A
semana começa com um assunto que incomoda muito a harmonia familiar no
mais conhecido apartamento de cobertura de São Bernardo do Campo.
Rosemary Noronha, a Rose, volta às páginas da imprensa e logo na Veja. A
revista traz uma reportagem de capa retomando o escândalo que tem à
frente a amiga íntima que o ex-presidente Lula mandou a presidente Dilma
Rousseff nomear como chefe do escritório da Presidência da República em
São Paulo. Como o Brasil inteiro já sabe, ela aprontava por lá o que
queria, amparada pela amizade poderosa.
A
revista teve acesso ao relatório final feito por técnicos do Palácio do
Planalto, com o resultado da investigação sobre o que Rose andou
fazendo na chefia do escritório do governo até ser demitida do cargo. A
amiga de Lula gozava de tanto poder no governo do PT que foi até
recebida com honras de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma.
Ela teve motorista oficial da embaixada à sua disposição e foi convidada
pelo embaixador José Viegas a ficar hospedada no luxuoso Palazzo
Pampini. O quarto oferecido tem um detalhe muito interessante. Rose
ficou com o marido no "quarto vermelho". A identificação desta forma é
do próprio embaixador, que também desejou "benvenuti!" à ela em mensagem
pessoal. Como este tipo de denominação é desconhecido no Itamaraty, a
revista sugere que pode ser algo como "telefone vermelho", menção a um
privilégio concedido apenas ao chefe.
O
relatório levou à instalação de um processo administrativo contra Rose,
com a recomendação de que ela seja investigada por enriquecimento
ilícito. O processo já foi aberto na Controladoria Geral da União. A
investigação que levou ao relatório foi feita pela Casa Civil da
Presidência, de uma forma que segundo Veja " destoa da tradição dos
governos petistas de amenizar os pecados de companheiros pilhados em
falcatruas". Sentindo-se abadonada e vendo que pode acabar pagando
sozinha pelos malfeitos, Rose também estaria manobrando para mostrar ao
parceiros que pode revidar causando um prejuízo geral.
Um
sinal disso é que ela trocou de advogados. Abandonou os advogados
escolhidos pelo PT e contratou um escritório conhecido por representar
maiorais do PSDB. Seus novos advogados já fizeram a defesa até em
processos enfrentados pela ex-governadora gaúcha Yeda Crusius. Rose tem
razão de estar ressabiada. Como gozou da intimidade de Lula deve saber
muito bem que ele não tem nenhum escrúpulo em abandonar companheiros
pelo caminho para se safar de responsabilidades.
Outro
aviso que Rose pode estar mandando estaria na escolha das suas
testemunhas no processo administrativo. Gilberto Carvalho e Erenice
Guerra são dois nomes de peso relacionados por ela. Carvalho é
secretário-geral da Presidência e ex-chefe de gabinete de Lula, além de
ser amigo dele de longa data, frequentando até as exclusivas festas
juninas organizadas pela ex-primeira dama, dona Marisa. E Erenice Guerra
foi o braço direito de Dilma Rousseff, até ser demitida do governo por
causa do envolvimento em um escândalo de corrupção.
Uma
das das reclamações dos novos defensores de Rose é pelo vazamento de
informações “de dentro do próprio do governo federal”. Esta liberação de
informações para a imprensa, que eles consideram "distorcidas", seria
para "agredir a imagem de Rosemary". Ou seja, os indicativos são de que
Rose está mesmo sendo descartada politicamente e não contará mais com os
mecanismos de defesa não só do partido como também do poderoso que foi
seu amigo íntimo. Ao contrário disso, a movimentação que vem de dentro
do próprio Palácio do Planalto mostra com clareza que está armada uma
artilharia pesada contra ela.
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POR José Pires
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