geração.

Naquela região, também há gerações, os indígenas vem perdendo terra. Acabaram confinados em uma área tão pequena que não conseguem produzir. Por isso trabalham no corte de cana-de-açúcar.

Na usina Debrasa há indícios até de racismo em relação aos indígenas, pois eles eram tratados de forma inferior aos outros trabalhadores. Quem contou para a jornalista foi o procurador Jonas Moreno, que participou da ação fiscalizadora. Ele disse também que documentou, fotografou e filmou tudo “para ninguém dizer que não foi assim”.

Sobre o tratamento que davam aos índios na usina, o procurador afirmou o seguinte para Miriam Leitão: “Eles tratavam os trabalhadores não índios bem melhor que os indígenas. Os não índios tinham refeitório, a comida era melhor; os índios comiam em marmita que praticamente só tinha arroz. Ficavam em alojamentos superlotados, onde fazem suas refeições noturnas perto das fossas sanitárias. Moscas que circulavam nas fossas pousavam na comida”. Entendemos que o almoço seja em marmita, no campo, mas por que não haver refeitório para eles no jantar? Por que a discriminação?”

Notem que mesmo entre os trabalhadores de um setor notório pelo descumprimento de normas trabalhistas básicas – onde a fiscalização trabalhista e a polícia chegam a encontrar trabalhadores em condições parecidas com a de escravidão – os indígenas estão por baixo.

O grupo que domina a Debrasa, segundo uma reportagem da revista Dinheiro Rural de junho deste ano, está entre os dez maiores produtores de açúcar e álcool do Brasil e tem capacidade de moer sete milhões de toneladas de cana por ano. “Por que é assim?”, pergunto eu.

Em sua coluna, Janio de Freitas fala de uma “vastidão de miséria negra e branca”, da qual inevitavelmente os indígenas não poderiam escapar. Concordo plenamente. Mas o infortúnio indígena é de um peso imenso, bem maior do que o que pesa sobre nós, os não-índios. Somos unidos pela miséria causada pelo descaso e pela má-fé, que andam sempre junto por aqui e fazem um estrago danado, mas os indígenas estão até sendo exterminados como povo.

E indígenas não servem nem para a demagogia, já que não têm movimentos políticos ativos – como os dos negros, por exemplo – e nem são um grupo social influente eleitoralmente. Para eles só resta contemplar os brancos, negros e amarelos enquanto se acabam na miséria.
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POR José Pires

Aviso ao consumidor
Mais uma constatação de que não é da falta de planejamento que devemos reclamar. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alertou que 2008 têm grandes chances de começar com nova crise de gás.

Ele dá várias explicações, mas o que importa é que já está planejada a falta de gás em 2008.
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POR José Pires

Agora vai
Lendo a agenda de trabalho (sic) do presidente Lula vejo que às quatro da tarde ele tem uma reunião com sua Chefe de Gabinete-Adjunta de Informações em Apoio à Decisão do Gabinete Pessoal do Presidente da República.

Não sei o que é isso, mas que parece ser muito importante, isso parece.
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POR José Pires

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sobre o Apedeuta Maior
Em sua coluna de hoje no Jornal do Brasil, o jornalista Augusto Nunes escreve um dos artigos mais vigorosos contra o presidente Lula. Não se via porretada tão forte em Lula desde aquele famoso artigo do agora ministro lulista Roberto Mangabeira Unger em que ele afirmava que Lula comanda o governo mais corrupto da nossa história.

Sobre Lula, Nunes diz que “nunca houve um presidente tão visceralmente ignorante”, no que ele tem toda a razão. O jornalista comenta as recentes palavras em apoio a Hugo Chavez, depois deste ter tomado o cala-boca do rei espanhol. Em entrevista logo após um almoço no Itamaraty – ocasião em que ele pode molhar a garganta com três ou quatro taças de vinho – Lula misturou vários sistemas políticos na tentativa de comprovar sua tese de que o colega venezuelano é um autêntico democrata.

Sobre a notória dificuldade de Lula em qualquer área do conhecimento que esteja fora da mera fofoca de corredor, Nunes chega à uma conclusão terrível para nós todos: “há quase cinco anos, o Brasil é governado por um homem que seria reprovado no mais singelo concurso público que incluísse uma prova de conhecimentos gerais”.

Vale a pena conhecer o texto, uma peça rara nestes tristes tempos em que uma porção enorme dos nossos jornalistas só vai para a redação com luvas de pelica. E o rabo preso. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

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POR José Pires

Tucanos criam esboço de oposição
É difícil acreditar, mas aparentemente os tucanos acordaram. Ainda não é o caso de esperar que façam revoada oposicionista sobre o Planalto, mas o fato é que o partido produziu uma proposta de programa que ataca com relativa firmeza – para tucano é um porretaço – o governo Lula e até mesmo alerta para ameaças à democracia. O programa deve ser aprovado na convenção do PSDB que começa amanhã e vai até sexta-feira.

O documento fala também do aparelhamento do Estado feito pelo PT e até faz uma alusão velada ao projeto autoritário de Chávez. Aliás, tudo é insinuação no texto. Os tucanos conseguiram produzir 20 páginas sem nada apontar diretamente. São ambíguos até sobre a grande questão do partido, a privatização. Neste caso, é dito que “o PSDB não é privatista nem estatista”. Só não definem a porcetagem.

O feitio tucano também se mostra no caso em que alertam para o risco que corre nossa democracia caso Lula adote teses chavistas. Evidentemente não citam objetivamente o projeto político do falastrão venezuelano.

Segundo o que se diz, teria vindo de Fernando Henrique Cardoso a inclusão do trecho que ataca a tese do terceiro mandato, que vem animando lulistas e o próprio Lula. “Ambições futuras podem vir a golpear a democracia, como ocorre em países vizinhos onde o continuísmo de pseudo-salvadores da pátria desvirtua as regras da verdadeira representação e participação popular” diz o trecho.

