quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O partido dos memes

Não dá mais certo de jeito nenhum a tentativa do PT de jogar no governo anterior dos tucanos a culpa pelas maracutaias do partido. O recurso malandro se esgotou, até porque foi usado demais. E também nunca tivemos na história deste país um partido que aprontou tanto no poder quanto o partido do Lula. Não é por medo de ser feliz que o PT pode ser criticado. Na verdade, este é um partido que não tem escrúpulo algum em ser feliz. A manobra politiqueira de atingir a honra alheia para defender a própria falta de vergonha vem sendo usada das mais variadas formas, tendo como alvo parlamentares de oposição, governos estaduais que não dizem amém ao poder federal e até cidades cuja população demonstra um saudável antipetismo. Jornalistas e intelectuais que não escrevem o que o governo do PT gosta também costumam sofrer bastante como alvos da máquina de destruir reputações que o partido sustenta com farto uso de dinheiro de publicidade estatal e verbas do governo.

Mas agora esta tática indecente e hipócrita vem tendo apenas o efeito reverso de virar piada nas redes sociais. O último é o da “culpa do FHC”, que inclusive nesses dias saiu da boca da própria presidente Dilma Rousseff. Depois de ficar muda durante um longo período ela veio de novo com essa de apontar os tucanos em vez de assumir sua responsabilidade na vasta roubalheira na Petrobras. O PT está na situação perigosíssima de ser a melhor piada num país que costuma fazer humor com tudo. Bem, mas ao menos nisso não se pode criticar Dilma por incompetência. Ainda que de forma involuntária ela criou o meme de maior sucesso dos últimos tempos. Aliás, suas falas sempre bombam na internet. Caso sofra um impeachment, basta ela fazer um cursinho rápido no Pronatec e mandar bala na nova carreira na WEB. A popularidade da piada da culpa do ex-presidente tucano é tamanha que aparece em todos os assuntos, em comentários de internautas embaixo de notícias e artigos. Qualquer fato vale para encaixar a piada. Tudo agora tem um culpado. No Paraná, por exemplo, a Igreja Católica descobriu esses dias que dois padres tiveram filhos recentennte, mas é impossível discutir com seriedade o tema. Debaixo da notícia sempre tem alguém para explicar a causa do problema: “a culpa é do FHC”.
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POR José Pires

O PT apela pra porrada

O PT perdeu a mão já faz bastante tempo da forma democrática de fazer política. A casta que foi dominando o partido gradativamente acabou criando neste percurso uma máquina que vinha funcionando apenas se tivesse o apoio de farta dinheirama e o poder político que possibilitasse arranjos na formação de imensa aliança de partidos a cada eleição. Desse jeito adquiriam sempre muita força eleitoral, não só com os imensos tempos de TV e rádio como também com o arranjo do quadro da eleição sempre de uma forma favorável ao interesse do partido. Até recentemente isso vinha funcionando bem, até que na eleição do segundo mandato de Dilma Rousseff o esquema mostrou perigosamente para eles seu desgaste. A via eleitoral ficou difícil para o PT, a menos que o partido consiga tirar proveito da crise que eles próprios criaram.

E é isso que eles pretendem fazer, até porque não existem quadros petistas que saibam fazer outra coisa. Do jeito que o partido ficou em razão da deformação criada pelo projeto de poder, só lhes resta explorar a crise em suas piores consequências, inclusive com o uso de força bruta e do vandalismo. Uma outra opção seria governar com decência e qualidade administrativa, dando a volta por cima. Mas é impossível sacudir a poeira quando ela já virou uma lama grossa, da qual a roubalheira na Petrobras é apenas uma parte visível de um saque que deve ter ocorrido também em outras ricas estatais, como o Banco do Brasil e Caixa.

O remédio que a cúpula do partido já deve ter discutido é o de usar a própria crise para buscar uma saída política para o projeto de poder petista. E isso já começa a ser visto nas ruas, como aconteceu nesta terça-feira na pancadaria promovida por militantes petistas durante ato que tinha à frente o ex-presidente Lula, acompanhado de entidades como a CUT e a FUP (Federação Única dos Petroleiros). Numa daquelas tramas de marketing político típica de quem perdeu o senso do ridículo, eles estava ali para denunciar uma “campanha contra a Petrobras”. Um paralelo perfeito para algo tão acintoso e patético seria uma manifestação de batedores de carteira gritando pega ladrão.

Que o ato indecente tenha sido feito na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) é uma vergonha para profissionais que ainda atuam com dignidade no jornalismo, mas não é surpresa alguma: já faz tempo que a ABI vem sendo uma casa que não representa de fato o jornalismo. Virou mais um dos tantos organismos a serviço do petismo. É muito triste, lá dentro da casa que deveria ser da democracia e da liberdade de expressão Lula gritava contra a imprensa e pedia para João Pedro Stédile pôr seu “exército” nas ruas, conforme expressão do próprio chefão petista. Enquanto isso, fora da sede da ABI, militantes petistas comportavam-se como milícias, espancando pessoas que resolveram espontaneamente protestar contra o espetáculo hipócrita.

