quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Condenado de novo, Lula só não vai pra cadeia porque STF derrubou prisão em segunda instância

A Oitava Turma do TRF-4 confirmou nesta quarta-feira a decisão de primeira instância contra Lula no processo do sítio de Atibaia, mantendo a condenação do chefão petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lula iria direto para a cadeia se não tivesse havido a intensa articulação pela impunidade, que juntou os maiores salafrários da política brasileira, poderosos escritórios de advocacia e parte de ministros do STF para derrubar a prisão em segunda instância.

A decisão do TRF-4 foi por unanimidade e durante o julgamento a juíza Gabriela Hardt foi defendida pelos colegas dos ataques feitos pelo esquema que busca favorecer o sistema em que pagando caro aos advogados mais bem pagos do país nenhum criminoso poderoso e rico vai para a cadeia. O trabalho da magistrada que condenou Lula na primeira instância foi classificado como “minucioso e exaustivo” pelo presidente da Oitava Turma do tribunal.

Outra injustiça que foi corrigida pelos juízes do TRF-4 foi quanto à própria condenação do ex-presidente corrupto. Em decisão unânime, a pena de Lula foi aumentada de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e 10 dias. Agora o negócio é ir para as ruas lutar para que o PT seja obrigado a retomar sua ridícula campanha do “Lula livre”.
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POR José Pires

Gleisi Hoffmann e Lula: parceiros rumo ao abismo

Com a reeleição neste domingo da deputada Gleisi Hoffmann para seguir na presidência do PT não se pode dizer que o partido de Lula jamais traga boas notícias. A continuidade de Gleisi no cargo reafirma que o dono do partido é o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que poucos dias atrás ainda estava no xilindró por causa de um dos processos que responde por corrupção. Lula mantém os petistas presos a uma pauta destrutiva, que no exclusivo interesse do chefão petista inclusive obrigou os companheiros a se alinharem com os maiores salafrários da política brasileira, no esquema armado para manter a impunidade de criminosos de colarinho branco, obrigando seu partido a se comprometer totalmente com o ataque cerrado à prisão em segunda instância.

Como na atualidade a prisão em segunda instância simboliza para a maioria dos brasileiros o rigor com o crime, petistas e seus puxadinhos terão que explicar-se porque defendem a impunidade de criminosos, incluindo chefes de quadrilhas, assassinos cruéis e bandidos violentos. Serão devidamente questionados nas eleições municipais do ano que vem e também na que elegerá o próximo presidente. Na eleição do ano que vem, quando esquerdistas vierem com leros sobre saneamento básico, transporte público ou qualquer outra questão importante das cidades brasileiras, terão de tratar também da insegurança que aflige a população, quando serão cobrados por esta absurda articulação em defesa da impunidade e proteção aos criminosos.

Em grande parte, o discurso radical de Lula em público faz parte da estratégia para manter seu poder absoluto sobre o partido. Em um PT com uma posição mais pragmática dificilmente ele se manteria como um chefe cujas ordens não admitem qualquer réplica. Com uma postura menos fechada em um discurso de confronto, além de ampliar suas articulações externas o partido se democratizaria internamente. Lula não conseguiria manter o mito de líder que magnetiza o eleitorado brasileiro, uma conversa fiada que já foi desmascarada na última eleição, quando o candidato petista não conseguiu conquistar aliados no segundo turno nem para derrotar um candidato com a carga violenta de rejeição de Jair Bolsonaro. Mesmo se Lula tivesse a magia da qual ele faz tanta propaganda, o atrelamento petista ao seu discurso faz do PT um partido destinado a ser fatalmente derrotado em um segundo turno.

Gleisi Hoffmann será mantida no cargo de presidente para manter o PT nesta linha definida por Lula, o que é uma ótima notícia. Ligado de forma tão intransigente ao interesse do condenado por corrupção, o maior partido da esquerda brasileira terá dificuldade de ampliar suas articulações junto à sociedade civil, criando empecilhos até na sua ligação histórica com movimentos sociais, sindicatos e junto às universidades e ao meio cultural.

Com sua personalidade arrogante e a tremenda capacidade de estimular a discórdia e a desinteligência, a deputada Gleisi fortalecerá com certeza este desligamento do PT dos brasileiros que fazem oposição ao governo Bolsonaro não por motivações meramente partidárias, mas pelo respeito humano, pela dignidade e competência na administração pública.

