segunda-feira, 3 de abril de 2017

Alianças políticas de balcão de negócios

A Folha de S. Paulo revela na edição deste domingo que pelo menos R$ 112 milhões foram recebidos irregularmente pela chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. O jornal teve acesso ao parecer da ação de cassação da chapa, cujo julgamento começa esta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A reportagem mostra que teve até “caixa 3” na campanha da petista. Do montante irregular, R$ 45 milhões são de caixa 2, R$ 50 milhões de propina e R$ 17 milhões da nova modalidade de financiamento eleitoral trazida pelo PT, o “caixa 3″. Como Dilma já havia declarado oficialmente gastos de R$ 350,06 milhões, com a soma dessa esta grana irregular o PT fez a campanha mais cara que já houve no Brasil e uma das mais caras do mundo.

Segundo o documento obtido pelo jornal, todos os recursos saíram da Odebrecht. Dos R$ 45 milhões do caixa 2, R$ 20 milhões foi de pagamento também por fora para o marqueteiro João Santana e R$ 25 milhões serviu para a compra de cinco partidos, que faturam com o benefício do horário de propaganda garantido pela lei eleitoral, que não tem nada de gratuito. O contribuinte paga e os partidos vendem. A compra de partidos foi democrática, pela diversificação dos negociadores. Tem um comunista (PCdoB), um evangélico (PRB, ligado à Igreja Universal), um de direita (PROS), um liberal (PP), e finalmente um da esquerda histórica, o PDT, que conforme o processo do TSE, fez o acerto por R$ 4 milhões. Leonel Brizola deve estar se revirando no túmulo, depois de toda essa lama manchando de forma talvez irremediável a imagem do partido que fundou, num final ainda mais lamentável porque ele morreu rompido com Lula e o PT.
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POR José Pires

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