segunda-feira, 9 de julho de 2018

O plantonista do domingo de Lula

As pessoas costumam escolher os domingos para fazer coisas boas. É um dia ideal para encontrar amigos, ler, visitar parentes, praticar algum esporte, divertir-se com as crianças, conversar com os filhos, passear na praia ou no campo, namorar, ver um filme. É dia também de ir à igreja. O domingo lembra coisas agradáveis, com o sentido de paz. Tradicionalmente é um dia para relaxar e preparar-se para a semana de trabalho. Menos para a esquerda brasileira, que aproveita qualquer distração dos brasileiros para tentar seus golpes. Agora usaram este domingo, na tentativa de fuga de Lula, com o providencial habeas corpus do desembargador plantonista Rogério Favreto, que mandou soltar o preso condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, usando uma justificativa que é um insulto à inteligência.

Favreto alegou que Lula é pré-candidato. Bem, até isso não é verdade. O petista é um ficha suja e pela lei não pode ser candidato. Porém, mesmo se ele pudesse ser candidato a alegação não vale. Quando o criminoso teve sua prisão decretada o Brasil inteiro sabia que ele era pré-candidato. A justificativa agride o bom senso. Por este raciocínio torto qualquer outro salafrário poderia ser imediatamente solto, bastando anunciar sua pré-candidatura. O desembargador plantonista desrespeitou princípios elementares do direito. Já correm pela internet boas explicações sobre a ilegalidade. Até o ator Gene Wilder comparece em algumas delas com seu cínico sorriso de Willy Wonka. Seguindo o tom de piada, a ficha de Favreto foi revelada. Ninguém ficou surpreso de ele ser petista de carteirinha, com mais de 20 anos de filiação ao partido do Lula. Trabalhou em três governos do PT no Rio Grande do Sul, esteve ao lado de José Dirceu e Tarso Genro no governo Lula e depois com Dilma Rousseff, quando ela foi ministra da Casa Civil. É normal também que sua nomeação para desembargador do TRF-4 seja obra de Dilma Rousseff. Os petistas são assim mesmo.

O pessoal da área jurídica tem uma palavra que define muito bem o que o desembargador plantonista fez. A decisão de mandar soltar Lula foi “teratológica”. Ou seja, absurda juridicamente. A verdade é que caso a Polícia Federal desse mancada, mesmo assim a liberdade de Lula duraria pouco. Mas no período em que estivesse solto, com certeza o chefão do PT aprontaria bastante, dando continuidade à confusão política que busca implantar no país. Para que o plano desse certo bastava um descuido, permitindo o cumprimento da ordem absurda de soltura. Daí o habeas corpus ter saído às pressas, nas primeiras horas da manhã de um domingo. O golpe foi planejado, inclusive com o encaixe durante as férias do juiz Sérgio Moro. Segundo o jornal O Globo, por orientação de seus advogados Lula já estava com as malas prontas, entre as 9 e 10 da manhã. Porém, Moro estava atento e revogou o habeas corpus concedido pelo desembargador Favreto. A revogação foi depois confirmada pelo TRF-4.

A intenção do golpe do plantonista era obviamente a de promover uma bagunça política, atingindo de forma grave o Judiciário. Não é difícil imaginar o caos em que o país estaria neste início de semana, se não fosse a ação rápida de Moro, do TRF-4, ainda com a atuação exemplar da Polícia Federal. O PT segue na sua velha política do quanto pior, melhor. Estão pouco ligando para as conseqüências sobre a vida da população, nem mesmo do efeito negativo de suas ilegalidades em nossa democracia já tão sofrida. Vale qualquer aparelhamento. Uma lição que pode ser tirada desse golpe abortado é que nenhuma instituição está a salvo de ser usada em proveito do interesse do projeto de poder petista. O desembargador Favreto estava em um cargo nomeado, mas toda a máquina pública está tomada por esquerdistas, mesmo em cargos de concurso público. A vigilância ativa sobre esta militância ideológica não pode ser relaxada nem aos domingos.
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POR José Pires

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