Usando um termo que Bolsonaro gosta muito, Gleisi e Lula são um casamento perfeito para transformar a esquerda em minoria neste país, o que vai fazer bem ao Brasil, amenizando o papel do PT como estigmatizador de questões universais que este partido nefasto pegou para si e de forma ofensiva estimula a rejeição da população sobre assuntos essenciais para fazer o Brasil andar pra frente. Só com o PT diminuído é que será possível pensar com equilíbrio em rumos melhores para a vida brasileira. Ainda bem que podemos contar com Gleisi Hoffmann para empurrar ainda mais para o abismo este partido nefasto.
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POR José Pires

Lula e a alegria de ver que “o povo está fodido”

O ex-presidente Lula fez carreira praticando a mais indecente dissimulação, escondendo suas reais intenções e fingindo ser o que nunca foi, mas em certos momentos ele diz o que sente no coração. Nos últimos tempos, depois de impor um domínio absoluto sobre seu partido e ficar livre de ter que ouvir e aceitar recomendações de acadêmicos, dirigentes partidários e militantes, ele vem se soltando ainda mais, o que nos faz ouvir confissões como a de que gostaria de ver acontecendo em nosso país o que vem sofrendo o Chile — onde já morreram 23 pessoas depois de uma onda de violência na ruas, com saques e também milhares de feridos.

Logo que saiu da cadeia, o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pediu que os militantes do PT “seguissem o exemplo do povo do Chile”. Dá para entender o que vai pelo coração de Lula e até imaginar sua emoção ao pensar o que poderia fazer em matéria de demagogia e politicagem se pudesse contar com ao menos meia dúzia de mortos em ruas brasileiras. Porém, felizmente o Chile não é aqui, ainda que haja gente na esquerda que, rompendo os limites até do “quanto pior, melhor”, tenha esse desejo absurdo de ver o pior acontecendo em nosso país. É uma síndrome muito louca, de figuras que gritam pela queda de uma Bastilha que só existe em sua imaginação.

Claro que não é só o Lula que vem falando com o coração. Quase todos os petistas andam querendo afogar suas mágoas com a carnificina em praça pública. O plano é envolver todos os brasileiros com a carga de ressentimento de um partido preso ao passado. Os petistas sofrem de uma regressão emocional que os levou de volta a um período anterior ao dia em que o marqueteiro Duda Mendonça mandou Lula vestir um terno bem cortado, aparar a barba e tomar banho pelo menos uma vez por dia.

O anacronismo pode ser sentido no que vem falando a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann, sobre a visão atual do partido do Lula quanto ao que deve ser feito no Brasil, que segundo ela exige um “discurso radical”. “Tem que ser um discurso ofensivo para falar com o povo que está sofrendo”, ela disse à Folha de S. Paulo, entregando neste adjetivo “ofensivo” tudo o que leva em seu coraçãozinho.

Outra revelação sobre os sentimentos que devem mover o PT em suas ações políticas é uma declaração de Lula nesta quinta-feira. Como eu disse, como o chefão do PT não para de falar, ele acaba soltando o que carrega no lado esquerdo do peito. Ao comentar sobre o que pensava enquanto estava preso por corrupção, Lula disse que na cadeia havia um pensamento que o tranquilizava. É tocante sua preocupação com os brasileiro. Ele disse o seguinte: “O meu alívio era isso: o povo está fodido, esse governo está acabando com o povo”.
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POR José Pires

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

A marcação imoral dos que votaram no adversário

Corre pelas redes sociais um vasto material associando criminosos aos eleitores de Jair Bolsonaro. Todo mundo sabe de onde vem essa onda de desinformação absolutamente equivocada e altamente perigosa. Vem da esquerda, com maior difusão entre apoiadores do PT, partido que teve o candidato Fernando Haddad no segundo turno, afinal sendo derrotado por Bolsonaro por 57.797.847 a 47.040.906.

Pelo raciocínio torto deste material cretino que vem sendo repassado na internet, dentre os 47 milhões de eleitores do PT não há ninguém que tenha cometido algum crime. Nem se metem em encrenca alguma. Até os mandantes do assassinato do petista Celso Daniel e das torturas sofridas por ele devem ter votado no Bolsonaro. Já os companheiros são gente do bem. E todo eleitor petista.