Após o alerta, os tucanos garantem que “estarão atentos” para não deixar que isso aconteça, o que alivia ninguém. Dá vontade de perguntar onde estavam até agora.

Obviamente o documento tucano não lembra que foi o próprio PSDB que começou com esse negócio de reeleição, mas não se pode exigir auto-crítica de tucano. Quem quiser ler o documento tucano, pode clicar aqui. É bem escrito, pois nisso os tucanos sempre tiveram qualidade. São excelentes para fazer documentos do partido e até mesmo programas de governo – tanto o da primeira eleição de FHC são bem bons – mas o difícil depois é colocar em prática.

O esboço para oposicionista ficou pronto. Mas quem é que vai fazer a arte final? E também temos que lamentar que essa vocação oposicionista só tenha surgido agora, às vésperas de uma convenção do partido, com o risco de sempre da valentia ficar apenas nas letras de forma do documento.

A realidade logo mais deve comprovar o que eu digo. Não é difícil os tucanos fazerem essa cara de enfezadinhos com o programa deles nesta convenção e logo mais, bem daqui a pouco, aprovarem a CPMF do governo Lula.
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POR José Pires

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Chávez lá, Lula aqui
O ex-ministro da Defesa venezuelano Raúl Baduel continua alertando sobre a reforma constitucional que vai a referendo no dia 2 na Venezuela. Em entrevista publicada hoje no Jornal do Brasil ele diz que, se aprovada, a reforma de Chávez acaba com a democracia em seu país.

Segundo ele a reforma concentra poder de forma desmedida. Em um de seus pontos, por exemplo, a reforma criada por Chávez permite ao presidente eleger ou demitir governadores e prefeitos.

O poder conferido ao presidente pela reforma venezuelana explica em boa parte a admiração que a esquerda aboletada ao poder no Brasil tem para com a “democracia” de Chávez. Pois não foi Lula que andou reclamando da democracia que, segundo ele, atrapalha bastante o ato de governar? Não é à toa que Lula corre para defender Chávez até do bem dado cala-boca do rei da Espanha.

E a leniente oposição brasileira não se apercebe que o caminho venezuelano proposto por Chávez deve determinar os rumos do governo petista por aqui. Lula quer se manter no poder e o PT e a massa de militantes que aparelharam o Estado não podem sequer pensar em sair do governo, até porque isso acarretaria uma forte rebaixada em seus padrões de vida pessoal.

Mas, quanto ao plebiscito na Venezuela, Baduel também teme que as próximas manifestações populares se tornem “uma revolta sem controle”. Em sua fala, ele deixa entender que sente o cheiro de guerra civil no ar. Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.
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POR José Pires

Olha a cabeça!
No Brasil muita gente sofre da “Síndrome do Tijolaço”. A tal síndrome é uma categoria que inventei para definir um certo tipo de pessoa que no geral aparenta um estado de normalidade, até com alguns picos de genialidade, mas que em determinado momento vem com uma besteira que desmonta toda aquela personalidade aparente do cotidiano.

A síndrome vem de uma conhecida piada. A do cara que está preso em um hospício e chama uma visita e diz que só está ali por uma conspiração de parentes, mas que na verdade é totalmente são. Quando a visita já está de saída e inclusive disposta a intervir pelo confinado recebe uma violenta tijolada na cabeça. Quando vira para trás vê o louco que parecia normal dizendo: “Não vai esquecer...”. Esta é a “Síndrome do Tijolaço”.

Na política são muito comuns esses ataques. Está certo que boa parte dos políticos não pode ter isso, sendo loucos o tempo inteiro. Mas o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se enquadra nesta síndrome. O senador é inteligente, tem idéias originais e até possui uma qualidade original para um político: pensa com a própria cabeça. E até escreve bem, qualidade ainda mais rara no setor.

Mas agora Buarque acaba de apresentar um projeto que impede parlamentares, prefeitos, governadores e presidente da República de matricularem seus filhos em escolas particulares durante a educação básica. Todos que tem cargo eletivo seriam obrigados a colocar filhos e demais dependentes em escolas públicas a partir de 2014.

Para o senador, com os filhos de políticos na escola pública, haverá melhoria na educação gratuita. E nada mais digo. O senador Cristovam Buarque até que ia bem, com um comportamento equilibrado até nessas crises do Senado, mas esse tijolaço doeu.
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POR José Pires

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Uma voz que não se cala na Venezuela
A fala do ACMzinho sobre a democracia (veja abaixo) na Venezuela soa mal. Aliás, o DEM, ou ex-PFL, tem um grave defeito de fábrica que dificulta muito a participação de seus parlamentares no debate sobre a democracia. É um partido manco para este assunto tão importante nesses dias.

Mas se a presença do neto do falecido coronel da Bahia é contraditória e de pouca credibilidade nesta discussão, o contrário acontece com as críticas do ex-ministro da Defesa Raúl Isaías Baduel contra o presidente Hugo Chávez. O venezuelano Baduel viu o problema por dentro. Ele é tido como o responsável pela volta de Chávez ao poder depois da tentativa de golpe em abril de 2002 e esteve no governo, primeiro como chefe do exército e depois à frente da Defesa, cargo que abandonou em julho deste ano.

Mesmo que o presidente venezuelano já esteja chamando Baduel de “traidor” é muito difícil incluí-lo nesta categoria em que cabe qualquer um que discorde do projeto chavista de perpetuar-se no poder. Em entrevista à Folha de S. Paulo de hoje o ex-ministro da Defesa classifica o projeto de reforma constitucional como “uma fraude constituinte em curso e um golpe de Estado”.

Por enquanto (e a ressalva é minha) o general prega o “exercício da cidadania” por meio do voto para opor-se à intenção de Chávez. Mas ele já manifesta o temor de que haja um ‘processo de violência generalizada, de confrontação e de instabilidade” na Venezuela.

