domingo, 21 de abril de 2013

A volta da amiga íntima do Lula

A semana começa com um assunto que incomoda muito a harmonia familiar no mais conhecido apartamento de cobertura de São Bernardo do Campo. Rosemary Noronha, a Rose, volta às páginas da imprensa e logo na Veja. A revista traz uma reportagem de capa retomando o escândalo que tem à frente a amiga íntima que o ex-presidente Lula mandou a presidente Dilma Rousseff nomear como chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Como o Brasil inteiro já sabe, ela aprontava por lá o que queria, amparada pela amizade poderosa.

A revista teve acesso ao relatório final feito por técnicos do Palácio do Planalto, com o resultado da investigação sobre o que Rose andou fazendo na chefia do escritório do governo até ser demitida do cargo. A amiga de Lula gozava de tanto poder no governo do PT que foi até recebida com honras de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma. Ela teve motorista oficial da embaixada à sua disposição e foi convidada pelo embaixador José Viegas a ficar hospedada no luxuoso Palazzo Pampini. O quarto oferecido tem um detalhe muito interessante. Rose ficou com o marido no "quarto vermelho". A identificação desta forma é do próprio embaixador, que também desejou "benvenuti!" à ela em mensagem pessoal. Como este tipo de denominação é desconhecido no Itamaraty, a revista sugere que pode ser algo como "telefone vermelho", menção a um privilégio concedido apenas ao chefe.

O relatório levou à instalação de um processo administrativo contra Rose, com a recomendação de que ela seja investigada por enriquecimento ilícito. O processo já foi aberto na Controladoria Geral da União. A investigação que levou ao relatório foi feita pela Casa Civil da Presidência, de uma forma que segundo Veja " destoa da tradição dos governos petistas de amenizar os pecados de companheiros pilhados em falcatruas". Sentindo-se abadonada e vendo que pode acabar pagando sozinha pelos malfeitos, Rose também estaria manobrando para mostrar ao parceiros que pode revidar causando um prejuízo geral.

Um sinal disso é que ela trocou de advogados. Abandonou os advogados escolhidos pelo PT e contratou um escritório conhecido por representar maiorais do PSDB. Seus novos advogados já fizeram a defesa até em processos enfrentados pela ex-governadora gaúcha Yeda Crusius. Rose tem razão de estar ressabiada. Como gozou da intimidade de Lula deve saber muito bem que ele não tem nenhum escrúpulo em abandonar companheiros pelo caminho para se safar de responsabilidades.

Outro aviso que Rose pode estar mandando estaria na escolha das suas testemunhas no processo administrativo. Gilberto Carvalho e Erenice Guerra são dois nomes de peso relacionados por ela. Carvalho é secretário-geral da Presidência e ex-chefe de gabinete de Lula, além de ser amigo dele de longa data, frequentando até as exclusivas festas juninas organizadas pela ex-primeira dama, dona Marisa. E Erenice Guerra foi o braço direito de Dilma Rousseff, até ser demitida do governo por causa do envolvimento em um escândalo de corrupção.

Uma das das reclamações dos novos defensores de Rose é pelo vazamento de informações “de dentro do próprio do governo federal”. Esta liberação de informações para a imprensa, que eles consideram "distorcidas", seria para "agredir a imagem de Rosemary". Ou seja, os indicativos são de que Rose está mesmo sendo descartada politicamente e não contará mais com os mecanismos de defesa não só do partido como também do poderoso que foi seu amigo íntimo. Ao contrário disso, a movimentação que vem de dentro do próprio Palácio do Planalto mostra com clareza que está armada uma artilharia pesada contra ela.
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POR José Pires

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