Claro que não devem estar contando com a vasta folha corrida de lideranças do partido, uma porção de gatunos, alguns deles já condenados pela Justiça, como o chefão petista, Lula, julgado e condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, além de responder por outros processos. Mas para um petista, isso deve ser apenas um detalhe.

O curioso é que, por esta visão torta, eleitores de Ciro Gomes ou mesmo de Amoedo também se comportam muito bem. O mesmo vale para quem deu seu voto para Henrique Meirelles e os demais, inclusive Geraldo Alckmin. Coisa ruim, só quem votou em Bolsonaro. Do mesmo modo que petistas são todos do bem, eleitores de Ciro e de Amoedo e de todos os outros candidatos são tão gente fina quanto os petistas. Bem, por ora não estão sendo incomodados, mas todo mundo sabe que essa canalhice nunca se mantém focada apenas em um alvo.

Ainda há pouco bateu em minha linha do tempo a notícia de um homem que matou uma jovem com um tiro na cabeça por causa de um acidente trânsito. O material é do site Forum, uma revista criada quando o PT estava no poder. Teve pesado apoio publicitário durante os governos petistas, quando batia pesado na oposição e exaltava o projeto de poder do PT.

É claro que a notícia postada pelo site Forum afirma que o criminoso apoiou Bolsonaro para presidente. Na chamada, de imediato o suspeito é identificado como “assassino bolsonarista”. Em uma foto, que nem dá para saber se é verdadeira, ele veste uma camiseta com a imagem de Bolsonaro. Vivemos atualmente este impressionante fenômeno. Todo ano o país tem um avassalador índice de homicídios, sempre com mais de 60 mil mortos, mas nenhum dos matadores vota no PT.

Eu disse logo no começo deste texto que é muito perigosa essa desinformação. Esta é mais uma atravessada feia, avançando até os limites do conceito esquerdista de muito tempo atrás, segundo o qual é permitido fazer de tudo contra o adversário, já que a esquerda só quer o bem da humanidade. O problema é que quando se estigmatiza todo o eleitorado de um político, seja de que partido ele for, atinge-se o próprio conceito de democracia. Quebra-se a confiança no sistema de representatividade. Cria-se uma desarmonia, sendo atingidas milhões de brasileiros que nada têm a ver diretamente com o que apronta seu candidato depois de eleito.

Sei que dificilmente vão parar de usar esse recurso cretino de apontar no eleitor do adversário todo mal do mundo, mas para quem quiser fazer suas críticas e até combater o político do qual não gosta, fazendo isso de forma honesta, dou uma dica muito simples: qualquer pessoa envolvida em crime ou uma encrenca qualquer só deve ser associada a um partido ou candidato quando o delito tiver alguma relação direta com sua posição política.
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POR José Pires

A história ilustrada do bolsonarismo


A história da eleição de Jair Bolsonaro começa a ser contada pelos que a fizeram, vindo de dentro do fenômeno político atabalhoado que foi sua campanha para presidente, com a versão impactante dos chamados atores políticos da façanha. Nesta quarta-feira, o deputado Alexandre Frota deu um toque precioso nesta historiografia, fazendo uma pergunta insinuante. Tudo começou com um agrado de Bolsonaro ao deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, dito “príncipe” da cepa mais retrógrada do clã da família imperial brasileira. Bolsonaro disse para ele: “Você deveria ter sido meu vice, e não esse Mourão aí. Eu casei, casei errado. E agora não tem mais como voltar atrás”.

Entrando no assunto, Frota fez um pedido interessante: “Conta das fotos, Bolsonaro”. O enredo histórico do bolsonarismo promete ser vibrante, talvez até um tanto lúbrico. Pelo jeito, será ilustrado, o que com certeza simplificará o entendimento de seus seguidores, favorecendo-os em sua, digamos, qualificação intelectual. O deputado que até há pouco era do círculo mais íntimo do presidente não chegou a esclarecer o que são essas “fotos”, mas relatou em parte o episódio histórico que levou Bolsonaro a descartar o “príncipe” como vice, optando às pressas pelo sisudo general.