O oposicionista que mais ameaça o projeto de Chávez nasceu do próprio processo que levou ao fortalecimento de seu mito, primeiro na ação decisiva ao golpe e depois na constituição do governo.

Baduel é um adversário para se temer, bem diferente dos aloprados que tentaram o golpe em 2002. É um homem de ação. E recebeu elogios do próprio Fidel Castro por seu papel naquele decisivo momento da história venezuelana. Castro acompanhou tudo passo a passo de Cuba e fala de Baduel em uma entrevista ao jornalista Ignácio Ramonet do Le Monde Diplomatique, uma longa conversa transformada em livro que ainda não foi lançado no Brasil.

A entrevista foi feita bem antes do rompimento entre Chávez e seu salvador, mas é provável que hoje Castro se arrependa dos derramados elogios ao general Baduel. E nem dá mais para tirar do livro, como era de praxe nos regimes comunistas. O trecho disponível mencionado está disponível na internet: veja aqui. É muito interessante como documento, tanto pela importância óbvia de Castro neste caso quanto por suas observações sobre um personagem que se alteia cada vez mais nos acontecimentos venezuelanos. Tenho a impressão de que ainda vamos ouvir falar muito do general Baduel.
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POR José Pires

Contrário que ajuda
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (não precisa apresentar, não?) senta a lenha em Hugo Chávez. Diz que na Venezuela não tem democracia e que o país tem que ser impedido de entrar no Mercosul.

Não quero ser paranóico, mas dá a impressão de que uma entrevista dessa seja parte de uma conspiração para fortalecer Chávez. Por qué no te callas, ACMzinho?
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POR José Pires

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Pareja de la pesada
Agora a Espanha vai afinar. O magnata do petróleo Lula apóia Hugo Chávez.
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POR José Pires

Soy mas yo

A corte de Hugo Chávez tem uma imensa vantagem sobre a corte do rei Juan Carlos, da Espanha. Lá na Venezuela o bufão da corte é o próprio rei.
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POR José Pires

Deu a louca na Defesa
Como diz a rapaziada, o Ministério da Defesa surtou de vez. Primeiro foi o próprio ministro, Nelson Jobim quem disse que o Brasil deve reforçar sua capacidade de proteção contra atos terroristas. Foi na abertura da IV Conferência do Forte de Copacabana, no Rio, que tem como tema a segurança internacional.

Jobim ficou animado com o megacampo de petróleo e quer proteger nossas riquezas recém-descobertas. Para ele, o Brasil precisa possuir submarinos nucleares e, para isso, tem que ter o domínio do enriquecimento de urânio.

Mas nem tínhamos acabado de rir da fala de Jobim e vem a notícia de que o secretário de Política, Estratégia e Relações Internacionais do Ministério da Defesa, General José Benedito de Barros Moreira, também andou falando da bomba atômica brasileira.

“Nós temos de ter no Brasil a possibilidade futura de, se o Estado assim entender, desenvolver um artefato nuclear. Não podemos ficar alheios à realidade do mundo", foi o que ele disse durante um programa da TV Câmara no início da semana.

Então fica assim. O ministério do Jobim não consegue nem fazer avião de carreira decolar no horário certo e tem dificuldade de caixa até para o "rancho" da tropa. Mas para a bomba atômica e submarinos nucleares estamos prontinhos.
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POR José Pires

Agora vai
Mas do ponto de vista da geopolítica o general até que tem uma certa razão. Os Estados Unidos não admitem que o Irã detenha tecnologia para fabricar a bomba atômica, mas isso é com o Irã, país de gente malvada.

Talvez com os brasileiros, gente muito bacana, de muita ginga, malemolência e outros charmes, pois talvez com um país do bem como o nosso os norte-americanos não fiquem zangados: podem até ajudar o Brasil a fabricar a bomba.

O negócio é vestir uma daquelas fantasias de milico no ministro Jobim e mandá-lo para negociar a nossa bomba com o Pentágono.
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POR José Pires

quinta-feira, 15 de novembro de 2007








Pela República Brasileira

Esclarecimento
Uns pode achar que é exagero, pois afinal a República está aí. É isso, só falta enterrar. A vela foi roubada do blog Catarro Verde, pois não vou gastar vela minha com defunto ruim.
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POR José Pires

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O rei que mandou Chávez se calar quer também calar a imprensa
Com a repreensão ao presidente Hugo Chávez durante a reunião Ibero-americana o rei Juan Carlos virou estrela mundial, simbolizando um cala-boca ao autoritarismo do venezuelano, mas em casa o monarca espanhol enfrenta um sério problema que pode manchar seu suposto liberalismo.

A censura à revista de humor El Jueves e o processo contra os dois autores de um cartum publicado na edição de julho último (que foi apreendida nas bancas) teve uma péssima repercussão para a monarquia espanhola. Os autores são o desenhista Guillermo Torres e o roteirista Manel Fontdevilla. Ontem os dois foram também condenados a uma multa.

A piada publicada na capa da revista se refere a recente lei espanhola que beneficia com 2.500 euros pelo nascimento ou adoção de uma criança, conhecido como “cheque-bebê”. A revista apresenta o príncipe e a princesa de Astúrias fazendo sexo na famosa e internacional posição do “cachorrinho” enquanto o príncipe diz: "Você se dá conta que, se ficar grávida... isto vai ser o mais próximo a trabalhar que já fiz na minha vida!”

É um bom cartum, na velha linha de escárnio dos semanários franceses como o humorístico Charlie-Hebdo. Mas os franceses já se livraram da realeza há séculos e a Espanha convive com esta excrescência política em pleno século XXI.

O diário britânico The Times interpreta a apreensão da publicação e o processo contra os dois cartunistas como um sinal do desgaste da figura do rei. A investida da Coroa contra a liberdade de expressão também faz lembrar os recentes ataques de fundamentalistas islâmicos contra a imprensa ocidental no episódio da publicação de charges com a figura de Maomé.