A imagem simbólica da milícia petista indo pro pau em cima de cidadãos indignados é o sinal preocupante de que o PT pretende tirar da crise combustível para sua sobrevivência no poder. Isso não é novidade, até pelo fato de que coisa parecida já foi feita na Venezuela e em outros países com governos dos quais eles não escondem ser fãs ideológicos de carteirinha. É preciso dobrar a vigilância cívica e manter a serenidade, sem baixar a cabeça para esses bandos de camisetas vermelhas que começam a surgir das tocas, onde aliás deve ter alguns maiorais que saíram do governo recentemente para atuar na obscuridade
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POR José Pires

sábado, 21 de fevereiro de 2015


País do futuro e sem alforria

Não existe crime trabalhista pior que o trabalho escravo. Condenar tal sujeira nem é uma questão de ideologia, de ser de esquerda ou de direita. É uma questão de respeito humano a condenação de quem desrespeita de tal forma os direitos do trabalhador, acabando por ser enquadrado num crime repulsivo como este. Do governo de um partido dito “dos trabalhadores” esperava-se maior rigor ao menos em questão trabalhista tão grave, mas a verdade é que o PT fez pouco também neste tema. Após doze anos de governo o trabalho escravo ainda é um problema muito grave no Brasil, agravado ainda mais nos últimos tempos com as levas de imigrantes clandestinos que entram no país e aqui ficam sem defesa alguma contra exploradores, noutra incompetência séria do governo do PT.

Um dos recursos para coibir este crime vinha sendo o veto de empréstimos em bancos públicos para empresas condenadas administrativamente por trabalho escravo. Esta “lista suja” é de responsabilidade do Ministério do Trabalho. Porém, o “governo dos trabalhadores” agora liberou os cofres públicos para empresários capazes até dessa degradação da condição do trabalhador.

No BNDES e na Caixa Econômica Federal já foi abolida a consulta à “lista suja” do trabalho escravo para empréstimos. O Banco do Brasil provavelmente seguirá a conduta, pois não chegou a dar resposta para jornal "Folha de S. Paulo", que nesta quinta-feira publica matéria sobre este assunto. Se o banco estatal não se prontificou a esclarecer uma questão tão importante pode-se supor que estejam querendo fugir de responsabilidades junto à opinião pública. Até prova em contrário, aí tem coisa.

A suspensão da “lista suja” pelos bancos do governo do PT ocorreu depois do Supremo Tribunal Federal acatar pedido de incorporadoras imobiliárias. Isso mesmo, grandes incorporadoras imobiliárias que lucram mais do que qualquer outro tipo de empresa no país e que se beneficiam não só com farta dinheirama pública como também com facilidades das mais variadas garantidas por estados e municípios, são transgressoras de direitos básicos de seus trabalhadores. A imposição de condições muito parecidas com a escravidão não é um problema restrito aos grotões do território brasileiro. O crime é praticado logo abaixo dos logotipos de grande incorporadoras imobiliárias que brilham na noite das cidades brasileiras. Até no projeto "Minha Casa, Minha Vida" o trabalho escravo existe.

A queda da “lista suja” veio de uma facilitação do ministro Ricardo Lewandowski, não à toa um juiz elevado à categoria de herói brasileiro pelo partido de José Dirceu e outros políticos condenados no mensalão. Lewandowski, decidiu sozinho durante o recesso do Judiciário, concordando com o argumento das incorporadoras de que a portaria que trancava a eles os cofres públicos exige uma lei que a respalde. Acontece que não são pobres inocentes que vinham até agora recebendo esta punição. Segundo a Folha, “para entrar na lista, é preciso que os recursos das empresas tenham transitado em julgado (recebido resposta definitiva do ministério)”. Além disso, a meu ver, para sair da lista é muito fácil: basta pagar as multas decorrentes e passar dois anos sem reincidir. Não dá para ter outra interpretação sobre uma ação dessas, que recebeu o apoio de Lewandowski, que essas empresas querem garantir o direito de reincidir num crime.

Este nosso “país do futuro” dá até tristeza. Até um problema antigo como a escravidão segue firme nesses tempos atuais, obrigando o brasileiro a ocupar seu tempo com a preocupação com mais esta, dentre tantas outras deformidades históricas. Parece que ainda estamos à espera da abolição da escravidão. Mas talvez ainda seja preciso antes proclamar a República.
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POR José Pires

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015


Bijouterias

Apareceu um ótimo símbolo da tradicional falta de autenticidade da economia brasileira, o que ficou especialmente mais grave depois da subida do PT ao poder. A Polícia Federal descobriu que é falso um ovo Fabergé apreendido na casa de Eike Batista, empresário que foi muito amigo do ex-presidente Lula e que era uma das sustentações do simulacro de prosperidade criado pelo governo para ganhar eleições, no clima eleitoral que tinha o petróleo do pré-sal como uma magia que faria jorrar todo dinheiro necessário para findar os problemas brasileiros.

Tido como um legítimo Fabergé, o ovo apreendido pela Justiça Federal era tão falso quanto o propalado espírito empreendedor de Eike Batista, um dos privilegiados beneficiários da política econômica petista de incremento de grandes corporações, que foi tornando ainda mais ricos empresários amigos, à custa de dinheiro público repassado com juros pra lá de camaradas.