Frota tuitou o seguinte: “O Bolsonaro podia pelo menos falar para o Brasil porque na madrugada da convenção do PSL decidiu não levar o Príncipe como vice. Me ligou às 5 da manhã do aeroporto do Rio, me pediu o celular do Levy Fidelis para poder ligar para o Mourão. Conta das fotos, Jair Bolsonaro”.

Claro que o assunto vai se estender, talvez além da imaginação que o deputado Frota estimulou com sua intervenção mais que capciosa. Aos nossos olhos roda a emocionante história do bolsonarismo, construindo-se — se é que se pode tirar algo de construtivo dessa balbúrdia —, enquanto ao mesmo tempo vamos nos informado como é que a coisa se deu. Ficamos aqui, feito repórter Esso, testemunhas oculares dessa História ainda mal contada. Evidentemente com as crianças fora da sala e a porta muito bem fechada.
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POR José Pires

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Evo Morales: lições da renúncia

Depois de renunciar à presidência da Bolívia, desistindo também de assumir pela quarta vez o cargo que ganhou em eleição fraudada, Evo Morales já fugiu para o México, fechando de forma vergonhosa uma história pessoal que, independente de divergências políticas que se tenha com ele, poderia ter sido gloriosa.

O desfecho pode servir para a esquerda latino-americana repensar o que vem fazendo nas últimas décadas em vários países do continente, a partir de resultados tão desastrosos quanto o do ex-presidente boliviano e algumas vezes até piores. Desta vez a Bolívia não viveu a tragédia típica de sua história, feita de crueldades espantosas até para uma América tão repleta de dores.

O próprio final da carreira de Evo Morales trouxe uma novidade política na América Latina, com as Forças Armadas atuando com bom senso, apenas avisando ao fraudador político para que ele saísse de cena antes da Bolívia ser envolvida pela violência. Esta forma de interferência dos militares acentua a desonra da esquerda e sua falta de semancol e irresponsabilidade, mas bem que isso podia servir para uma autoavaliação sobre equívocos que vão se acumulando não só entre os bolivianos como em outros países, inclusive no nosso Brasil, onde ainda que tenha sido com mais sutileza, militares andaram dando pitos exigindo mais responsabilidade da classe política.

Como eu disse, Morales poderia ter deixado uma marca histórica positiva, no entanto se deixou levar pela ambição da permanência eterna no poder, defeito grave de toda a esquerda da América Latina, que ao contrário do que propaga com seu discurso coletivista, sofre há décadas dessa fixação em um poder personalista, com um apego até contraditário a figuras que não passam de caudilhos falsamente se fazendo de líderes socialistas.

O ex-presidente da Bolívia desrespeitou o resultado de um referendo de 2016, convocado por ele mesmo, quando a população boliviana disse que não queria que ele tentasse um quarto mandato consecutivo. Mesmo assim, a partir de ingerência sua na Suprema Corte e no Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), abriu-se a possibilidade pretensamente legal da reeleição para um quarto mandato. Com a tentativa de fraude, vieram os protestos nas ruas e a renúncia depois do aviso militar para que ele desse o fora.

Já faz tempo que a esquerda brasileira devia estar se aprimorando com lições vindas de lugares de maior complexidade no debate político, como por exemplo a Comunidade Europeia, de modo que fica até chato ter que aprender com uma realidade política tão atrasada como a da Bolívia. Mas como não tem outro jeito, que bom seria que criassem juízo a partir desse episódio lamentável. Para isso, claro que teriam que aceitar algo que parece impossível encaixar no ideário esquerdista, que é a alternância no poder, com a rotatividade que dá vigor à atividade política e estimula na população a confiança no sistema representativo.

Sei muito bem que não é fácil para a nossa esquerda a mudança de hábitos antigos, com a exigência do respeito ao adversário e a aceitação de opiniões contrárias, mas que fique o alerta dos acontecimentos que levaram o companheiro de Lula, Maduro, Ortega e do falecido Fidel Castro a desocupar às pressas a cadeira de presidente. Como esquerdista gosta muito de dizer, são avisos da História, que é bom escutar com maior atenção de vez em quando, até para que depois ninguém seja obrigado a atender ao aviso de um fardado.
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POR José Pires

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O companheiro Evo Morales precisa da brava esquerda brasileira

A renúncia de Evo Morales, na Bolívia, traz uma chance histórica formidável para a esquerda brasileira comprovar coragem e determinismo, com esta oportunidade vindo exatamente nos moldes do pensamento marxista, com seu historicismo que roda com larga vantagem para os esquerdistas. Por esta visão, a História, assim, com “H” maiúsculo, é um instrumento progressivo cujo destino é a redenção da Humanidade, também com o “H” maiúsculo, com a esquerda como protagonista do progresso e da (não riam, por favor) liberdade.