O jornal considera que a decisão judicial de apreender o número da revista teve “o efeito contrário, colocando uma pouco conhecida publicação no centro da atenção internacional e provocando um debate nacional”. A censura à revista também reavivou o forte republicanismo espanhol.

Um professor de História Espanhola, Alejandro Quiroga, ouvido pelo The Times disse que "na sociedade espanhola sempre houve um forte republicanismo, mas até agora não havia sido tema político". E agora, segundo ele, está sendo cada vez mais.

A decisão da Justiça Espanhola, que condenou ontem os dois autores a uma multa de 3.000 euros deve esquentar o debate e desgastar ainda mais a realeza espanhola. E no centro da discussão política estará sem dúvida a liberdade de expressão, uma conquista que custou muito aos espanhóis. A apreensão da revista e a condenação dos dois humoristas traz de volta a lembrança dos tempos negros da censura do ditador Franco, figura a que, de certo modo, a história de Juan Carlos é bastante ligada.

O despacho do juiz, que explicou que a mensagem da condenação é a de que teria sido ultrapassado limites “a que não se deve chegar”, também é bastante carregado de autoritarismo.

A sentença rebaixa a quantia de multa solicitada pelo acusador, Miguel Angel Carballo. Ele chegou a pedir 6.000 euros para cada um dos humoristas. A posição de Carballo é a de monarquista empedernido.

Em suas declarações ele cria uma estranha simbiose política entre a Espanha e a Coroa, vendo no “desprestígio” desta última o “desprestígio da própria nação”. Carballo tem uma linha de pensamento bastante subserviente à realeza que, para ele, é um símbolo nacional inatingível. “Se nós não respeitamos os nossos próprios símbolos e instituições, como vão nos respeitar no estrangeiro?”, ele perguntou, buscando confundir claramente a liberdade de crítica com o aviltamento das instituições.

Já o advogado de defesa, Jordi plana, assinalou que o cartum processado foi uma “interpretação metafórica” de uma realidade e, além do mais, tratava-se de um desenho que “nem rouba, nem mata, nem extorque”. A defesa afirmou também que em uma sociedade democrática “nada ou ninguém, instituição ou pessoa, pode estar livre da crítica ou piada, por grosseira que seja”.
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POR José Pires

Até Chávez entra na história
Miguel Ángel Carballo, o acusador da revista Jueves cita também o recente entrevero entre o rei Juan Carlos e Chávez na Cúpula Ibero-americana. Foi na deliberada confusão feita por ele entre a liberdade de expressão e o vilipêndio de símbolos nacionais, entres os quais (e parece que acima de todos) coloca a Coroa espanhola.

Carballo fez a capciosa indagação aos espanhóis sobre como eles se sentiriam se na Venezuela fossem realizadas manifestações do mesmo tipo contra o rei Juan Carlos depois do incidente com o presidente Hugo Chávez.

Bem, podemos perguntar também o que os espanhóis e também outros povos do mundo achariam se Chávez fizesse uma censura a uma charge como foi feita na Espanha ao agrado da Coroa. Com certeza todos o taxariam de ditador.
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POR José Pires

Lula bota pra quebrar

Sobre a quebra da empresa de aviação BRA, surge uma informação que põe em risco a brilhante carreira de Lula como garoto-propaganda. Talvez como parte da estratégia de alguma equipe de vanguarda do marketing político Lula está o tempo todo participando de inaugurações e até mesmo de comemorações de vendas de empresas privadas.

Tínhamos o arroz de festa. Agora temos arroz de festa com Lula. Pois nessa política de aparecer o tempo todo, Lula esteve na Embraer para comemorar a compra de 20 aviões pela BRA. E até brincou de aviãozinho com o logotipo da empresa. A festa aconteceu menos de três meses antes da falência da empresa que desempregou mais de mil funcionários e deixou milhares de passageiros com a passagem já comprada e sem o serviço.

Veja duas falas do Apedeuta Maior, uma aqui: “Eu tenho certeza de que nesses próximos anos a BRA vai colher com o lucro e com o crescimento do número de clientes pela aposta certa que está fazendo de acreditar cada vez mais na aviação regional.”

E outra aqui, na sua conhecida linha de otimismo sem qualificação: “Pois bem, eu penso que a BRA está dizendo claramente o seguinte: nós temos uma empresa de ponta, que produz um produto de ponta e que atende plenamente os desejos do mercado nacional, com autonomia para voar de Porto Alegre ao Ceará em vôo direto e com conforto.”

E mais uma aqui, mostrando bem seu senso da responsabilidade do cargo: "A BRA está dando uma demonstração de que não é apenas o coração que é brasileiro ou a cabeça que é brasileira, ela é uma empresa que acredita no crescimento da oferta de passageiros neste País para cumprir a demanda que eles vão oferecer."

As falas parecem saídas de um folheto publicitário da empresa. Lula está mal assessorado de redatores de discursos. E também tem outros probleminhas, na área mística ou na técnica. Ele falou e três meses depois a empresa quebrou. Das duas, uma: ou Lula é um tremendo de um pé-frio ou seu governo nada sabe sobre o mercado aéreo nacional.
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POR José Pires

Recomendado pelo Lula

Mas o papel do presidente da república como garoto-propaganda da empresa quebrada acabou funcionando. Às avessas, como é normal neste governo. O blá-blá-blá do falastrão nacional – temos também o falastrão venezuelano, mas este já mandaram calar a boca – deve ter influenciado muitos brasileiros na compra de passagens da empresa falida.

Pelo menos uma história de consumidor enganado já apareceu. Segunda feira, no Senado, conforme informa o blog de Ricado Noblat, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) contou que conversou com um passageiro desesperado que comprara sete passagens da BRA para viajar nas férias de fim de ano e ouviu dele que foi por influência de Lula que fizera a compra de tantas passagens antecipadas numa empresa menor.

