Está morta a jovem artista Shani Louk, que foi vista seminua e subjugada na carroceria de um veículo de terroristas do Hamas, depois de raptada violentamente em 7 de outubro durante a invasão terrorista de um festival de música eletrônica perto do kibutz Reim, onde foram mortas 260 pessoas. Durante mais de três semanas a família ainda sustentou alguma esperança de que Shani Louk estivesse viva, mas a notícia da sua morte foi dada nesta segunda-feira.
Na verdade, a cena do vídeo do dia do massacre no festival de música parecia prever coisas muito ruins para a pobre moça. Ela estava desfalecida, com homens armados com as pernas sobre seu corpo, excitados no meio da gritaria e de tiros, durante a matança. O bando armado mostrava prazer com o sofrimento daqueles moços e daquelas moças. Davam tiros nas costas dos que corriam apavorados.
De onde vem esse impulso fanático religioso que movimenta para este espetáculo de violência e crueldade, como punir os responsáveis por tal doutrina e como impor um limite não só para que seja barrada, mas também impedir que se dissemine com o falso argumento da defesa de direitos de povos que, na realidade, sofrem com o fundamentalismo islâmico até mais que o Ocidente? São questões que levantam os acontecimentos de outubro, podendo servir para alterar a excessiva tolerância de países democráticos, até agora, com essas barbaridades.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, explicou em parte essa doutrina do horror, no que disse sobre a morte de civis, em entrevista depois dos massacres, afirmando que “nós precisamos desse sangue, para que ele desperte o espírito revolucionário entre nós”. Ele só deixou de relatar que esse doutrinamento leva a militância masculina a ter um excitado prazer na humilhação das mulheres.
Na semana que passou foi também identificada outra mulher sequestrada, a jovem que aparece em um vídeo do Hamas com as mãos amarradas até sangrar e as calças ensanguentadas, sendo arrastada da traseira de um jipe para o banco de trás. Os terroristas em volta zombam dela, enquanto ouvem-se gritos de Allahu Akbar. O nome dessa refém é Naama Levy. Ela tem 19 anos, é estudante de diplomacia e química e começou recentemente o serviço militar nas Forças de Defesa de Israel.
A cena de violência contra Naama Levy ficou bastante conhecida entre nós depois da indignação provocada nas redes sociais pelo militante de esquerda Sayid Marcos Tenório, depois de ele zombar da israelense sequestrada pelo Hamas. Tenório, que é filiado ao PCdoB e era assessor de um deputado do partido,
Demitido no último dia 11 de um cargo comissionado da Câmara dos Deputados por zombar de uma mulher israelense sequestrada pelo Hamas, o militante do PCdoB Sayid Marcos Tenório construiu uma longa e discreta atuação no Congresso a favor dos interesses do Irã e do Hezbollah, grupo paramilitar criado no Líbano e financiado pelo regime xiita de Teerã, através de uma rede de contatos controversa. Ele zombou, comentando sobre uma mancha de cor escura na calça da vítima: "Isso é marca de merda. [Ela] Se achou nas calças".
Com a indignação nas redes sociais, Tenório foi demitido, mas ele deve depois encontrar um cargo na obscuridade do aparelhamento esquerdista. Militante da causa palestina, ele ocupou cargos na Câmara e no governo federal nos últimos 13 anos. Depois da polêmica descobriu-se que faz tempo que ele atua como lobista do Irã e do Hezbollah.
A jornalista documentou sua reportagem com fotos de Tenório com várias autoridades iranianas, algumas feitas no Irã. O militante aparece inclusive com com o aiatolá Mohsen Araki, que tem relações diretas com o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Tenório nega o papel de lobista, mas é assim mesmo. É capaz de ele dizer também que é comum alguém se encontrar com um aiatolá do governo teocrático do Irã, considerado um dos mais radicais do regime e que além disso é interlocutor do Hezbollah.
É o Irã que está por detrás do Hamas, que no embate geopolítico do Oriente Médio é apenas um instrumento, com sua militância armada servindo como bucha de canhão e provocadores, que permite ao regime dos aiatolás impor um clima de tensão e violência não só no Oriente Médio. É preciso ter consciência de que o objetivo dessas figuras que usam a religião de forma aterradora é o de conquistar um poder de amplidão mundial.
O 7 de outubro não é só contra Israel. A ambição violenta do terror é contra todos nós e para isso suas lideranças contam de início com a intimidação à discussão crítica e à liberdade do pensamento, especialmente a de pensar que esse tipo de opressão cotidiana é uma infelicidade para a vida. E neste projeto ditatorial o papel da mulher é como figura subalterna, sem os direitos e a liberdade individual que vem ocupando cada vez mais nas democracias ocidentais.
É esta crença fanática, doutrinária, que está por detrás da assustadora crueldade com as mulheres, que se viu na invasão criminosa ao território israelense. Ressentimento com a beleza humana, a alegria juvenil e a liberdade do indivíduo foi o que os comandados de lideranças do fundamentalismo islâmico mostraram no ataque ao festival da juventude, de onde Shani Louk e Naama Levy foram arrancadas à força, para depois serem filmadas sofrendo humilhações e sabe-se lá o que mais.
A artista Shani Louk foi decapitada pelos terroristas do Hamas, bancados pelo Irã e sob a doutrina religiosa da ditadura dos aiatolás. O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse na segunda-feira que o crânio dela foi encontrado pelas tropas israelenses na Faixa de Gaza. “esses animais bárbaros e sádicos simplesmente lhe cortaram a cabeça enquanto atacavam, torturavam e matavam israelenses”, ele disse.
A fronteira Gaza-Israel se encheu do sangue que o líder do Hamas revelou ao mundo de que eles precisam para seu “espírito revolucionário”. Como o mundo pode assistir no 7 de outubro, até porque os próprios terroristas fizeram questão de filmar sua barbárie, a violência e o desprezo desumano dos terroristas se dirigiu especialmente às mulheres. Isso cria uma contradição espantosa, quando a gente vê pelo mundo afora mulheres da esquerda proporcionando, na prática, o fortalecimento de um sistema que no final tem como meta doutrinária colocar a vida feminina sob a implacável tutela religiosa e política dos homens.
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Por José Pires