A Bolívia pode ser colocada neste enredo heróico, dando a oportunidade para esta nossa esquerda demonstrar afinal sua bravura, tão cantada por eles próprios nas redes sociais, onde enfrentam com uma coragem espantosa o que eles chamam de “fascistas”. Suas lideranças igualmente atuam de forma agressiva, chamando os adversários de “ladrão”, “bandido”, e outras qualificações violentas, além de acusar os outros o tempo todo de golpistas.

Claro que no Brasil ninguém dá de cara na rua com bandos violentos sentando a mão em qualquer um que pareça ter uma quedinha pelo vermelho, de modo que pelo menos até agora não deu para saber se esta esquerda desbocada aguenta o tranco se tiver de fato que enfrentar porrada.

Pois a renúncia de Morales dá a chance aos companheiros para que se juntem de forma organizada, rumando para a Bolívia para devolver o poder ao companheiro boliviano — na lei ou na marra, como gritavam no nosso Brasil dos anos 1960. É a chance de colocarem em prática o tão propalado “espírito internacionalista”, numa ação que pode ter inclusive a liderança de Lula, agora que o corrupto e lavador de dinheiro foi solto para esperar os processos por roubo dos cofres públicos contra ele andarem.

É uma oportunidade que eu diria imperdível de dar uma acelerada na roda da História, sempre com “H” maiúsculo, claro, como o velho Marx ensinou. Vamos lá, companheiros. Todos para a Bolívia na defesa da volta de Evo Morales ao poder, para mostrar afinal que esta bravura esquerdista não é só um lero-lero digital.
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POR José Pires

sábado, 9 de novembro de 2019

O fim da prisão em segunda instância, a festa da esquerda irresponsável e a necessidade de equilíbrio

Os corruptos celebram a queda da prisão em segunda instância, com a consequente impunidade muito bem simbolizada na soltura de Lula, responsável direto por um sistema de corrupção que arrasou com o Brasil. Corruptos celebram, a esquerda comemora e faz provocações, com Lula atuando do mesmo modo de sempre, instigando a discórdia entre brasileiros. No plano internacional, o comportamento esquerdista nada tem de surpreendente. Apenas confirma velhas práticas da esquerda de aproveitar-se da democracia para conturbar a vida política e acabar com a liberdade, caso tenha esta oportunidade.

Na Argentina, o presidente eleito Alberto Fernández celebrou a soltura de Lula. Estavam com ele o ogro disfarçado de bom velhinho José Pepe Mujica, do Uruguai, e Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia. Posaram para fotografia fazendo o gesto do “L”, sem notar ou fazendo de conta que não sabem que para quase todos os brasileiros este é o gesto de ladrão. Esta percepção inclui inclusive brasileiros que votaram em Fernando Haddad no segundo turno da última eleição, apenas por rejeição ao candidato Jair Bolsonaro.

O presidente eleito da Argentina segue a velha prática de provocação da esquerda argentina que causou uma violência espantosa naquele país há algumas décadas. Agora o desrespeito é com o Brasil. Fernández e seus cupinchas podem até pensar que irritam seu inimigo Bolsonaro, mas na verdade afrontam a maioria dos brasileiros, mesmo os que sabem que Bolsonaro e o kirchnerista Fernández se nivelam em más intenções, cada qual fazendo mal a seu país. Mas infelizmente a postura até idiota do presidente eleito da Argentina bota fogo nas relações do nosso continente, quando todos os países deveriam buscar soluções de interesse conjunto, para o enfrentamento desta grave crise que assola o mundo.

Porém, existem as vozes do bom senso, uma delas felizmente soando exatamente no governo Bolsonaro, de onde pode-se temer o surgimento de reações que complicariam o que já ficou muito difícil de administrar depois desta decisão irresponsável do STF. Neste sábado o ministro da Justiça, Sergio Moro, se manifestou no Twitter sobre a derrubada pelo STF da prisão após condenação em segunda instância.