Segundo o senador, o passageiro disse o seguinte: "Há um mês e meio eu vi o presidente da República sendo fotografado ao lado do presidente dessa companhia e anunciando o financiamento de vinte aviões pelo BNDES. O Presidente, ali, avalizava. Era o garoto-propaganda não só da companhia aérea, mas também daquela negociação.”

Então existe pelo menos uma garantia: se é recomendado pelo Lula, fuja do produto. Se Lula fosse garoto-propaganda de shampoo, no Brasil só teríamos carecas.
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POR José Pires

Atenção senhores passageiros

Da série “como é bom viver em um país onde há planejamento”, temos a informação de que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, garante que haverá problemas de atrasos nos vôos do feriado da Proclamação da República e nas férias de fim de ano.

O ministro só não garante que haverá quedas de avião ou outro tipo de acidente. Segundo ele, apesar dos atrasos previstos a segurança está mantida.

Então até o fim de ano, pelo menos, o brasileiro não precisa ter preocupações: os atrasos são certos. Com certeza até o início do ano o ministério da Defesa deve trazer informações sobre os atrasos planejados para o primeiro semestre do ano que vem.
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POR José Pires

Nunca neste país

O Brasil deve ser o único país do mundo onde o ministro da Defesa cuida de questões triviais como atraso de aviões. E não deixa de ser mais uma realização do magnata do petróleo. E do PT, é claro.
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POR José Pires

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A América Latina em baixa

Para a esquerda brasileira, que mantém Hugo Chávez em um pedestal, fica a lição do pito que ele levou em público do rei Juan Carlos, da Espanha. Com sua disparatada ideologia, o presidente venezuelano acaba dando razão aos poderosos.

Governantes como Chávez desmoralizam até as boas causas. Ou principalmente essas. E é pior tê-lo do lado que ser seu inimigo. Antes da discussão com Zapatero, ele já havia feito algo inédito – pelo ridículo da cena – em reuniões como essa. Atendeu a um telefonema de Fidel Castro e passou a transmitir para a platéia o que o ditador cubano dizia. Parecia que estava cercado de camponeses em alguma vila perdida no interior da Venezuela.

Depois veio a bronca de Juan Carlos. Não era o momento de Chávez falar e por isso mesmo seu microfone estava desligado. Mas o crica cortava o discurso de Zapatero. O carão foi bem merecido e um desafogo para quem não agüenta mais o falastrão. Mas é chato que o chamado à razão tenha vindo de um monarca enfiado goela abaixo do povo espanhol pelo ditador Franco. O rei espanhol entende de ditadores: passou bastante tempo beijando a mão do sanguinário ditador da espanha.

Quem pôs o “ditador” em seu lugar foi alguém que tem um cargo vitalício e transferível para o berço de um de seus palácios. Pobre Espanha. Se somos contra a contínua reeleição e esticamentos de mandato do brucutu venezuelano não seremos menos contrários a alguém que recebe o cargo dos céus.

Mas, outra grosseria que ocorreu no encontro Ibero-americano, no mesmo momento em que o venezuelano interrompia com sua costumeira falta de educação o discurso de Zapatero, veio do recém-eleito presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.

A cena ficou em segundo plano, mas aparece em alguns vídeos postados na internet. É logo após o discurso de Zapatero, quando Ortega pegou a palavra para defender o colega venezuelano. Alertado pela anfitriã do encontro de cúpula, a presidenta chilena Michelle Bachelet, de que teria três minutos para falar, Ortega embirrou: disse que não admitia o controle do seu tempo. E não falou.

E antes dessa bagunça, ainda havia passado pela reunião o mais novo magnata latino-americano do petróleo, Lula do Brasil. Seu país tem a possibilidade de petróleo a sete quilômetros da superfície e cujos testes definitivos só podem ser feitos em 2011. Mas já quer entrar para a Opep.

A expressão da presidenta Bachelet revelada pelas câmeras de televisão mostra seu triste desconforto com as cenas grotescas em sua casa. O espetáculo encenado pelos grosseirões travestidos de estadistas é para levar qualquer um que tenha bom senso a uma conclusão simples: com essa gente não dá.
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POR José Pires

O falastrão encontra o que merecia

O presidente venezuelano Hugo Chávez tantas fez que acabou escutando alguém mandá-lo calar a boca em evento internacional. E o “puxão de orelhas” ocorrido durante o encerramento da 17ª Cúpula Ibero Americana, no Chile veio em boa hora.

Chávez tem o péssimo hábito de não ouvir. E neste caso, o estilo é o homem. Basta ver seu governo. O venezuelano fala inclusive durante o tempo de exposição do outro, um hábito, aliás, muito comum por aqui. Foi o que fez, enquanto o primeiro-ministro espanhol José Luis Rodriguez Zapatero tentava expressar seu descontentamento com as pesadas críticas de Chávez a José María Aznar, primeiro-ministro anterior da Espanha. Chávez chamou o ex-primeiro ministro de fascista.

Zapatero alertava para a necessidade de não cair na desqualificação para que encontros como o fórum possam ser mais produtivos. O primeiro-ministro espanhol exigia um comportamento equilibrado, em que o posicionamento crítico, mesmo com divergências radicais, seja respeitoso.

No entanto, seu discurso era interrompido continuadamente pelo presidente venezuelano. Até que o rei Juan Carlos, da Espanha, surge entre os dois e diz para Chávez: “Por que você não se cala?”

Zapatero exigia de Chávez um comportamento mais equilibrado na reunião de cúpula, expressando o descontentamento da delegação espanhola com o tom de suas críticas ao ex-primeiro-ministro Aznar. O interessante na situação criada pelo venezuelano é que Zapatero sofre na Espanha uma oposição acirrada de Aznar e seus partidários, com uma agressividade parecida com a de Chávez.

