quinta-feira, 5 de julho de 2012

Repassando qualquer coisa na rede

Para que serve a foto de uma criança repassada pela rede social, quando essa imagem não traz informação alguma sobre o que o que de fato ocorreu com ela? É uma das imagens que me caiu na frente hoje. O post fala sobre uma menina e afirma que ela foi "sequestrada" no litoral norte de São Paulo. Mas não traz nenhuma outra informação. Os compartilhamentos já vão além de seis mil. Mas até a foto que publicam não serve pra nada. É de 2005. Ou seja, se o sequestro foi em 2005 já é bem tarde para resolvê-lo pela rede e se o caso aconteceu agora a menina já está bem diferente da foto.

Uso esta situação como exemplo, mas esta tem sido a regra dos mais variados assuntos que aparecem na rede, mesmo em ataques a políticos ou outras questões. Em questões criminais, casos policiais só podem ser resolvidos pela própria polícia e o uso da internet não ajuda em nada se os próprios policiais não estiverem aparelhados e tiverem conhecimento para isso.

Um exemplo de que essas coisas que caem na rede são apenas vozerio sem resultado aconteceu recentemente em Londrina, no Paraná. Uma menina desapareceu e começou um repassamento do caso pelas páginas. Poucos dias depois a criança foi encontrada morta em um vale, há poucos quarteirões de sua casa.

Não era preciso usar internet e nem qualquer outra tecnologia moderna. A solução estava em sair a pé fazendo uma busca intensa pela região onde ela sumiu. E nem para isso a polícia tinha estrutura. E teriam muito menos para organizar e monitorar uma extensão da investigação pelas redes sociais.
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POR José Pires


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Imagem: Um comportamento que vem se tornando muito comum nas redes sociais, o repassamento de posts que não fazem sentido. Para ajudar a resolver um suposto sequestro temos uma foto feita em 2005. E se a criança aparecer terá de ser feito um post para encontrar seus pais.


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