Moro escreveu: “Lutar pela Justiça e pela segurança pública não é tarefa fácil. Previsíveis vitórias e revezes. Preferimos a primeira e lamentamos a segunda, mas nunca desistiremos. A decisão do STF deve ser respeitada, mas pode ser alterada, como o próprio Min. Toffoli reconheceu”.

Cabe apontar a importância de que esta manifestação de equilíbrio venha do homem que do ponto de vista pessoal e político encarna na visão da esquerda o foco da sua confrontação com a Justiça, nesta toada perigosa de Lula e seu partido, que atropelaram os próprios passos, excedendo de forma irresponsável os limites da sua lamentável crença de que os fins justificam os meios. O Brasil já conhece bem como acaba esse tipo de coisa. Os bravateiros correm apavorados para o exterior, deixando com os democratas brasileiros a tarefa de resolver as encrencas criadas pela irresponsabilidade de uma esquerda cujo espírito ainda está preso aos anos 60 e 70 do século passado.
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POR José Pires


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Imagem- Foto de Fernando Frazão, Agência Brasil

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A narrativa de um processo sem fim no STF

Corre pelas redes sociais o vídeo de uma fala do ministro Luis Roberto Barroso em que ele discorre sobre um exemplo da dificuldade de um julgamento chegar até o seu final no Brasil, com a quantidade de recursos permitidos a um acusado que tenha dinheiro para pagar advogados com experiência e influência nos trâmites para fazer rolar indefinidamente os processos em nosso sistema judiciário. Em uma sessão do STF deste mês, Barroso pegou na pauta do dia o exemplo aleatório de um homicídio ocorrido em 1991.

O andamento do processo parece uma peça de ficção, sendo tão absurdo que pareceria um exagero se fosse inserido em um quadro de humor. Seria difícil também aceitar a situação em um filme dramático. Em um país democrático europeu, por exemplo, as idas e vindas relatadas pelo ministro do STF seriam recebidas com descrédito. Quem acreditaria em um enredo com um país com tamanha dificuldade para um processo chegar ao fim? A enrolação inacreditável define muito bem a condição lamentável da Justiça no Brasil. Por isso fiz a transcrição da fala do ministro do STF.

Vamos ao caso, conforme o relato literal feito pelo ministro Barroso: “Vinda a sentença de pronúncia houve um recurso em sentido estrito. Posteriormente houve a condenação pelo tribunal do júri e foi interposto um recurso de apelação. Mantida a decisão foram interpostos embargos de declaração. Mantida a decisão foi interposto recurso especial. Decidido desfavoravelmente o recurso especial, foram interpostos novos embargos de declaração. Mantida a decisão, foi interposto recurso extraordinário. Porém, do recurso extraordinário, o ministro Ilmar Galvão, estimado ministro Ilmar Galvão, ele inadmitiu o extraordinário. Contra a sua decisão foi interposto um agravo regimental. O agravo regimental foi desprovido pela primeira turma e aí foram interpostos embargos declaratórios, igualmente desprovidos pela primeira turma. Desta decisão foram interpostos novos embargos de declaração redistribuídos ao ministro Carlos Aires Brito. Rejeitados os embargos de declaração, foram interpostos embargos de divergência, distribuídos ao ministro Gilmar Mendes. E da decisão do ministro Gilmar Mendes, que inadmitiu os embargos de divergência, foi interposto agravo regimental, julgado pela ministra Ellen Gracie. E em seguida da decisão da ministra Ellen Gracie foram interpostos embargos de declaração, conhecidos como agravo regimental, aos quais a Segunda Turma negou provimento. Não obstante isso, nós estamos com embargo de declaração no plenário”.