O desarranjo diplomático de Chávez é tanto maior quando é óbvio que em essência o desacordo entre Zapatero e o ex-primeiro-ministro espanhol é até mais significativo do que aquele expressado por Chávez. Aznar simpoliza na Espanha o passado franquista, enquanto Zapatero é a representação da democracia e da derrota dos seguidores do falecido ditador espanhol.

Aznar, aliás, faz oposição ao governo de Zapatero com um estilo bastante próximo ao de Chávez. A grosseria e falta com a verdade são parecidas. Mas o tom extremado das críticas, além da a falta de contexto, obrigaram Zapatero à defesa de um oposicionista extremamente desleal como Aznar. Mas é o problema de estar próximo de alguém como o venezuelano. Chávez tem causado mais problemas para os aliados do que ao inimigo.

A repreensão pública em Chávez (principalmento pelo tom sereno do discurso de Zapatero) é um divisor de águas na situação criada até aqui pelo presidente venezuelano nas relações internacionais. O Brasil também já foi alvo de suas grosserias. Foi tanta baderna que até o governo Lula, um capacho ideológico de Chávez, teve que protestar.

Felizmente foi dito ao venezuelano publicamente que há limite para sua bronquice. O cala-boca do rei espanhol deu ao acontecimento o clima sensacionalista que colocou em toda a mídia a cena e tornou-a campeã de acessos na internet. Mas o discurso de Zapatero é que tem a real importância neste debate sobre o comportamento público das lideranças. Clique aqui para ver as duas manifestações: o rei zangado e o primeiro-ministro dando uma lição de civilidade ao brucutu venezuelano.
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POR José Pires

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Governo que cacareja e não bota ovo

Os marqueteiros gostam bastante de falar sobre a pata e a galinha quando estão de olho em conta publicitária de político, seja em campanha eleitoral ou já no poder quando as contas ficam mais polpudas.

É aquela história de que todos preferem o ovo de galinha ao de pata, mesmo este sendo maior,porque a galinha cacareja anunciando que botou, enquanto a pata fica caladinha. A moral da história publicitária é que galinha saberia trabalhar melhor o seu produto.

Essa história simplesinha é recurso muito usado para ganhar o político. Entra com facilidade na cachola de qualquer um. Em seu livro “Casos e Coisas”, o marqueteiro do Lula, pasmem, conta a tal história. E deve ter contado também para o seu chefe petista.

Mas Lula, como bom intuitivo que é, aperfeiçoou a história da galinha e da pata. Hoje, Lula cacareja até quando não bota ovo. E como o país parece anestesiado tanto na repulsa à corrupção quanto na denúncia e oposição à besteirada contínua que vem do governo, existe sempre a possibilidade do cacarejo sem ovo pegar. Lula e seus asseclas sabem muito bem disso. E usam e abusam do recurso.

Agora em meio à crise energética, revelada pela falta de gás natural, o governo veio com a conversa da descoberta de petróleo na Bacia de Santos. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ultrapassou os limites do exagero. Disse que “saimos de uma situação de um país que estava se tornando auto-suficiente para nos transformarmos em um país exportador”. Vamos para a OPEP? Então está bom.

A verdade é que já se sabia da possível existência dessa reserva há pelo menos dois anos. O jornalista Reinaldo Azevedo desencavou e citou em seu blog uma reportagem de setembro de 2005 publicada na Gazeta Mercantil (leia aqui) que trata do assunto.

Os técnicos da Petrobrás também são comedidos. Um de seus diretores, Guilherme Estrella diz que o tamanho da nova reserva ainda é uma hipótese.

A verdade é que a notícia da descoberta foi usada como um factóide pelo governo. Veio logo depois que o presidente Lula apareceu de olhos esbugalhados na televisão atacando os críticos da falta de gás no Rio de Janeiro.

O anúncio da descoberta em meio a uma crise de abastecimento de gás ajuda bastante o governo Lula e ao mesmo tempo cria o risco – que para mim é o que deve ocorrer – de que o governo ponha a bunda em cima do problema energético e fique até o ano que vem soltando foguete sobre uma descoberta que, caso seja viável, só mostrará resultado de fato em 2011.

Para um governo grosseiro como este temos que ser simplistas: estão contando com o ovo no cu da galinha. E, pior ainda, já estão cacarejando pelo mundo a posse desse ovo.
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POR José Pires

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Agora vai
Após semanas e semanas de discussão o PSDB tomou uma decisão: vai estar unido na votação da CPMF. Só falta decidir se votam contra ou a favor, mas vai ser um voto unido. Para tucano, já é um enorme avanço.
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POR José Pires

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Requião ataca na internet

Falando em falta de assessoria, o governador Requião é tão afoito que acabou caindo em gafe velha. Também não há assessoria que possa salvar gente como Requião de coisa alguma. O governador é do tipo que discute até com a própria imagem no espelho. E os puxa-sacos garantem que ele ganha.

Mas a gafe é relativa à fictícia empresa norte-americana Arkhos Biotech, que é parte de um jogo patrocinado pelo Guaraná Antarctica. O senador tucano Arthur Virgílio já havia passado o ridículo de fazer um discurso em plenário sobre o assunto. Em março ele subiu á tribuna e disse aos senadores que tinha uma notícia, “da maior gravidade”, para levar ao conhecimento da Casa.

E mandou a denúncia sobre a Arkhos Biotech, a empresa fictícia. O senador só foi avisado da gafe dois dias depois. E aí virou piada na rede mundial de computadores.

E na segunda-feira Requião repetiu a história, no papel de boboca, é claro. Em reunião de governo ele apresentou como real o vídeo do jogo virtual e criticou quem “vende a Amazônia, vende cotas de participação numa empresa como essa”. Foi uma sessão histórica. Só faltou servir mamona de petisco para seus colegas de governo.

Requião apresentou o vídeo com voz comovida e em tom de denúncia. E depois fez um discurso comovido em defesa da Amazônia. E o pior é que determinou que a TV Educativa do governo estadual veicule o vídeo.

Mas não há mais o que temer em relação á Amazônia. Requião é amigo do peito de Hugo Chávez. E pode haver uma união dos dois: com o poderio militar de Chávez e a sagacidade de Requião as tropas da Arkhos Biotech estão perdidas.
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POR José Pires

Requião, o defensor da Amazônia, já está no Youtube

E eu dizia aqui que qualquer deslize sai logo na internet e aí está a bobeira do governador Requião para confirmar. Ele cometeu a asneira na segunda-feira e o vídeo já está na internet. Clique aqui para ver.
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POR José Pires

Um instante, maestro

A tecnologia mudou completamente as relações entre as pessoas. Hoje, com a internet funcionando à toda com seus sites de reprodução de voz e imagem incorporando material com eficiência e rapidez, até a fofoca está mais sofisticada.

O diz-que-diz agora não é só de ouvir falar. Se a pessoa não se cuida, dali a pouco sua fala sai na internet. E se for de interesse geral, é claro que vai para a televisão, o rádio e aos jornais.

O maestro John Neschling, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é uma das últimas vítimas da fofoca eletrônica. Como ele tem uma pinimba já de certo tempo com José Serra, em conversas reservadas andou fazendo pesadas críticas ao governador tucano. Pois o que o maestro falou de Serra está à disposição na internet.

E Neschling pegou pesado: diz que Serra é mimado e o acusa de autoritário. E o contraditório é que Neschling é que aparece falando em tom e conteúdo bastante autoritários nas gravações que parecem ter sido feitas em ensaios e reuniões entre amigos. E que amigos.

Mandaram para a internet e ainda fizeram uma edição com fotos e legendas. Quem quiser ouvir o maestro danado da vida, clique aqui.
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POR José Pires

Jóia literária

Maria Francisca Pinheiro Coelho foi contratada sem concurso para fazer um servicinho para o governo Lula. Vai prestar "serviço de especialista em sociologia política" e editar um livro com os anais de um seminário sobre reforma política. Por dois meses de trabalho ela ganhará 14 mil reais.

Maria Francisca é a autora de uma biografia autorizada do deputado petista José Genoíno. Isso é o que podemos chamar de livro de auto-ajuda.
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POR José Pires

Obra prima
Só uma curiosidade: a biografia do José Genoíno foi para a lista dos mais vendidos?
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POR José Pires

terça-feira, 6 de novembro de 2007

PhD em asnice
É impressionante o evidente prazer com que Lula diz suas besteiradas. Mas é sempre assim: o ignorante está sempre mais satisfeito que o sábio. Daí a absoluta segurança para dizer suas asneiras. Ele saboreia com deleite as sentenças absurdas, os erros gramaticais e as infindáveis bestidades para as quais tem até platéias. E aplausos.

Ele comete suas ignorâncias com arte. Lula é um esteta da asneira.
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POR José Pires

Meu Brasil brasileiro
Sobre a Copa de 2014 no Brasil já existe uma certeza: vai ter desvio de dinheiro público. Ah, nada como viver em um país onde as coisas são planejadas com tanta antecedência.
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POR José Pires

No sossego das asas da FAB
Na república de Lula ocorrem uma novidades interessantes. Agora com o caos nos aeroportos acontece do anfitrião chegar à festa depois do convidado.

É que o convidado vai com avião da FAB e o anfitrião de avião de carreira. Foi o que fez o ministro da Defesa, Nelson Jobim: foi passear de jato da FAB em uma viagem particular. Foi passar o final de semana prolongado na casa de praia de Francisco Gros, presidente do Banco Central no governo Collor. A casa fica na Bahia.

Para justificar o uso do avião, Jobim marcou “inspeções” nos aeroportos de Porto Seguro e Ilhéus.

Jobim foi transportado pela FAB e seu anfitrião de avião de carreira. O vôo de Francisco Gros sofreu um atraso de quatro horas. Jobim chegou bem tranqüilo, sem sofrer nenhum problema, ao contrário de milhares de brasileiros neste fim de semana.

Mas pelo nível de eficiência do governo Lula, é provável que o ministro da Defesa dê um jeito para resolver a causa do descompasso de quatro horas entre ele e o anfitrião. Na próxima talvez ele leve também o anfitrião nas asas da gloriosa FAB.
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POR José Pires

A história mundial na ótica de Lula

A desonestidade política do presidente Lula extravasa com freqüência nas suas falas, sempre oportunistas e com pouca, pouquíssima mesmo, preocupação com os contextos históricos ou até mesmo a verdade histórica. Aliás, essa importa menos ainda. A história, para o lulismo, é algo que deve se adequar aos seus propósitos circunstanciais.

O problema é que de posse do cargo de presidente da República o beócio acaba fazendo um estrago danado na área do conhecimento. Ontem, numa tentativa de defender Hugo Chávez, ele disse que já viu “Margareth Thatcher ser eleita tantas vezes primeira-ministra”.

Não pode ter visto "tantas vezes", já que Tatcher foi eleita primeira-ministra apenas duas vezes.
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POR José Pires

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Análise lombrosiana de Mônica Veloso

Tenho algo em comum com o Lula: ainda não vi a Playboy com a Mônica Veloso. Não é que depois de adulto eu tenha deixado de ver revista de mulher pelada, conforme a alegação do beócio que nos governa. Não seja por isso: como a internet tem coisa muito melhor, é provável até que tenhamos, Lula e eu, outra coisa em comum que é ver esse tipo de coisa não na Playboy, mas na internet.

Afinal, Lula tem um computador sobre sua mesa. E como ele não é de ler, estudar ou trabalhar – e nisso temos, eu e ele, um diferencial –, então aquele computador só pode servir para ver as “minas” nas páginas quentes.

Mas eu falava, ou ia falar, de outra coisa. Não vi a Playboy porque ela não me caiu nas mãos. E comprar esta revista, jamais. Tenho prioridades na área da leitura e, se for para ver outras coisas, bem, já disse acima.

Mas vamos ao ponto. Estou parecendo cronista, tagarelando sem dizer a que escrevo: não vi a revista, mas vi muitas fotos de Mônica Veloso por aí. Inclusive algumas da Playboy, disponibilizadas neste ou naquele blog.

O que acontece é que olhando bem a ex-amante do senador Renan Calheiros cheguei à conclusão de que ele, apesar de espertalhão, não sabe certas coisas importantes. Não é bem vivido.

Mônica Veloso tem cara de passarinho. E só podia dar no que deu. Foi o finado e insubstituível Paulo Francis quem me ensinou: afaste-se de mulher com cara de passarinho. Li numa entrevista dele. Foi uma tia de um amigo do Francis, de quem não lembro o nome não sei se pelo fato dele não falado na entrevista ou por esquecimento meu.

Estavam na casa desse amigo discutindo sobre uma mulher por quem alguém estava apaixonado e a sábia parente – não será a Tia Zulmira? Ô memória... – pegou a foto da moça e foi taxativa: “Não vai dar certo. Mulher com cara de passarinho é fogo!”

Pois é. E a Mônica Veloso tem cara de passarinho. Que falta que faz uma boa assessoria, hein senador? Ou uma sábia tia.
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POR José Pires

Jornalismo investigativo

Às vezes os jornais trazem umas informações inesperadas. A Folha de S. Paulo de domingo traz uma entrevista com a Zélia Gattai.

Essa me surpreendeu. A Zélia Gattai está viva.
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POR José Pires

Um senador que está com tudo

É comovente a situação do casal Calheiros. Depois da corneada pública que levou do marido, o senador Renan Calheiros, a mulher Verônica já o perdoou. Estão “em lua-de-mel”, segundo ela. Até pensam em ter um filho, ou filha como é o desejo deles, conforme ela disse a Folha de S. Paulo.

Esse Renan Calheiros é mesmo um homem de sorte. Tem uma mulher que é uma santa. Mesmo depois do Brasil inteiro saber da cueca do marido suja de batom, ela o perdoa de bom coração.

E também têm ótimos colegas de trabalho. Melhores do que qualquer um pode desejar. Com muitos imbróglios, bandalheiras e escândalos, com a má exposição pública do Senado e uma imensa sujeira na imagem da instituição, com tudo isso sujando tudo e todos em volta e ele ainda foi mantido durante longo período na presidência da Casa.

E mesmo expondo a Casa e fazendo mal para a imagem dos senadores como um todo com suas sujeiras, mesmo assim os colegas ainda podem perdoá-lo e ele salvar o mandato.

Eis aí um homem que tem tudo. Ou quase tudo. Renan Calheiros só não acertou na escolha da amante. Mas também não se pode ser perfeito.
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POR José Pires

sábado, 3 de novembro de 2007

Acertaram uma no capitão Nascimento
Como diz a moçada: o Nei Duclós matou a pau. Fez um dos melhores textos sobre o Tropa de Elite. Não vi e nem pretendo ver o filme, mas pelo polêmico debate que criou-se em torno dele, o filme estrelado pelo notório capitão Nascimento não pode ser ignorado. Duclós toca com precisão no ponto central do equívoco dos dois lados do debate, os que condenam e os que aplaudem o filme. O ti-ti-ti perde o foco do óbvio: a obra cinematográfica. Buscam uma tese. E quando crítico, jornalista e, agora, blogueiro, querem uma tese, eles acabam encontrando. Pegaram o capitão Nascimento para PhD em segurança pública.

Leia abaixo a abertura do texto de Nei Duclós, que está em seu blog, aqui. E aproveitem para ler muito mais textos excelentes por lá, pois Duclós está fazendo um dos melhores blogs da internet. Ah, sim, mas depois voltem pra cá.
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POR José Pires

Todo mundo já falou sobre Tropa de Elite, de José Padilha. É preciso abordá-lo pelo que é: um filme. Parece óbvio, mas quem disse que a vida é fácil? Ser um filme não quer dizer que nada tenha a ver com a realidade, com a polêmica, com a ideologia. Tem tudo a ver. Mas você estará mais perdido do que fogueteiro em fuga se não enxergar primeiro que se trata de obra cinematográfica, antes de ser o que sugere ser, ou seja, uma denúncia sobre a falência do Estado ou um mergulho na sociedade de classes, ou ainda um documento sobre corrupção e cumplicidade com o crime, ou pior, tomando o assunto pelo avesso, um estímulo à tortura e à matança geral.

Inutilidade pública
E não é que um senador disse algo muito interessante hoje? Pois disse. Foi o presidente em exercício do Senado, Tião Viana (PT-AC). “Isso aqui é um caos. Não temos reconhecimento legislativo, não temos papel político e vivemos no noticiário da corrupção”, ele disse ao Jornal do Brasil.

Nunca pensei que um dia concordaria com um presidente do Senado, mas é uma bela definição da instituição. Então por que não fecham a Casa e voltam para seus estados? Pelo menos ficaria mais barato para o contribuinte.
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POR José Pires

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

A cega que só vê o lado dos ricos

A renúncia do deputado Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) para escapar ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) está levando analistas políticos a uma conclusão muito estranha.

Cunha Lima atirou contra o ex-governador paraibano Tarcísio Burity em novembro de 1993. Burity ficou em coma e acabou sobrevivendo. Na época, Cunha Lima era governador.

Cunha Lima passou quase quinze anos se valendo de expedientes variados para escapar do julgamento. Sempre teve foro privilegiado. E agora, quando finalmente o STF iria fazer o julgamento, ele renunciou. E o caso voltará à justiça comum, com todas as protelações de praxe que estão à disposição de quem tem dinheiro.

A conclusão estranha dos analistas? Eles acham que isso é a desmoralização do foro privilegiado. Eu acho que não é só isso. É a desmoralização de um país sem Justiça.
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POR José Pires