Quando é autêntica, uma jóia dessas vem das mãos de Peter Carl Fabergé, joalheiro da corte czarista da Rússia, que fabricou apenas cerca de 50 exemplares, entre 1885 e 1917. Um ovo original vale muito. Recentemente encontraram nos Estados Unidos um Fabergé, que acabou sendo avaliado em U$ 20 milhões. Mas uma cópia pode ser encontrada por apenas R$ 60 reais em leilões da internet.

É claro que veio de um especialista a avaliação da autenticidade da peça apreendida com o empresário que era um dos melhores amigos do petismo antes de se ver arruinado. Uma boa cópia imita com tanta perfeição as linhas originais que é muito difícil para quem não é do ramo perceber diferenças. É provável que o próprio Eike Batista acreditasse ser proprietário de uma jóia autêntica, já que seu conhecimento em Fabergé é tão precário quanto o de petróleo, embora tenha tido um papel importante na sustentação da farsa eleitoral petista do pré-sal jorrando dinheiro sobre a cabeça de todos os brasileiros.

O Fabergé falso de Eike Batista é o símbolo da superficialidade desses tempos em que vivemos, quando aparências sem substância alguma ocupam de tal forma o imaginário brasileiro, que acaba-se tendo a crença de que a prosperidade pode surgir com a facilidade de bordões eleitoreiros de marketing. Já faz bastante tempo que o Brasil vem se orgulhando e acreditando em “fabergés” políticos que não valem nada.
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POR José Pires

domingo, 15 de fevereiro de 2015


sábado, 7 de fevereiro de 2015

PT, saudações

O PT faz 35 anos neste mês de fevereiro e tem a possibilidade de economizar bastante na comemoração. Os petistas podem fazer a festa de aniversário junto com o enterro do partido.
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POR José Pires

Em queda






Não é só a Petrobras que sofre barbaridade com a desvalorização no mercado. O PT também não está valendo nada, seja pra compra ou pra venda. Quem comprou o partido na alta com certeza vai ficar no prejuízo. Com esta crise, nem de graça estão aceitando petista hoje em dia. E fontes gabaritadas do mercado garantem que todo investidor precisa se desfazer do PT com a máxima rapidez devido ao risco de ter de acompanhá-los até a porta da penitenciária no notório gesto do punho pro alto.
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POR José Pires

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O bicho que deu

Um dos apelidos mais equivocados na nossa história política é o de "Sapo Barbudo" para o ex-presidente Lula. O apelido veio de Leonel Brizola, em 1989, na forma de desabafo por ter de engolir a candidatura de Lula no segundo turno da disputa com Fernando Collor, na primeira eleição presidencial brasileira depois da ditadura militar. De uma fala apressada de Brizola a jornalistas foi que saiu este apelido que está aí até hoje.

Porém, as atitudes de Lula com o correr do tempo mostram que o apelido não faz jus à sua personalidade e nem ao papel que ele passou a representar na política brasileira, principalmente depois de subir ao poder com seu partido. E agora que ele e seus comandados vêm se aproveitando da fraqueza política da presidente Dilma Rousseff para atacá-la de forma desleal e desta forma tomar o controle total do governo fica ainda mais claro que "Sapo Barbudo" não é uma boa definição da forma de ser do chefão petista.

Esta crise geral é a soma de tudo o que o PT fez de ruim nos anos anteriores. A tragédia política que se revela agora, com a incompetência administrativa e sujeiras dos mais variados tipos, tudo tem sua origem em Lula e no modelo de governo implantado por ele. Manipulação da opinião pública, vitórias eleitorais às custas de muito dinheiro e desrespeito à regras legais, aparelhamento do Estado, mentiras, calúnias e difamações contra divergências entre a população, roubo do dinheiro público e uma impressionante incapacidade de governar, todas essas maracutaias vêm das mãos dele, que deste seu primeiro mandato presidencial conduz desse jeito sujo o país, muitas vezes às escondidas e avançando sobre todas as instituições públicas. A diferença é que Lula foi favorecido por uma economia internacional enquanto governou, além de que o país havia sido relativamente organizado anteriormente pelos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, principalmente na economia.

Lula é o principal culpado pela tragédia que vive o nosso país, no entanto ele movimenta seus asseclas para forjar uma culpa exclusiva de Dilma pelo desastre na economia e na política. Novamente ele tenta fugir de suas responsabilidades, aproveitando-se com safadeza da fraqueza da sucessora que ele mesmo colocou em seu lugar. Até jornalistas governistas que antes exaltavam com fenomenal exagero as qualidades de Dilma estão no ataque, sempre de um modo hipócrita e altamente desonesto, mas sabemos que fazem isso com ordens de cima. Lula segue com seu estilo lamentável, em golpes desleais até contra os que o cercam, desde que o atropelamento de qualquer ética sirva ao seu interesse político e ao projeto de perenização no poder do PT. Por isso, na minha visão o apelido de "Sapo Barbudo" não tem nada a ver. Na verdade, Lula é o "Rato Barbudo".
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POR José Pires