Durante sua fala, Barroso diz que a quantidade de recursos “não parece nem uma novela, parece uma comédia”. Eu diria que pode ser visto também como uma dramática e lucrativa encenação, onde ganham os milionários escritórios de advocacia, porque evidentemente é preciso ter bastante dinheiro para pagar durante muitos anos pelos serviços que podem manter um crime longe de seu julgamento. Perdem as vítimas, é claro. Mantém-se acima da lei que tem dinheiro para comprar tal privilégio. É para este caminho que não chega lugar, incentivando a impunidade, favorecendo a corrupção e tantos outros crimes, que o STF pode empurrar ainda mais a Justiça brasileira a partir da decisão nesta semana sobre a prisão em segunda instância.
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POR José Pires


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Imagem- Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil

Bolsonaro e mais uma de suas erratas no Twitter

Não é só alegria de pobre que dura pouco. Alegria no Twitter também. O presidente Jair Bolsonaro festejou no Twitter a transferência de fábricas da Argentina para o Brasil, mas foi obrigado a apagar rapidamente o post depois do desmentido de três multinacionais sobre a alegada mudança para o Brasil por causa da vitória do kirchnerismo nas eleições.

Já seria impróprio o post de um presidente festejando a desgraça de um país vizinho, mas é ainda pior o nível de desinformação desse sujeito sem noção. Chama a atenção também sua dificuldade de avaliação da credibilidade internacional de seu governo e da atual condição do Brasil.

Não acho que haja dúvida de que com a volta de Cristina Kirchner ao poder, como vice do novo presidente Alberto Fernández, possa haver sérias complicações na economia e na política na Argentina. Mauricio Macri deixou de ser reeleito por ter falhado em resolver problemas graves deixados exatamente pelo período de governo do kirchnerismo.

Certamente a Argentina sofrerá uma rigorosa avaliação de investidores depois dessa vitória do kirchnerismo, ainda mais com o risco de Cristina Kischner ter poder sobre os rumos do novo governo. Não é improvável que dependendo das decisões do novo governo algumas empresas de fato abandonem a Argentina.

O kirchnerismo traz o risco de grave instabilidade para o país vizinho, o que poderia fazer empresas darem no pé. Mas só um político com a dificuldade de autoavaliação de Jair Bolsonaro pode acreditar que esses investidores viriam correndo para um país comandado por um presidente que já mostrou ao mundo que é um desequilibrado.
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POR José Pires

Prisão em segunda instância: o apoio da maioria contra o crime e a impunidade

Foi mesmo uma sensação muito boa o surgimento de tanta rejeição à fala do deputado filho do presidente Jair Bolsonaro, com sua estúpida alusão à volta do AI-5. A reação de tanta gente em defesa da democracia até levou o ministro Luis Eduardo Barroso a demonstrar sua satisfação, em uma declaração com a qual concordo plenamente: “Me chamou a atenção a reação da sociedade. Foi muito contundente, a ponto de o parlamentar voltar atrás”, ele disse.

Outra reação que vem acontecendo nos últimos dias é sobre a tentativa da esquerda — aliada aos piores representantes da parte podríssima da política brasileira e também juntando-se aos chefes do narcotráfico — de acabar com a prisão em segunda instância. É tanta gente defendendo a manutenção dessa prisão que ficou mais fácil apontar os apoiadores da impunidade, da corrupção e da facilitação também de outros crimes, desde que o condenado tenha dinheiro suficiente para alongar indefinidamente o andamento de processos. E grana, como todos sabem, não falta aos chefões do narcotráfico nem o das milícias paramilitares e muito menos para políticos corruptos.

Os defensores do amaciamento para criminosos de colarinho branco e de outras bandalheiras dão bem mais que a conta dos nove dedos do mais famoso chefão criminoso brasileiro, porém estão em minoria no conjunto da sociedade, sendo absolutamente ausentes entre a população que sofre com a violência e a crueldade que domina hoje em dia a vida brasileira, impondo em nossas cidade até um toque de recolher oficioso. O povo quer ver o crime contido, com culpados na cadeia, seja o criminoso comum ou o especializado em roubar os cofres públicos.

Apenas uma minoria quer passar a mão na cabeça de criminosos e dar mais lucro para milionárias bancas de advocacia, com especial carinho com seus bandidos de estimação. O favorecimento dos que podem ficar acima da lei não alcança facilmente maioria nem no STF, que terá de decidir se o país mantém o rigor da lei ou retrocede mandando de volta os processos dos mais ricos ao andar vagaroso que raramente chega a algum lugar. O Brasil não quer voltar atrás no rigor da condenação. Ainda que muito fortes, endinheirados e bem articulados, são uma minoria os que cuidam mais das facilidades para os maiorais do crime do que da defesa de suas vítimas.
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POR José Pires


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Imagem- Foto de Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil